domingo, agosto 31, 2008

Un novio para mi mujer.

Tive que conferir esse sucesso de bilheteria do cinema argentino, que bateu até a super estréia de Batman, e que anda levando multidões ao cinemas do país. Tanto é verdade que a fila para entrar na sessão do Complexo INCAA da Plaza do Congreso dobrava a esquina! Nunca vi algo assim por aqui!


Un novio para mi mujer consegue ser genuinamente argentina sem cair nos clichês dos filmes locais. É ágil, despretensiosa e fala de um tema comum: o divórcio. Adrian Suar, no papel de El Tenso, está louco para se divorciar de Tana, interpretada por Valeria Bertuccelli. Como ele não consegue tocar no assunto da separação, sua saída é contratar um latin lover de terceira para seduzir sua mulher e assim facilitar as coisas.

Bertuccelli está ótima no papel da mulher neurótica que reclama de tudo e de todos. Ela rouba a cena com seus tiques e as opiniões ácidas que fica impossível não se identificar com a personagem. Ela possui um ódio mortal para com as pessoas que ela denomina "procura-coincidências", aquele povo que só porque é do mesmo signo que você ou cresceu na mesma cidade acha isso grandes coisa e alardeia pra todo mundo. É engraçado e real sem se tornar uma caricatura feita só para o espectador rir.

A atriz, que é casada na vida real com Vicentico, vocalista dos Fabulosos Cadillacs,  está roubando aos poucos o posto de Ricardo Darín como ator onipresente nos filmes argentinos. Só nos últimos dois anos, vi quatro filmes com ela: XXY, Mientras tanto, Lluvia e Un novio para mi mujer.

Não é a toa que está todo um frenesi para o filme. Recomendadíssimo!

Aqui o trailer da película:

sábado, agosto 30, 2008

Brazilian Day em Buenos Aires?

Li no G1 que amanhã, dia 31, tem o Brazilian Day em Nova Iorque e que são esperadas mais de um milhão de pessoas para os shows do Jorge Ben Jor, Lulu Santos e Banda Eva. Vi no site que o evento é apoiado pela Embratur e espero MESMO que eles não tenham planos de expandir isso para outras cidades como Buenos Aires.


Tive três experiências com a comunidade brasileira propriamente dita e duas foram traumáticas. A primeira, que foi a melhorzinha, foi numa festa junina gigante patrocinada pela LBV. Rolou um sorteio para uma super viagem ao Rio de Janeiro com um acompanhante e tudo pago, mas não ganhei. 

A pior vez ver o jogo Brasil X França no bar Maluco Beleza. Trocentas pessoas em pé, assistindo o jogo no telão com um comentarista torcendo contra, muito axé, gringos loucos. E claro, mulheres horríveis suadas e semi-nuas sorrindo para as câmeras dos canais de TV argentinos enquanto mostravam ao vivo toda a geografia do Mato Grosso do Sul delas.

Também cheguei a ir numa super festa junina em Palermo, com mais sambão, passistas e todo aquele carnaval super pertinente a uma festa caipira. De São João não tinha nada! Só faltou ter rolado um "Arerê love love com você" para ser mais bizarro.

Que o Brazilian Day não se transforme no Día Brasileño! Quem quiser reviver sua brasilidade que tome um vôo da Gol!

sexta-feira, agosto 29, 2008

A escolinha do professor Fabián.

Meu professor de roteiro se chama Fabián, mas mesmo sendo argentino acho que ele já deve ter visto alguns capítulos do clássico "A escolinha do professor Raimundo".


É que durante bom tempo da aula, depois que vemos alguma parte do filme, ele fica perguntando para os alunos que é isso, o que significa aquilo outro. Todo mundo fica naquele maior medo de dar uma de Seu Boneco, falar merda na resposta e que os coleguinhas cults lancem aquele olhar blasé de "Nossa, como você é burro".

Tivemos que ver "Sideways" como lição de casa e justo eu fui o primeiro a ter que responder algumas coisas. Já comecei errando a curta sinopse que fiz quando ressaltei os relacionamentos amorosos e não citei os conflitos existenciais. Também caguei quando disse que só havia um protagonista.  Errado! Eram dois. Mas o pior foi quando disse que o antagonista era a mulher por qual o cara se apaixona. Foi um erro grosseiro. O antagonista geralmente é o vilão, aquele que entre em conflito com o protagonista e impede o seu sucesso. Pode ser uma pessoa, uma cidade, uma dor no pé, uma gangue de malfeitores, enfim. Pode ser até o próprio protagonista como era o caso.

Passei a aula toda me sentindo uma bosta e sem me perdoar por tamanha merda proferida. Senti olhares de desaprovação dos colegas e ninguém quis comer meu alfajor quando ofereci na hora do recreio. Lembrei que o Brasil tinha perdido de 3 a 0 da Argentina e me senti pior ainda.

A aula continou e foi mostrado o início de "Três dias do Condor" como um exercício. Era para ver quantas informações conseguíamos sem diálogo no primeiro ato. Como todo bom herói precisa de uma redenção, pensei que aquela seria a minha. Eu teria que ver alguma coisa que ninguém mais visse para obter de volta a aprovação dos colegas!

Papo vai, papo vem. Todo mundo falando do possível romance do cara, de que ele era inteligente, que não sabia lidar com armas e blablablá. O professor concordava mas dizia "Gente, existe algo aqui fundamental que vocês não falaram ainda". Mais elucubrações, um cara fala do ambiente tecnológico para a época, mas não era isso que o professor queria.

Aí chega o momento da minha glória! Com firmeza digo que o personagem é um outsider e não obedece regras já que ele sai pela porta que não devia sair e anda de bicicleta na hora do rush! "Exatamente", diz o professor. Toda classe olha para mim com aquela cara de "É meeeeeeeesmo". O Brasil é penta!!!

Fim de aula e minha dignidade está de volta graças ao Robert Redford numa ridícula bicicletinha!

Brasil empresta dinheiro para Córdoba.

Parece mentira, mas não é. O BNDES brasileiro está emprestando dinheiro para financiar obras da província de Córdoba.

Já que o dinheiro prometido pelo governo Kirchner nunca chegou, o governador Juan Schiaretti apelou para o barbudo brasileiro. Como esclarece a notícia do Crítica Argentina, o dinheiro do BNDES na verdade é emprestado às empresas brasileiras que participam das obras argentinas.

Outras províncias, como a de San Juan, também querem entrar na festa. Cuidado com o calote, meu povo!

quinta-feira, agosto 28, 2008

Especial Rock Argentino: 3 - Hacia dos Veranos.

O julgamento da tragédia de Cromagnón continua em Buenos Aires. Dentro do tribunal, os pais das quase duzentas vítimas protestam em silêncio mostrando fotos de seus filhos, enquanto um vidro a prova de bala os separa dos acusados. Fora do edifício mais familiares disputam espaço com os vários fãs da banda Callejeros que pedem "Basta de culpar a Callejeros".

