terça-feira, setembro 30, 2008

Especial Rock de Curitiba: 2 - Mosha

Depois de bandas de Buenos Aires e da Suécia, chegamos a Curitiba. E a primeira banda entrevistada é a que eu mais gosto da cidade: o Mosha.

Cantando em inglês e com evidentes influências do britrock, o auge do quarteto foi no início dos anos 2000, quando a banda lançou seus dois ep's. Eram loops e samples muito bem aproveitados num tempo em que gravar em casa e com qualidade era bem mais complicado.

Desde que, em 2002, o Digão me apresentou a banda em numa coletânea não parei de ouvir. Cheguei a conhecer os caras e participar de umas jams na casa do guitarrista Dado, junto com o baterista Léo Macaco, o vocalista Fricks e o baixista Mário Baena. Uma oportunidade muito legal de poder tocar as músicas dos caras, tocar outros clássicos de bandas que a gente gostava como Oasis, Verve e Paul Weller e claro, falar e falar sobre música.

O fanatismo foi tanto que gravei um cover da música "No one's land" com o Rômulo, baterista da minha banda na época e que agora ensaia com eles um possível retorno.

Chega de babação de ovo e vamos ao papo que tive com o Dado, onde ele fala da evolução das bandas da cidade, da situação atual da banda e do novo cd do The Verve.

1. O Mosha voltará à ativa? Existe algum show marcado, estão ensaiando?

Não sei se vc soube mas o Mario, nosso baixista, faleceu ano passado. Aí deu uma esfriada na banda. Voltamos a nos encontrar eu, o Fricks e o Mola, para retomar o MOsha e chamamos o Rômulo para tocar baixo em umas jams que fizemos.

2. Como a banda começou?

A bando começou em 97, passou por duas fases, uma mais eletrônica e outra mais acústica. Participamos de algumas coletâneas , TV ciclojam e lançamos dois eps. Há dois anos demos um tempo.

3. Você vê alguma diferença entre o público, mídia local e os lugares de shows de Curitiba de agora e de 8, 10 anos atrás? Houve alguma evolução?

Com a minha primeira banda de música própria , o Tessália de 1987, os lugares para tocar eram poucos mas existia um sentimento que a música própria era o caminho a seguir pela maioria das bandas locais. Então o público prestigiava e comparecia em massa em bares com o BLUES BAR. Foi uma época muito boa até 1990 quando fui morar em Londres. Estou meio afastado da cena local, mas o Mosha tocou em vários bares da cidade e me lembro bem do James. Lançamos nossos eps lá. Foi uma fase muito legal, o prêmio FUN, o Basement Music, o Abonico. Hoje o espaço das bandas foi ocupado pelos Djs, mais prático, mais barato, menos problema de espaço, de técnica, de som, etc...

4. Antes havia as coletâneas dos jornais e o Ciclojam. Hoje temos o myspace, youtube e etc. Falta um pouco a cobertura regional?

Acho que não,hoje parece mais fácil mas não sei se é. O difícil é ser notado nesses novos espaços virtuais, mas ainda acredito que nada substitui a banda ao vivo. O Mosha sempre foi melhor ao vivo que gravado. A música ao vivo é uma commodity que nunca vai deixar de existir!

5. Sempre que se fala em Mosha, a música Spacemen é comentada, sendo de longe a mais conhecida. A que se deve isso?

Ao Ciclojam, fizemos o primeiro piloto do programa e duas de nossas músicas foram escolhidas, para abrir o programa HANG BACK e para fechar SPACEMEN !

6. As música dos 2 ep's gravados tinham várias inserções eletrônicas. Existe algo preparado nesse estilo, novas músicas?

Existem alguma músicas que eu e o Fricks fizemos com samplers de baterias , já há algum tempo, mais ainda não gravamos

7. Existe algo que pode ser considerado um som curitibano? Alguma característica comum às bandas da cidade?

Não sei dizer. Como Curitiba é multicultural de forte influência européia, por sua colonização, acho que essa é a característica mais presente no som das bandas locais.

8. Alguma banda da cidade que você gosta?

Tô compondo pela primeira vez sozinho, tenho umas 16 musicas e tô gotando de mim no momento, hehehe...estou meio por fora, tive filho...sabe como é. Mas vi um show da RELESPUBLICA outro dia e os caras estão na ativa com tudo. Só lamento o som do PA sempre ser meia boca, falta técnico, falta técnica, ninguém estuda, sei lá. Acho que sempre foi assim por aqui. O técnico de som era o "cabo-man" que foi promovido, e se o cara sabia o que estava fazendo e tirava um som melhor já ía para São Paulo.

9. Para terminar, o que achou do novo cd do The Verve?

Meio estranho, tô com ele no meu ipod mas ainda não digeri...
Quando o verve acabou, eu vi o primeiro show solo do Richard em Londres em 2001. Achei podre, parecia banda de baile. Tinham até músicas boas, mas a execução... Acho que por isso ele tentou voltar com o Verve, as guitarras são legais , é mais banda, mas dá a impressão que fizeram o disco no estudio, tipo sem falar um com o outro... sei lá... já dizia John Lennon "The Dream is Over", so Move On ...

Site oficial: www.mosha.com.br

Aqui uma música deles no extinto Ciclojam

segunda-feira, setembro 29, 2008

Haja analista!

É por coisas assim que eu digo que esse povo tem sérios problemas psicológicos.

Na província de Misiones, duas irmãs gêmeas namoram o mesmo cara. Ahh e não é a primeira vez que isso acontece. Esse já é o terceiro moçoilo que elas dividem.

La pregunta del millón es cómo resuelven operativamente ir a la cama. “Nunca está una sola con él. Siempre nos acostamos los tres”

Na boa, essa nem Freud explica. Leia mais aqui

Créditos ao Argentinas etc.

domingo, setembro 28, 2008

O novo Voyage.

A moda anos 80 de The Smiths, The Cure, Joy Division e seus correlatos contagiou até as montadoras de carro. Acabam de lançar uma releitura de um clássico da década: o Voyage.

Ele está de cara nova e todo malandrão. Bem diferente, por exemplo, do Voyage GL azul 88 zero kilômetro que meu pai comprou no consórcio na época. Era genial! Eu passeava na avenida da praia de Santos todo faceiro dentro do azulão!

Se essa moda de relançamento de carros vintage pegar eu sugiro o lançamento do novo Monza Hatch. Isso sim era carro anos 80! Nenhum outro traduz melhor o espírito kitsch despojado da época.


sexta-feira, setembro 26, 2008

Menem.

