sábado, janeiro 31, 2009

Jardim Japonês de Buenos Aires


Bem na fronteira entre Recoleta e Palermo, perto dos parques, planetário e zoológico está o Jardim Japonês de Buenos Aires.

Estranho que em 3 anos morando na cidade eu ainda não tivesse ido, mas com a minha irmã por aqui a gente se esforça para ver novas coisas, evitando a milésima visita ao túmulo da Evita. Ô coisinha chata!

Definitivamente é o parque mais limpo e organizado da cidade. Um pequeno jardim invernal com carpas, bonsais, pontezinhas e até mesmo um restaurante, que infelizmente estava fechado pelas férias, dão um clima bucólico que nem parece que estamos em plena metrópole.

É um dos poucos lugares da rota turística em que é preciso pagar, mas são módicos 5 pesos, e comparados aos outros pontos famosos, esse tem bem menos gente. Ideal para quem odeia multidões de gente falando alto.

Tanta limpeza e organização não é a toa. Eu, que achava que o Jardim era apenas outro lugar mantido pela governo, me enganei. A Fundação Cultural Argentino-Japonesa cuida muito bem do lugar e ainda oferece vários cursos grátis ligados à cultura nipônica. Convenhamos que de disciplina os japoneses são mestres!

Aqui o site:
http://www.jardinjapones.org.ar/

sexta-feira, janeiro 30, 2009

O fim da crise?

Pelo menos fim da crise das moedas!

Parece que o governo ouviu a população (e leu o Aires Buenos) e finalmente percebeu que ter maquininha de moeda é coisa que atravanca o progresso. Pessoas que vivem na zona metropolitana de Buenos Aires e tem que pegar mais de um ônibus pra chegar no trabalho tinham que ter até 8 pesos trocados em moedas por dia para poder usufruir do moderno, cheiroso, novo e eficiente sistema de ônibus da cidade.

Depois de 734 anos luz de já existir o cartão eletrônico nos outros lugares do mundo, finalmente ele deve ser implantado em Buenos Aires. Vamos comemorar!

É pelo menos o que diz o La Nación

Para entender o que é uma crise de moedas tem meu post do comecinho desse ano e outro de março de 2008.

YES, WE CAN

Domingo passado, depois de ter batido um baita bife de chorizo com um molho que só o restaurante Manolo pode proporcionar, tomei meu último copo de coca-cola da semana.

Desde então venho evitando qualquer tipo de refrigerante, até mesmo os lights. Minha média diária, pra ser bem otimista, era de 1 litro e meio. Percebi o quanto eu estava trocando a água pela coca e resolvi dar um tempo. Vamos ver até onde vou.

Confesso que a pior parte é o almoço. Coisa mais graça e insossa comer com água. Parece que até o sanduíche fica com menos gosto ainda se é acompanhado só por água. Cadê a coca?

Tudo começou com a minha pseudo-emancipação. Assim que saí da casa dos meus pais, o refrigerante deixou de ser coisa de fim de semana para algo praticamente diário.

É engraçado perceber que o mundo quer que você beba coca. Fui na praça de alimentação do shopping aqui perto de casa sedento por um Whopper Extreme do Burger King. Exatamente na lanchonete que tem como slogan "Las cosas como vos queres" não vende água ou suco no combo. Ou seja, definitivamente as coisas são como eles querem.

- Oi, posso trocar o refrigerante do combo pela água?
- Não.
- Mas eu não quero o refrigerante.
- Se quiser compre uma água avulsa.

Não, na verdade não tive esse diálogo com a caixa. Acabei indo no clássico Arabian's King, uma rede nanica de comida mas que troca o refri do combo por uma água.

O plano é ficar uma semana sem. Falta pouco!

YES, WE CAN!

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Ladrões brasileiros fazem a festa

É mais ou menos isso que informa a notícia do Clarín de hoje.

Turistas argentos, maravilhados com as belezas naturais do nosso país, acabam ficando abobados e sendo presa fácil pros mallandros brasileiros.

Convenhamos que isso não é nenhuma novidade. Infelizmente toda pessoa que viaja a outro país parece ter a palavra TURISTA tatuada na testa de tanto que chama a atenção.

Pelo menos a economia de Santa Catarina fica aquecida, até mesmo a dos criminosos que encontraram um novo nicho.

Debi e Lóide

Depois ainda falam mal do Pelé!

Convenhamos que ele tem amigos mais influentes.

terça-feira, janeiro 27, 2009

Once, but not anymore


Difícil acreditar em relacionamentos quando até um dos meus casais preferidos do mundo pop se separam.

Glen Hansard e Marketa Irglova tinham uma história linda. Ela, uma pianista tcheca, e ele, um músico irlandês experiente da banda The Frames, se conheceram nas filmagens do ótimo Once, onde interpretaram um casal de músicos que pelas idas e vindas dessa vida não ficam juntos.

Se no filme eles não deram certo, na vida real foram um sucesso. Engataram um namoro, o tema do filme tocado por eles ganhou o Oscar de melhor música no ano passado e fizeram uma turnê tocando as várias músicas que foram trilha do filme.

