Este post não é nenhum protesto contra os ônibus dos anos 50 que ainda andam por Buenos Aires servindo a população.
Religiosamente tomo o ônibus 168 para vir ao trabalho todos os dias. É um trajeto rápido de no máximo 20 min.
Vez ou outra entram dois palhaços no ônibus. Hoje foi a quarta vez que vejo eles subirem no 168 no início da manhã para fazer graça para os passageiros e pedir uma grana.
É uma das cenas mais deprimentes que vi. E cada vez que vejo fica ainda mais deprimente porque as piadas são as mesmas e quase ninguém ri. Eles falam junto suas piadas, numa espécie de jogral, tentam tirar sarro dos passageiros indiferentes mas não conseguem arrancar risadas.
A maquiagem horrível e suas roupas mal cuidadas denunciam que a palhaçada não anda rendendo muitos dividendos. São poucos os que colaboram com umas moedinhas.
Em pleno início do dia e com o ônibus muitas vezes cheio, essa dupla de cômicos é mais inconveniente que qualquer coisa. Somado ao péssimo humor dos habitantes da cidade, que coloca qualquer curitibano no chinelo, era nítido que não ia da certo.
Às vezes a dó que sinto por eles ganha do incômodo pela falta de noção, mas aí lembro da falta de moedas da cidade. Não vale a pena ficar dando 10 centavinhos por aí.
Só espero um dia não encontrar uma mulher-barbada no ônibus.
quarta-feira, outubro 15, 2008
Palhaçada no ônibus.
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15 comments:
O fato de o troco em Buenos Aires ser artigo de luxo deve dificultar bastante a vida dos pedintes.
aqui tb ta faltando moeda! e o pai fica me culpando, falando que eu que causo essa falta pq esta tudo no meu cofrinho!
mas meu cofrinho é chique! só coloco de 25 centavos pra cima!
hauiahuaih!
bjos
crise mundial das moedas.
Sinto saudades dos ônibus de Buenos Aires e do preço dos mesmos - ainda que sempre me faltavam as moedas.
Caro Túlio, te convido a ler a reportagem sobre as "Senhoras de Programa" de Curitiba.
www.materiaspublicadas.blogspot.com
Saludos,
Rafael
Cara, por isso que eu sempre dôo umas moedinhas para quem não quer inventar. O tradicional "eu podia estar matando, eu podia estar roubando, mas to aqui pedindo" passa a mensagem e não importuna ninguem.
Abraços!
http://ladobdocassete.blogspot.com
Ótima a matéria das Senhoras de Programa, Rafael. Tinha me esquecido de linkar teu blog aqui.
Eles pagam os 90 centavos pra andar no ônibus?
não sei, mas se até criança de 3 anos e os velhinhos são obrigados a pagar, porque um bando de palhaços inconvenientes viajariam grátis?
de fato, deprimente. como os circos roots que ainda atracam no pinheirão com seus elefantes magricelas e onças sarnentas.
Esses palhaços estão para os argentinos assim como os meninos malabaristas de sinal de trânsito estão para nós brasileiros. Eu nunca gostei de circo, mas confesso que a miséria humana me comove. Aqui no Brasil também temos os homens-estátuas, covers de famosos, enfim, existem inúmeras formas camufladas de mendicância. Acho tudo isso muito triste...
aqui perto de casa, na esquina da av. Nove de Julho com a R. Estados Unidos, tem um cara que sempre faz malabarismos com um monociclo com um banquinho a 3m de altura do chão. outro dia descobri que ele tem um novo número: arranjou um barril e se veste igual ao Chaves, fazendo malabarismos em cima do barril. não sei se ele ganha bem, mas o ponto ali é caro...
pois é, mas pelo menos esses malabaristas da cidade não estão sendo tão invasivos. tão no canto deles e beleza. o problema de um palhaço entrar num ônibus lotado é aquela total falta de noção... todo mundo ali de mau humor e com sono e ainda vem um cara contando piada sem graça!
eu tenho um cofrinho do banestado cheio de moedas. deve ser por isso q não tem moedas por ai.
alias, todos os palhaços ctbanos são argentinos, deve ser produto de exportação.
BANESTADO é bom, hein? hahaha. Um verdadeiro clássico. Lembro que paguei minha inscrição pro vestibular no Banestado de Santos.
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