Uma das coisas bizarras na Argentina é que o Menem virou sinal de mau agouro. Mencionar o nome dele é similar a quebrar um espelho, ver um gato preto ou passar debaixo da escada. Dá muito azar.


O ex presidente argentino, famoso nos anos 90 pelas suas largas costeletas e seus romances com belas mulheres, atualmente está meio mal de saúde. Mais aqui.

Conheci essa superstição durante a copa de 2006. Eu trabalhava na Latin 3, meu emprego anterior, e os jogos do Brasil e Argentina eram passados num telão para todo o andar na empresa. Durante a primeira partida do Brasil, os caras colocavam uma foto do Menem no telão, durante o jogo mesmo, para ver se o Brasil perdia. Não deu certo na hora, mas depois acabamos sendo humilhados pela França.

Eu confesso, eu não presto.

Diga o que digam, falem o que falem, mas continuo gostando muito de dinossauros do rock brasileiro como Ira!, Legião Urbana, Nenhum de Nós e etc.

O Kid Abelha, por exemplo. Sempre achei as músicas muito mais ou menos e a Paula Toller um tanto quanto superestimada, mas adoro o acústico deles. Vai entender!

A participação do Edgard Scandurra, o gafanhoto das guitarras, consegue até trazer uma novidade e deixar tragável "Como eu quero". Ele também canta e toca uma versão de "Mudança de Comportamento" do Ira! sem piras de arranjos de cordas ou sopros. Violões e dedilhados bastaram.

A minha favorita de longe é "Grand' Hotel". É tão brega e tão boa ao mesmo tempo. Uma letra tão normal e simples, mas de uma honestidade cortante. Gosto até do cafonérrimo solo de saxofone e da parte que ela canta toda emotiva "Um dia o caminhão atropelou a paixão".

Também tem aquela "Os outros". É super adolescente mas fica difícil não se identificar com a história de uma pessoa que comparar os amores do passado.

Convenhamos que postar sobre a profundidade das letras do Kid Abelha e da emoção de um solo de saxofone não é uma coisa que uma pessoa em estado normal faria. Talvez seja sinal de uma nova linha editorial para esse blog.

Em breve uma resenha do Só Pra Contrariar então!

quinta-feira, setembro 25, 2008

Latino - Amigo Fura Olho.

Foi com muita emoção que vi esse novo clip do Latino, baluarte da nossa música brasileira. Ótima produção, fotografia e uma interpretação de Dennis Quaid de dar inveja. Também temos a estelar participação especialíssima de Daddy Kall, que o Latino intitula de "Capitão musical".

A música é pura poesia e deveria entrar pros anais da literatura brasileira, sendo estudada por doutores e servir de tema de interpretação de texto em vestibulares.

A letra é tão densa que não entendi algumas partes. Peço que os leitores vejam o vídeo, que está com quase 4 milhões de views no youtube, e me ajudem a sanar algumas dúvidas.




1. Latino, sempre muito humilde, dá uma patente militar ao outro cantor quando diz "Daddy Kall, capitão musical". Que fique bem claro que é um título merecedíssimo para Daddy Kall, uma pessoa que sempre fez muito para a música brasileira desde seus tempos no grupo YOU CAN DANCE. Porém não fica claro quem seria o pirata musical, para antagonizar o capitão nesse verdadeiro cruzeiro do bom gosto.

2. Logo depois Latino diz "Essa é pra pensar, hein". Achei estranho, já que toda trajetória discográfica dele é marcada por hinos que levaram multidões a refletir sobre as mazelas da sociedade atual. Se essa era pra pensar, as outras eram pra quê?

3. Em tempos globalizados, Latino cita o conflito sem razão do campo argentino, a crise de Cristina Kirchner e a alta taxa de inflação, quando canta "Amigo, ela já sabia que era loucura toda essa pegação. Mas é que a carne falou bem mais alto que a nossa razão".

4. Mas a parte que menos entendi foi que toda essa briga dos caras era por uma mulher que sofria de sérios distúrbios intestinais, uma diarréia crônica fortíssima mesmo. Isso é evidente na letra "De Ilhabela à Salvador, quantos lençóis ela sujou?". Pô Latino, depois de pegar a Kelly Key você destrói uma amizade por uma mulher toda cagada?

E claro, só pra mostrar um atestado de originalidade do Latino, que em nenhum momento copiou letra, melodia ou até mesmo a idéia do clip, deixo o vídeo da música "Ella y yo" do Don Omar, músico reggaetonero de Porto Rico .

quarta-feira, setembro 24, 2008

A cabeleireira deprimida.

Para muitos brasileiros, cortar o cabelo na Argentina é uma aventura cheia de adrenalina. O risco de entrar no cabeleireiro com o cabelo grande e sair com o mullet é real e muitas pessoas adiam esse momento o quanto for possível.


Desde 2006, quando cheguei, devo ter cortado umas 4 ou 5 vezes. A maioria delas com a mesma senhora boliviana de um salãozinho aqui do Abasto. Corte honesto por poucos pesos. Fui hoje lá no salão e a senhora de sempre não estava. Quem me atendeu foi uma outra, também da Bolívia.

Não sei que tipo de mutação sofro já que me transformo numa criatura simpática com as pessoas que cortam meu cabelo. Sei lá, o fato da pessoa ficar ali tanto tempo trabalhando na sua cabeça e você ficar calado é meio estranho. Sempre puxo uns papos.

Hoje, conversa vai conversa vem, a cabeleireira me conta que está de saco cheio de ser imigrante e tratada como merda. Antes ela morava em Londres, onde tinha dois empregos: cabeleireira e faxineira. Lá ela conheceu vários brasileiros com quem trabalhou e etc e etc. Comento do caso do brasileiro que foi assassinado lá pela polícia e que estão fazendo um filme sobre isso.

A dona Beth não estava nos seus dias mais felizes e só comentava o quanto é triste morar longe da família e que nem sempre vale a pena, coisa que concordo plenamente. Eu bem que tentei levantar o ânimo e contar coisas boas mas aí ela vem com a história mais baixo astral da semana.

Enquanto ela trabalhava lá, um dos brasileiros que ela conheceu acabou sendo atropelado, entrou em coma e depois morreu. Só que ninguém tinha nenhum contato do cara e demoraram uma semana para avisar da morte pra família dele, que era de "Copacabana", segundo ela. Nem os parentes e nem os amigos tinham dinheiro o suficiente pro traslado do corpo e o cara foi enterrado como indigente.

Super emocionante ela contar essa história pra quem mora longe da família como eu e muitas vezes sofre de banzo também.

Pelas dúvidas, se acontecer alguma coisa comigo, podem avisar minha mãe. Ela tem orkut!

Argentinos falam espanhol.