Menos mal que a dupla continuará nos palcos. Os shows marcados estão confirmados e logo logo deverão entrar num estúdio para gravar um novo cd.

Por agora, só bons amigos. Mais aqui.

Changeling

Angelina Jolie como uma mãe desesperada

Mais o cara de Burn Notice como um canalha

Mais a ex-namorada do Michael en The Office como uma louca

E John Malkovich como um pastor presbiteriano

Dirigidos pelo Clint.

Baita filme do tipo dramão para senhoras chorarem. Recomendo!

Não estranharei se a Senhora Pitt ganhar o Oscar dessa vez.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

O fim.

Assisti esse fim de semana a um especial da FOX Sports sobre os campeões da Libertadores, com entrevistas e histórias contadas pelos jogadores. Peguei a parte do finalzinho dos anos 80 até a atualidade.

Obviamente eles ressaltaram mais os campeões argentinos, mas o que mais me chamou a atenção foi a maneira que as histórias eram contadas e os campeões exaltados.

Fiquei pensando na importância que tem o fim de uma história na maneira em que contamos um conto. É como aquela ex-namorada que você amou muito mas no final do namoro pisou na bola bonito. Você sempre vai lembrar dela pela cagada final, não pelos ótimos momentos que teve.

O futebol é a prova viva disso. Joguinhos furrecas se tornam batalhas campais só porque o adversário da final perdeu um pênalti decisivo. Foi assim, por exemplo, com o São Paulo que perdeu a Libertadores de 94 nos pênaltis e transformou o Velez Sarsfield em campeão. Por um mínimo detalhe, toda uma campanha é esquecida. Exatamente nos pênaltis também, que eles conseguiram o título bambi de 92. Porém dessa vez foram guerreiros e gladiadores e o goleiro Zetti um herói.

Também teve o Palmeiras de 99 campeão nos pênaltis com São Marcos, Felipão, Galeano e toda a turma. Em em 2000 ficou em vice porque perdeu nas mesmas penalidades. Mero detalhe que tornou toda uma campanha sensacional de lado. A glória e a imortalidade foram chutadas pra longe pelo Roque Júnior. O que não dizer do Fluminense de 2008 que ganhou jogos de quartas de final e semi-final de forma emocionante, viradas sensacionais e gols no último minuto, além de ter revertido um quadro desolador na final contra o LDU? O quão inesquecível não seria esse título se não fossem tão incompetentes na cobrança de penalidades? O história não perdoa. Ou melhor, o fim da história não perdoa.

Não importa se foi roubado e garfado num jogo final, não importa o quanto você gostou ou amou, o quanto suou para conseguir alguma coisa se você não a conseguir. O final é como um ditador que modifica sem misericórdia a maneira que você conta o passado

Afinal, o que é uma história se não um grande aquecimento e preparação para seu final?

domingo, janeiro 25, 2009

Caminito Havanna

Um dos cartões postais mais famosos de Buenos Aires acabou de se entregar aos "porcos imperialistas"

O Caminito sempre foi pra mim o ponto turístico mais superestimado da cidade. Ok, algumas casinhas coloridas e daí?

A lojinha bem da esquina, que aparece quando você digita Caminito ou até mesmo Buenos Aires no Google, vendia uns artefatos de couro, camisas do Che e coisas para turistas. Hoje quando fui levar minha irmã lá a passeio descobri que ela virou mais uma das lojas da Havanna. Só que com uma diferença muito grande. Essa vai estar presente em milhares de fotos de turistas.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Cassino de Palermo.

O Cassino não é um lugar pra mim. Pela segunda vez adentrei em um e o resultado foi o mesmo: perdi tudo. Sobre a primeira contei aqui.

Dessa fez fui no Cassino de Palermo, que fica exatamente embaixo das tribunas do Hipódromo. Ou seja, se você está procurando um lugar para perder o dinheiro, certamente esse majestoso lugar da Av. Libertador é a melhor recomendação.

Só visitei a parte dos Caça-níqueis, que é bem grandinha. Você desce andares no prédio e encontra um ambiente gigante com um leve cheiro de cigarro, com um mar de gente hipnotizada pelas máquinas de barulhos eletrônicos bizarros. Elas deixam qualquer um louco com aquele som.

Provei minha total incompetência nos "traga-monedas", assim como minha irmã que não lucrou nada. Fracasso completo e irrestrito. Menos mal, assim ninguém da família fica viciado em jogo.

O Bar do Cassino seria até bom, se não fosse a tradicional demora dos garçons argentinos. Os preços são ok e as porções generosas. Valeu a pena a picada vendida por lá.

No final achei um dos vouchers do cassino no chão. Vi que era de 100 pesos e embolsei rapidamente. Até que valeu a pena a visita.