Dessa vez, os entrevistados são o Hacia Dos Veranos, uma das primeiras bandas que conheci em Buenos Aires. Nunca fui fã de música instrumental, mas esse grupo me fez mudar um pouco isso. Com ótimas melodias, suas músicas compõem climas e ambientes únicos, que mesclados com as imagens projetadas ao vivo, formam um belo espetáculo. Não é à toa que talvez seja a banda que mais vi ao vivo na cidade.

Na conversa, o guitarrista Ignacio Aguiló fala de como é foi a adaptação pós-cromagnón, da cena argentina e da preocupação de casar perfeitamente imagem e som nos shows.

Qual o panorama do rock argentino agora? Existe um estilo que o define?

Não acho que exista uma coisa chamada rock argentino e nem um Indie rock argentino. Acho que os problemas gerados pelo incêndio de Cromagnón e o fechamento de muitas casas de shows causaram uma concentração de tudo em poucos lugares. Além disso houve uma certa tendência dos artistas se apoiarem em ciclos de música do governo. Isso afetou bastante a cena "emergente".

Existe uma preocupação com a parte visual nos shows da banda. Como funciona? Música e imagem se complementam?

Sempre que podemos, contamos com a arte visual do nosso amigo Dr. Chance (Mariano Baez), que tem o cuidado de escutar cada uma das músicas para poder dar a imagem exata para cada canção. Mariano é o criador (junto com Franco Estrubia) do vídeo que vem dentro do nosso disco "De los valles y volcanes", e que corresponde a canção "Preludio". É uma série de fragmentos em super 8 e imagens e lembranças perdidas de gente sem nome, ideal para o que queríamos contar nesse momento com o nosso ep "Fragmentos de una tarde". Mariano tem uma extrema sensibilidade para entender nossa música e a plasmar em imagens.

Para a gente é quase indispensable poder contar com esse tipo de imagens nos shows, porque consideramos que ela aumenta muito a qualidade do espetáculo. Ou seja, não são imagens soltas por aí, existe um sentido por tras de tudo isso.

Como você definiria o som do Hacia dos veranos?

Nossa música tem sido definida de muitas formas e é ótimo que cada um a interprete como queira. Inclusive teve alguém que disse que nós tinhamos inventado o "post rock kwee". Na verdade não sabemos definir bem. A melhor maneira de descrever a banda seria tomando emprestada a linguagem da pintura: nosso som é impressionista. Definitivamente um som próprio, nosso.

Por que a opção de ser uma banda instrumental? Por que não cantar?

Não foi uma escolha, aconteceu naturalmente. Havia uma canção em que não podíamos colocar a voz. Não importaba o quanto trabalhávamos nela, não encontrávamos a melodia que caisse bem. Aí eventualmente percebemos que era a melhor música que tínhamos feito. Tomamos essa música como ponto de partida para começar de novo e a desde então nossa música se tornou mais livre, como se a voz antes fosse um obstáculo. Essa canção mais tarde foi chamada de "Sueño".

Como é o processo de composição das músicas?

Até agora sempre trabalhamos assim: um traz a idéia, fechada ou não, e no ensaio a banda dá uma forma final. Isso vem acontecendo desde os primeiros ensaios, quando cheguei com o riff de "Preludio" e me tornei grande responsável pelas melodias. Mas nossas músicas estãoo impregnadas com os espíritos de todos seus integrantes. Cada um acrescenta um pouco de si no geral e assim as coisas vão mudando de acordo com os integrantes que vão passando.

Existem muitas bandas de post rock na Europa como Explosions in the sky, Godspeed, Sigur Ros, mas muito poucas na América Latina. Qual seria a razão?

Na verdade não sei. Para ser sincero nunca escutei Explosions ou Godspeed, por mais que as pessoas digam que nossa música tenha pontos em comum. No fundo nunca nos consideramos uma banda de post-rock mas, talvez como forma de aventurar uma resposta, o post-rock por definicão é uma música para um público muito limitado, e dentro do já limitado público Indie latino encontrou um espaço menor ainda para se desenvolver.

Já tocaram no Brasil? Planos de tocar?

Fomos convidados para tocar no festival "Algumas pessoas tentam" da Midsummer Madness", onde participava o Jens Lekman e outras bandas locais no Rio de Janeiro, mas infelizmente não fomos por problemas de agenda de alguns de nós. Foi uma pena já que estávamos muito empolgados para tocar. De qualquer maneira estamos com as malas prontas para viajar assim que tivermos condições. Temos muita vontade de conhecer o Brasil e que o Brasil nos conheça ao vivo de uma vez por todas.

Planos para o fim do ano e 2009?

Estamos dando os toques finais no próximo disco, essa é a meta principal. Depois pensamos em visitar os países irmãos Uruguai, Chile e Brasil, é claro.

Mais da banda em:

Site Oficial: www.haciadosveranos.com.ar
Myspace: www.myspace.com/haciadosveranos

Sueño ao vivo:

Primeira pesquisa Aires Buenos.

Obrigado a todos que votaram na pesquisa do blog que terminou ontem.

Serviu bastante para saber s interesses dos leitores, além de dar base para criar uma linha editorial para o blog, que certamente será desrespeitada constantemente.

Obrigado de coração!

quarta-feira, agosto 27, 2008

Cristina, a cretina.

No começo da semana o Banco da Espanha qualificou a Argentina, em um de seus relatórios, como um país de risco muito elevado para investimentos.

A presidenta Cristina Kirchner saiu logo no contra-ataque falando que "deveriam pronosticar seus próprios problemas" e qualificando os economistas de opinólogos e o banco de irresponsável.

Dona Cristina cabeça-quente, que deveria apontar números e índices econômicos confiáveis em sua defesa, perdeu uma chance de ficar com o bico calado e falar bosta.

Esse incidente, somado à estatização das Aerolineas Argentinas que tinha como maior acionista uma empresa espanhola, é mais um capítulo do skydiving da confiabilidade da economia do país.

Não é à toa que o nosso Lula é praticamente um semi-Deus por terras argentinas. Seu tom conciliador totalmente oposto ao estilo Kirchner de governar e o crescimento da economia brasileira ofuscam aqui todas as notícias sobre as acusações de corrupção.

* nota corrigida dia 29/08

terça-feira, agosto 26, 2008

Ultra Orange & Emmanuelle.

"Don't kiss me goodbye" é uma música que cria um clima muito melancólico no momento que ela aparece no filme "O escafandro e a mariposa". É humanamente impossível se manter inerte ao escutar a letra junto com seu ritmo lento e guitarrento.

