A melhor banda do mundo que tinha acabado em 1998, depois do lançamento do histórico Urban Hymns, anunciou ano passado sua volta. Fizeram alguns shows e etc, mas nenhum deles teve a mesma importância simbólica do que aconteceu nesse último dia 29 de junho no Glastonbury Festival.
Richard Ashcroft, letrista, vocalista e frontman da banda, finalmente acertou suas diferenças com Nick McCabe, o guitarrista problemático, porém célebre por seus efeitos que davam às músicas do Verve um clima único. The Verve voltou e a humanidade pode se ajoelhar e prestar a adoração devida..
Junto aos dois, o baterista Peter Salisbury, que sempre gravou as baterias dos discos solos de Ashcroft, e o baixista Simon Tong, o mesmo da última formação.
A química entre os quatro é indiscutível e podemos ver um Richard realmente contente com a volta que parecia muito improvável para os fãs. Por mais que sua carreira solo tenha trazido ótimas músicas como "Song for the lovers", "Check the meaning" e "Break the night with colour", nenhuma chegou aos pés do lirismo e honestidade de "Drugs don't work" e "History".
Assistindo o show disponibilizado no site da BBC me dei conta que agora com a volta deles não posso deixar de vê-los ao vivo. A melhor banda do mundo está de volta e isso não acontece todo dia, meus caros.
Em agosto está prometido o lançamento do cd "Forth". Oremos!
segunda-feira, junho 30, 2008
Falemos do que realmente importa. Falemos de The Verve.
domingo, junho 29, 2008
O segredo de Cristina.
Cristina Kirchner acha que a solução para a inflação argentina é a mesma para sua cara: maquiagem. Toda população sente no bolso os constantes aumentos mas o INDEC, órgão oficial do governo que mede o índice de inflação, mostra taxas ridículas de 0,05% ao mês.
Racing sofre mas continua na primeira divisão.
Eurocopa que nada! O jogo que mais chamou atenção nesse domingo aqui na Argentina foi Racing X Belgrano de Córdoba.
sábado, junho 28, 2008
Piquetero vai dar aula de populismo no Brasil
Ele é pago pelo governo argentino para protestar a favor da situação, bate e esmurra quem manifesta pró-agro na Plaza de Mayo, xinga e diz que odeia os "brancos de Barrio Norte", acusa os setores do campo de estarem tramando uma conspiração econômica, diz que vai se armar para defender a democracia, recebe grana do Hugo Chavez e ainda elogia o Irã.
sexta-feira, junho 27, 2008
El Cuarteto de Nos - Invierno del 92
Já postei muito sobre El Cuarteto de Nos aqui. Essa banda uruguaia é uma das minhas preferidas. Fui em vários shows e não canso de escutar essas ótimas letras trágicas, engraçadas, politizadas ou muitas vezes somente idiotas.
Esse é o clip de Invierno de 92, do último cd chamado Raro. É uma das que mais "agitam" nos shows. Um clássico.
A tcheca gorda.
Como eu tento ser um cara antenado com as novas tendências, procuro me informar sobre tudo. Tudo mesmo, até de moda.
Acompanhei as notícias do mega evento do mundo da moda São Paulo Fashion Week. A coisa foi tão pop que até minha irmã foi (post aqui).
Um dos maiores bafafás dos desfiles foram as dobrinhas da modelo tcheca Karolina Kurkova (foto), acusada por suas colegas de passarela de estar gorda e com celulite.
A modelete, além de ser linda, é riquíssima e nada no dinheiro.
Karol, quando estiver em Buenos Aires é só avisar! Eu adoraria estar com uma tcheca gorda!
quarta-feira, junho 25, 2008
A Copa de 1978 faz 30 anos.
Muito tem se falado aqui sobre os 30 anos da Copa organizada e conquistada pela Argentina. O evento de 1978 foi um verdadeiro oásis para o regime militar da época. Muitos até comparam a sua propaganda ditatorial com a Olímpiada alemã 1936. Só que pelo menos na Alemanha, Hitler levou um tapa com a vitória do corrredor negro Jesse Owens. Aqui, pelo contrário, o triunfo veio a cavalo.
Os brasileiros, ridiculamente considerados campeões morais de 1978, conhecem basicamente a história da fatídica mala preta que fez o Peru perder de 6 a 0 para a Argentina. Se eles não ganhassem por 4 gols estariam eliminadaos, classificando o Brasil para a final. Isso, junto com os falsos resultados do doping de jogadores argentinos, talvez tenham sido as coisas mais leves que a ditadura fez durante a Copa.
