Podem me chamar de viciado mas o fato é que fui mais uma vez ao hipódromo de Palermo.
Tudo porque fiquei puto por não ter ido ao jogo da Argentina e Uruguai. No fim não consegui a entrada e não estava muito disposto a acordar 6 da manhã para enfrentar uma fila com a "massa".
Fui disposto a gastar o dinheiro que estava guardado para o jogo e acabei tendo um desempenho memorável nas apostas. Ganhei em todos os cinco páreos que apostei. Mas isso não significa que saí cheio de dinheiro lá. Minha estratégia inicial de sempre apostar em três cavalos resultou ser efetiva em resultados mas não em lucros. Apostar em três dava simplesmente para recuperar o dinheiro da aposta que eu perdi nos outros. Ou seja, só se um azarão ganhasse eu realmente lucrava.
Depois de dois páreos com resultados medianos decidi pedir umas dicas para o pessoal da velha guarda. Pena eu não ter levado uma máquina para registrar o momento com os velhinhos lendários do hipódromo. Um deles, o Sr. Hernán, falou que minhas conclusões tiradas da revistinha estavam mais que acertadas, mas apostar em três cavalos é demais. No máximo dois porque afinal isso aqui é um jogo, dizia ele. A manha é apostar pra valer em um dos favoritos e deixar uns pila pra outro cavalo mediano, que pode surpreender. Ou quem sabe dar uns chutes na "Trifecta", que é quando você aposta na ordem de chegada dos três primeiros cavalos e paga muito.
Seus palpites foram cruciais quando me falou com toda certeza para apostar no La Mandaparte, que era um dos favoritos no páreo 6. Dito e feito. E também no Cagnotte, no páreo principal do dia. "Esse cavalo está invicto e aparece na capa da revista de turfe. Como não apostar nele?", foi o que o Sr. Hernán disse indignado. Dito e feito. Fiz uma aposta mais pomposa, quando digo isso é que ela foi mais do que 5 pesos, e faturei.
Meu instinto de jornalista fracassado acabou me obrigando a fazer algumas perguntas pro grupo de velhinhos. E olha que velhinhos é bem eufemismo porque não duvido eles estão ali na beira dos 90 anos.
Eles vem quase que semanalmente para apostar e o valor depende da certeza deles sobre tal cavalo. Não fazem como eu que apostei em todos os páreos, mas esperam e jogam só nos que eles tem mais convicção. A média semanal de aposta da velha guarda é de 50 pesos, mas "vareia". O Sr. Hernán mesmo abriu a mão e apostou 60 pila no Cagnotte, o cavalo da capa, e saiu de lá feliz com uma aposta que pagou 2,10 por 1. Eles também reclamaram que antes o pessoal ia muito mais elegante e que havia mais moças da alta sociedade. Agora quem vai não tem classe e pompa como antes. Nem precisa dizer que eles estavam no maior traje fino de gala e um deles fumava que nem uma puta.
Bom, acho que achei meu novo grupo de amigos em Buenos Aires. Tô pensando em chamar eles pro show do REM em novembro.
sábado, outubro 11, 2008
Racing like a pro.
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argentina,
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5 comments:
deu vontade de ir tbm. odeio velhos em geral, mas adoro velhos portenhos, vá entender.
Passei pelo hipódromo de Palermo qdo fui a BsAs ano passado. Vestido de bermudão, camiseta e mochila sujos. E só apostei nos cavalos com os nomes mais engraçados - obviamente, perdi tudo.
Os velhos portenhos são os mais ranzinzas do mundo. Muito chatos.
Lembrei de uma história da minha mãe (deve ter uns 30 anos isso, ou seja que ela estava pra fazer 20) q foi convidada pra uma festa no Hipodromo, tipo um páreo especial. E lá foi ela com seu Levis novinho achando q ia abafar. Pois foi barrada na porta, pq mulher de calça nao entrava! De vip a decandente social em questao de segundos hahahaha.
eu toparia até uma corrida de cachorros. Acho tão legal aqueles cachorros magrinhos.
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