Os responsáveis por essa genialidade são os franceses do Ultra Orange & Emmanuelle. Justo a vocalista é a Emmanuelle Seigner, que interpreta a bela mulher do personagem no filme. A atriz fez sucesso há 16 anos quando atuou no clássico "Lua de Fel", dirigido pelo seu atual marido Roman Polanski.

Com 42 primaveras e exalando sensualidade, Emmanuelle destrói nas músicas do Ultra Orange. O cd lançado em 2007 tem letras que misturam tensão sexual, como em "Sing, sing", candura em "Simple words" e chegam a mostrar uma paixão insana quando ela canta "Is it written with your blood or is it just a lipstick note" na canção "Line of my hands". Tudo isso ao som de uma guitarreira um tanto quanto sombria que alterna momentos acústicos e vocais à la Velvet Underground.

Desde já musa desse blog!

Não consegui embedar o clip de "Sing, sing", mas não deixem de ver aqui.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Cagando e andando.

Visto alguns fatos recentes que causam um leve frenesi nas pessoas, venho por meio desta deixar bem claro que estou cagando e andando para os seguintes itens:

- Show da Madonna.
Na boa, essa véia é mãe de uma guria bigoduda. Para aqueles que vão fazer fila pro show, meus pêsames.

- Chegada do Iphone na América Latina.
Se você tem um notebook e tem um celular, pra que pagar milhares de reais num iphone?

- A blogosfera.
Essa democratização da informação não significa democratização ao acesso da informação. Tanta gente que mal sabe usar um mouse! Não venha com papo de que o mundo agora é 2.0.!

- Mallu Magalhães.
Quebrou a magia. Depois de ver 2 ou 3 entrevistas com ela no youtube apenas desisti. No dia que ela souber construir 3 frases completas me avisem que dou outra chance.

- Mulher Melancia, abacate, pêssego, romã e nectarina
Coisas idiotas assim que me deixam feliz de estar longe do Brasil. Além disso, é a mais pura imitação do finado programa Cocktail do Miele que passava no SBT! Miele, processe já essas gurias frutas!

Especial Rock Argentino: 2 - El mató a un policia motorizado.

El mató a un policia motorizado é uma banda única na Argentina. Mesmo estando no underground e lançando discos de forma independente, esse quarteto de La Plata possui uma legião de fãs apaixonados que transformam seus shows em um total frenesi.

Poucas vezes vi, em Buenos Aires ou em Curitiba, uma banda causar tanta catarse em suas apresentações. O estranho é que eles tinham tudo para não ser uma banda tão amada. Não são "cool", não são amigos de bandas grandes e ainda moram em La Plata, a 70 km de Buenos Aires.

Em uma entrevista para o blog feita em junho, o vocalista Santiago fala dos planos da banda e se mostra muito apaixonado pelo que faz.

Existe uma característica comum entre essas bandas? Como Cromagnón mudou o rock independente argentino?

O rock independente da atualidade é muito variado. Talvez na hora de fazer matérias nos meios daqui acabam agrupando as bandas não pelo tipo de som que fazem mas pela maneira que fazem as coisas, como encaram a música e a arte. A Internet abriu uma discoteca infinita e universal e isso acabou um pouco com as tendências que vinham marcando década após década. Talvez atualmente os sons e a música em geral não respondam a um som particular imperante e isso passa também no rock independente argentino. Cromagnón obrigou as bandas a fazer as coisas com mais esforço, como uma resposta de fazer música com mais vontade nos momentos mais difíceis.

O público argentino é conhecido por participar de um show de uma maneira muito ativa. "El mató" é uma das poucas bandas underground que tem um público que se comporta dessa maneira. Por que isso acontece? Existem prós e contras?

De alguma maneira a música do El mató é um convite a cantar e dançar. Em parte, as pessoas que vão aos shows também fazem um tipo de jogo. Sabendo que antes isso não era tão comum, deixam-se levar e até certo ponto exageram para ver até onde podemos cegar. É muito divertido para a banda porque também gostamos de interagir no palco. A desvantagem é que certos donos de lugares onde tocamos tem medo. Não entendem que tudo é no clima de amizade e buena onda.

Que diferençaas sonoras você vê entre uma banda argentina massiva e o underground?

As óbvias são os orçamentos na hora de gravar ou fazer um show. Depois acho que as bandas massivas, em certo ponto, começam a ter medo de tudo que conseguiram. É compreensível mas é horrível para a sua arte, que começa a se fechar e se limitar. Já as bandas independentes possuem um frescor que pode ser eterno.

Esse mesmo público cativo da banda consome suas músicas a ponto de vocês viverem disso?

Não vivemos atualmente da música, não economicamente, mas não poderíamos viver sem fazer música o arte de algum tipo. A arte, como fonte de ingressos econômicos, é irregular. Pode baixar, subir e acabar. Nada é estável nesse mundo, não para artistas independentes pelo menos. E nem é recomendável que seja. Se suas necessidades econômicas dependerme do consumo ou não de sua obra, sua arte pode ficar condicionada a isso.

Como foi a experiência de tocar no Brasil?

Tocamos em São Paulo no ano passado e foi genial. Não podíamos entender que mesmo estando tão longe, tanta gente cantava e dançava nossas músicas. Foi algo que nos surpreendeu.

As suas letras são um pouco diferentes, para não dizer extrañas. De onde vem isso? Quem é "la chica rutera"?

As letras partem de imagens, são descritivas de uma idéia ou uma cena. Quando escrevo não penso muito, elas simplesmente saem. São curtas porque entendo que não precisam de acréscimos. "La chica rutera" é uma menina que saiu de viagem e que alguém, talvez triste, espera que ela volte.

Planos para o futuro?

Terminas a trilogia dos discos que começou com "Navidad de reserva" e continuou com "Un millón de euros". Depois apresentar o disco, viajar, contecer gente nova e todas essas coisas divertdas da vida e de te ruma banda de rock.

Site oficial da banda: http://www.elmato.com.ar/

Myspace: http://www.myspace.com/elmatoaunpoliciamotorizado

domingo, agosto 24, 2008

La escafandra y la mariposa.

Às vezes acho que estou postando demais aqui no blog e deveria dar uma maneirada nisso. Mas aí colido com "O escafandro e a borboleta" e simplesmente não posso deixar de escrever sobre ele.


Mais que todos os clichês, que não deixam de ser verdadeiros, de "uma grande lição de vida" ou "filme para chorar", O escafandro é uma aula de cinema. Por poucas vezes me senti tanto na pele de um personagem. Um show de câmera subjetiva, de roteiro, fotografia, direção e muitos, muitos pequenos detalhes que fazem o mundo do cara... Fiquei boquiaberto (e ainda estou). E pelo jeito não foi só eu já que o filme foi indicado para 4 Oscars, ganhou em Cannes, ganhou Globos de Ouro e trocentos outros prêmios internacionais.