Um grande muro foi construído na beira da estrada que levava a cidade de Rosário, uma das sedes da Copa, para esconder as favelas das vistas dos jornalistas e jogadores europeus. Uma famosa reportagem do El gráfico, em que um jogador Sueco falava das belezas da argentina e da liberdade desse país, foi escrita por um jornalista da revista. Correspondentes europeus, para evitar a censura de seus textos, trocavam os nomes de generais e do presidente Videla, por nomes de jogadores de futebol. E é claro, enquanto a bola rolava nos gramados do Monumental de Ñunez, milhares de pessoas desapareciam e eram torturadas.
João Havelange, presidente da Fifa na época, estava ciente de tudo isso e inclusive pediu pro presidente Jorge Rafael Videla liberar um comparsa que estava detido pelo regime argentino. Johan Cruyff, talvez o melhor jogador do mundo da época, foi um dos poucos que se recusou a jogar a Copa em protesto a ditadura argentina.
Como positivo, ficou o fato de que pela primeira vez os olhos do mundo estavam na Argentina e foram descobertas algumas das atrocidades que aqui aconteciam. Também apareceram internacionalmente as Madres de la Plaza de Mayo, grupo que se reunia na praça de frente a Casa Rosada para exigir notícias de seus filhos desaparecidos.
Faz 30 anos que Daniel Passarela levantou a primeira Copa para a Argentina e o que se menos fala aqui é sobre futebol.
terça-feira, junho 24, 2008
Os Argentinos também falam portunhol.
Os brasileiros sempre se envergonham e acham graça do seu portunhol. Cueca-cuela e mi español es fueda são verdadeiros clássicos dessa língua bizarra. Já escutei cada absurdo falado por turistas brasileiros em Buenos Aires que não sabia se ria ou chorava.
Acontece que os argentinos não estão atrás. Eles também sua própria versão do portunhol, falado principalmente nas praias de Santa Catarina. Vocês não tem noção de quanta gente vai pra "Bombas e Bombinhas". A Personal, operadora de celulares, está com um anúncio que mostra um argentino tentando reservar uma pousada por telefone. Ótemo!
Charly e Kate no CQC.
O CQC, programa argentino com franquias em vários países incluindo o Brasil, está planejando invadir os Estados Unidos.
Um dos três apresentadores da possível versão americana é o Dominic Monaghan, o Charly de Lost. Ele esteve recentemente em Buenos Aires para gravar o piloto do programa e sua namorada, Evangeline Lilly (a Kate) o acompanhou.
O CQC argentino não perdeu a oportunidade de fazer uma matéria com eles.
segunda-feira, junho 23, 2008
Prefeitura não consegue chutar o pau da barraca da presidenta.
É mais ou menos assim. Toda a discussão sobre as retenções de 44% dos produtos agrícolas agora está sendo feita pelos deputados argentinos.
Tevez canta com La Mona Jiménez.
Mas dessa vez ele resolveu variar e apareceu na cidade de Córdoba para cantar no show de La Mona Jiménez, um dos maiores cantores de "cuarteto", que é um ritmo tradicional da região cordobesa. Tevez já tem um mega hit, chamado Muñeca de Trapo, gravado com La Mona.
Vi essa notícia e a entrevista de Tevez e "La Mona" na TV e quase tive um tilt. Era muita coisa bizarra para ser processada ao mesmo tempo:
1. O cabelo de La Mona
2. O nome dele, que traduzido é "A macaca Jiménez".
3. O fato de Tevez fazer seguidas aparições como cantor e já ter gravado músicas, sendo que nem falar ele sabe direito.
5. A reunião, no mesmo palco, de duas das pessoas mais feias da Argentina.
5. O cantor ter a mesma proposta capilar de ícones como Cid Guerreiro e Ovelha.
domingo, junho 22, 2008
O preço do populismo do casal Kirchner
Ótima matéria da Veja sobre a atual situação econômica da Argentina: aqui
sexta-feira, junho 20, 2008
Torcedor sofredor.
Essas enormes filas não são para ver a final de um campeonato. São dos torcedores do Racing, talvez os maiores sofredores do futebol argentino. Nesse domingo eles jogam em Santa Fé contra o time do Colón numa disputa direta para evitar a promoción.
