sexta-feira, maio 29, 2009

Quando surge o alviverde imponente...

Já vi jogo do Palmeiras na Vila Belmiro. Já vi em Ulrico Mursa. Já vi até no estádio Diego Armando Maradona. Se não me engano também já vi no Couto Pereira. Só faltava ver um jogo na casa do time, o Palestra Itália.

O sentimento de culpa de torcedor fajuto me corroía. Por isso, aproveitando uns dias aqui no Brasil, fui lá em companhia de outros palestrinos ilustre. Uma baita fila inviabilizou antes do jogo um bom lugar no estádio. Ficamos exatamente no meio da Mancha Verde, num lugar com visão quase da altura do campo. A negada não parou de gritar por um minuto. Um cara do meu lado gritava como se não houvesse amanhã. Mas é inegável o clima de incentivo que eles criaram.

Nem vou falar do resultado do jogo, que poderia ter sido muito melhor. O bom foi poder ver o time no meio da "massa". Um belo espetáculo mesmo.

Como dica, a torcida alviverde poderia ver uns vídeos das torcidas argentinas no youtube. A gama de músicas do Boca e San Lorenzo, por exemplo, são sensacionais. Bem mais criativos que "porcooooo" e "vamo ganha porcooo".

Enfim, Palmeiras. Nos vemos quando você reaparecer em Buenos Aires.

domingo, maio 24, 2009

Wrong way


Lembro de um episódio de The Office que Michael e Dwight estão usando o GPS para tentar achar um caminho. O aparelho manda para uma direção e eles acabam caindo num lago.

Hoje senti na pele essa tecnologia e aprendi que não se deve confiar cegamente em nada. Fui para São Paulo junto com a família, para um concurso que minha irmã foi fazer. O GPS foi um fracasso total. Já no meio do caminho mandou que a gente voltasse para a rodovia e tivemos que fazer uma bela enjambrada, pegando uma mega contra-mão, para não ter que pagar o pedágio da pista de novo.

Depois, finalmente o bicho se acertou e chegamos no nosso destino tranquilamente. Mas suamos frio.

Mas sabem como é. A maioria dos problemas de aparelhos tecnológicos está na inoperância de quem usa.

sexta-feira, maio 22, 2009

Vacaciones

Santos, aqui o José sempre foi Menino

Saio amanhã para umas merecidas vacaciones. Pensando bem, nesses quase 3 anos e meio de Buenos Aires, vai ser o maior tempo seguido que ficarei no Brasil.

Vou ali pra Santos, QG dos Pires Bragança, mas certamente devo aparecer por Curitiba, Vitória e até Rio de Janeiro.

A frequência das postagens deve diminuir, mas nunca se sabe.

Saludos!

Terra do Charlie Brown Jr. e do Karametade.

Bombonerazo


A última derrota do Boca Juniors na Bombonera, jogando pela Libertadores, tinha sido em 2003 para o nosso Paysandu.

A última vez que eles tinham sido eliminados em uma oitava-de-final foi exatamente há 20 anos, contra o Olimpia do Paraguai.

O time todo poderoso se encontra num momento nada bom. Com uma colocação péssima no campeonato nacional, suas esperanças estavam todas na Libertadores. Porém tudo veio abaixo nessa quinta, 22, ao perder de 1 a 0 do Defensor do Uruguai.

Se eles não melhorarem e não conseguirem uma boa colocação no próximo Apertura, correm o risco de nem se classificarem para a próxima Libertadores.

Primeiro a Argentina leva de 6 a 1 para a Bolívia numa eliminatória. Depois o River, San Lorenzo e Lanús dão vexame a não passar pela primeira fase da Libertadores. Agora o mítico Boca Juniors é desclassificado por uma equipe nada tradicional.

Por onde andarão a mística copeira e a raça argentina?

quinta-feira, maio 21, 2009

San Telmo Gourmet

Interessante matéria no Clarín sobre o crescimento de restaurantes mais caprichados em San Telmo.