Amigos de Cris

1. Fidel, tentando conseguir outra garota propaganda para a Adidas

2. Chavez e a mão boba

3. Evo e o teste do desodorante

4. Lula e a proteção manual às partes íntimas.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

La duda

Doubt, em espanhol La duda, tem no elenco dois dos melhores atores da atualidade. Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman dão show em qualquer papel que encaram. Prova disso é o papelão de Hoffman naquela comédia "Quem vai ficar com Polly" e a diaba Meryl Streep no "Diabo veste prada". Não importa o gênero, eles destroem.

Em Doubt, Phillip é um padre acusado pela desconfiada freira Meryl Streep de estar tendo um relacionamento inapropriado (entenda-se pedofilia) com um menino da escola católica onde os dois trabalham. Como o título já diz, assim como o sermão inicial do padre explicando como a dúvida pode ser ao mesmo tempo benéfica ou maldita, o filme pretende a todo tempo não provar nada, apenas insinuar. É uma espécie de Capitu eclesiástica. Cada um interpreta uma coisa mesmo que pra mim ficou claríssimo um lado da questão.

Além das ótimas interpretações, ambas indicadas ao Oscar, o retrato dos anos 60, do racismo, da vida dos monges e freira e do pensamento católico na época é muito bem feito. Mas meu amigo, do que adianta tudo isso se a história desanda de maneira incomprensível? O final anti-climax onde uma emoção explode do nada sem a mínima coerência é um verdadeiro deserviço ao filme, que prometia muito, mas caga bonito no final.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Soulsavers.

Uma das coisas que mais gosto na música é que ela não é matemática. Dois mais dois não é igual a 4. Artistas são imprevisíveis, seja isso uma benção ou uma maldição.

Soulsavers demonstra perfeitamente isso. O CD de ótimo nome "It's Not How Far You Fall, It's The Way You Land" lançado no final de 2007 passou 2008 totalmente desapercebido por mim até ontem.

Imagine a união de dois produtores musicais ingleses com Mark Lanegan, o vozeirão do Screaming Trees, mais participações especiais de Jimi Goodwin, baixista/vocalista do Doves, e o senhor folk Billie Prince Billy. Somado a tudo isso, versões de músicas dos Rolling Stones, Neil Young e outras anteriormente cantadas pelo Johnny Cash.

Garanto que ninguém imaginaria que disso sairia um disco quase gospel, com momentos do melhor estilo uplifting adoração variando para climas totalmente soturnos, com baterias marciais e guitarras crescendo como pede todo bom rock de arena.

"Revival", que abre o cd, te leva pro meio de uma igrejinha do Mississipi, onde um hino é cantado de forma lenta pela voz rasgada de arrependimento do Lanegan, acompanhado por um coral desses gospel.

Em "Kingdom of rain", os vocais são divididos com o principal vocalista do Doves. A vibe "louvorzão" cai por terra e o clima fica mais pesado com um dedilhado de violão pra lá de sombrio.

Minha outra preferida é "Through my sails", cover do Neil Young que o Bonnie Prince Billy canta junto, com milhares de efeitos guitarrescos, delay e o escambau.

O que mais posso dizer? Não importa de onde você cai, mas sim o jeito que aterrisa. Fiquem aí com o clip de Revival.

Save your soul now!

http://www.myspace.com/soulsavers

terça-feira, janeiro 20, 2009

Saudades do William e da Fátima.


São em dias como hoje que sinto saudade de ver um Jornal Nacional. Ver aquela mega cobertura da posse do Obama, com belas imagens, enviados especiais, a mancha do cabelo do Bonner e tudo que só a qualidade Globo pode oferecer.

Achei tão pobre a cobertura do Telenoche, o noticiário das 20hs do Canal 13, um dos maiores aqui ao lado da Telefé. Imagens que viviam se repetindo, nenhum correspondente, vários logos mal escondidos da Fox News e até o absurdo de uma reportagem legendada da BBC, com direito aos âncoras deles e tudo. Tão pobre, tão ruim, tão não histórico como esse momento pedia.

É o mesmo sentimento que tive durante a Copa do Mundo, as Olimpíadas e até mesmo na corrida de F1 que definiu o campeonato no ano passado. São momentos que te jogam na cara o quanto você é extrangeiro e o quanto aquilo que é normal pra todos, é uma verdadeira bosta pra você.

Estou cansando da Argentina aos poucos e dessa coisa de ver problemas em qualquer detalhe da vida. É o caixa do supermercado lento, a inflação bizarra, o garçom demorado, a burocracia crônica e uma lista infindável de defeitos, que basicamente dão vida a esse blog. Mas sabemos muito bem que o defeito maior de todos não são eles, sou eu mesmo.

Selo Movistar

Em tempos de crise mundial econômica e uma crise ainda mais profunda do negócio musical, a Movistar (braço de telefonia celular da Telefônica) lançou na Argentina seu selo musical. O selo começou no ano passado na Espanha, terra da empresa, e pretende estar presente em outros 11 países latino-americanos. A notícia eu vi no Zona Indie.

O site (http://www.sellomovistar.com) parece um mix do Myspace com um Tramavirtual, com a diferença que alguns artistas podem assinar um contrato fonográfico com o site.

