quarta-feira, outubro 15, 2008

Palhaçada no ônibus.

Este post não é nenhum protesto contra os ônibus dos anos 50 que ainda andam por Buenos Aires servindo a população.

Religiosamente tomo o ônibus 168 para vir ao trabalho todos os dias. É um trajeto rápido de no máximo 20 min.

Vez ou outra entram dois palhaços no ônibus. Hoje foi a quarta vez que vejo eles subirem no 168 no início da manhã para fazer graça para os passageiros e pedir uma grana.

É uma das cenas mais deprimentes que vi. E cada vez que vejo fica ainda mais deprimente porque as piadas são as mesmas e quase ninguém ri. Eles falam junto suas piadas, numa espécie de jogral, tentam tirar sarro dos passageiros indiferentes mas não conseguem arrancar risadas.

A maquiagem horrível e suas roupas mal cuidadas denunciam que a palhaçada não anda rendendo muitos dividendos. São poucos os que colaboram com umas moedinhas.

Em pleno início do dia e com o ônibus muitas vezes cheio, essa dupla de cômicos é mais inconveniente que qualquer coisa. Somado ao péssimo humor dos habitantes da cidade, que coloca qualquer curitibano no chinelo, era nítido que não ia da certo.

Às vezes a dó que sinto por eles ganha do incômodo pela falta de noção, mas aí lembro da falta de moedas da cidade. Não vale a pena ficar dando 10 centavinhos por aí.

Só espero um dia não encontrar uma mulher-barbada no ônibus.

15 comments:

Anônimo disse...

O fato de o troco em Buenos Aires ser artigo de luxo deve dificultar bastante a vida dos pedintes.

Juliana Bragança disse...

aqui tb ta faltando moeda! e o pai fica me culpando, falando que eu que causo essa falta pq esta tudo no meu cofrinho!
mas meu cofrinho é chique! só coloco de 25 centavos pra cima!
hauiahuaih!
bjos

Túlio disse...

crise mundial das moedas.

Rafael Urban disse...

Sinto saudades dos ônibus de Buenos Aires e do preço dos mesmos - ainda que sempre me faltavam as moedas.

Caro Túlio, te convido a ler a reportagem sobre as "Senhoras de Programa" de Curitiba.

www.materiaspublicadas.blogspot.com

Saludos,
Rafael

Unknown disse...

Cara, por isso que eu sempre dôo umas moedinhas para quem não quer inventar. O tradicional "eu podia estar matando, eu podia estar roubando, mas to aqui pedindo" passa a mensagem e não importuna ninguem.

Abraços!
http://ladobdocassete.blogspot.com

Túlio disse...

Ótima a matéria das Senhoras de Programa, Rafael. Tinha me esquecido de linkar teu blog aqui.

Vinícius da Cunha disse...

Eles pagam os 90 centavos pra andar no ônibus?

Túlio disse...

não sei, mas se até criança de 3 anos e os velhinhos são obrigados a pagar, porque um bando de palhaços inconvenientes viajariam grátis?

Anônimo disse...

de fato, deprimente. como os circos roots que ainda atracam no pinheirão com seus elefantes magricelas e onças sarnentas.

Anônimo disse...

Esses palhaços estão para os argentinos assim como os meninos malabaristas de sinal de trânsito estão para nós brasileiros. Eu nunca gostei de circo, mas confesso que a miséria humana me comove. Aqui no Brasil também temos os homens-estátuas, covers de famosos, enfim, existem inúmeras formas camufladas de mendicância. Acho tudo isso muito triste...

Mari Eller disse...

aqui perto de casa, na esquina da av. Nove de Julho com a R. Estados Unidos, tem um cara que sempre faz malabarismos com um monociclo com um banquinho a 3m de altura do chão. outro dia descobri que ele tem um novo número: arranjou um barril e se veste igual ao Chaves, fazendo malabarismos em cima do barril. não sei se ele ganha bem, mas o ponto ali é caro...

Túlio disse...

pois é, mas pelo menos esses malabaristas da cidade não estão sendo tão invasivos. tão no canto deles e beleza. o problema de um palhaço entrar num ônibus lotado é aquela total falta de noção... todo mundo ali de mau humor e com sono e ainda vem um cara contando piada sem graça!

giancarlo rufatto disse...

eu tenho um cofrinho do banestado cheio de moedas. deve ser por isso q não tem moedas por ai.

giancarlo rufatto disse...

alias, todos os palhaços ctbanos são argentinos, deve ser produto de exportação.

Túlio disse...

BANESTADO é bom, hein? hahaha. Um verdadeiro clássico. Lembro que paguei minha inscrição pro vestibular no Banestado de Santos.

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