Para um time grande ser rebaixado para a segunda divisão argentina ele precisa realmente se esforçar. O cálculo é feito de acordo com os últimos 3 campeonatos, numa média de jogos jogados e pontos obtidos. Se um time acaba de subir fica complicado porque está média é feita só com os últimos jogos.
São 20 times no campeonato. Os dois com as piores médias são rebaixados diretamente, já o terceiro e o quarto com a pior média decidem sua permanência numa partida cada um com o terceiro e o quarto da segunda divisão.
O Racing atualmente tem a 4ª pior média e o Colón a 5ª. Quem ganhar esse jogo se garante na primeira divisão.
* Fotos do La Nación, como sempre.
quinta-feira, junho 19, 2008
O point da galera.
Ontem foi a manifestação fabricada pela Cristina, hoje são os taxistas. Cada dia um agito diferente na Plaza de Mayo, o super point dos piquetes. Se você quer reclamar alguma coisa, lá é o the place to be.
Estou esperando minha vez pra quando haja o protesto dos redatores de TV!
* Foto do jornal La Nación.
A pior torcida do mundo.
Quem já foi em qualquer partida aqui na Argentina pode atestar o tremendo abismo que separam a torcida argentina da torcida brasileira. Seja criatividade, apoio e atitude, as diferenças são gritantes.
Torcedor argentino apóia em qualquer momento, esteja o time ganhando, empatando ou perdendo. Qualquer torcida do Nueva Chicago ou do Chacarita dá um show na Gaviões da Fiel. Chega a ser ridículo as tentativas das TV's brasileiras de mostrar as torcidas brasileiras como coisas espetaculares. Até nas musiquinhas os argentinos são mais criativos. São várias e eles não ficam só no "êleleô leleô leleô Santos", por exemplo. Já fui em jogo do Boca, San Lorenzo e Gimnasia La Plata e os caras podiam gravar um cd duplo com seus melhores cânticos.
Pior que todas as torcidas de todos os times brasileiros está a torcida da seleção brasileira. Isso não é torcida, mas sim um amontoado de consumidores. O torcedor brasileiro não apóia, mas sim julga.
Se o Brasil está ganhando, o torcedor está super feliz e canta aquela grande gama de 2 musiquinhas que são ""êleleô leleô leleô Brasil" ou a ridícula "Eu, sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor". Engraçado que quando o time perde ou simplesmente empata, o cara não é brasileiro com muito orgulho e com muito amor e até chega a torcer e aplaudir o time adversário.
Lembro dos jogos da Copa de 2006 da Argentina, onde mesmo lá na Alemanha se podia escutar os gritos dos hinchas. Várias músicas, uma atitude otimista (até demais) e um apoio quase que incondicional a suas cores.
Talvez o futebol brasileiro tenha evoluído tanto e se transformado em 100% negócio, não há nada de paixão. O torcedor, que deveria apoiar seu time e fazer o papel de 12º jogador, se tornou apenas um mero consumidor espectador. Está lá para ver um filme e, se não gosta do seu enredo, vaia e xinga. Acontece que torcedor ainda tem o poder de influir no resultado da partida ao invés de só criticar e pedir seu dinheiro de volta.
A melhor seleção de futebol do mundo tem a pior torcida do mundo.
No lo soporto - Nunca iré.
Quem é leitor das antigas desse blog conhece a No Lo Soporto, banda de 3 meninas que vi muito assim que cheguei em Buenos Aires no comecinho de 2006.
Muita produção, contatos, jabá, , uma baterista linda, zero atitude nos palcos e música bem meia boca. Agora me deparei com o último clip delas. Uma superprodução com direito a um avião e participação de Gustavo Cerati.
quarta-feira, junho 18, 2008
Procura-se espírito de porco.
Não sei se é só no meu pequeno recorte de realidade, com as pessoas que convivo e vejo diariamente, ou talvez por ser estrangeiro, mas o fato é que vejo muita pouca tiração de sarro e brincadeirinhas chatas por aqui.
Futebol, por exemplo: River perde do Boca, Boca sai da Libertadores. O máximo que vejo são cartazes com piadinhas pela cidade. Super criativos, mas só isso. Aquela tiração de sarro violenta e direta não há. Brasil perdeu da Venezuela e do Paraguai no futebol... ninguém veio me dizer nada.