O roteiro é baseado no livro de Jean-Dominique Bauby, que depois de ter um acidente passa a ter somente seu olho como forma de comunicação e mesmo assim consegue contar sua história. Uma frase que o personagem diz resume bem o filme: "Além do meu olho, só duas partes minhas não estão paralizadas: minha imaginação e minha memória".

Se ainda não viu, faça um favor para você mesmo e veja esse filme.

Aqui o trailer:

The Verve - Forth.


De todos os artistas que admiro, aquele que eu mais gostaria de bater um papo num bareco seria o Richard Ashcroft.


Agora com a reunião do The Verve, minha banda favorita de todos os tempos, e o lançamento do cd Forth talvez teríamos mais assunto. Afinal não é qualquer dia que eles lançam um cd novo. Fazem exatamente 11 anos que isso não acontecia.

O Britrock dominou os anos 90 e deu lugar a indiarada dos anos 2000. Daquelas bandas, o Oasis preferiu ficar mais rock de multidões, o Travis praticamente não mudou, o Radiohead preferiu experimentar e fugir do pop e outras bandecas foram aos poucos minguando. O The Verve, com esse cd, parece ser uma das poucas que evoluiu um pouco mas sem prostituir aquilo que sempre o caracterizou.

Para os entendidos, o cd está mais para "A northern soul" do que para "Urban Hymns". Mais guitarras viajantes do Sr. Nick McCabe, mais delays, menos baladas como Sonnet e Drugs don't work e muito mais canções climática que passam dos 6 e 7 minutos.

Mas o que não muda é a minha admiração, e até mesmo espanto, com o teor das músicas. Como é que o cara consegue traduzir em letras tantos sentimentos comuns?

Como é que o cara escreve "Valium Skies", "Love is noise", "Judas" e "Appalachian Springs" nesse idioma que ultrapassa a barreira do léxico e casa perfeitamente letra, melodia e música? Como o instrumental pode passar um sentimento que complementa a letra, passando sensações complicadíssimas de se escrever em palavras?

Pois é, quem sabe o Richard Ashcroft poderia me responder todas essas perguntas se sentasse comigo lá no Bar do Pudim em Curitiba para bater um papo. Peter Salisbury, Nick McCabe e Simon Jones, vocês também estão convidados!

The Verve - Love is noise


sábado, agosto 23, 2008

Espírito olímpico é o caralho!

Angel Matos, lutador de taekwondo de Cuba, é o cara. Ele acabou com esse papinho mané de espírito olímpico, que basicamente diz que quem perde deve calar a boca, e saiu na porrada para reclamar com o juiz.


O Brasil deveria ter feito o mesmo no final do jogo contra a Argentina. Tiago Neves e Lucas bem que tentaram com suas expulsões por faltas violentas, mas convenhamos que faltou mais sangue. Quando tudo está perdido, não resta mais nada além do que deixar o adversário alejado. Como que depois de perder de 3 a 0 todos os jogadores argentinos sairam andando normalmente?

E também não tinha que ter nada dessa bunda-molice de esperar um dia para ir buscar a medalha de bronze. Nos outros esportes ela até que é importante para o Brasil, mas no futebol não! Se fosse o Dunga de 94, que levantou a taça xingando toda as geração de jornalistas daquela época, ele teria promovido a maior batalha campal da história olímpica.

Chega de espírito olímpico! Angel Matos é o exemplo a ser seguido!

Ouro e ourina.

Achei que teria mais festa e fogos de artifícios nas ruas de Buenos Aires pela medalha de ouro da selecão argentina de futebol masculino das Olimpíadas de Pequim 2008. Afinal, sem contar os ouros olímpicos dessa seleção sub 23 mista, a última conquista de âmbito mundial da Argentina foi 1986.


Menos mal, pude dormir tranquilo.

E o Brasil? Por agora somos o país do vôlei!

* Foto do La nación.

sexta-feira, agosto 22, 2008

O locutor sabe-tudo da Venezuela.

A TVes é o canal estatal venezuelano e pelo jeito o povo que trabalha lá tem uma visão bem diferenciada das olimpíadas.

Observe o conhecimento desportivo do cidadão no vídeo, com a devida tradução abaixo.



- E pode acontecer história. Nunca antes nos jogos olímpicos nenhum mortal, nenhum ser vivente conseguiu 8 medalhas de ouro. O único que conseguiu isso foi o Michael Phelps nas Olimpíadas de Munique, no ano de 1972 lá na Alemanha de Hitler, em que nem ele mesmo quis entregar as medalhas.

O próprio locutor conseguiu bater o recorde de confundir em menos de 20 segundos três episódios olímpicos:

- Michael Phelps: 8 medalhas de ouro em Pequim 2008.

- Mark Spitz: 7 medalhas em Munique 1972.

- Hitler que não cumprimentou Jesse Owens nos jogos de Berlim em 1936.

Conclusão: cada país tem o Galvão Bueno que merece!

* Essa foi outra do Chiguire Bipolar.

Como saber se uma garota mulher está interessada em você?

Caro amigo que digitou "como saber se uma garota mulher esta interessada em voce?" no Google e chegou até o Aires Buenos,

Imagino que você deve estar muito apaixonado e desesperado em busca de indícios que apontem que esse amor é recíproco. Já passei por isso e sei que é algo estressante. A gente começa a querer encontrar mensagens subliminares em qualquer gesto, qualquer palavra e qualquer frase dita pela menina. Analisamos até roupas e podemos ver um possível indício de paixão em ícones de msn.

Infelizmente não posso te ajudar e peço desculpas por isso. Se por acaso você descobrir "como saber se uma garota mulher está interessada em você", por favor me avise. Acho que seria uma informação muito valiosa para minha vida.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Eles também adoram um bronze.

Eles não moram num país tropical mas adoram um bronzeado.

Carlos Espínola e Santiago Lange conseguiram a segunda medalha de bronze para a Argentina. Os velejadores disputam a classe tornado.

Espínola, de 37 anos, é mais ou menos o Robert Scheidt argentino já que ganhou medalha de prata nas Olímpiadas de 96, 2000 e de bronze em 2004.

A próxima esperança de bronze para a Argentina são Las Leonas!

* Foto do jornal La Nación.

quarta-feira, agosto 20, 2008

Las Leonas choram.

Acabou o sonho da equipe feminina de Hockey da Argentina. Levaram uma lavada de 5X2 da Holanda nas semi-finais olímpicas e faltou ombro pra tanto choro em Pequim.


Leonas amigas mías, eu moro aqui em Buenos Aires e tenho dois ombros disponíveis para quem quiser chorar. É só avisar!

Beijos e me liguem!

Carrossel - Os atores 15 anos depois.



15 anos depois reuniram a Professora Helena e seus alunos numa sala de aula.

