Feiras e Praças (em excesso)

Não sei o que acontece nessa cidade, mas existe apenas uma epidemia de feiras.

Se existe uma praça em Buenos Aires, certamente no sábados, domingos e feriados ela será invadida por barracas e gente vendendo qualquer tipo de badulaque. É praticamente lei, os portenhos acham um espaço com alguns metros quadraos livres e pronto: ali se instala mais uma feirinha.

Seria interessante essa tradição de compras ao ar livre, combinado com uma graminha e o sol de um parque, mas acontece que a maioria dessas barracas só vende coisa inútil. Não existe nenhum produto de primeira necessidade nessas praças. Só bugiganga, bagulho, badulaque, velharia, inutilidades.

Claro que de repente você encontra uma câmera velha por um preço interessante na feirinha de San Telmo, mas isso é o máximo que você vai conseguir. O resto é uma reunião de semi-hippies com cheiro de incenso que só servem para aglomerar.

As feiras de San Telmo, da Plaza Francia na Recoleta e da Plaza Serrano em Palermo são as mais respeitáveis. Na primeira você acha velharia, na segunda itens típicos para turistas e na terceira roupas e coisas moderninhas e fashion.

Agora a da Plaza Armenia, do Parque Lezama, do Parque Centenario são apenas um aglomero que atrapalha o fluxo de pedestres. O Parque Centenário, que é aqui perto, é praticamente um brechó ao ar livre. Só não entendo como é que as feiras sobrevivem. Se elas continuam acontecendo é porque tem gente que consome. No caso do Centenario e do Lezama é menos compreensível ainda, porque são feiras mais de bairro sem turistaiada gastando dólares.

Enfim, da próxima vez que você vier para Buenos Aires e vir alguns metros quadrados livres sem nenhum tipo de construção, saiba que no fim de semana esse espaço certamente será tomado por bugigangas.