Enquanto gravadoras e artistas viram seus lucros cairem absurdamente nos últimos anos com a pirataria e a troca de arquivos sem limite na internet, as grandes empresas de celulares, ao contrário, foram as que mais lucraram com isso. Baixar músicas, tons de celular e essa coisa toda parece ser um ramo bem lucrativo e a Telefônica está investindo pesado. Aqui na Argentina mesmo o novo cd dos Babasónicos e o da volta dos Fabulosos Cadillacs, banda que acho um cocô, foram lançados antes para celular e só depois no formato cd.

Talvez eu não faça parte do público alvo desse selo já que as bandas assinadas por ele até agora são fraquíssimas. Veremos do que eles serão capazes!

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Aires Buenos no Scream & Yell

Acabei de ver que o Aires Buenos ficou em quinto lugar na votação dos melhores blogs do ano de 2008 do site Scream & Yell.

Tivemos um crescimento sensacional! No ano passado tivemos um simples voto, já nesse foram 4!

Meu muito obrigado a todas as 4 pessoas que votaram! Fico muito contente, ainda mais sendo um blog sem foco e com pouquíssimas pretensões de ser hype. Apenas minha vida em Buenos Aires, nada mais. E veja bem, ficamos só 3 votos atrás do Lúcio Ribeiro!

Veja os outros vencedores aqui. Aproveite e veja os vencedores na categoria cd, cinema e shows.

27.

Quando você faz 27 ninguém fala que você ainda está muito novo. Pelo contrário, a maioria avisa que os trinta estão chegando e é melhor se preparar. Pergunto: preparar para quê?

As ligações são poucas. Somente a dos mais chegados e ponto. A modernidade líquida está aí, conectando todo mundo e deixando esse gostinho que estamos perto. Mentira, ela só permite que continuemos assim: longe.

A festa não tem bolo, nem chocotorta, mas vários amigos e uma discotecagem que varia do indie anos 80 até uma cumbia com espasmos de modernidade. Massa. Você só bebe o suficiente para estar "alegre", nada além. Já aprendeu com o tempo o quanto é chato um bêbado e o quanto é pior uma ressaca de whisky que dura o day after inteiro.

Outras coisas você também aprendeu. Ou por porradas da vida ou por osmose de tanto ouvir falar em sábias bocas alheias. "Toda escolha é uma renúncia" e "Quem quer faz, não manda", por exemplo. Ultimamente parece um entusiasta do lugar-comum. Afinal certas frases só chegaram a esse status porque fazem todo sentido do mundo.

Você olha pra trás e vê que certas decisões foram bombásticas, já outras acertadíssimas. É fato, trabalhar sem terno é uma conquista. Fazer aquilo que gosta é outra, para poucos. O que dizer então de nunca ter usado uma tabela periódica nos últimos 10 anos? Há razões para comemorar!

Fica aquele sentimento que realmente o ano começou e de que certas coisas precisam ser feitas, não dá mais para adiar. Quem sabe voltar para o Brasil de vez. Gravar decentemente aquelas canções perdidas no HD. E definitivamente terminar o projeto de livro de contos, interpretando assim um papel mais clichê impossível: o de aspirante a escritor buscando publicação. Quem sabe mais um capricho pessoal, mas e daí? Convenhamos que só precisamos de ar, água e comida, o resto é puro capricho.

La cola de la temporada

No fim da tarde de ontem quatro canais de notícia ao estilo Globonews transmitiram a finalíssima do concurso "A bunda mais bonita da temporada".

O concurso, que dizem ser bem tradicional, foi realizado em Mar del Plata e milhares de pessoas iam a loucura com as competidoras.

A ganhadora, uma moça chamada Luli, criou uma certa polêmica já que havia outras belas bundas na competição. Os 5 jurados especialistas no tema não foram unânimes. Além do mais, se você olhar bem tem uma mancha ali, uma do tipo que você tem na pele quando chupa picolé de limão na praia e deixa escorrer.

El baño del Papa

Demorou para "O banheiro do Papa" entrar em cartaz aqui na Argentina. Esse filme uruguaio de 2007 só agora chegou e exatamente nos Cinemas do Incaa, Instituto Nacional de Cinema e Audiovisual que exibe filmes argentinos e latino-americanos sempre com preços abaixo do mercado.

Fui lá com minha irmã no Complexo Tita Merelo, um cinema com cara de anos 60 a uma quadra do Obelisco, para poder comprovar todo o frenesi que tinha escutado sobre ele. Além do mais, um dos diretores desse é o uruguaio Cesar Charlone, o diretor de fotografia da maioria dos filmes do Fernando Meirelles.

É tudo bastante divertido, mesmo sendo tão trágico e baseado num fato real. Em 1988, o papa João Paulo II faz uma espécie de uma mini-missa na cidadezinha de Melo, no Uruguai. A imprensa e os moradores especulavam que milhares de pessoas comparecerão ao evento, uma verdadeira chance de progresso pra região. Assim, uma verdadeira onda de empreendedorismo invade a cidade. Todos os moradores se animam e começam a pensar em como podem sair lucrando com tamanha multidão.

