domingo, abril 26, 2009

Materializando amizades

Antigamente eu até tinha um pouco de vergonha de admitir que fazia amigos pela internet. Mas os tempos são outros e graças a "rede mundial de computadores" você pode se isolar do mundo e conviver com pessoas do seu mundo.

Vivendo numa cidade ainda estranha, com poucas amizades "reais", isso é ainda mais frequente.

Outro dia li um artigo não sei onde com o título de "5 coisas que a modernidade está mudando em sua vida". Um dos itens era exatamente esse: cada vez menos estamos convivendo com gente chata.

Pense bem, é uma benção. Você cria seu próprio mundo, afastando todos os inconvenientes dele. O problema é a total intolerância que nutrimos contra esses malas.

Existe um poetas desses de rua, que me persegue em Buenos Aires. É um sentimento dúbio que sinto, assim como a maioria de pedintes que me abordam. Você tem dó e até mesmo compaixão pela situação de bosta dessa pessoa, mas não pode evitar de sentir raiva quando eles interrompem uma conversa. O tal poeta já me abordou umas 3 vezes em Palermo e outra na Recoleta. Numa apenas disse não bem ignorante. Na outra, tive dó e ouvi a ladainha inteira. Depois fingi que eu era gringo e fiquei falando "no compreendo".

A próxima eu juro que cuspo no cara.

7 comments:

Tati disse...

Eu não suporto aquele tipo de "amizade instantânea" no taxi e em filas. Te uma taxista que me leva quase todos os dias pro trabalho que adora conversar (acontece que eu sempre estou sonolenta e sem vontade de conversar pela manhã)e ela sempre dá um jeito de fazer várias perguntas. Recentemente, quando entrei no taxi, ela disse assim: "Tati, desculpe mas hj não vou poder conversar pq estou com dor de dente". Eu disse tudo bem (aliviada), e ela emendou: "vai que vc me acha grossa por não conversar"... ok, ela me chamou de grossa (por todos os dias q não conversei) e ainda paguei a corrida. Fiquei com raiva de mim!!!

Anônimo disse...

Como eu odeio o tipo do poeta de rua. Se chegar falando "oi, meu nome é fulano, eu sou poeta", então...

giancarlo rufatto disse...

"- gosta de poesia?"
"- não, prefiro de prosa"

Túlio disse...

odeio esse tipinho de gente.

Helô disse...

O mais legal é quando vc tá com fones de ouvido e ainda assim a pessoa puxa conversa. Sempre acontece comigo na fila do supermercado.

Adélia Jeveaux disse...

- você gosta de poesia?
- não.
- oh.

Anônimo disse...

Sentado na praça de San Telmo, desenhando em meu sketchbook com Frida na capa, um 'ser' senta ao meu lado e pergunta em um castellano rápido, Gosta de poesia? Vou ler uma para você! E já foi sacando o livro. Fui obrigado a ficar responder de modo ríspido e esfregar a verdade na cara dele o chamando de sem educação.
Odeio esse tipo.

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