Olha, eu juro que tento ser compreensivo e entender as pessoas. Faço o possível para não julgar, não ter preconceito contra a burrice e não tirar conclusões precipitadas.

Por isso vou responder com muita paciência a pessoa que chegou a esse blog digitando no Google "que língua é falada em Buenos Aires".

Amigo, a resposta é espanhol, mesmo que seja impossível entender o que os cumbieros falam.

Espero ter sido útil. Servimos bem para servir sempre.

terça-feira, setembro 23, 2008

Peter Capusotto

Peter Capusotto é algo como um Chico Anísio para jovens na Argentina. Seus vários personagens tiram sarro do mundo artístico em geral, mas principalmente da música.


Seu programa na TV Pública é um fenômeno cult e seus vídeos invadem o youtube depois de cada episódio semanal. Recentemente ele também começou outro programa no VH1.

Demorei para achar engraçado já que é preciso entender muito o contexto argentino para dar risada. Entre seus vários números, o meu preferido é o do emo, que tem um myspace e vê poesia e tristeza em tudo e o Micky Vainilla, um cantor super racista que odeia os pobres e canta as letras mais absurdas!

Aqui dois vídeos.




Cinema brasileiro em Buenos Aires

Como postei faz alguns dias, estava rolando um Festival de Cinema Brasileiro lá no Abasto.

Mesmo apoiado pela Embaixada do Brasil, o festival teve uma péssima divulgação. Ninguém ficou sabendo dele e as sessões estavam mais vazias que a minha geladeira em fim de mês..

Parece que nossa brasilidade aumenta quando estamos fora do Brasil. Isso não significa que saío sambando de sunga na rua, mas sim que valorizo muito mais certas qualidades do Brasil que antes passavam despercebidas. Vai entender!

Além de "Meu nome não é Johnny", do que já falei antes, vi os seguintes filmes:

1. Sem controle.

É estranho ver o Eduardo Moscovis em um filme, mas o cara atua bem. Para contar a história do Motta Coqueiro, o último brasileiro morto pela pena de morte na época do império, o filme mostra um diretor de teatro transtornado após o fracasso de sua última obra.

O recurso lembra um pouco o filme "Adaptação" do roteirista Charlie Kaufman. Nele, para falar da história de um caçador de orquídeas selvagens, mostram as dificuldades do cara que está adaptando essa história para um filme.

Funciona muito bem em Adaptação, mas em Sem Controle fica uma coisa estranha. O filme praticamente muda de gênero do meio pro fim e que assiste não está preparado para isso. De repente uma história normal se transforma num conto de terror. Ainda não cheguei a conclusão se gostei ou não. Mesmo assim vale a pena por sair do lugar-comum de filmes históricos.

2. Noel, o poeta da vila.

Biografia mais do que merecida do Noel Rosa. Interessante, mas um pouco arrastado. Talvez um gringo que nunca ouviu falar de Noel Rosa antes tenha dificuldade de entender certas coisas.

Participação escondida do Otto e de um surreal Supla com cabelo preto normal e engomadinho, no papel do Mário Lago.

3. Cidade dos homens

Filme que mais ou menos encerra a série que passava na Globo, com os carismáticos Laranjinha e Acerola.

Cidade dos Homens é uma bela resposta para esses tempos onde todo mundo reclama que filme nacional só tem favela e Rio de Janeiro (preparem-se porque ainda vem aí outro filme sobre o ônibus 174, episódio um tanto quanto superestimado da nossa história mas beleza).

Uma história original, bem fechadinha, que casa muito bem os dramas pessoais dos dois protagonistas com a situação do morro onde eles moram. De longe o melhor filme dos quatro que vi no festival.

Concluindo:

Para quem fala mal do cinema nacional, dê uma olhada nos outros países. Ainda acho que estamos dando um banho de originalidade com ótimas histórias com filmes como "Tropa de Elite", "O ano que meus pais saíram de férias", "Saneamento Básico", "O Cheiro do Ralo", "Cidade dos Homens". Sim, defeitos existem e muitos, mas calma lá.

Aos poucos vamos melhorando! Estou fazendo a minha parte estudando roteiro!

segunda-feira, setembro 22, 2008

Who killed Harry Houdini?

Um dos favoritos da casa, a banda I'm from Barcelona, acaba de lançar o seu segundo cd, com o título de "Who Killed Harry Houdini?".

Numa entrevista que fiz em maio com o vocalista da banda sueca de 29 integrantes, ele já adiantava que o novo cd estaria mais obscuro que o primeiro "Let me introduce my friends".

Em "Who Killed Harry Houdini?" a banda perde muito da sua alegria excessivamente irritante e, em algumas músicas, chega a namorar a melancolia. Mas no que perderam em felicidade, compensaram em densidade de letras, climas e melodia.

As composições continuam com aquela mescla de ingenuidade e ironia, porém os refrões são menos apoteóticos como antes. A voz agora é usada mais como um instrumento extra do que simplesmente para cantar, algo a la Beach Boys da escola musical do Brian Wilson.

Mesmo mais deprimidos, I'm from Barcelona continua valendo muito a pena. O segundo cd não é amor à primeira vista como o outro. É preciso umas duas ou três escutadas para eles me conquistarem de verdade. Minhas preferidas são a sombria "Music Killed me", "Andy" que tem um coralzão e um clima de arrepiar e "Headphones" com seu xilofone mortal e a letra que qualquer um que já pôs um fone de ouvido e esqueceu do mundo irá se identificar.

A primeira "música" com clip é Paperplanes, talvez a que mais se pareça ao primeiro cd.

I'm from Barcelona - Who Killed Harry Houdini está mais do que recomendado. Obrigatório!

Myspace: http://www.myspace.com/imfrombarcelona

domingo, setembro 21, 2008

Especial Rock de Curitiba: 1 - Intro.

Depois de entrevistar 4 bandas da Suécia e outras 4 da Argentina, por que não entrevistar bandas que eu realmente conheço aqui? Essa é a idéia do Especial Rock de Curitiba.


Entre 2003 e 2005 tive banda por lá e pude viver as dificuldades e as particularidades da cena da cidade. Agora, três anos depois, a curiosidade de saber se algo mudou, progrediu ou até mesmo piorou na cidade, me motiva a entrevistar essas bandas com as quais convivi por algum tempo.

A primeira entrevista da lista é do Mosha. Stay tune!

sexta-feira, setembro 19, 2008

Estrela de um viral.

Em outubro estréia a segunda temporada de Dexter no FX. Para ajudar na divulgação, atuei num vídeo viral da série, que fica linkado numa página com informações sobre as próximas vítimas.