Comentários:

A professora Helena parece que comeu um aluno.
Já a Maria Joaquina tem cara de puta, mas está gostosa.
A Valéria ficou bem ajeitadinha.
Eu nem lembro quem era a Alícia.
A Laura continua gorda! É tão romântico!
O Cirilo agora tem um look meio Jair Rodrigues!
Jorge del Salto agora é coreógrafo. Suspeito que ele curte um kibe.
E o Mario tem um look super latino.

A pergunta que não quer calar é: que fim levou o Jaime Palilo?

Realmente um clássico!

Argentinos iguais que europeus?

O La Nación de ontem saiu com uma matéria, no mínimo questionável, que conta que na Espanha muitos imigrantes estão fazendo uma cirurgia plástica para modificar o nariz "incaico".

O mesmo texto declara que a maioria das pessoas que apelam para essa cirurgia são peruanos, equatorianos e bolivianos. Os argentinos não precisam disso porque a única coisa que os difere dos europeus é o modo de falar. No resto são idênticos.

Será que os habitantes de Salta, Chaco, Formosa, Jujuy, Santiago del Estero todos são descendentes de europeus? Engraçado isso. Parece que argentino é só aquele que mora na Recoleta ou em Belgrano.

O que esse pobre garoto de Tucuman e o Tevez devem pensar disso?
Melhor para o Brasil! Tevez, tem lugar de sobra pra você na nossa seleção!

terça-feira, agosto 19, 2008

Incidente diplomático em Pequim.

Depois do sumiço da vara da brasileira, que tava com tudo para beliscar a medalha de prata do salto com vara, muitos foram apontados como os possíveis ladrões de vara.

Diego Hypólito, um dos principais acusados do furto da vara, saiu logo alegando inocência. "Eu dou pirueta e caio de bunda, mas não roubei vara nenhuma", defendeu-se o ginasta.

Horas depois a vara apareceu, perdida entre os pertences das competidoras eliminadas.

O Comitê Olímpico Chinês pediu desculpa mas falou que a brasileira também tinha sua parcela de culpa. "As chinesas não estão acostumadas a ver varas tão grandes por aqui. Era natural que alguem ia roubar um varão daqueles depois de tanta excitação", disse o Comitê.

Pra mim é tudo culpa do padre maratona de Atenas 2004. Acho que ele jogou um mal olhado no Brasil.

Argentinos sentam no celim e levam ouro.

Juan Curuchet e Walter Pérez ganharam o primeiro ouro da Argentina nas Olimpíadas de Pequim. A primeira medalha da história do ciclismo argentino foi na prova Madison.

Juan, de 43 anos, disputava sua 6ª olimpíada. Dona Cristina Kirchner pagou um interurbano bem longo para parabenizar os ciclistas pela conquista.

Garanto que deve ter muito argentino digitando "Prueba Madison" no Google no dia de hoje para descobrir o que é isso. Eu mesmo não sei.

Desculpinha esfarrapada.

Deixamos as Olimpíadas pra eles. Tudo bem, a gente é penta.

E quem disse que não vamos trazer a medalha de ouro no futebol?

* Ainda bem que temos essas desculpinhas, senão ia ser um saco.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Especial Rock Argentino: 1 - Rubin.


Sebastian Rubin é um cara bem-humorado. Durante seus shows, com a banda de apoio chamada Subtitulados, o frontman lança ironias ácidas junto com besteiras sem sentido numa espécie de stand up music comedy. Tudo isso mesclado com o seu indie a la Teenage Fanclub com pitadas de Elvis Costello.


Depois de tocar muitos anos com o Gran Prix, uma importante banda do indie argentino do final dos anos 90, a carreira solo de Rubin foi um passo natural. Atualmente ele prepara o lançamento do seu terceiro disco. Os dois anteriores você pode escutar no seu site pessoal, um deles (Componé Ladrón) pode baixar completamente. Com letras melancólicas e tragicômicas, Rubin sabe muito bem usar o poder do refrão no melhor estilo powerpop!

Nessa entrevista pro Aires Buenos, ele fala sobre o rock argentino em geral, sua carreira e até mesmo sobre o Brasil!

1. Você fez parte do Gran Prix e agora está em carreira solo. Como mudou o rock argentino desde a tragédia de Cromagñon? Como isso afetou as bandas de Buenos Aires?


Houve uma mudança importante a princípio já que fecharam muitos lugares pequenos. Isso nos obrigou a procurar palcos diferentes para continuar tocando, levando a gente a provar formatos mais íntimos e acústicos. A cena lentamente foi se recompondo, mas acho que no final isso encareceu bastante o custo dos shows. Custo que se transladou aos artistas que, no final das contas é quem assume o risco econômico quase que total de cada apresentação do mundo indie.


2. Existe um som que podemos chamar de rock argentino? O que tem em comum as bandas de hoje com o som powerpop do Rubin?


Sim e não. A cena argentina é muito variada e o rock já tem mais de 40 anos, já que existem muitos estilos e subgéneros. Mas certamente há, não sei se um som, mas uma sonoridade, um idioma comum a todos que crecemos escutando rock local argentino. Lamentavelmente, para mim, o powerpop não é um gênero popular dentro do rock argentino, mas como ele se nutre de elementos clássicos, guitarras e melodias, nunca sai de moda por completo.


3. Falemos de sua carreira. Seu último disco “Esperando o fim do mundo” foi lançado na Argentina, Espanha e Brasil. Como foi a recepção nesses lugares? Como foi tocar no Brasil?


Na Espanha já tínhamos lançado um álbum com o Grand Prix e feito uma turnê grande em 2002, assim que de alguma maneira já sabia o que esperar. A recepção de “Esperando…” foi maravilhosa e tive a sorte de tocar em uma turnê de 18 shows por toda a península. No Brasil, não sabia muito bem o que esperar e ver as pessoas cantando as músicas no Festival Goiânia Noise foi algo tão inesperado como impressionante. Tomara que a gente possa voltar a tocar no Brasil porque nos divertimos muito.


4. Suas letras são muito pessoais. Como você compõe? Quanto do seu último disco foi “vivido” e quanto foi “criado”?


Geralmente começo pela música e trato de deixar que a melodia me “dite” a letra. Trato de interpretar a melodia e dizer o mesmo com as palabras. No disco novo, há uma canção que compus ambas as coisas de vez e outras que trabalhei com Federico Novick, musicalizando suas letras. Gosto de provar outras coisas para que as canções saiam com outras cores. Na hora de escrever as letras, inspiro no que acontece comigo e no que acontece com as pessoas que me rodeiam e amo. Falo de amor, sem escrever canções de amor especificamente, da solidão própria e alheia e sempre sob uma ótica diferente. Em “Esperando…” existe muita coisa que foi vivida por mim e por outros. A música “Artemis”, por exemplo, é autobiográfica, já em “Follow me down” os protagonistas são um casal de amigos meus que moram em Madri.


