A ignorância é uma benção.

Estava numa ótica modernosa de Palermo acompanhando uma colega do trabalho, quando entra um cidadão super estileira no local. Óculos escuros, jaqueta roqueira e uma cabeleira grisalha compunham o look da figura.

Todas as três vendedoras da loja, inclusive a que atendia minha amiga Rocio, foram todas atender o cara. Por um momento cheguei a pensar que era o simpático Andy Kusnetzoff, apresentador de Argentinos por su nombre, programa a qual sou fiel telespectador.

Mas aí o cara para de frente ao espelho, experimenta alguns óculos, faz umas poses e diz:

- Não gostei desses, quero um mais "rocker".

Ou seja, atitude zero!

Depois dessa é que ela me explica que ele é o Charly Alberti, baterista do Soda Stereo, a banda de rock em espanhol mais famosa do mundo durante os anos 80 e 90 e que fez uma turnê caça-níquel no fim do ano passado que arrecadou milhões e arrebatou multidões em vários países da América Latina.

1. Charly Alberti do Soda Estereo, à esquerda.

2. Andy Kusnetzoff, do Argentinos por su nombre.

Minha opinião sobre o Soda Stereo é bem simples: acho uma tremenda bosta e não me peçam pra gostar. Um som datadíssimo, com umas guitarrinhas com um efeito anos 80 que irritam profundamente. Tudo isso somados a uma idolatria dos fãs que beira a insensatez.

É como pedir pra um argentino escutar hoje Legião Urbana e gostar. Certas bandas e músicas precisam mais do que ser ouvidas. Precisam ser vividas. E eu nunca vou viver o Soda Stereo. Ainda bem.