O vídeo faz parte de uma página de jornal fictícia com informações sobre a próxima vítima do assassino. Rola pode mandar pros amigos, personalizando as informações da notícia com dados do amigo é e o que o nome dele esteja escrito na mão do fim do vídeo.

Aqui o link para página que fiz colocando os leitores do blog como vítimas. Reparem no vídeo como simples frases como "Mas como a galera curte a carne" tomam outra perspectiva com a minha atuação que Põe qualquer Denzel Washington no chinelo.

http://gazetamiami.com.br/?ID=m1Mw1HevqFWgZFr

Argentina Facts

Argentina Facts nº 01
Argentinos cagam mais no banheiro do escritório do que os brasileiros.

Argentina Facts nº 02
A média salarial dos cabeleireiros e barbeiros é menor que a do Brasil porque eles trabalham pouco.

Argentina Facts nº 03
As pizzas argentinas sofrem uma certa falta de criatividade nos sabores. PS: Não existe catupiry.

Argentina Facts nº 04
O refrigerante próprio argentino é o Pomelo.

Argentina Facts nº 05
Cu doce, também chamado de histeriqueo, é um esporte nacional. A equipe feminina foi medalha de ouro em Pequim 2008 e os homens de bronze.

Argentina Facts nº 06
Os velhinhos daqui são muito mais coitados e carcomidos.

Argentina Facts nº 07
Cerca de 80% dos taxistas de Buenos Aires dizem já ter namorado uma brasileira.

Argentina Facts nº 08
Cerca de 60% das caipirinhas vendendo na cidade são uma merda.

Argentina Facts nº 09
As pessoas falam muito mais palavrão do que no Brasil. "hijo de puta", "concha de tu madre", "pelotudo" são tão falados que não tem o mesmo impacto.

Argentina Facts nº 10
As pessoas são mais neuróticas e abundam as oportunidades para psiquiatras. Existe até uma região de Buenos Aires chamada de "Villa Freud".

quarta-feira, setembro 17, 2008

Meu nome não é Johnny.

Depois de uma semana com filmes brasileiros na Recoleta, agora é a vez do Abasto exibir um pouco do cinema tupiniquiem.


Vi "Meu nome não é Johnny", que fazia tempo que queria ver. Agora fazendo esse bendito curso de roteiro, fica difícil não assistir um filme pensando em certas coisas. No caso do "Meu nome..." achei o final muito longo, mas longe de comprometer o filme.

Fiquei com a sensação de que vi tipo um mix de filmes brasileiros em um só:

- Cidade de Deus: tráfico de drogas + entrega de jornal numa kombi.
- Carandiru: ele fica preso numa cadeia fedida e superpopulada.
- Bicho de 7 cabeças: mandam o malaco pra um hospício com loucos bizarros.
- O Cheiro do Ralo: o protagonista é o Selton Mello.

S.O.S. Amoroso



Pra quem não sabe eu sou dono da comunidade do Carlos Drummond de Andrade no Orkut. Por culpa do meu nerdismo fui uma das pioneiros do site. Quando entrei só conhecia 3 pessoas! Minha nerdice é tanta que no fim de 2005 fui convidado para um focus group do Google em Curitiba e ganhei uma camisa do Orkut (detalhe que nunca a usei).


Criei a comunidade do Drummond porque ele sempre foi meu poeta preferido. Não sou grande fã que conhece poemas de cor, muito longe disso. Talvez goste tanto dele porque ele nasceu em Itabira, cidade onde moram vários tios e primos meus. Visitei essa cidadezinha mineira praticamente anualmente durante minha infância, numa espécie de férias de perigrinação para visitar parentes. Em uma vez um tio meu me deu de presente a camisa vermelha do Valério Doce, time da cidade que na época disputava a primeira divisão mineira, Pois bem, hoje essa comunidade tem 247 mil membros, muito mais habitantes que Itabira.

De vez em quando recebo uns scraps com poesias de membros da comunidade. Também sempre aparecem umas tiazonas pedindo pra me adicionar e elogiando o fato que uma pessoa tão jovem como eu goste de poesia. "Isso não se vê hoje em dia", dizem elas.

Hoje me surpreendi com o seguinte scrap:

Olá
Eu sou participante da comunidade a Carlos Drummond de Andrade na qual você é dono.
Entro em contato para pedir permissão de utilizar o forum a fim de buscar a reconciliação com o amor da minha vida. Abaixo segue o que proponho...

Ajuda urgente...
Olá pessoal.
Peço prévias desculpas por utilizar este forum para pedir um favor a todos.
Estou desesperado. Devido a brigas e desentendimentos estou prestes a perder para sempre o amor da minha vida. Peço a todos um tempinho para mandar uma mensagem minha a pessoa que amo. Quero que por intermédio de vocês ela saiba o quanto eu a amo. Quem estiver de acordo peço que entre no meu profile e me mande um scrap que repassarei a mensagem a ser enviada. Mil desculpas,novamente, mas é que pode ser a minha última chance.

Atenciosamente
Marcelo XXXXXXXX

Obrigado pela atenção


O que Drummond diria sobre isso? Pensei...
Na verdade ele já disse antes:

"Entre as diversas formas de mendicância, a mais humilhante é a do amor implorado."

Discussão por futebol?


Uma brasileira de 51 anos foi presa por apunhalar 5 vezes e jogar óleo quente no seu marido, de 45, ontem no bairro de Caballito aqui em Buenos Aires.

Depois de uma troca de insultos básica, a mulher pegou a faca e fez com o marido o que faz com o bife de chorizo. Depois tacou nele o óleo que estava sendo preparado para o jantar.

Seria culpa do Dunga?

Mais no site do La Nación.

Café esnobe?

Genial essa campanha do McDonalds Coffe em que eles dizem que o Starbucks é lugar de gente esnobe e falsa.

Os caras ficam super contentes porque podem raspar essa barbicha (alou? é pra mim isso), não precisam mais usar óculos e podem agora conversar sobre futebol no McDonald's.



Há também outro anúncio da mesma campanha com o mesmo tom. Duas mulheres celebram o fato de não ter que ouvir mais jazz, fingir falar francês e uma termina confesssando que não sabe
onde fica o Paraguai!

terça-feira, setembro 16, 2008

Especial Rock Argentino: 4 - Los Álamos.

A última das entrevistas do especial com as bandas portenhas é com Los Álamos. Indicados pela Rolling Stone como a banda revelação de 2005, já apareceram em várias publicações estrangeiras como uma banda "a ser escutada".