5. Quais suas influências? O que você escutava quando criança e o que escuta agora?


Musicalmente, desde Cole Porter e Buddy Holly, passando, claro, por The Beatles, The Kinks, Costello, Teenage Fanclub até Magnetic Fields. Sempre fui apaixonado por música, desde pequeno. Meu primeiro amor musical foram The Beatles e logo Elvis, mas meu pai me ensinou a amar Roberto Carlos também. Agora estou bastante fã grupos de pop suecos, The New Pornographers, Magnetic Fields e Ben Kweller, música que me faz sentir bem. Para me deprimir já existem os noticiários e os jornais.


6. Seus shows, assim como o cd “Componé ladrón”, são muito bem humorados. O rock precisa ser levado menos a sério?


A vida deveria ser levada menos a sério. Trato de me divertir para poder divertir os outros. Mas é minha postural pessoal e nada mais. Se você é o Radiohead e está deprimido e quer deprimir as pessoas, beleza. Falando nisso eu adoro Radiohead! Mas trato de me divertir mesmo que isso não signifique que eu escreva músicas de humor e nem canções divertidas, em geral são bastante melancólicas.


7. Como está o Rubin agora? Planos?


Nos últimos meses estive escolhendo as músicas do disco novo, ensaiando com Los Subtitulados com objetivo de entrar em gravacão em alguns meses e logo começar de novo com shows e turnês.


8. Conhece algo de música brasileira?


Graças a minha mini-turnê do ano passado pude contecer bastante grupos indies. Além dos Superguidis que eu já conhecia, gostei bastante do Beto Só e vários grupos do Senhor F (site e selo). Quando eu era menor escutava Roberto Carlos e aqui a bossa é muito popular, mas não conheço muito mais, lamentavelmente.


9. Como você decide que uma música é melhor em inglês ou espanhol?


O inglês e o espanhol são idiomas com características muito diferentes, especialmente na longitude das palavras e quantidade de sílabas. E por isso são, para mim, como dois instrumentos diferentes. Assim como algunas canções soam melhor com piano e outras com guitarra, para mim algunas soam mais naturais em inglês ou español e vice-versa. Depende do que a pessoa está dizendo, Eu trato de compor tudo em español e usar o inglês quando realmente soa melhor para mim. Isso aconteceu com “Follow me down”, “Ordinary words” e “Pebble Song que saíram muito rápido em inglês.


10. Como nasceu a música “La triple A se llevó a mi mujer”. Pode explicar para nós brasileiros o que foi a “Triple A”?


Eu estava com vontade de gravar uma música dos Ramones e pensei em argentinizar “The KKK took my baby away”. É um exercício que gosto e faço desde a época do Gran Prix. Em “Esperando…” há uma versão de uma música do “The Cleaners from Venus” e no novo teremos uma de Roby Hitchcock. Mas voltando, a Triple A foi um grupo paramilitar dos anos 70 que queria dizer “Associação Argentina Anti-comunista”. Já dá para imaginar o que faziam. Assim ao substituir KKK entrou sozinha a idéia de usá-los.


Site oficial: www.rubinlandia.com.ar

Myspace: www.myspace.com/rubinlandia

* fotos retiradas do site oficial do artista.

domingo, agosto 17, 2008

Cobos Olímpico.

Julio Cobos, o vice que votou contra a presidenta e deu novos rumos para a crise da agricultura, não foi pra China mas aproveitou para participar de uma maratona em Mendoza nesse domingo.

O político, que agora é praticamente uma celebridade, correu 20 km e pareceu estar em boa forma.

Cristina Kirchner deveria fazer o mesmo. Basta tirar toda aquela maquiagem que ela ficaria bem mais leve e rápida. Além disso seria terapêutico porque correr é ótimo contra o stress. 

E claro, seria lindo ver ela com aquelas roupinhas bem coladas! Corre também, Cris!

Narda Lepes e o canal Gourmet.


Estava assistindo a repetição de um programa da Narda no Brasil no Canal Gourmet e percebi que nunca tinha falado aqui sobre isso. São 24 horas de programação diária sobre uma coisa: comida.


Existem programas sobre sushi, comida italiana, comida argentina, muitos programas sobre vinhos e até um reality show que faz uma espécie de "Extreme make over" em restaurantes.

Narda Lepes é de longe a apresentadora mais conhecida do canal. Sua série de programas especiais, onde viaja e mostra a gastronomia de vários países como Inglaterra, Grécia, Marrocos, Japão e Brasil, é um dos principais programas do Gourmet. Atualmente estão repetindo os programas que ela fez no Brasil e estou vendo. Narda consegue falar do tradicional sem cair no chavão da culinária brasileira. No capítulo que vi hoje, por exemplo, ela visita um botecão roots do bairro de Santa Teresa no Rio de Janeiro e depois vai para Minas Gerais mostrar como se faz uma cachaça artesanal.

Além de viajar o mundo falando de comida, ela recentemente lançou um livro chamado "Comer y pasarla bien", verdadeiro sucesso editorial, e é garota-propaganda da última campanha publicitária da Hellmann's.

Comentários de bastidores dizem que ela possui um "derrière" avantajado e deu uns pegas no Liam Gallagher, quando o Oasis tocou em Buenos Aires no final dos anos 90.

Aqui, um videozinho do especial dela sobre o Brasil.

Narda, beijos e vê se me liga!

sábado, agosto 16, 2008

Curso de roteiro em Bueno Aires.

Demorou 2 anos e meio para eu começar meu primeiro curso aqui em Buenos Aires. Ontem à noite comecei meu "Taller de Guión para Cine y TV" numa escola chamada Buenos Aires Comunicación.


Posso até encarar meu trabalho atual como roteirista de promos, mas é diferente já que temos as imagens e o material antes do roteiro. A idéia é exatamente estudar como se faz um roteiro para produção mesmo. Uma das idéias que tenho é "guionar" e melhorar o meu conto que foi publicado pela Mojo Books. Ainda não sei muito bem! Veremos!

Numa sala com cerca de 20 pessoas encontrei gente de todo o tipo. Um senhor de mais idade que se mostrou fã de "In Treatment" e que logo ganhou minha simpatia, uma estudante do colegial de apenas 17 anos, engenheiros, um colombiano e até mesmo um baiano.

As três horas e o cansaço clássico de uma sexta à noite nem foram sentidos durante a aula. Estranho essa coisa de gostar de estudar, uma sensação nova para mim. Não que eu odiasse a faculdade, muito pelo contrário, mas nunca foi algo que me motivava.

Até o final do ano, toda sexta-feira à noite, já sabem onde me encontrar.

Aires Buenos na Gazeta do Povo.

Saiu hoje no Caderno G do jornal paranaense, um grande especial sobre Blogs Culturais. Entre as muitas matéria, há uma sobre o Aires Buenos.


sexta-feira, agosto 15, 2008

Café Tortoni - Um clássico de um século e meio.