Quando eu cortava cabelo no Brasil sempre vinha alguém falar que o cabeleireiro era uma pomba, já que ele havia cagado na minha cabeça. Fora os outros clássicos do tipo "Onde você comprou essa camiseta tinha pra homem"? Lembro de um amigo que por usar mocassim foi sumamente zuado e açoitado pela turma que parou de usar. Esse mesmo cara deixou um rabinho crescer e a galera caiu matando violentamente até ele cortar fora. Éramos amigos e não queríamos que o cara passasse por ridículo.
Convenhamos, por mais irritantes que sejam, essas coisas são algo como um lubrificante social. De certa maneira idiota ajudam a integrar e podar o que é considerado estranho segundo nossas convenções sociais.
Talvez seja isso que falte aqui. Gente, não há senso estético e compreensão possível para tolerar tantos cabelos e roupas ridículas nesse lugar. Não dá, simplesmente não dá e ainda mais no bairro onde trabalho que se chama "Palermo Hollywood". Existe uma linha bem tênue que separa a personalidade da bizarrice e a moda do groteco. Ousadia é uma coisa que não deve ser confundida com imprudência.
Fico pensando se foram os pais que falharam na educação, se faltou porrada, se eram permissivos demais. Onde foi que eles erraram para que essa pessoa se tornasse esse ser tão bizarro com esse cabelo patético?
Onde estão os espíritos de porco desse país? Onde estão os pestinhas para puxar o cabelo, apontar o dedo e ficar rindo disso ?
Imagina se uma criança chegar com uma roupa um pouco mais ousada e um corte cabelo mais "radical" na escola assim no Brasil. Pense o quanto ela seria zuada e se tornaria o centro de todas as piadas. Sempre haveria um pestinha engraçadão para puxar essas trancinhass ridículas até o ponto que o dono delas cortaria. Sempre haveria um comediante em potencial que tornaria essa criança na piada da turma, dando um apelido ridículo e importunando até aquilo fosse cortado ou que a roupa estranha fosse trocada.
Esse país precisa de espíritos de porco!
* Por outro lado, essa ousadia que aqui há em excesso falta muito aos brasileiros. Engraçado andar pelas ruas e perceber, mesmo sem escutar eles falando, os grupos de brasileiros andando por aí. São todos aquele café-com-leite sem sal, aquelas roupinhas compradas pela mãe, aqueles cabelos super bem aparados e cortados, as meninas com aquelas botas de sempre, o cabelo meio divididinho no meio, aquela calça jeans justa e pegada no corpo e aquela sacola de alfajor Havanna no braço.
terça-feira, junho 17, 2008
Panelaços por toda Argentina.
Essas fotos são do La Nación. São dos famosos "cacerolazos" que estavam por todos os lados essa noite aqui em Buenos Aires e na maioria das cidades argentinas.
domingo, junho 15, 2008
Especial Música da Suécia: 5 - Entrevista com Lacrosse.
No quinto e último capítulo do especial Suécia, entrevistamos o Lacrosse. A banda faz o tipo de música feliz insuportável grudenta. É um indie pop de bueníssima qualidade, contagiante e grudento.
1. Por que existem tantas bandas suecas populares? O que vocês ouviam quando eram pequenos e o que ouvem agora?
2. As bandas suecas que o mundo ouve são as mesmas que vocês ouvem?
Não, nenhuma exceto o Oasis. Acho que eles são suecos.
3. Já ouviram falar de um festival brasileiro chamado Invasão Sueca?
4. Como está a banda agora? Planos de novos cd’s depois de “This new year will be for you and me”? Como o público reage a vocês nos shows.
5. O som de vocês tem uma alegria contagiante, espalha esperança mesmo quando as letras são tristes. Quem as compôs?
6. O que é mais difícil escrever: músicas felizes ou tristes?
Não é uma competição. Geralmente, para gente, as músicas com as letras mais tristes são as que tem as melodias mais alegres e vice-versa.
7. “You can’t say no forever” temu m clip ótimo mas bem simples. Quem produziu? Todos aqueles ursinhos realmente viajaram o mundo?
8. Vocês conhecem alguma banda brasileira? Tem algum favorito?
Também conhecemos o Seu Jorge e o Bonde do Rolê.
Aqui o ótimo clip de "You can't say no forever".
Mais no site da banda (www.lacrosse.nu) e
sábado, junho 14, 2008
Entenda a greve do campo argentino.
Conversando ontem pelo msn com meu primo Anderson, que mora em Vila Velha no Espírito Santo, percebi que não estavam falando muito no Brasil sobre a greve dos agricultores argentinos que completou 95 dias hoje.
sexta-feira, junho 13, 2008
Apaixonada pelo meu estuprador.
