The cold swedish winter*

O inverno de Buenos Aires não é pra qualquer um. Ele te cansa. Chega aos poucos, vai te envolvendo e quando você percebe já está faz um mês que a temperatura não passa dos 18 graus.

E não existe aquele glamour de gente elegante pela cidade não. Nas ruas um bando de gente com aquelas jaquetas e roupas ressuscitadas de invernos de décadas passadas. Cada coisa mais russa que a outra. Combinações estranhas que incomodam até uma pessoas sem muito sentido fashion como eu. Sem contar na falta de banho, claramente sentida no ar pelos narizes menos tolerantes.

Menos mal que a cidade, ao contrário de Curitiba, tem toda uma infra-estrutura para que a vida a baixas temperaturas continue digna. Escritórios, bares e apartamentos com aquecedores que te obrigam a fazer um mini strip tease cada vez que entra em algum ambiente fechado. E não é nada normal você passar calor nesses lugares, já que os aquecedores às vezes são regulados para você se sentir numa praia na Jamaica.

Os fins de semana então são especialmente anti-socializantes, ainda mais pra quem já tem tendência a isso. Aqueles que não tem nada de muito útil pra fazer dificilmente trocam o cobertor por alguma frivolidade. É normal acordar depois do meio-dia, ficar se enrolando com a TV e o computador pela tarde e com isso praticamente perder todo um dia de vida.

Fica parecendo que o inverno é uma grande perda de tempo, uma hibernação vivente. Quero meu verão sem ar-condicionado de volta.

* bela música sobre o inverno cantada pelo gênio Jens Lekman