Os tradicionais bares e cafés notáveis do bairro começam a ter companhia de endereços mais sofisticados e, obviamente, caros.

Leia a matéria aqui:

Meus três endereços favoritos de San Telmo são:

- Manolo, um clássico.
- Hipopótamo, café notável obrigatório.
- Desnivel, preferido dos gringos.

terça-feira, maio 19, 2009

Eterna Cadencia


Buenos Aires está cheia de livrarias majestosas e gigantes, mas também existem várias outras menores e mais aconchegantes. A Eterna Cadencia, que fica quase em frente onde trabalho em Palermo, é definitivamente uma delas.

Já tinha visitado antes o lugar quando o Daniel Galera estava pela cidade e fomos lá para um cocktail cheio de escritores vergorrágicos, que com a ajuda dos drinks gratuitos ficavam mais engraçados ainda.

Agora descobri um ciclo de leitutas e entrevistas com diferentes autores da cidade. É toda terça, no pequeno café que fica dentro da livraria. Um dos convidados de hoje era o Ariel Magnus, que além de escrever para vários jornais da cidade, já teve uns 4 livros lançados, ganhando alguns prêmios com isso. Ele, que parece uma versão mais jovem do Leôncio do Pica-Pau, parece ter uma obra bem interessante. Vou ver se compro algum livro do cara.

Quem deu a dica do evento foi do Barbón, que também escreveu sobre ela no seu blog de turismo.


Site: http://eternacadencia.com.ar/

Por que no te callas?

É triste ver o fim que levou o movimento das "Mães da Praça de Maio" hoje.

Esse lenço branco na cabeça foi uma das maiores resistências na época da Argentina, onde as mães e avós faziam de tudo para ser ouvidas em intermináveis manifestações., reclamando do desaparecimento de seus filhos e netos.

Hoje elas estão do lado do governo e cada vez que Hebe de Bonafini, a presidente da associação, vem a público, só fala merda.

Agora, com o tema das eleições em ebulição, a senhora veio e declarou que apóia o governo porque "se o Kirchner perder nos esperam o fascismo e a direita outra vez".

Por que no te callas?

domingo, maio 17, 2009

O final de Prison Break

Depois de 4 temporadas e cerca de 80 episódios chegou ao fim Prison Break. Talvez não tenha sido a melhor série que vi, mas certamente foi aquela que mais me fez perder sono e entrar madrugada a dentro assistindo episódio atrás de episódio. Comprei Dvd's da primeira e segunda temporada e assistir 44 episódios em 2 ou 3 semanas. Um record!

Fato que a terceira e a quarta temporada foram claramente inferiores, mas também para algo ser melhor que a primeira é quase impossível. O capítulo duplo onde há uma rebelião em FOX River é uma verdadeira pérola de ação e suspense.

Depois de ressuscitas gente e fazerem bons tornarem maus e vice-versa, qualquer coisa era esperada. O final da série foi até bem previsível, visto todo seu histórico de voltas e viradas na trama. Cada personagem ganha um final apropriado, sem deixar ponto sem nó.

Fica só aquela sensação de "e agora, José?". Qual será minha nova série de ação favorita? E quando é que farão algo tão bom assim que me fará perder o sono?

Só espero ver a Dr. Sara em algum filme ou em outra série logo logo!

sexta-feira, maio 15, 2009

Cristina em horário nobre

Na Argentina não existe uma emissora tão poderosa como a Rede Globo. Aqui, Canal 13 e Telefé variam sempre na liderança.

O Showmatch de Marcelo Tinelli é o programa que mais se aproxima a um grande sucesso global. Sua estréia esse ano teve 46 pontos de audiência. O cara é odiável, um misto de Faustão com Sílcio Santos só que diariamente, mas tem um faro muito bom para o showbiz popular, mesmo abusando de fórmulas como o "Bailando por um sueño" que acabou derivando o Patinando, Cantando e Nadando por um sueño.