Beto, o protagonista, que vive de contrabandear comidas e quitutes brasileiros para as vendinhas da cidade uruguaia tem uma brilhante idéia. Essa gente toda que vem pro evento do Papa certamente precisará usar banheiro. Então, por que não construir um banheiro para esse povo?

"El baño del Papa" me lembrou bastante os filmes do argentino Carlos Sorín. Seus personagens humildes e seus planos, que mesmo parecendo tão simples trazem tanta mudança em suas vidas, conquistam o espectador quase que instantaneamente. É exatamente o tipo de cinema que mais gosto.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Piscinão de Ramos Portenho.


O prefeito Maurício Macri inaugurou o Piscinão de Ramos portenho. Na verdade, são dois e tecnicamente nem piscinão é. Não rola mergulhar e pegar uns jacarés, só aproveitar a areia. (Ou seja, o título desse post é totalmente falso e apelativo).

Basicamente é uma grande caixa de areia de criancinhas, que muito em breve vai estar cheia de xixi e cocô de gato, disponível para toda a população de uma cidade.

Pois bem, um dos piscinões fica bem no sul da cidade e o outro no norte, pra todo mundo ter a oportunidade de atualizar o bronzeado e exibir sua sunga. Mais aqui.

Sinceramente? Cada vez mais tenho certeza que argentino parece não entender de praia mesmo. Matéria da Gazeta do Povo diz que eles invadiram o "hermoso" litoral paranaense, conhecido internacionalmente por...

Por que mesmo? Ok, a Ilha do Mel tudo bem, mas viajar milhares de quilômetros para ficar em Matinhos é demais!

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Brasil, pura vanguarda

Brasileiros, orgulhem-se!

Enquando a Argentina exporta formatos televisivos como o CQC, o Brasil vai além! Estamos exportando formatos trabalhísticos!

Há três anos, quando cheguei aqui era raríssimo encontrar um guardador de carro. Agora, com o Mercosul e a Globalização, essa praga está cada vez mais presente!

Recoleta, Palermo e até mesmo o Abasto importaram essa novidade para suas ruas. Guardadores de carros que enchem o saco! Que orgulho! O Brasil fez primeiro, o sucesso espalhou pela nação, com franquias em todas as cidades, e agora ultrapassam as fronteiras! Somos vanguarda em alguma coisa, pelo menos.

Mas nem tudo são mil maravilhas. Parece que os argentinos não aprenderam totalmente o know-how do business de rua. Eles não cobram antecipadamente, intitulando-se os donos da rua como os brazucas, mas esperam civilizadamente (se é possível algum civismo nisso) a espera do dono para efetuar a cobrança.

Uma das outras novidades que ainda não são usadas aqui são o ticket e o comprovante de pagamento. Todo negócio organizado deve ter, não?

Portanto se você brasileiro vir a Buenos Aires e encontrar um cara guardando a rua, encha o peito, solte o grito na garganta e diga "É, é do Brasil!!!".

Life on Mars

Taí uma série com um argumento estranho mas que conseguiu ser ótima.

O cara é um policial em Nova Iorque, sofre um acidente e acaba acordando depois disso em 1973. Lá ele continua com o mesmo trabalho, mas tendo que lidar com os métodos e os colegas daquela época, onde ser policial era coisa pra macho mesmo!

Uma mistura de policial, com ficção científica e com um humor praticamente impossível de ser evitado. Imagina pedir um exame de DNA ou falar de internet em 1973?

Os cenários e o figurino são impecáveis e a trilha sonora é impressionante. Todos os clássicos dos 70 estão lá, pra começar a música do Bowie que dá nome a série.

A versão original foi filmada pela BBC inglesa, mas comecei a acompanhar a versão americana que tem no elenco nada mais, nada menos que Harvey Keitel. O cara é roots!

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Kirchner Superstar

O casal presidencial Nestor e Cristina Kirchner vair uma participação no documentário sobre Hugo Chavez, atualmente filmado pelo poderoso Oliver Stone - o mesmo de JFK.

Ontem o cineasta esteve com o Evo Morales, com quem mastigou umas folhinhas de coca só pra entrar na "vibe" e depois jogou futebol. Lembram do goleiro Zetti? Ele fez a mesma coisa nas Eliminatória para a Copa de 94, coca + futebol, mas acabou sendo pego no antidoping.

Hoje fará uma entrevista com o casal Kirchner, na residência de Olivos, a pomposa casa presidencial localizada na Zona Norte da Região Metropolitana de Buenos Aires. Um luxo.

Enquanto isso, o INDEC, algo como o IBGE brasileiro só que sem a mínima credibilidade, anuncia a taxa de inflação anual de 2008.