Outro dia fui com uns colegas do trabalho almoçar num restaurante colombiano perto do serviço. Algo que não posso reclamar é de opção de restaurante nas redondezas da FOX, tem pra tudo quanto é gosto e bolso.
Soy el ladrón de tu amor tu mal recuerdo
y soy el nombre que no quieres mencionar
y al saber de tu desprecio siento miedo
que nunca nunca me puedas perdonar
es quien te hace llorar es quien te ama
es quien te hace llorar es quien te ama
es quien te hace llorar es quien te ama
segunda-feira, junho 09, 2008
Especial Música da Suécia: 4 - Entrevista com Detektivbyrån.
Na busca pelos contatos e emails de bandas suecas acabei me deparando com o Detektivbyrån, um trio instrumental de Gotemburgo.
Com um som bem inusitado e instrumentos raros, a banda traz uma proposta de um som freak doce, bizarremente meigo e lindamente nerd.
A apresentação no clássico festival Roskilde trouxe a banda para a cena independente européia e seus shows pela Europa estão cada vez mais frequentes. Agora, depois de lançaram um EP, eles preparam o novo CD, chamado e18, e planejam uma turnê pelos Estados Unidos.
O empresário teve a gentileza de me enviar dois EP's pelo correio, o que agradeço muito. No papo com Anders do Detektivbyrån, ele fala de música sueca e de como a musicalidade das crianças é incentivada no seu país, do som que fazem e de tudo que planejam para a frente.
1. Por que a música sueca é tão popular? Qual a explicação para isso?
Muitas crianças tem a grande oportunidade de explorar sua criatividade e musicalidade através das escolas de música que temos aqui mantidas pelo governo.
Durante o dia depois do colégio chato você pode ir para a escola de música e tocar qualquer instrumento que você queira. Ou cantar. Isso é muito popular, especialmente para música clássica, mas ainda mais para o pop, rock, jazz e coisas do tipo. Muitas das bandas independentes têm pelo menos um ou dois membros que freqüentaram as escolas de música. Mesmo se o vocalista é um poeta bêbado que mal toca a guitarra, talvez o baterista ou o cara do cello ou o guitarrista já foram para a escola de música em algum momento de suas vidas. Essa poderia ser uma razão para que a Suécia tenha essa reputação.
Eu mesmo tocava baixo nesse tipo de escola, por mais ou menos e certamente colaborou muito para minha vida atual como integrante do Detektivbyrån, mesmo que hoje seja uma coisa totalmente diferente musicalmente e espiritualmente.
Além disso temos esses invernos de bosta que nos forçam a ficar dentro de casa. E o que fazer além do que jogar cartar? Escrever uma ou duas canções.
2. A música que o mundo rotula como sueca é a mesma música escutada aí?
Olha, é difícil dizer já que não viajamos tanto pelo mundo. Na Alemanha e em outras partes da Europa, o ABBA ainda toca nos radios a toda hora e é claro que eles ainda são uma grande banda, mas você nunca vai escutá-los numa rádio sueca hoje em dia.
3. O som de vocês é muito único e singular. Como você definiria? Yan Tiersenn drogado em uma viagem pelo País de Gales?
Obrigado. Definimos como um pop instrumental, pling-plong ou acordeão e vibraphone sobre batidas estranhas. Estávamos bem sóbrios quando gravamos nosso cd, mesmo que isso pareça estranho é verdade.
4. O xilofone traz uma certa inocência a música de vocês. É intencional? Geralmente quais instrumentos vocês tocam?
Sempre estivemos em bandas guitarrentas antes. Nós três tocávamos bateria, baixo e guitarra. Mas aí um dia nos cansamos disso e compramos um acordeão e um glockenspiel (xilofone) e começamos a tocar nas ruas de Gotemburgo. Logo tocamos em clubes e festivais, coisa que nunca havia acontecido antes com nossas bandas guitarrentas. Adoramos o xilofone. Muitas vezes é melhor sussurrar do que gritar se você quer ser ouvido. O xilofone tem um som horrível quando você tenta tocar alto, então o resultado é que menos é mais.
Ninguém pode fugir do som dele. Poderia ser usado como instrumento de tortura se conhecessem seu poder. O segredo é tocar suavemente e amá-lo, isso se você quiser que ele ame você e seus amigos.