Essa semana ele começou com um quadro no seu programa que é paródia ao Gran Hermano, como é chamado o Big Brother aqui. Foi criado o Gran Cuñado, uma casa onde vários políticos convivem. São 19 no total, todos imitados por ótimos humoristas. Tem desde Nestor Kirchner até o sindicalista D'Elia.

A presidente Cristina também é muito bem representada, incomodando bastante os seus ministros e assessores. O ministro da Justiça Aníbal Fernandez, já veio a público reclamar sobre isso e pedindo que seja retirado do ar, classificando tudo como um baita desrepeito. O roteirista do quadro, o cartunista Nik, já recebeu ameaças por telefone.

Imagine se o Lula reclamasse cada vez que algum programa o imita? Que democracia é essa?

Vice-presidente Julio Cobos, outra vítima do Gran Cuñado.

Leia mais aqui.

quinta-feira, maio 14, 2009

La Colonia

Taí um lugar simpaticíssimo em um lado de Palermo que eu não conhecia bem. O La Colonia fica na Calle Julian Alvarez 1674, um tanto quanto afastado do fuzuê do Palermo Soho.

É um lugarzinho caprichado que cultua o modo kitsch de ser. Uma entradinha simples e um ambiente com televisores velhos, coisas penduradas, gambiarras e cartazes velhos fazem o clima do lugar ser bem aprazível.

A comida é caprichada, com pratos "de autor". Comi um raviole com recheio de abóboras e outras coisas mais, com um molho de gorgonzola e nozes que estava sensacional. O melhor de tudo é o preço, nada "palermitano". Na carta ainda existem supremas, outras massas "esquisitas", carnes e umas saladinhas provocantes.

Recomendadíssimo para ir a noite com una chica!
La Colonia no Guia Óleo.

O Olé também leva drible

O famigerado jornal esportivo argentino Olé é muito conhecido pelos brasileiros. Vez ou outra a imprensa tupiniquim mostra alguma capa dele, sempre sarrista e criativa.

Pois bem, dessa vez quem levou um drible humilhante, daqueles debaixo das pernas, foram os inteligentes e ácidos jornalistas do tal diário.

Eles, que adoram ver o circo pegar fogo, publicaram uma capa do jornal com uma foto de uma faixa da torcida do River que dizia "La peor dirigencia de la historia". Isso caiu como uma bomba, piorando ainda mais a crise justo em tempos de eleição no clube de Nuñez.

Acontece que essa faixa nunca existiu. Foi tudo obra de um torcedor do River que fez uma montagem com uma foto onde a faixa da torcida na verdade dizia "La peor defesa de la historia".

Como é que um jornal que cubre quase que só o futebol vai e publica alguma coisa dessas? E os jornalistas em campo? Ninguém se lembra que essa faixa nunca esteve lá? Bizarro, não?

Mas os caras conseguiram ser grandes mesmo após um erro crasso desse. Publicaram um pedido de desculpas, explicando toda a história e até tirando um sarrão com a faixa e o photoshop.

Leia o pedido de desculpas do Olé aqui.

quarta-feira, maio 13, 2009

Das coisas que vou deixando de lado

A procrastinação não é para qualquer um, meus caros.

Às vezes fico pensando em tudo que eu me animo a fazer e depois esqueço que chega a ser uma vergonha. O pior é que isso tudo vem desde criança quando eu fazia aulas de judô ou futsal e logo "enjoava". Pelo menos naquele tempo tinha mãe e pai por perto pra insistir e brigar para que eu continuasse.

Tenho um plano de fazer um livro de contos. Comecei todo animado escrevendo três, que até fiquei bem satisfeito com o resultado. Cadê os outros? Vai saber. Ninguém sabe, ninguém viu.

Pensei em fazer um curso de roteiro, liguei para escola, visitei, mas deixei para me matricular no último dia possível. Eram duas turmas por semana, ia sobra vaga, né? Não, não sobrou nada.