Existem muitos lugares de visitação obrigatória em Buenos Aires e o Café Tortoni definitivamente é um deles.


Em plena Avenida de Mayo, que liga a Casa Rosada ao Congresso, o Tortoni é um pedaço vivo da história argentina. Entrar lá é meio que voltar ao passado. A decoração continua a mesma e os garçons são do tempo que garçom bom deveria ser elegante. Nesses 150 anos de existência ele já foi palco de muitas discussões políticas e artísticas e durante os anos dourados da Argentina era lugar preferido de escritores e intelectuais.

Atualmente os turistas já fazem da paisagem do Café e é comum ver gente na porta esperando lugar para entrar, principalmente nos sábados. Entre suas especialidades estão a Sidra tirada, os cafés com churros e o Submarino. Mas o meu preferido mesmo é o chocolate espesso.

Feliz cumple, Tortoni!

Fotologueira argentina fecha contrato com a Nike.

Floggers são aqueles jovens argentinos que possuem um fotolog. São uma verdadeira praga urbana e travam muitas brigas e lutas com os Emos, outra tribo que infesta a cidade de Buenos Aires.

Todo fim de semana eles se encontram no Shopping Abasto, a apenas uma quadra de onde moro, e fazem um verdadeiro terrorismo estético nas escadarias do shopping. São adolescentes com cabelos toscos de cores sofríveis com roupas e acessórios risíveis.

Até tento não passar ali nos sábados ou domingos para nem ter que ver tanta gente bizarra, mas alguns dias é inevitável. Sonho no dia que eu tenha uma licença do governo argentino para usar uma serra elétrica e assim acabar com essa raça. A Nike, mallandra como é, viu nisso um nicho de mercado e contratou a "flogger" mais famosa do país para sua próxima campanha.

Trabalho aqui faz mais de dois anos e meio, sempre em empresas de comunicação e acho admirável o bom gosto que os argentinos tem com a estética das peças, o capricho da gráfica, o famoso "look and feel" dos sites e tudo que envolve a arte que sai na televisão. Eles colocam os brasileiros no chinelo mesmo. Em matéria de originalidade e qualidade visual na publicidade são invejáveis.

Só que existe uma linha bem tênue entre o ousado e o ridículo e eu não consigo entender como um povo tão refinado para certas coisas consegue produzir aberrações estéticas como essa tribo dos fotologueiros.

Será que é falta de porrada e murro na cara durante a infância? Ahhh... bons tempos aqueles quando a piazada tremia quando o vô ameaçava buscar o cinto.

* Este é o único post que farei sobre "floggers" e "emos" argentinos. Por favor não insista.
Leia a matéria sobre isso no jornal Crítica.

quinta-feira, agosto 14, 2008

O dia que o céu chorou.

Ana Laya, amiga o trabalho, foi passar uns dias com sua família na Venezuela e, durante a escala do vôo em São Paulo, tirou uma foto do momento exato que "Cielo lloró" por sua medalha olímpica.


Não estava chovendo mas o "Cielo" chorou. 

Ana, na volta vê se tire uma foto de uma medalha de ouro brasileira!

* Existem muitos venezuelanos aqui em Buenos Aires, quase que todos bem descontentes com os desmandos de Hugo Chávez. Um dia ainda escrevo mais sobre isso, mas agora deixo o link do ótimo El Chigüire Bipolar, um blog que trata da situação desse país de forma ímpar!

Flash Olímpico 3.

Las Leonas, meninas do hóquei de grama argentino, estão batendo recordes de audiência na madrugada olímpica.

Seria culpa dos shortinhos?

Nunca entendi porque a Argentina tem tanta tradição num esporte como esse.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Cromagnón e o Especial Novo Rock Argentino.

Dentro de alguns dias começa aqui na Argentina o julgamento dos acusados da tragédia da República de Cromagnón. No dia 30 de dezembro de 2004, um incêndio durante o show da banda Callejeros matou 174 pessoas e feriu mas de 700. Talvez essa tragédia tenha sido pouco noticiada mundialmente porque alguns dias antes aconteceu uma muito pior: o Tsunami.


Entre os imputados na causa estão o dono do lugar e até mesmo a banda. Os Callejeros eram conhecidos por soltarem fogos de artifício durante suas apresentações. Junte-se isso a um material de fácil combustão no teto da casa, um incêndio monstro e um responsável do lugar que ordenou fechar as portas para que ninguém saísse sem pagar durante o tumulto. O resultado é um drama argentino de proporções épicas.
Moro não muito longe do local da tragédia, que está a poucos metros da estação de trens do Once. A quadra da República de Cromagnón está fechada desde o fim de 2004 e agora existe lá uma espécia de santuário em lembrança das vítimas. Existe muita pressão dos vizinhos para que a prefeitura de Buenos Aires abra a circulação do local, o que facilitaria muito o trânsito nessa área complicada. Porém os pais das vítimas se sentem imensamente ofendidos com essa idéia. É mais um capítulo do drama que deve aumentar ainda mais com o julgamento.

Todo o episódio foi um divisor de águas do rock argentino. Desde então o controle sobre as casas noturnas é muito intenso e as normas para as apresentações excessivamente repressoras. É comum estar vendo um show num local com mesas e ser impedido de ficar de pé, por exemplo, por culpa de que o lugar não tem alvará para ter pessoas de pé.

Entrevistei algumas bandas do novo rock argentino como Rubin, El mató a un policia motorizado, Los Álamos e Hacia dos Veranos para ver o que mudou desde então para as bandas. Além disso eles falam sobre a atual cena do rock argentino, suas carreiras e planos e filosofam sobre o que é a sonoridade argentina.

As entrevistas você acompanha nos próximos dias.

A dança de acasalamento dos idiotas.

Em uma reportagem exclusiva revelamos os bastidores da pegação na náite mais imbecil que pode existir na face da terra.

Um idiota de nome Fly mostra o que falar, o que fazer e como se deve dançar para conseguir pegar uma mulher numa boate tosca.

Mais incrível que os conselhos repetidos de "Não toca nela" é a descoberta genial que o ignorante faz:
- Se a mulher não te der mole, mermão, nem tente. Vai levar toco!



A Dança de acasalamento dos idiotas é um oferecimento do Caldeirão do Huck.

terça-feira, agosto 12, 2008

Cristina visita o Sarney argentino.

O cara tem bigode e foi presidente da Argentina durante os anos 80, justamente na época de transição da ditadura para a democracia. E depois que saiu da presidência ainda se tornou senador. Ou seja, Raul Alfonsín é o José Sarney argentino!


Nessa terça ele recebeu a visita da atual presidenta Cristina Kirchner e bateram um papo sobre os velhos tempos onde a Argentina ganhava Copas do Mundo, os pacotes de economia davam certo, Susana Gimenez ainda era bonita e os Redonditos de Ricota eram a banda do momento.