Para eles foi 7,2% (mais aqui). Piada pronta, mas que perdeu a graça faz tempo. Não é exagero afirmar que tudo aumentou no mínimo 50% no ano passado. Agora vieram o aumento dos transportes de 30% e da luz elétrica, que na média foi de 400%. Sim, você leu bem, 400% de aumento como afirma o Diário Perfil.

É meus amigos, cada vez mais posso afirmar que a Argentina é linda muito mais para os turistas do que pra quem vive aqui. O resto é isso aí.

Voltando ao projeto do Oliver Stone. Diz a lenda que o Lula também vai participar. O que será que ele vai dizer sobre o companheiro venezuelano?

Eu só quero ver o naipe desse documentário e o que exatamente do Hugo Chávez será dito.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Dig out your soul

Finalmente depois de uns 4 ou 5 anos comprei um cd. Coisa atrasada, não?

Confesso que dava uma dó danada ver aquela minha coleção dos cd's do Oasis incompleta apenas por que faltava o último deles: Dig out your soul. Fui então e adquiri-ô-ô.

Afinal, nada como ter a obra musical física dos seus ídolos máximos que te salvaram do pagode nos idos de 1995 e te ajudaram a conquistar a primeira namorada. Não é só ouvir, é ver o encarte, cheirar aquela fragrância de cd novo, colocá-lo do lado dos outros na estante e se sentir obrigado a escutar o cd até furar, porque você pagou por aquilo e é bom que valha a pena.

A primeira impressão já foi negativa. Encarte sem letrinha! Em tempos de Itunes Store, pirataria, rapidshare e o escambau, nego ainda faz encarte sem letra! A idéia não seria aumentar o mínimo a mais valia do cd em comparação com o mp3? Cadê as benditas letras?

O cd é ok, apenas mais outro do Oasis, com alguns bons momentos e outros apenas razoáveis. Honesto, eu diria. Não mudará nada na minha vida, mas é bom sempre ter por perto. Quem sabe me conquiste com o tempo... Mesmo assim conseguem me cativar com algumas boas canções. "I'm outta time" é uma das melhores e olha que foi composta pelo Liam, o Gallagher menos talentoso.

sábado, janeiro 10, 2009

Burocracia Kafkiana


Saiu finalmente o ganhador do Prêmio de Trâmite mais Kafkiano do México e foi uma senhora quem ora na capital e que que mensalmente precisa conseguir que uma receita seja assinada e carimbada por oito diferentes funcionários do governo, num percurso total que dura 4 dias. Tudo isso para conseguir gammaglobulina (põe no Google) para seu filho doente.

O mais interessante é que esse prêmio, que rendeu 22 mil dólares a ganhadora, foi uma iniciativa do próprio governo mexicano para conhecer os absurdos que eles obrigam o povo passar. Muito bem! Seria ótimo dar um Oscar da Burocracia no Brasil e Argentina. Leia mais aqui.

Lembro do trâmite para fazer o meu DNI argentino (Documento Nacional de Identificação) era resquício da Idade das Trevas. O atendente teve a pachorra de me dizer "Volta daqui a 3 meses" só para eu ter uma assinaturazinha que de alguma maneira validava alguma coisa. Tudo isso para ter um documentozinho com cara de identidade dos anos 40 e com uma foto olhando de lado. Segundo consta, a regra é que não pode aparecer a orelha esquerda na foto se não eles não aceitam. O fotógrafo tinha um poster do time do Boca na parede e ficava dizendo pra mim "Isso, agora olha pro Palermo. 1, 2, 3 e... clic". Bizarro!

Sem contar os trâmites que fui obrigado a fazer para meu visto de trabalho argentino ainda no Brasil, no fim de 2005. Traduções juramentadas, ficha criminal, documentos firmados em cartório e o pedido de 2 certidões de nascimento originais! Sim, imagina a facilidade de conseguir outra certidão original já que nasci e fui registrado lea num cartório em Timóteo, interior de Minas Gerais. Sorte que parentes me salvaram!

O tiro de misericórdia era o carimbo do Ministério de Relações Exteriores do Brasil que todos meus documentos tinham que ter. Carimbo esse que, na época, só se conseguia em Brasília ou no Rio de Janeiro. Ok, você pode mandar por Sedex, mas eles dizem que te devolvem em um mês. Pensa bem! Um mês pra um carimbo! Acabei tendo que viajar até o Rio de Janeiro para conseguir 3 ou 4 carimbos de um burocrata que explodia todos os níveis do clichê possível. Era um velhão gordo, brilhantina no cabelo, voz de Paranhossss do Méier e usava suspensório! Em 5 minutos ele "resolveu" o meu problema.

Dizem agora que a lei mudou e está mais fácil. Será?

* A famosa foto do DNI com o olhar "Além do horizonte"

O Fantasma da Infância.

Taí mais um belo livro do Cristovão Tezza. Editado pela primeira vez em 1994, ele entrou na onda de relançamentos do livro do autor pela Editora Rocco.