Com um som único no rock argentino, que une influências do country e do space rock. O vocalista e letrista Peter tomou seu tempo para responder algumas perguntas. Ele fala sobre a banda, a infra-estrutura pobre de muitas casas da cidade e de como é a vida de uma banda independente, que ao mesmo tempo que faz grandes turnês pela Europa passa por dificuldades em Buenos Aires.

Existe um som que pode ser definido como rock argentino ou isso é coisa do passado?

As bandas de rock da Argentina, desde os anos 60 até hoje, sempre foram particulares. Não sei se havia um som que as identificasse, talvez o fato de cantar em espanhol as unia, mas agora existe uma variedade tão grande de bandas que não podemos dizer com tanta certeza que há um som de rock com características comuns proveniente da Argentina.

Existem lugares bons para tocar na cidade, com boa infra-estrutura?

O rock na Argentina tem mais de 40 anos mas a Infra-estrutura continua nula. Os lugares tratam mal as bandas: elas tem que pedir por favor para tocar e às vezes pagar para tocar emum lugar. Os sistemas de som são quase sempre semi-profissionais e isso faz que qualquer cena de rock demore muito para se desenvolver. Em troca, os grandes festivais, patrocinados por companhias de telefone e bebidas, têm uma grande estrutura mas o trato com as bandas locais é degradante. Em muitos casos é preciso pagar para o nome da banda aparecer nos cartazes do lado de bandas internacionais que costumam ser artistas de segunda categoria o que estão em uma turnê de revival.

É possível viver de música Indie na Argentina?

Da nossa música não se pode viver. O público não é muito e pela crise que o país está passando fica muito difícil ser consumidor de música.

A banda foi apontada como umas revelações da revista Rolling Stone em 2005. Desde a revelação até hoje, o que passou?

Depois lanzamos três discos, fizemos uma turnê pela América do Sul e agora vamos para Europa. Recentemente editamos nosso último disco “El fino arte de la venganza” que foi masterizado em Los Angeles.

Essa veia western da banda, de onde vem e para onde vai?

A banda faz um som com pulso de folk, blues e até mesmo valsa. O som vem da necessidade de criar algo partindo de nossos gostos e possibilidades musicais

Alguma explicação de porque o público do país agita tanto em shows de rock?

Na verdade não sei. Acho que eles gostam de chamar a atenção! Mas também disfrutam de um show com muita paixão.

Myspace da Banda: http://www.myspace.com/losalamospace

Palermo Hollywood

Trabalho no bairro de Palermo, exatamente na porção chamada de "Palermo Hollywood". Leva esse nome porque muitas produtoras e canais de tv do país tem sua sede na mesma região.

Coisa meio babaca, mas fazer o quê?

Acontece que aqui a duas quadras do trabalho, uma garota inglesa foi sequestrada e depois estuprada.

Hollywood hein? Imagine se fosse Palermo Capão Redondo...

Mais aqui.

Onde termina a piada e começa o desrespeito?

Gosto pra caramba do Kibeloco. Um dos blogs hypados que raramente me deixam sem gargalhar.


Porém o blog parece ter ultrapassado um poucos os limites fazendo piada com os atletas dos jogos paraolímpicos. Ouso dizer que tirar sarro de deficiente pode até ser feito sem preconceito ou desrespeito. Tudo depende do contexto, o que não foi o caso.

Uma piada sobre qualquer esportista, por exemplo, se feita com um atleta paraolímpico, pode até surtir um efeito positivo. Algo do tipo "eu respeito tanto você que faço uma piada sobre o esporte e não sobre sua deficiência".

Não vou ficar aqui dando lição de moral em barbudo. Mas que fique claro! Zuar com deficiente é pura maldade. Tem que cair o pinto de gente que faz isso.

Veja os dois posts-piada sobre os atletas deficientes e pense bem.



Será que o humor brasileiro não consegue evitar o desrespeito? Por que tanta gente descamba pra esse lado? Desde quando a desgraça alheia é engraçada para a gente? O programa do Pânico, que inovou tanto, já chegou a tacar gosma em atores pra fazer rir.

Tem graça isso? 

domingo, setembro 14, 2008

Soko - Not Sokute

É possível notar de longe o meu fraco por mulheres lindas exorcizando suas mágoas com um violão ou uma guitarra. Feist, Rachel Yamagata e Cat Power pelo lado americano e pelo lado francês Ultra Orange & Emmanuelle e Rose, que tem aquela música La Liste que é uma belezura. Agora adicionamos a essa seleta lista de francesinhas a Soko.


Soko é o nome de guerra de Stéphanie Sokolinski, uma espécie de Mallu Magalhães da França, já que tem apenas 21 anos e foi descoberta graças ao Myspace. Cantando em inglês num charmoso sotaque, ela tem feito shows lotados por toda Europa e agora também vai tocar na Austrália.  Ficou ainda mais conhecida no final de 2007 quando suas músicas foram trilha de um desfile de moda da Stella McCartney, a filha estilista do Paul.

E tudo isso sem lançar um cd por nenhum selo grande. Seu único material oficial é o EP caseiro "Not Sokute". Cinco músicas que são o suficiente para sentir que a menina tem muito futuro.

É tudo basicamente bem fofo-freak, com melodias folk que beiram um jazz louco. As letras alternam momentos  de meiguice de uma adolescente ingênua que entra no mundo adulto com momentos psicopatas de uma verdadeira serial killer.

"I'll kill her" é o grande hit da Soko, onde ela fala que mata se ver pela frente a menina que roubou o "homi" dela. É tudo meio falado cantado, lembrando um pouco de Galaxie 500 e o Lou Reed adolescente e com tendências assassinas.

You were dating that bleach blonde girl,
And if I find her, I swear, I swear,
I'll kill her, I'll kill her


Já en "The Dandy Cowboys", a vítima da Soko killer seria o próprio "homi". 

You're bitching dandy
you don't respect the rules
you stole my money
and ran away with your pony
and now I'm gonna kill you

I'll shoot you in the head

Tenho vontade abraçar essa menina francesinha que diz "cinemá" numa letra, mas dá medo de ser assassinado logo em seguida.

O myspace dela, com outras músicas além das que estão no "Not Sokute":

Aqui uma versão acústica de "I'll kill her".


CSS vestidos de Chaves.

Cansei de ser Sexy é uma banda que curto às vezes e outras vezes acho um lixo.

Mas ganharam meu respeito ao subirem no palco vestidos de personagens do Chavez num show no México!

Muito bom!


sexta-feira, setembro 12, 2008

Ortega no rehab.

A direção do River Plate duvida que Ariel Ortega está realmente se reabilitando de seu alcoolismo. Mais aqui.

O clube, que tolerou muito o mau comportamento do jogador, não quis negociá-lo a nenhum time da primeira divisão, mas deixou ele ir ao Independiente Rivadavia, time de Mendoza que disputa a série B argentina.