Viajar para o Chile, Uruguai ou interior da Argentina é outra coisa. Já vi passagens, hostels, citytours, mas na hora de pagar mesmo acabo ou cancelando ou não achando passagem. A mesma história.

Sem falar na música, que estou para terminar duas canções faz uns dois meses. Assim vamos indo postergando tudo e todos por pura preguiça e cansaço laboral.

Essa semana mesmo comecei a me empolgar por uma câmera digital, que eu ainda não tenho. Sim, sou uma das últimas espécies da terra a não ter uma câmera e um cartão de crédito. O dia de os dois ainda chega, mas pelo jeito e pelos preços a câmera vai ficar mais pra frente. Tudo culpa do peso, desvalorizadíssimo atualmente. Com um dólar, por exemplo, vc compra 3,70. Imagina só.

Vou ali dar uma cochilada e aproveitar essa preguiça de terminar o post.

terça-feira, maio 12, 2009

Liniers na Folha de São Paulo


Segundo o blog Universo HQ e o próprio comentário do Liniers no seu blog oficial, tudo indica que suas tirinhas Macanudo também serão publicadas na Folha de São Paulo.

O livro Macanudo já foi lançado em português. Aqui na Argentina já está no sexto livro, fora os especial que o desenhista lança como o Oops, em parceria com o músico Kevin Johanse. Comprei recentemente esse e estou devendo um post sobre.

segunda-feira, maio 11, 2009

das palavras que gosto em argentinês: 1

Quilombo:

(De or. africano).

1. m. Arg., Bol., Chile, Par. y Ur. prostíbulo.

2. m. vulg. Arg., Bol., Hond., Par. y Ur. Lío, barullo, gresca, desorden.



O mais próximo do português seria "zona", aquilo que você diz quando tudo está uma bagunça. Em argentinês também existe a corruptela "bolomqui", que é quilombo ao contrário.

domingo, maio 10, 2009

El niño pez

Confesso que a cada filme argentino que vejo, menos tenho vontade de continuar dando chance pro cinema platense.

Aquela ideia que nós brasileiros temos de que o cinema argentino é super inteligente e sensacional é um tanto quanto enganosa. Anualmente, pouquíssimos são os lançamentos que realmente valem a pena.

Parece que há uma dificuldade de se encontrar um meio termo entre uma superprodução comercial e um filme pretensamente intelectual. Faltam aqueles filmes como os brasileiros Estômago e o Cheiro do Ralo, que preenchem exatamente essa faixa.

"El niño pez" é da mesma diretora de XXY, que contava a história de uma menina hermafrodita. A atriz também é a mesma, Ines Efron, que agora interpreta uma adolescente apaixonada pela sua empregada paraguaia e que acaba se envolvendo em vários crimes por causa desse amor proibido.

A atriz que interpreta a paraguaia, a Emme, está ótima no papel. O engraçado é que uma vez acompanhei uma gravação dela, que apresentava o programa Charged no FX, e ela chorou por não conseguir falar um simples texto decorado. O mundo dá voltas.

O problema do "El niño pez" é o mesmo do cinema argentino. Cinema feito pra meia dúzia de intelectualóides que vão ver duas meninas se beijando e falar que é puta filme polêmico e transgressor. Uma trama arrastada, uns diálogos meio tronhos e causados de uma vontade de dormir depois de 20 minutos de filme.

Pouca coisa acontece no começo e a coisa vai se arrastando por infindáveis minutos. Como dizia o meu professor de roteiro: se eu quero ver o lado entendiante e feio da "realidade" não vou pro cinema, mas basta ir na Costanera ver um tiozão fazendo um choripan.

sábado, maio 09, 2009

Colectivos de Buenos Aires

Buenos Aires é uma cidade linda e tudo mais, com uma arquitetura invejável. Passear por suas ruas planas é um exercício realmente prazeroso por culpa da paisagem das construções.