Graças a minha semi-obsessão em ler todos os livros do autor, que com seus dois últimos livros "O fotógrafo" e "O filho eterno ganhou muitos prêmios e o reconhecimento mais do que merecido pela crítica e público, faltam poucos para terminar. "O ensaio da paixão" e "Aventura provisórias" estão na lista. Só tenho que comprar da próxima vez que estiver no Brasil.

"O fantasma da infância" tem duas histórias paralelas que aos poucos começam a fazer sentido em toda a trama. Em uma, um escritor (personagem recorrente dos livros do Tezza) responde um anúncio classificadoe acaba sendo sequestrado e mantido em cativeiro em uma luxuosa casa do Jardim Social em Curitiba. Na outra, um bem sucedido assessor político recebe a visita de um velho amigo, que conhece um lado obscuro do seu passado.

Os personagens de Tezza são sempre muito cultos, ou ao menos com aspirações intelectuais, e por isso acabamos lendo e vendo muitos insights e frases inteligentes que nos fazem ver e pensar coisas que sempre estiveram ali e fizeram sentido, mas nunca percebemos. Seria interessante ler o escritor falando de um cara ignorante e sem cultura, só pra ver do que ele é capaz!

Pra mim, um clássico.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Depois da crise, a fome.

Estima-se que já fecharam 300 restaurantes em Buenos Aires nos últimos 5 meses. Some a isso os valores estratosféricos dos aluguéis, em Puerto Madero tem lugar que passa dos 70 mil pesos mensais, mais fiscalização da prefeitura que resolveu ficar mais esperta. Sem esquecer, é claro, da fatídica crise do campo que deixou cicatrizes em toda a cadeia da comida.

É um famoso ciclo putrefato que acaba prejudicando a todos. A inflação come solta, os preços dos restaurantes resolveram escalar o Aconcágua, logo cada vez menos gente vai e assim vai indo.

A maioria dos lugares fechados são de Palermo Hollywood e Las Cañitas, exatamente as regiões que sempre achei que existe mais garçom de mullet do que boca com fome para ser alimentada.

Acho boa parte dessa onda gastrônomica cool que existe por aí puro capricho. Realmente não me interessa pagar quinze mil vezes mais só para sentir o puro sabor da nouvelle cuisine do sul da França na minha boca. Podem me chamar de ogro! Mesmo assim sempre tento curtir meu bife de chorizo a la Wilton no Manolo, meus agnolottis no Hipopótamo e um sushizinho vez ou outra em Palermo. O problema é que isso está ficando cada vez mais raro.

Mais na matéria do La Nación.

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Meu amigo Peter

Como fizemos com o Rap do Stewie, para promover o Family guy, Uma família da pesada, compomos uma música para o Peter Griffin.

Dessa vez foi um rock anos 80 que tem uma onda feliz meio B 52's. Em português quem canta sou eu, em espanhol é o Martin Blanco, colega de trabalho.


Português.


Espanhol

No hay monedas

"No hay monedas". Ver isso escrito toscamente de caneta ou mais caprichado em uma folha impressa é a coisa mais comum de encontrar em qualquer tipo de kiosko, restaurante, sorveteria, pizzaria ou supermercado chino.

Como já falei num post do ano passado, isso afeta a todas as pessoas que precisam usar ônibus (até mesmo esse belo 152 da foto do blog) na Grande Buenos Aires, já que só é possível andar neles pagando com moedas. Não existe o cobrador, figura também em extinção no Brasil, mas sim uma máquina que só aceita moedinhas.

Já cansei de comprar coisas que não preciso só para fazer troco para pegar ônibus. É uma verdadeira merda. Você tem que fazer o cálculo exato e escolher a "coisa-que-você-não-precisa" do preço certo que não dê opção para o comerciante dar um troco em notas. Sim, como a crise é geral, os caras fazem de tudo para evitar dar moedinhas. Pedir gentilmente para que eles troquem uma nota de 2 pesos por 2 moedas é piada. Impensável.

E tudo promete piorar ainda mais, vem aí um aumento. O valor mínimo de 90 centavos será reajustado para 1,10! Que maravilha.

A situação é tão patética, que até o The Wall Street Journal comentou isso. A opção deles seria deixar que empresas privadas também fabriquem moedas. Sinceramente achei meio bizarro.

Se a culpa da falta de moedas é claramente dos ônibus que obrigam todos a guardar seus "níqueis", não seria mais fácil instalar máquinas de cartão magnético, como muitas cidades brasileiras e até mesmo argentinas tem? Engraçado que o metrô de Buenos Aires já tem esse sistema. Poderiam até integrar o mesmo sistema, mas pelo que vejo não há planos para isso.

É tão simples, só falta vontade política. Cris Kirchner, atendei a nossas preces!

terça-feira, janeiro 06, 2009

Tercero? Estás seguro?

Terceiro? Tem certeza?

O campeonato argentino de futebol foi escolhido pela Federação Internacional de História e Estatística de Futebol (IFFHS), que tem um site feio pra porra, como o terceiro melhor torneio de futebol do mundo. Só perdeu pro Italiano e pro Inglês, ficando na frente de campeonatos muito mais estelares como Espanhol, Alemão, Francês e o Português.