Mas gente, pera lá! Os caras querem que ele largue mão de ser bêbado em Mendoza, com tanto vinho barato à disposição?

É como mandar um viciado em pó para esquecer do seu vício lá em Cidade de Deus! Ou o Michael Douglas sex addicted se tratar lá em Amsterdã!

Pois é, River Plate, eu também duvido muito da reabilitação do Ortega.

Hugh Hefner também é corno.

O cara é milhonário, dono da Playboy, tem uma mansão em Beverly Hills, vive com três mulheres, mas não pode fugir de um problema que é comum a todos os homens: o chifre!

Holly Madison, que está à direita na foto, deixou a mansão onde vivia com Hugh e as coelhinhas Bridget e Kendra, para viver com o mágico Criss Angel.

Conhecemos muito bem a Holly do reality show "Girls of the Playboy Mansion" que passa no canal E!. Ela que sempre foi intitulada a mulher nº 1 da casa e preferida do milhonário dá adeus às regalias e, provavelmente, ao Viagra.

E aí Hef, vai um remedinho pra dor de cabeça?

Embaixadores numa fria.

Presidentes muito loucos colocaram os embaixadores americanos numa fria! Vai rolar muita confusão!

Alguém me explica por favor que epidemia foi essa que atacou esses caras?

Em menos de 24 horas, EVIL Morales expulsou o embaixador americano da Bolívia. O sábio e sempre sensato Hugo Chávez, em solidariedade, fez o mesmo e também ameaçou cortar o fornecimento de petróleo para os EUA. O último a entrar nessa foi presidente de Honduras, que "adiou" a posse do embaixador americano!

E o Lula e a Cristina vão ficar fora dessa?

Aqui um stand-up comedy do Hugo Chávez em que ele diz:

- Vayanse al carajo, yanquis de mierda!
- Vayanse al carajo 100 veces.
- Ya basta de tanta mierda de ustedes, yankis...

A menina mais fofa do mundo.



Uma verdadeira fofura essa garotinha, gente!

Vi isso nesse blog aqui ó: Eu diria que.

quinta-feira, setembro 11, 2008

Dunga X Basile.

Dois técnicos de gerações e esquemas táticos diferentes, mas de resultados igualmente decepcionantes. 


Dunga X Basile

Estreiou em agosto de 2006 x Estreiou em setembro de 2006
31 jogos x 26 jogos
19 vitórias x 13 vitórias
8 empates x 8 empates
4 derrotas x 5 derrotas
56 gols a favor x 39 gols a favor
22 gols tomados x 13 gols tomados

Mesmo com retrospectos bem parecidos,  o técnico brasileiro está com a corda no pescoço e o argentino somente agora começa a ser criticado. Dos últimos 15 pontos disputados, os "albicelestes" só levaram 4. 

Mais da comparação no Clarín.

quarta-feira, setembro 10, 2008

it's not a game, it's powerplay

Em 2001, Curitiba foi usada como locação para um dos piores filmes americanos da história e eu presenciei isso. Esse acontecimento tão marcante estava simplesmente apagado da minha memória até que li um comentário em um post do blog do Ivan e da Adri.


O nome da pérola cinematográfica é Powerplay, que tem no elenco Alison Eastwood, filha do Clint, e Dylan Walsh, o famoso Doutor Sean McNamara da série Nip/Tuck.

Vamos ao conto:

Voltava de madrugada pra casa, quando morava na Avenida Paraná, e percebo um enorme clarão que vinha da direção do supermercado Mercadorama, apenas duas quadras de casa.

Era um set de filmagem e a via rápida centro-bairro estava totalmente congestionada. Filmavam uma perseguição de carros com um tiroteio e fiquei lá assistindo a cena.

Os caras da produção logo esclareceram que era um filme americano e que a história se passava em Los Angeles.

Um dos carros usados era um Gol bola branco. Achei estranho já que a história se passava em Los Angeles. Mas estava tudo bem, afinal o o Gol tinha uma placa da Califórnia! Surreal! O mais incrível era que o vidro traseiro dele estava todo empoeirado e tinha um ME LAVE escrito. 

Nunca vi o filme, que tem toda uma história catastrófica como diz o IMDB. Mas agora, que lembrei, estou louco para ver bandidos cheio de armas dentro de um Gol com ME LAVE andando pelas ruas de Los Angeles. 

No trailer, posso jurar que o Shopping explodido é o Crystal lá no Batel e tem uma batida de carros que certamente foi filmada na Dr. Murici no centro! E outra, aquele cemitério não é o da Praça do Gaúcho??

Los Angeles não é depois da curva do Abranchão não. Los Angeles é ali do lado do Mercadorama do Cabral!

It's not a game! It's Powerplay! Esse slogan é meu, mas fiquem aí com o trailer oficial do filme! Que por sinal é muito ruim!


Alô criançada, o Bozo chegou!

Todo início de mês é a mesma palhaçada. O INDEC, órgão responsável por medir a inflação argentina, revela o índice mensal de aumento de preços. A inflação está comendo solta e o tal índice é a mais pura conversa pra boi dormir, ninguém acredita. Com a credibilidade do governo mais suja que banheiro de posto de estrada, já surgiram outros institutos independentes que calculam uma inflação real em torno de 6% a cada mês.

Hoje anunciaram o índice do mês passado: 0,5%. Pff! Tive a prova viva da mentira justo hoje que resolvi ser mais light e comer uma salada. Simplesmente 20% a mais de um dia pro outro, agora são 15 pesos na saladinha básica. Deve existir uma conspiração para que eu não emagreça!

Pagar 15 pila num monte de mato não dá, meu povo! Prefiro pagar 10 conto em 4 empanadas.

terça-feira, setembro 09, 2008

Amor, estranho amor.

Tem gente que diz que sou um indiezinho metido a besta, mas essas pessoas não conhecem o lado obscuro do meu gosto musical. Existem músicas que eu não deveria gostar, mas gosto.

Aindão não entendo. Freud talvez explicaria.

Aleksander With - A little too perfect.

Uma música super pop com letras que beiram o constrangimento e refrões super previsíveis. Fazer o quê seu eu gosto? Já faz um seis meses que venho escutando essa pérola nórdica pop. E na parte que ele diz "Hey, I'm gonna catch you anyway" é muito foda.

Detalhe: o cara foi ganhador do Norwegian Idol.



Pinkat - Veloz con vos

Gruda gruda gruda! Pra sair não tem gelo ou água quente que resolva. Pop argentino que impregnou com riff pegajoso e melodiazinha assobiável. Já saiu das paradas daqui faz uns meses mas sempre ouço.

