segunda-feira, setembro 17, 2007

La señal

Acabei de chegar do cinema. No menu mais um filme argentino, dessa vez La Señal com o Ricardo Darin e Diego Peretti.

Darin é a Fernanda Montenegro da Argentina: um ator muito bom e respeitado e que faz uma penca de filmes por ano. Já Peretti é um narigudo que sempre vi em filmes de comédia, como No sos vos, soy yo, entre outros.

La Señal se passa na Argentina de 1952, pré morte de evita. Darin interpreta um detetive particular que investiga um caso e acaba por descobrir uma conspiração maior por volta disso. O filme é totalmente noir, todos os ingredientes estão lá: altos contrates, sombras, história policial, uma mulher fatal, mortes, personagem com uma obsessão amorosa e uns ângulos de câmeras bizarros. Fotografia espetacularmente boa, assim como a produção e os cenários que transformaram a Buenos Aires atual em uma cidade de 50 anos atrás.

Mas nada disso adianta se o enredo não é bom. A trama do filme é fraquíssima, a história é lenta e não engrena. Dá sono! Mesmo com as ótimas interpretações, com a belíssima atriz protagonista (só faltou um oclinhos pra ela ficar perfeita), o filme não convence. Faltam pontos, falta explicar a própra motivação do personagem, o ritmo é devagar demais.

Fiquei tentando lembrar o último filme argentino de outro mundo que vi. Não consegui lembrar. Mesmo com uma indústria de dar inveja aos outros países do terceiro mundo como o Brasil, faz tempo que não vejo uma coisa que realmente saia do lugar comum. Vejo histórias normais, clichês clássicos, temas que se repetem e nada muito ousado. O que há de ousado acaba se perdendo naquele tipo de "cinema para cineastas", aquele tipo de narrativa denso, mas tão denso que é quase uma idolatria do próprio ego de quem faz o filme.

A única coisa mais diferente que vi ultimamente foi o filme XXY, que fala de um hermafrodita de uma maneira muito bonita e sem apelar para cenas "chocantes", mas mesmo assim o filme é lento.

O Brasil tem muito que aprender com o cinema daqui, mas também nem tudo são maravilhas. A mesmice para esse lado parece reinar. No último ano vi do Brasil "Cheiro do ralo", "O ano que meus pais sairam de férias" e "Tropa de Elite" que conseguiram sair um pouco da mesmice com enredos e tramas fora do comum. As pessoas que falo dizem que é culpa do órgão financiador do cinema argentino que sempre acaba aprovando projetos com temas parecidos. Afinal quantos filmes que mostram argentinos falidos e deprimidos pela crise de 2002 existem?

3 comments:

Túlio disse...

Realmente, é só mais um bom filme noir, nada que já não tenham feito antes. Mas a sequencia dos guarda-chuvas é muito boa.

Anônimo disse...

Ops, esse comentário ai de cima foi meu.

Thicesars disse...

vc jah viu o novo do david lynch??

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