Suspeito, não?

A IFFHS diz que a razão do terceiro posto é porque os clubes argentinos foram muito bem em competições internacionais como a Conmebol em 2008.

Peraí, mas não foi o Internacional que ganhou essa copa?

Peraí mais um pouco. A Libertadores não é mais importante? Tirando o Boca, que não vale, quando foi a última vez que um argentino ganhou ela mesmo?

O Brasileirão, coitado, ficou em quinto. Entre outras bizarrices desse ranking chinfrim tá o fato do sensacional campeonato peruano estar na frente do milionário campeonato russo, por exemplo. E o do México estar na frente do da Holanda...

More books on the table

Ando lendo bastante. Entenda-se bastante apenas aquilo que é bastante para mim, não para a média mundial. Garanto que existe gente que lê 10 vezes mais que eu.

Não sei se é saudosismo ou uma busca de raízes, mas os últimos livros comprados tem tudo a ver comigo.

Drummond, que por mais que tenha vivido tantos anos no Rio de Janeiro, não deixou nunca de ser mineiro, itabirano para ser mais específico. Comprei o "Dossiê Drummond" do Geneton Moraes Neto e não pude parar de ler até que chegasse um final. Um frenesi total.

É exatamente na cidade de Santa Maria de Itabira, a poucos quilômetros de Itabira, que meu vô morava e onde boa parte da minha família materna nasceu. Muitos tios e primos meus ainda estão por lá. A maioria acabou indo rumo à Itabira, que comparada a Santa Maria, é praticamente uma metrópole.

Do outro lado, Tezza e Trevisan, da antipática Curitiba para qual ainda sonho voltar um dia. Fico imaginando às vezes se não é uma preguiça mental de imaginar cenários e situações o fato de adorar encontrar lugares conhecidos em seus livros. A simples menção de um trilho de trem em "O maníaco do olho verde" do Trevisan já me transporta ali para o Cristo Rei. Ou falar do Passeio Público traz a idéia de um lugar decadente que um dia, faz bastante tempo, tentou ter um certo charme. Já tenho todos os detalhes em minha cabeça, nem preciso criar nada.

domingo, janeiro 04, 2009

Carnaval argentino.


Argentino não entende mesmo de carnaval, tanto é que já começou ontem em Gualeguaychú a sua "tradicional" festa (atenção para as aspas no tradicional).

Serão todos os sábados e domingos de janeiro e fevereiro, além do primeiro sábado de março. Uma maratona cansativa de festa e carros alegóricos.

Vamos somar os fatos: carnaval por 2 meses, argentinos, ausência da ala das baianas e do mestre-sala e porta-bandeiras e a presença de ritmos étnicos e autóctonos da região?

Peraí, gente. Tem uma coisa errada aí. Uma não, muitas!

Na notícia do La Nación consta que houve manifestações de "No a las papeleras". É a eterna reclamação contra a instalação das fábricas do outro lado do rio, já no Uruguai.

Detalhe básico. No fim de 2005, quando vim pra cá pela primeira vez, já estavam com essa de "No a las papeleras", cortando pontes e prejudicando os turistas que queriam visitar o Uruguai. Nesse tempo todo, já brigaram no Mercosul, Haia e o carajo, a fábrica já foi construída. Dados de ambos governos confirmam que nenhum dano foi feito ao meio ambiente na construção e depois com o funcionamento das fábricas.

Mas a murrinha continua! A reclamação e a birra seguem firmes. Pra que dar o braço a torcer e perceber que talvez seja a hora de parar?

Se pelo menos os protestos fossem como o da Evangelina Carrozo. Aí sim eu poderia cogitar em dizer "No a las papeleras".

quinta-feira, janeiro 01, 2009

2009

Tenho um caso de amor e ódio com a cidade de Santos.

É engraçado notar, depois de morar fora por tanto tempo, o quanto do comportamento das pessoas é coisa do lugar e o quanto é universal.

Uma coisa é fato, por mais que tentem, é impossível ser trazer algum glamour para essa cidade. Seja nas pessoas ou nos lugares, tudo aqui vai primar pela praticidade. Pra que colocar uma roupa mais bonita se eu posso ir de chinelo e regata até a esquina? Pra que fazer um barzinho mais ajeitado e caprichado na decoração se o que o povo quer mesmo é beber? Coloca então mesa da Skol que está tudo resolvido. Faz todo sentido do mundo.

Por outro lado as pessoas são muito mais autênticas e não estão ligando para nada. Deixa eu ser feliz e não me encha o saco. Prova disso são os atentados terroristas estéticos na praia e a total naturalidade em que tudo convive junto. Eu sou isso e pronto!

Muitas vezes reclamo que muitas pessoas de Buenos Aires são extretamente preocupadas com a estética e a moda a ponto de ultrapassar a barreira da futilidade. Santos é o oposto disso!

E pra falar a verdade o show de fogos na Praia do Gonzaga foi até bem caprichado!

Feliz 2009!

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