Porém, quando você olha para a ruas, a magia a acaba por completo. Ao contrário do brasileiro que é apaixonado por carro, como dizia a propaganda da Ipiranga, o argentino parece que tá cagando e andando pros seus veículos automotores.

Você vê uma frota de carros velhos e descuidados e principalmente ônibus. Achar essas ruínas ambulantes charmosas, é ver poesia demais em qualquer lugar, meus caros!

A maioria dos "colectivos" é feia por fora e por dentro, onde bancos destroçados e de madeira fazem você se sentir numa viagem a uma cidadezinha do interior do sertão nordestino. Trash mesmo.

Aqui uma galeria dos busões idosos que andam normalmente pela cidade. Repare que até mesmo nas fotos dá pra ver o quanto eles poluem!

Ai, que saudade do meu Ahú-Los Angeles de Curitiba!



* O ônibus da foto do título do blog é o 152, o integrador da cidade, que liga Olivos até a Boca. Uma das poucas linhas sem cacarecos!

quinta-feira, maio 07, 2009

9MM Docs

Estive envolvido nas últimas semanas na produção do 9MM Docs, um especial da Fox sobre a série 9MM: São Paulo.

Depois de muita encheção de saco por minha parte, finalmente ganhamos luz verde para poder fazer os roteiros, editar as entrevistas, bastidores, cenas da série e por último a gravação com um dos atores, o Nicolas Trevijano, que interpreta o personagem 3P em 9MM.

Foi um trabalho bem cansativo, mas ao mesmo tempo prazeroso. Mesmo estando na Fox faz dois anos, foi a primeira oportunidade de produzir contéudo, e não promos ou interstitials, e por isso a expectativa era grande.

Talvez por pura ignorância da minha parte, também fiquei surpreso com o número de gente envolvida na produção de um "simples" programa de meia hora.

Enfim, o resultado dessa minha empreitada como roteirista de TV você poderá ver na FOX esse domingo, dia 10, às 22hs ou na quinta 14, às 23hs logo depois da estréia do novo episódio da série 9MM.

segunda-feira, maio 04, 2009

Top 10 músicas do rock curitibano

Vendo tantas listas de música por aí, senti falta de uma sobre o rock de Curitiba.

Resolvi por a mão na massa. Pedi para 25 pessoas que entendem da cena local me mandassem uma lista com aquelas que consideram ser as melhores músicas do rock curitibano dos anos 00.

O critério de desempate foi a quantidade total de votos das bandas, somadas as menções de outras músicas.

Para baixar o TOP 10: http://www.zshare.net/download/59754930730c360d/

Esse foi o resultado:

1. Irís - Cachorro Magro (6 votos)
A banda do onipresente multi-instrumentista Igor Ribeiro foi a grande campeã da votação e não é para menos. Igor é um dos compositores mais talentosos da cidade, tendo participado de inúmeros projetos e grupos.

"Cachorro Magro" é uma baladona low fi, com uma vocal meio preguiçoso e uma letra simples, porém brutalmente direta, que alterna momentos calmos com explosões de guitarras. A canção ganhou uma interessante releitura do Terminal Guadalupe no cd "A marcha dos invisíveis". Pedi para que o Igor falasse um pouco da música:

"A letra é uma parceria minha com o rubens k. a música eu já tinha , pra uma outra letra em inglês, que foi descartada. O arranjo original era pouca coisa diferente, mas a música ja tava toda ali, só foi lapidada.

A gente não pensou muito quando estava fazendo. É sobre a vida vira-lata, marginal, sem muitas expectativas. A história de um cão vagando pelas ruas (um cão-humano) que se deixa levar pelo que acontecer a mercê da sorte ou azar. O que vier tá bom, sabe?"

2. Terminal Guadalupe - Burocracia Romântica (5 votos)
Talvez a banda independente de Curitiba mais conhecida no Brasil, o Terminal Guadalupe recentemente anunciou seu fim, mas pelo que tudo indica foi só uma pausa. Uma nova formação já esta a caminho sob a batuta do vocalista Dary Jr.