Detalhe: vocalista hermosa e clip muito caprichado mesmo com pouca produção.



Sampa Crew - Eterno amor

Cara, o que dizer do Sampa Crew??? Melhores rimas dos anos 90! "Por dentro e por fora você muito brilhante, inspirado em você foi criado o diamante..."

Detalhe: junto com Leci Brandão talvez seja a banda que mais vi ao vivo. Tocavam todo ano nas praias de Santos de graça!

segunda-feira, setembro 08, 2008

Tempos eleitorais



Em tempos de bizarrices eleitorais brasileiras e jingles toscos, um vídeo da campanha do Obama.

Sem comparação.

Batalha do Abasto.

Como já havia comentado num post do mês passado, as guerras entre tribos de adolescentes idiotas e feios que acontece nas imediações do Shopping Abasto estão cada vez mais frequentes.

Este domingo às 16 horas rolou outra batalha campal entre emos, floggers, rappers e cumbieros. Falando sério, aquela quadra é um verdadeito Twilight Zone de gente bizarra. Cade os pais dessa piazada, meu povo? Cadê a noção de estética? Pra onde foi o senso do ridículo?

Pena que a polícia chegou em peso e prendeu 20 meliantes, acabando com o sangue. Podia ter deixado eles brigando até se auto-eliminarem definitivamente da existência terrena.

Se essa gurizada é o futuro do país, a coisa vai ser complicada!

Mais na notícia do Crítica.

domingo, setembro 07, 2008

Batuque de argentino doido.

Não é à toa que a Bahia é o celeiro de novos ritmos do Brasil, que a África é um exportador mundial musical e que New Orleans é o berço do jazz. É bem simples a coisa. Ritmo tem uma coisa a ver com melanina. Não sei se a ciência explica, mas negão tem dom pra música e ponto.


O problema é que os argentinos não sabem disso. Sempre acabo me deparando com esses batuques descordenados nessa cidade. A primeira vez foi num jogo de vôlei entre Brasil e Argentina. Nos intervalos e tempos técnicos entrava um grupo que tentava ser étnico e tocava a pior batucada da face da terra. Aquela bandinha que o Chaves, Quico e Chiquinha montam em um episódio do Chaves parece ter mais ritmo e gingado que aquela do jogo do Luna Park.

Também já me deparei com outro grupo pseudo-étnico em um hostel que fazia um olodum para bêbados lamentável. Pena que eu não estava bêbado na ocasião para poder aproveitar daquela verdadeira tortura.

Outra coisa que está intrinsicamente ligada com a tentativa de malandragem musical argentina é o português mal falado. Certa vez num show intimista um cara começou a cantar uma canção própria num dialeto que não era espanhol. Logo percebi que se tratava de português quando ele falou "saudátchi". 

Recentemente também gelei e suei frio quando, em num aniversário de uma amiga, uns caras começam a tocar bongôs. Logo sobe uma menina entoando uma canção numa melodia familiar. Depois de uns 3 minutos é que entendo que ela estava cantando "Quantu têmpu téin pra matar eeesa saudâtchi / Meu béin u ciúmi é pura vaidátchi".

Fica aí a lição: se você ver um argentino com um batuque na mão, vá pra longe.

sábado, setembro 06, 2008

Cristina, japa girl

Uma das principais pautas da visita de Cristina Kirchner ao Brasil não será uma consultoria de moda para a primeira-dama brasileira Marisa, mas sim bate-papo com o Lula sobre o novo modelo de TV Digital a ser adotado na Argentina.


O Brasil, que já se decidiu pelo sistema japa, está num xaveco enorme para que os argentos façam a mesma escolha. Assim, com um mercado maior, o preço de televisões e conversores seria barateado.

Não houve muito consenso entre os sistemas escolhidos na América Latina. Cada um foi pra um lado. México optou pelo sistema americano, Colômbia foi com o europeu e o Brasil com os japoneses. A Argentina, como de costume, age como um porteña histérica que fica fazendo cu-doce e acaba perdendo muito da diversão enquanto não toma logo sua decisão.

Mais aqui

sexta-feira, setembro 05, 2008

Julio César, goleiro com pensamento argentino

Depois de Lula dizer que acha Lionel Messi o melhor jogador do mundo, o goleiro da seleção brasileira Júlio César foi logo rebatendo as críticas e pedindo pro Lula se mudar pra Argentina.

Com a crise da agricultura que colocou a popularidade de Cristina Kirchner no chão, os argentinos adorariam que o presidente brasileiro governasse o país por alguns tempos. Já cansei de ler isso nos fóruns dos jornais La Nación e do Crítica. Invejam muito mesmo o governo do barbudo.

Mas o que os argentinos poderiam oferecer em troca?

Voto por sorvete. Os daqui simplesmente debulham qualquer um do Brasil.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Día del Inmigrante

A Ana Laya me passou o dado que eu não sabia.

Hoje, 4 de setembro, é o Día del Inmigrante aqui na Argentina.

Como presente gostaria de atendimentos mais rápidos nos restaurantes, caixas de supermercados com caras mais contentes, velhinhos menos rabugentos, garotas menos histéricas e menos inflação!

Ser imigrante é estranho. É ver as medalhas de ouro do seu país como uma nota de 15 segundos no fim de noite no jornal, é ver o jogo da sua seleção com narração contra, é ser obrigado a se adaptar porque essa é sua única opção, é estar quase que sempre fora do contexto, é ver graça no que é normal para a maiorida e é sempre descobrir novidades naquilo que é velho e comum para todo mundo.

Enfim, feliz Día del Inmigrante, meu povo!

Mais no link del gobierno argento!

Vamos, vamos Argentina!

Ao contrário do Brasil, que faz uma de rodízio de cidades que sediam a seleção nacional nas eliminatórias, a Argentina sempre manda seus jogos no Estádio Monumental de Nuñez, que fica num bairro nobre de Buenos Aires.

Sábado jogam Argentina X Paraguai lá. A albiceleste vem de ganhar o ouro olímpico e se depara com o atual líder das eliminatórias. Promessa de um belo jogo. Entre os vários preços, existem 13 mil ingressos disponíveis por 25 pesos argentinos, algo mais ou menos como 14 reais.

Barato, não?

Milagre: argentinos acertam no português.

Existe uma alucinação coletiva na Argentina que diz que tudo no Brasil é o "más grande del mundo". Nosso país, nosso futebol, nossas praias, nossa música. Segundo eles nós dizemos que tudo isso é o "mais grande do mundo".

Já vi várias reportagens de revistas, capas do Olé tirando sarro em portunhol e também matérias no Clarin ou La Nación com o mesmo erro de português.