A verdade é que o Alfonsín anda mal de saúde. Faz uns 2 anos, vi o ótimo documentário "Yo presidente", que mostrava a vida atual dos últimos 5 mandatários argentinos, e o simpático bigodudo de 81 anos já se mostrava estar meio mal de saúde.

Lula, Sarney, Kirchner e Alfonsín sorrindo para as câmeras do Aires Buenos.

Lezama.

O bairro de San Telmo talvez reúna meus restaurantes aqui em Buenos Aires. Longe da ostentação e da obsessão pelo modenirnho e cool de Palermo, San Telmo dispões de lugares honestos com ótimos pratos a preços justos.

O restaurante Lezama fica em frente à uma praça com seu mesmo nome, em uma região que faz divisa com o bairro da Boca. A poucos metros dos clássicos Bar Britânico e Bar Hipopótamo, o lugar é de cozinha clássica portenha, com um menu com carnes dos melhores tipos, massas, peixes e etc. Comi um bife de lomo que foi uma verdadeira pérola. Recomendadíssimo!

O ambiente não é tão antigo como os bares vizinhos, mas mesmo assim ostenta um look meio fim dos anos 70. Os garçons divergem um pouco da proposta argentina de atendimento. Pelo menos comigo foram muito atentos e fazendo aquelas piadas clássicas de tiozão.

Junto com o Manolo, já comentado no blog, o Lezama é um clássico de San Telmo.

Veja mais sobre ele na página do Guía Oleo.

segunda-feira, agosto 11, 2008

Mundo Bizarro Eleitoral: Lauro Rodrigues.

Como eu já disse anteriormente, mesmo estando longe estou acompanhando as bizarrices eleitorais de Curitiba.


Lauro Rodrigues, candidato do PTB, acaba de conquistar a fama no mundo digital. Foi tópico do Kibeloco. Ou seja, nesse momento deve ser mais famoso que o Beto Richa.

Não quero parecer exagerado mas acho que o desempenho dele no debate da Band é simplesmente o pior em toda a história dos debates eleitorais do universo. 

Pelo menos ele se mostrou inovador ao não usar todo o tempo que tinha para falar, mesmo com o apresentador insistindo.

Detalhe para o diálogo surreal:

Apresentador: 
Quando tudo é integrado e um poste está no meio de uma ciclovia...

Lauro Rodrigues: 
Fugiu, desculpe! Ihhh... Corta. Estou muito nervoso. Peço desculpas ao amigo telespectador. É a primeira vez que me candidato, mas voltando a pergunta... Curitiba precisa da política do cartão verde que eu quero implantar... Ihh Fugiu de novo. Branqueou tudo.

Apresentador:
O senhor ainda tem 20 segundos. Quer usar?

Lauro Rodrigues:
Não.



Flash Olímpico 2.

Enquanto isso no La Nación:Tango dramalhão até nas notícias dos fracassos olímpicos. O pior foi da nadadora que comparou as Olimpíadas a um suplício.

A morte do Feliz.



O Feliz morreu triste e deprimido. Uma infecção testinal causada por uma depressão acabou com o piririm e pororó.

Tempos difíceis esses onde até um cara chamado de Feliz que apresentava a previsão do tempo com uma alegria irritante não consegue escapar da depressão.

Enquanto nisso nos outros blogs sobre a Argentina.

Ana Laya, amiga venezualana do trabalho, diz que a nova moda dos homens argentos é a maquiagem. Uma matéria de TV prova isso.

Fabiano Goldoni, brasileiro gremista, comenta o fechamento do Maria Fulô, o restaurante brasileiro mais chique de Buenos Aires. Agora só restou o estilo Zeca Pagodinho do Me Leva Brasil.

Adriana Küchler, correspondente da Folha de São Paulo em Buenos Aires, foi roubada por um ladrão que, comparado aos criminosos brasileiros, até parece gente boa.

Bruno Moreno, carioca que não é do Méeeeeeier, e um belo artigo traduzido do Clarin sobre o referendo boliviano.

Na falta de assunto, recomendo assunto alheio.

domingo, agosto 10, 2008

Flash Olímpico 1

Bastou apenas dois dias de transmissão olímpica para perceber que as coisas aqui são deprimentes.


Vi umas 3 ou 4 entrevistas com atletas argentinos que foram lá e, como esperado, ficaram longe de medalhas. O esportista  com um semblante triste e um repórter áspero perguntando a justificativa da derrota formam uma cena tosca. Fiquei com muita pena de um boxeador que foi eliminado em sua primeira luta e contava que em quatro meses era o seu primeiro combate porque não há apoio do governo e blablablá. Deprimente, muito deprimente. Só faltou o repórter perguntar o que o cara achava de ser eliminado em meia hora de competição depois de ter viajado meio mundo.

O Brasil está a anos-luz de distância de ser uma potência olímpica, mas pelo menos sinto que há uma admiração pelos atletas que batalham uma vida contra a falta de apoio e ausência de patrocínio. Particularmente sou fã daqueles atletas dos esportes que recebem zero cobertura da mídia como levantamento de peso ou tiro ao alvo. Esses caras nem precisam ganhar nada mesmo. E se ganharem devem ser beatificados.

Nota: A Argentina já ganhou um bronze no judô durante o primeiro dia de competição e o Brasil ainda nada.

sábado, agosto 09, 2008

The girl of my dreams

Adoro essa história do cara que conheceu a garota dos seus sonhos no metrô e para encontrá-la fez um site explicando tudo com desenhos bem simpáticos (www.nygirlofmydreams.com).


Lembro que teve uma repercussão ano passado quando aconteceu. O cara acabou encontrando a menina, eles foram até em programas na TV, mas a coisa não deu muito certo e depois de dois meses juntos eacabaram terminando. Pelo menos rendeu uma boa história ele vendeu os direitos para um filme. Hoje deve estar bem rico.

Agora, um cara inglês, muito mais doente que o americano, fez um site para a garota de seus sonhos (www.thegirlofmydreams.co.uk). Só que nesse caso a garota é realmente sonhada. Aa única vez que ele viu ela foi durante um sonho. Detalhe: junto com outros zumbis.

Uma vez tive uma sensação parecida (não falo de zumbis). Encontrei uma garota dos sonhos numa festinha e fiquei embasbacado. Ela era a solução para todos os meus problemas. Consegui o msn e saí de lá pulando de alegria. Lembro que no caminho para casa me ajoelhei e agradeci aos céus. Ainda não tenho certeza se eu estava muito apaixonado ou muito bêbado.

Depois de muito insistir, combinamos um encontro. Numa madrugada muito fria dei pra ela uma caixa de bombons. O romance nunca aconteceu, a não ser nos meus próprios sonhos. Uma pena.

O engraçado é que ela até parece com o desenho da garota dos sonhos que o inglês fez.

Aqui um vídeo sobre a primeira história.


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