Burocracia Romântica é exatamente a canção que fez a banda nascer.

O próprio Dary explica melhor:

"O grande amor é aquele que não deu certo". Foi a partir da definição de Jamil Snege (1939-2003) que surgiu o conceito da canção "Burocracia Romântica", faixa-título do primeiro ábum do Terminal Guadalupe, trilha sonora de curta-metragem homônimo. Eu ouvi a frase da boca do próprio escritor, naquela que seria sua última grande entrevista, em 2002.

O tema da impossibilidade ou renúncia é recorrente nas relações afetivas, daí o motivo pelo qual - acredito - a música desperte alguma identificação. Assumir fraquezas, como a letra explicita, está longe de ser engodo ou irrelevante. É coragem mesmo. E é para poucos. Os versos se bastam. Imagem, sabemos todos, nada é"

3. Mosha - Spacemen (5 votos)

O Mosha é a mais perfeita tradução do britrock de qualidade feito em Curitiba. Um baixo poderoso, uma guitarra espacial a la The Edge, batidas seguras e linhas vocais que lembram desde Verve a Paul Weller.

Spacemen era puro "e-bow", um aparato que dá um efeito de prolongamento das notas. Seus acordes foram ouvidos desde o porão da banda no Jardim Social até terras inglesas, sendo trilha sonora da abertura do programa Ciclojam. A banda que deu uma pausa de 3 anos, voltou recentemente aos palcos com uma nova formação. Curitiba agradece.

4. Poléxia - Aos garotos de aluguel/Melhor assim (4 votos cada)

As duas canções empatadas em quarto lugar são prova cabal da qualidade e regularidade do grupo. Somando todas as canções mencionadas, a Poléxia foi de longe a banda mais votada de todas: 15 votos no total com 8 músicas diferentes indicadas pelo júri.

O quarteto de Rodrigo Lemos e companhia já lançou singles, gravou cd acústico, conseguiu ser um dos mais vendidos da FNAC e recentemente lançou seu segundo cd "A Força do Hábito", com faixas produzidas por John do Pato Fu e participação da Vanessa do Ludov. Nada mal.

Rodrigo Lemos fala sobre "Ao garotos de aluguel":

"É, provavelmente, a música mais ingênua que poderia ter saído naquela época (por volta de 2003). Eu, de fato, passei por essa situação que a canção narra e até hoje fico um pouco constrangido em admitir que tudo gira em torno de um refrão engraçado. Acho que é o que torna a música leve, no final das contas...".

5. Charme Chulo - Polaca Azeda (4 votos)
O grupo que junta Smiths com a roça pode ser acusado de qualquer coisa menos de não ter originalidade. O Rock caipira é a praia do Charme Chulo, que somando todos os votos recebidos foi a segunda banda mais mencionada pelos nossos jurados: 11 votos.

Polaca Azeda exprime exatamente isso. Já começa com uma viola sendo destroçada no começo para depois cair no maior fuzuê de indie com o pé no estábulo. Tião Carreiro nunca foi tão moderno!

6. Oaeoz - Dizem (4 votos)
É justo a música menos rock e mais singela do Oaeoz a mais votada da banda. Com uma letra sensacional de Rubens K, cordas e um dueto vocal certeiro de Ivan dos Santos com Edith de Camargo, "Dizem" exprime como poucos uma angústia da vida moderna sem cair em clichês e mesmice.

A banda que já tem 12 anos de carreira emplacou outras músicas na votação, sendo a terceira mais votada no total.

7. Wandula - Sad Days (4 votos)

"Sad Days" da poliglota banda Wandula é outra música que consegue ser rock sem ser muito guitarrenta. Liderados por Edith de Camargo, a banda já tocou até na Suiça. Possuem uma sonoridade única no país, que faz inveja qualquer Yann Tiersen.