5. Por que a opção de não cantar?
Música instrumental fala mais do que mil palavras. Menos é mais. Eu falo demais o dia todo, então é bem relaxante calar a boca e tocar belos instrumentos junto com gente que gosto e que também não fala.
6. Onde vocês tem tocado? Como é a reação do público?
Tocamos nos maiores festivais suecos, em um grande festival dinamarquês chamado Roskilde, um festival de filmes em Riga/Letônia, em bares, ruas e clubes de Gotemburgo. Vamos logo logo para a Alemanha e nesse outono visitamos os Estados Unidos. Vai ser divertidíssimo já que nenhum de nós foi para lá antes.
Parece que nos entendem melhor ao vivo. Frequentemente recebemos uma ótima resposta em qualquer lugar que tocamos. Falamos durantes as músicas, às vezes até demais, e as pessoas gostam mesmo se isso é instrumental. Algo muito legal acontece quando você pega um instrumento pequeno em um palco para uma multidão de duas mil pessas, você não tem aquela pinta de frontmal cool e você não pede para as pessoas dançarem. Eles fazem isso de qualquer maneira já que somos gentis e tocamos um tipo de música que as pessoas não encontram em um palco a toda hora.
7. É muito interessante ver o making off da gravacao do disco no youtube. Quais instrumentos vocês tocam? Fale mais sobre esse cd, os nomes das músicas e as turnês.
Bom saber disso, obrigado. Nosso plano foi e sempre será tocar músicas com belas melodias e bonitos instrumentos, divertir-se num estúdio e fazer músicas que possamos tocar ao vivo.
Para esse cd compramos um vibrafone, que é tipo um xilofone gigante com pratos dentro que dão um som de vibrato único. Antes isso não era possível já que somente usávamos o xilofone, mas agora a família Pling-Plong está finalmente reunida e feliz. Usamos esse vibrafone em quase todas as músicas.
Também sampleamos músicas e as usamos no teclado. Já havíamos feito isso antes no EP Hemvägen, mas só em duas músicas. No novo cd, a caixinha de música é usada demais já que gostamos muito do som dela. Essa caixinha é o nosso menor som mas parece que é o que melhor atinge as pessoas. Você pode ouvir ele no começo da música E18 do EP.
Títulos :
Hemvägen = Caminho a casa
Nattöppet = Aberto à noite
Dansbanan = O Palácio da Música
Vänerhavet = Nome de grande lago da Suécia, um dos maiores da Europa. Crescemos numa cidadezinha perto desse lago e depois nos mudamos para Gotemburgo
8. Já ouviu falar de um festival chamado “Invasao sueca”?
Não, nunca ouvi falar mas parece ser muito legal. Adoraríamos ir aí e tocar.
9. Que tipo de musicas vocês ouvem? Gostam de algum musico brasileiro?
Pop, country, metal, eletrônica e valsa. Na verdade não escutamos nenhuma banda do Brasil, agora sinto um pouco de vergonha por isso.
Fiquei aí com um vídeo de uma apresentação deles ao vivo e o link pro myspace.
Um clássico!
Amor meia-boca.
Estava lendo esse texto aqui e bateu que é uma beleza. Às vezes tudo que a gente precisa mesmo é de um amor meia-boca.
quinta-feira, junho 05, 2008
Um conto surrealista - parte 2.
Dando continuação aos acontecimentos de terça. Pois bem, ontem veio a polícia de novo. Tocaram o interfone e descemos para explicar tudo outra vez. Dessa vez bem mais rápido e ninguém subiu no AP pra procurar defunto, mas a conclusão é que realmente há uma louca querendo nos ferrar.
terça-feira, junho 03, 2008
Um conto surrealista.
Buenos Aires, 21h40.
segunda-feira, junho 02, 2008
In treatment.
A primeira profissão que quis ter foi a de veterinário. Mas logo, ainda quando criança, já mudei parae oftamologista. Todas aquelas visitas àqueles consultórios tão cheio de aparatos me fascinavam.
Fazia muito tempo que não via uma série com tantos diálogos memoráveis e personagens ao mesmo tempo complexos e bem construídos. A Laura, paciente que se apaixona pelo doutor, é um show de personagem. Ótimas frases, metáforas, comparações e um humor mais ácido que coca-cola com esfiha picante. Não perco uma sessão dela!
Pois é, mas assistindo todas essas sessões de terapia percebi que não seria mesmo um bom psicólogo. Certamente perderia a paciência na primeira consulta. Acharia que todas essas neuras seriam apenas besteira e mandaria todo mundo pastar!