Mas ontem aconteceu um milagre! Finalmente umm jornalista argentino acertou no português. Foi a "Veintitres Internacional" que traz na capa o título Brasil Potência. São várias matérias especiais e todas bem coerentes. Analisam a economia, os prós e contras, o passado recente do FHC, a transição para Lula e uma entrevista com um argentino especialista em Brasil.

Em uma parte do texto e fazem uma "aclaración" de que não se diz "mais grande do mundo" em português e sim MAIOR DO MUNDO.

Milagre! Ainda existe esperança! Desanima não, gurizada!

quarta-feira, setembro 03, 2008

Vem aí "El argentino".

Não é um filme sobre tango, muito menos um documentário sobre Maradona ou Perón. "El Argentino" é a primeira parte da história sobre Che Guevara, filmada por Steven Soderbergh e com Benicio Del Toro no papel do revolucionário. Os dois já trabalharam juntos e ganharam um Oscar cada um por Traffic.

O filme mostra Che desde começo como médico e sua trajetória como o principal rebelde que lutou contra a ditadura cubana. Seu famoso discurso feito na ONU em 1964 também aparece no trailer do filme que é falado totalmente em espanhol.

Vamos esperar para ver como será a recepção em Buenos Aires desse filme sobre um dos argentinos mais famosos do mundo!

Prison Break imita o sistema carcerário argentino.

No primeiro episódio da quarta temporada de Prison Break, os personagens têm que colocar tornozeleiras eletrônicas com rastreamento GPS para serem rastreados pelo FBI.

Esse sistema é o mesmo que vem recebendo muitas críticas na Argentina atualmente. Foi pensado como um benefício para condenados por prisão domiciliar, porém falha frequentemente e muitos dos condenados que usam a tornozeleira estiveram envolvidos em assassinatos que comoveram o país nos últimos dias.

Se os criminosas argentinos conseguem burlar o sistema, Michael Scofield tem obrigação de fazer o mesmo!

Piadas à parte, o sistema das tornozeleiras de Prison Break é por GPS, já o do governo argentino precisa estar ligado a linha telefônica.

Leia mais sobre a polêmica das tornozeleiras.

terça-feira, setembro 02, 2008

Novo leiáute.

Depois de mais de dois anos, dei uma mudada no look do Aires Buenos.


A idéia com 3 colunas é agregar lista de posts com o mesmo tema em um link só, como é o caso das entrevistas com as bandas.

Falando nisso, só falta uma banda para terminar o especial Argentina. Depois disso teremos entrevistas de bandas de uma cidade chamada Curitiba...

Locutor mais famoso do mundo morre.

Quem curte cinema e séries certamente já ouviu alguns dos mais de 5 mil trailers narrados por Don LaFontaine. O cara era o "King of Voice Overs", uma verdadeira lenda de Hollywood e um divisor de águas no mundo la locução.

Sua frase "In a world", típica de começo de trailer, virou marca pessoal de LaFontaine e seu tom de voz passou a ser imitado por muitos outros locutores.

O site da CBS relata que o locutor de 68 anos morreu no último domingo em Los Angeles por complicações respiratórias.

Além de narrar trailers, LaFontaine emprestava a voz para os programas americanos "Entertainment Tonight" e "The Insider," além dos canais CBS, NBC, ABC, Fox, UPN, TNT, TBS e Cartoon Network.

E agora como ficaremos sem o "In a world" nos trailers?

Aqui um comercial clássico com LaFontaine aparece narrando a vida de uma pessoa.



E aqui uma entrevista que conta um pouco sua história e do característico "In a world".



Existe um site que reúne todos os locutores mais famosos americanos. É engraçado como cada um deles segue a escola de voz "rouca" do LaFontaine.

http://www.primetimevoices.com/

segunda-feira, setembro 01, 2008

Juiz cansa de esperar e cancela a partida no Uruguai.

Olha, eu sou uma pessoa que odeia esperar e com fobia de filas, mas o árbitro uruguaio Líber Prudente conseguiu me superar. O cara simplesmente não aguento esperar o time do Nacional de Montevidéu voltar para o segundo tempo do jogo e saiu andando pra casa cancelando a partida.


O regulamento diz que o tempo de intervalo entre os dois tempos é de 15 minutos, mas por culpa da TV ou por puro desleixo quase nunca é respeitado. No jogo válido pelo campeonato uruguaio, o time do Villa Española voltou para a segunda etapa no tempo normal, mas o Nacional demorou 6 minutos a mais e aí o juiz rodou a baiana e vazou.

Os 12 mil torcedores do Nacional obviamente não gostaram nada da decisão e saíram na porrada. A Associação Uruguaia de Futebol ainda não decidiu se vai seguir o regulamento e dar os pontos para o Villa Española ou dar um jeitinho e jogar o segundo tempo em outra data.

O bizarro é que não é a primeira vez que isso acontece nos pampas uruguaios. Em 1983 um juiz fez a mesma coisa.

Leia a notícia original no El País.

Ou a no site do Olé Argentino.

Quem mandou ter um time que faz cu-doce?

Ser feliz me da vergüenza.

Sempre acabo caindo nas mesmas armadilhas. Não devemos julgar um livro pela capa, mas frequentemente julgo um livro pelo título.

Foi mais ou menos a mesma coisa que aconteceu quando comprei "Aerosmith es una mierda y otros cuentos". Estava de bobeira no shopping, achei o título do livro legal, vejo conheço o autor por causa da Tv e acabo levando. Dessa vez rolou até uma camiseta de brinde! Uhú!

Convenhamos que livro bom não precisa vir com brinde e é mais ou menos esse o caso de "Ser feliz me da vergüenza", o segundo livro do Sebastian Wainraich. O escritor, que é mais conhecido como apresentador-humorista de programas da tv argentina como TVR e também de um quadro do Duro de amor, escreve uns contos descartáveis, pouco ácidos e tragicômicos.

Os contos são envolventes, leves e rápidos, assumindo quase sempre uma veia semi-autobiográfica. Uns causos muito engraçados que sempre acontecem no universo de uma pessoa semi-famosa que leva uma vida meio loser.

Não que isso não signifique alguma coisa mas é um livro muito melhor que o "Aerosmith es una mierda". Não fede nem cheira, não agrada e nem desagrada. Não é de todo ruim, mas não há a mínima necessidade de alguém comprar, coisa que eu fiz.

Enfim, por causa de babacas como eu, pessoas como o Sebastian Wainraich vão continuar escrevendo livros desnecessários que vem com uma camiseta de brinde.

Falando nisso, estou pensando em dar a camiseta de presente.

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