8. Charme Chulo - Mazzaropi Incriminado (3 votos)

A segunda banda mais votada emplacou outra canção. Não é só o som e as roupas que são caipiras no Charme Chulo. A temática vai de Dalton Trevisa até Mazzaropi. Um clássico.

9. Ruído/mm - Praieira (3 votos)

Pra uma banda de música instrumental entrar na lista é porque os caras são bons mesmo. E não são só as 6 pessoas que votaram neles que dizem isso, mas toda a crítica que escolheu "A praia" como um dos melhores cd's de 2008.

10. Relespública - Nunca Mais / Bad Folks - Big White Chase (3 votos)
Empatados com 3 votos e 5 menções totais, ambas as bandas não poderiam ficar de fora. O Relespública é a que chegou mais longe no pequeno mundo alternativo curitibano, sendo até contratado por uma grande gravadora. Já o Bad Folks fez turnê até na Europa. Não é mole não.

Aqui a lista das 25 pessoas que votaram:

1. Ivan Santos (De Inverno /Oaeoz)
2. Abonico Smith (TVE/ Mondo Bacana)
3. Adriane Perin (Jornal do Estado)
4. Digão Duarte (Folha de Londrina)
5. Cristiano Castilho (Gazeta do Povo)
6. Guga Azevedo (Lumem / Subtropicália)
7. Rodrigo Lemos (Poléxia/ Sabonets)
8. Mariele Loyola (Cores D Flores / 91 Rock)
9. Giancarlo Rufatto (Hotel Avenida e solo)
10. Marcelo Urânia (blog Estranho Caminho)
11. Lielson Zeni (Colunista Bonde)
12. Claudinha Bukowski (Copacabana Club)
13. Heitor Humberto (Heitor e Banda Gentileza)
14. Rômulo Machado (Mosha)
15. Igor (Charme Chulo)
16. Túlio Pires Bragança (Aires Buenos/ex Johnz)
17. Leo Vinhas (jornalista)
18. Murilo Basso (Scream and Yell)
19. Neri Rosa (Último Volume)
20. Andre Sakr
21. Denis Pedroso (In new music we trust)
22. Marcelo Costa (IG / Scream and Yell)
23. Tiago Agostini (Rolling Stone)
24. Fernando Souza (blog do Fernando Souza)
25. Duda Schwab (jornalista)

* Esse Top 10 sai bem no dia do falecimento do Emerson Gus Macedo, guitarrista de bandas curitibanas como Loaded, Sofia e Góticos for fun. O Sofia ganhou exatamente um voto na enquete, justo o que eu dei para a belíssima música "Nada" que simplesmente acho demais. Lembro que um dia até conversei com ele sob a possibilidade do Johnz fazer um cover na época. Não era muito amigo do cara, mas bati altos papos no V.U. e nas Livrarias Curitiba com ele. Vai com Deus, rapaz.

Devolvam o dinheiro ao taxista.


Santiago Gori era apenas mais um taxista que ganhava a vida levando passageiros pelas trocentas ruas diagonais de La Plata.

No dia 22 de abril um casal entrou no seu táxi e acabou esquecendo uma mochila com "apenas" 130 mil pesos. Antes que você pergunte o que carajo pessoas fazem com essa quantidade de dinheiro na mão, eu respondo: isso é normal no país onde o sistema bancário é atrasadíssimo e ninguém confia em banco.

Pois bem, o taxista achou tal mochila que tinha o nome do dono por dentro, foi para casa procurar na lista telefônica um telefone de contato e conseguiu achar o imbecil que anda com 130 mil pesos na mão e devolveu toda a grana.

O cara virou um semi-herói nacional num país onde canalhas e golpistas abundam a cada esquina e a lei de Gerson vale mais que no Brasil.

Fizeram até um site sobre o cara, o Devolve la Guita, onde você pode fazer uma doação de qualquer coisa para compensar tamanho ato de honestidade. Tem gente doando aulas de ski em Bariloche, conserto de computador, um milhão de beijos e uma churrasqueira. Eu doei "aulas de português" para que o taxista possa atender melhor os turistas brasileiros que visitam La Plata.

