terça-feira, setembro 30, 2008

Especial Rock de Curitiba: 2 - Mosha

Depois de bandas de Buenos Aires e da Suécia, chegamos a Curitiba. E a primeira banda entrevistada é a que eu mais gosto da cidade: o Mosha.

Cantando em inglês e com evidentes influências do britrock, o auge do quarteto foi no início dos anos 2000, quando a banda lançou seus dois ep's. Eram loops e samples muito bem aproveitados num tempo em que gravar em casa e com qualidade era bem mais complicado.

Desde que, em 2002, o Digão me apresentou a banda em numa coletânea não parei de ouvir. Cheguei a conhecer os caras e participar de umas jams na casa do guitarrista Dado, junto com o baterista Léo Macaco, o vocalista Fricks e o baixista Mário Baena. Uma oportunidade muito legal de poder tocar as músicas dos caras, tocar outros clássicos de bandas que a gente gostava como Oasis, Verve e Paul Weller e claro, falar e falar sobre música.

O fanatismo foi tanto que gravei um cover da música "No one's land" com o Rômulo, baterista da minha banda na época e que agora ensaia com eles um possível retorno.

Chega de babação de ovo e vamos ao papo que tive com o Dado, onde ele fala da evolução das bandas da cidade, da situação atual da banda e do novo cd do The Verve.

1. O Mosha voltará à ativa? Existe algum show marcado, estão ensaiando?

Não sei se vc soube mas o Mario, nosso baixista, faleceu ano passado. Aí deu uma esfriada na banda. Voltamos a nos encontrar eu, o Fricks e o Mola, para retomar o MOsha e chamamos o Rômulo para tocar baixo em umas jams que fizemos.

2. Como a banda começou?

A bando começou em 97, passou por duas fases, uma mais eletrônica e outra mais acústica. Participamos de algumas coletâneas , TV ciclojam e lançamos dois eps. Há dois anos demos um tempo.

3. Você vê alguma diferença entre o público, mídia local e os lugares de shows de Curitiba de agora e de 8, 10 anos atrás? Houve alguma evolução?

Com a minha primeira banda de música própria , o Tessália de 1987, os lugares para tocar eram poucos mas existia um sentimento que a música própria era o caminho a seguir pela maioria das bandas locais. Então o público prestigiava e comparecia em massa em bares com o BLUES BAR. Foi uma época muito boa até 1990 quando fui morar em Londres. Estou meio afastado da cena local, mas o Mosha tocou em vários bares da cidade e me lembro bem do James. Lançamos nossos eps lá. Foi uma fase muito legal, o prêmio FUN, o Basement Music, o Abonico. Hoje o espaço das bandas foi ocupado pelos Djs, mais prático, mais barato, menos problema de espaço, de técnica, de som, etc...

4. Antes havia as coletâneas dos jornais e o Ciclojam. Hoje temos o myspace, youtube e etc. Falta um pouco a cobertura regional?

Acho que não,hoje parece mais fácil mas não sei se é. O difícil é ser notado nesses novos espaços virtuais, mas ainda acredito que nada substitui a banda ao vivo. O Mosha sempre foi melhor ao vivo que gravado. A música ao vivo é uma commodity que nunca vai deixar de existir!

5. Sempre que se fala em Mosha, a música Spacemen é comentada, sendo de longe a mais conhecida. A que se deve isso?

Ao Ciclojam, fizemos o primeiro piloto do programa e duas de nossas músicas foram escolhidas, para abrir o programa HANG BACK e para fechar SPACEMEN !

6. As música dos 2 ep's gravados tinham várias inserções eletrônicas. Existe algo preparado nesse estilo, novas músicas?

Existem alguma músicas que eu e o Fricks fizemos com samplers de baterias , já há algum tempo, mais ainda não gravamos

7. Existe algo que pode ser considerado um som curitibano? Alguma característica comum às bandas da cidade?

Não sei dizer. Como Curitiba é multicultural de forte influência européia, por sua colonização, acho que essa é a característica mais presente no som das bandas locais.

8. Alguma banda da cidade que você gosta?

Tô compondo pela primeira vez sozinho, tenho umas 16 musicas e tô gotando de mim no momento, hehehe...estou meio por fora, tive filho...sabe como é. Mas vi um show da RELESPUBLICA outro dia e os caras estão na ativa com tudo. Só lamento o som do PA sempre ser meia boca, falta técnico, falta técnica, ninguém estuda, sei lá. Acho que sempre foi assim por aqui. O técnico de som era o "cabo-man" que foi promovido, e se o cara sabia o que estava fazendo e tirava um som melhor já ía para São Paulo.

9. Para terminar, o que achou do novo cd do The Verve?

Meio estranho, tô com ele no meu ipod mas ainda não digeri...
Quando o verve acabou, eu vi o primeiro show solo do Richard em Londres em 2001. Achei podre, parecia banda de baile. Tinham até músicas boas, mas a execução... Acho que por isso ele tentou voltar com o Verve, as guitarras são legais , é mais banda, mas dá a impressão que fizeram o disco no estudio, tipo sem falar um com o outro... sei lá... já dizia John Lennon "The Dream is Over", so Move On ...

Site oficial: www.mosha.com.br

Aqui uma música deles no extinto Ciclojam

2 comments:

Anônimo disse...

na verdade o Ciclojam não foi extinto. ele só saiu da Educativa por causa do Reiquião. E passa semanalmente no canal Futura, com transmissão em rede nacional, e retransmitido aqui pela local Lúmen TV.

Sheila disse...

Tive a sorte de ver uma apresentação dessa grande banda ontem, numa festa e aniversário de um amigo meu.
Aparentemente ninguém foi la pra apreciar a banda, o que é uma pena. As pessoas poderiam ter um mínimo de consideração pelo trabalho dos caras, de subir no palco, microfonar a bateria, levar aplificadores, etc, e tocar pra um bando de gente que não tá nem aí. Ninguém aplaudia. Essa cidade tem muito o que aprender.
A banda é fantástica,profissional. Vi a banda se apresentar no Ciclojam (acho qeu em 99, ou 2000), achei legal, fui atrás, achei umas músicas para baixar, ouço até hj. As músicas que ouvi ontem já são diferentes das que eu conhecia, mas são muito boas também. Gostei muito de ter visto esse show, apesar da falta de consideração do público. Gostaria de ter outra oportunidade.

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