Uma das característica inegáveis do povo desse país é a sua cabeça-quente. Aquele contínuo estado de que estão a ponto de explodir. Aquela falta de educação, intolerância e um certo egoísmo presente em todos os lados.
Claro, não estou generalizando e dizendo que todos são assim, mas como aqui já fui testemunha de tantos barracos, brigas, discussões e pitis que fica evidente que por essas bandas realmente não encontramos um Reino de Simpatia.
Os taxistas formam a pior raça. Certa vez rumo ao aeroporto, num táxi caindo aos pedaços de um senhor desdentado, o motorista invocou com um cara de uma Fiorino. Começou a discussão nos sinais fechados da Juan B. Justo e culminou com o cara parando o carro, descendo e indo dar de dedo no outro motorista. Ridículo.
Outra vez, numa rua de Palermo, o taxista apenas nao podia esperar que o carro da frente parasse para as pessoas descerem. Teve que buzinar, brigar, discutir, dar de dedo e amaldiçoar a geração inteira do condutor.
Outro dia no metrô foi a mesma coisa. De vez em quando ocorrem atrasos em todas as linhas. Trens que passam de 3 em 3 minutos estavam demorando 10, o que resultava num abarrotamento de gente. Na hora de descer na estação sempre é um rolo, mas claro havia uma mulher que não parava de xingar e ameaçou bater um cara que estava na sua frente. Detalhe, o pobre jovem não tinha lugar pra escapar, ouviu calado os esbravejamentos da mulher.
O porteiro novo do meu prédio raramente responde meus "buenas" e "holas". Agora adoto o silêncio.
O engraçado que muitas pessoas são totalmente enérgicas e sem pudores na hora de "putear" alguém, mas se tornam perfeitos bananas quando a fila do caixa demora 20 minutos, quando você é mal atendido ou quando a conta demora quase meia hora para ser trazida. Apenas aceitam, ninguém reclama.
Na última vez que fui pra Curitiba, sentei no Lucca Café e imediatamente recebi o menu do garçom. Simples não? Mas uma raridade por essas bandas. Ótimo e pronto atendimento aqui só em restaurantes de Palermo onde a conta é salgadíssima ou na Ugi's. Não é a toa que proliferam mini mercados de Chineses por todos os lados. As grandes redes, leia-se COTO, parecem que não precisam de consumidores e o tratam como gado. É muito mais negócios você ir ali no China, ser rapidamente atendido, e muitas vezes pagando até menos por isso. Às vezes me pergunto o quanto do PIB desse país aumentaria se eles tivessem umas aulas de como agradar melhor o consumidor. O quanto mais essas empresas iriam lucrar. Mas não, a atitude deles é de que estão fazendo um favor para você que está comprando coisas.
Está certo que muitas vezes o povo brasileiro chega ser idiota de tão feliz, que está na bosta mas está sambando. Mas convenhamos, é muito mais fácil ser agradável com as outras pessoas, não? Para ser antipático e desagradável é preciso um esforço, é preciso pensar nessa atitude, uma coisa que não sai natural. Não peço sorrisos falsos de aeromoças, apenas simpatia e boa-vontade.
Um pouco mais de "buena onda", por favor.
sexta-feira, março 16, 2007
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4 comments:
Adorei, sei que adorei não quer dizer nada mas as vezes é isso mesmo, simplesmente A D O R E I.
Você fez com que eu vivesse um pouco da sua vida.
Um abração.
Dylan Loureiro da Conceição
Porto Alegre-RS Brasil
Devem estar fazendo falta as sacolinhas e sacos de pão "Servimos bem para servir sempre", não?!
beijo!
eu incluiria os bartenders do la cigale naquele famigerado taxi amaldiçoado no palermo...concha tu madre, hermana, abuela, etc...
falou e disse, sr cido
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