Faça sua doação: http://www.devolvelelaguitaaltaxista.com/

Em La Plata, peça pro taxista Santiago te levar para a belíssima catedral
e suba na torre que tem vista para a cidade inteira.

Oasis em Buenos Aires


Parece que os caras nem são os mesmos. A maturidade está deixando os irmãos Gallagher mais polidos e simpáticos.

Essa foi a impressão que tive ao ver meu segundo show do Oasis aqui em Buenos Aires, o primeiro tinha sido em 2006 no Campo Argentino de Polo.

Dessa vez foi no Monumental de Nuñez, que estava decepcionantemente vazio com "apenas" 45 mil pessoas.

Eles entraram mais que pontualmente, dois minutos antes do que estava marcado e já engataram "Rock and roll star". Daí pra frente só foi hit atrás de hit, com um agito bem menor para com as músicas ainda desconhecidas do último cd "Dig Out your soul".

O palco não é grandioso mas é muito inteligente. Quatro telões retangulares que alternam imagens dos músicos no show e pré-selecionadas de cada música. Quando cada um dos 4 músicos, tirando o baterista, é colocado em cada telão fica uma coisa apoteótica.

Liam incrivelmente brincou com a platéia e pediu o agito das pessoas que estavam longe nas arquibancadas, já Noel foi nostálgico e já no bis lembrou de que esteve no estádio do River Plate há 20 anos, quando era roadie do Inspiral Carpets.

Um show honesto, sem elogios eloquentes mas nenhuma crítica. Muito destaque para os clássicos do primeiro e do segundo cd, inclusive com a inesperada Slide Away, deixando de lado sem tocar nenhuma canção de "Be Here Now" e "Standing in the shoulder of Giants".

O novo baterista Chris Sharrock parece que cumpre bem seu papel, mas eu como fã da formação mais clássica, ainda sinto saudades das rufadas no tambor que só o Allan White fazia.

Aqui o set list:

Fuckin´ In The Bushes

Rock ´n´ Roll Star

Lyla

The Shock Of The Lightning

Cigarettes & Alcohol

The Meaning Of Soul

To Be Where There´s Life

Waiting For The Rapture

The Masterplan

Songbird

Slide Away

Morning Glory

Ain´t Got Nothin´

The Importance Of Being Idle

I´m Outta Time

Wonderwall

Supersonic

Don´t Look Back In Anger

Falling Down

Champagne Supernova

I Am The Walrus

sábado, maio 02, 2009

Café de Las Violetas

O Café de Las Violetas é um primo distante, mas não pobre do Café Tortoni. É menos conhecido dos turistas exatamente por não estar no centro, mas sim em Almagro, na esquina da Avenida Rivadavia com a Medrano.

Os dois estão entre os cafés mais tradicionais de Buenos Aires, com uma arquitetura lindíssima. O Tortoni foi fundado em 1858, já o Las Violetas mais tarde em 1884, com uma inauguração tão importante que até o presidente argentino estava presente.

Ao contrário do seu primo, Las Violetas é bem mais claro, com janelas gigantescas que dão para rua, belos vitrais e umas colunas de mármore. Os garçons estão todos com terno e gravata e o ambiente é de puro requinte. O mousse de chocolate de lá é um pouco caro, mas vale a pena provar. Foi um dos melhores que já provei na vida.

O melhor de não estar cravado no centro é poder tomar tranquilamente seu café-da-manhã, sem horas de turistas entrando e enchendo o saco com fotos e flashes, além de uma enorme fila para entrar que às vezes se forma no Tortoni. Uma bela alternativa para quem quer evitar o turismo clichê de Buenos Aires. Ahh, bom constar que tem um dos banheiros mais limpos e bem cuidados dos cafés da cidade, ponto que muitas vezes passa despercebido.


Guia Óleo

Site oficial (com menu em "portugueis")

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