sexta-feira, novembro 30, 2007

Guia Rápido de Buenos Aires: 4. Recoleta / Barrio Norte

Recoleta, numa comparação tosca, a Copacabana de Buenos Aires. Um bairro charmoso da elite clássica da cidade. Seu principal ponto turístico é o Cemitério da Recoleta, localizado na Plaza Francia, onde sábado e domingo há uma feirinha de bugigangas.

Pessoalmente o Cemitério da Recoleta é um lugar onde não aguento ir mais. Já acompanhei tanta gente lá que já perdi o pique. Mas confesso que fiquei encantado na primeira vez que visitei. Não é o túmulo da Evita, bem decepcionante por sinal, o que mais chama a atenção no lugar, mas sim a tamanha ostentação dos túmulos. Gigantes, modernosos e hitech, algumas lápides parecem mais um caixa 24 horas do que um lugar mórbido.

Mórbido no lugar é perceber muitos caixões à mostra. Sim, o endereço é tão requisitado pelos difuntos que muitas vezes não há espaço suficiente e muitos caixões acabam ficando à mostra dentro das tumbas.

Ao lado do Cemitério está o Museu Nacional. Muito melhor que o MALBA e além disso é grátis. Tem um acervo de quadros muito antigos e clássicos: rembrandt, rodin e coisas do tipo.

Do lado oposto está o Village, espécie de centro comercial com livrarias, restaurantes, cinemas e bares. O destaque é o bar temático de futebol "Locos por futbol", com mais de 50 tevês e muitos telões.

Saindo da Recoleta e chegando ao Barrio Norte, esquina das avenidas Callao e Santa Fé, está a livraria Ateneo. Um antigo cinema foi transformado em livraria e agora é praticamente um ponto turístico. Gigante, bonito e com muita ostentação, como quase tudo nessa cidade. Vários andares e galerias foram transformados em alas da livraria, e o antigo palco hoje dá lugar a um simpático café. Imperdível! Mexa nos livros, folheie, sente e leia algum. Posso garantir que nenhum vendedor vai te importunar. Muito pelo contrário, se você estiver buscando um título em especial é que vai ser difícil contar com a ajuda deles.

Vamos firmes, ainda faltam 6 capítulos do guia:

5. Palermo (Parques e compras)
6. San Telmo / Boca
7. Tigre / San Isidro
8. Futebol
9. Noite e Náite
10. O que os guias não dizem

Maluf!

Nós vamos rir no dia que Maluf morrer. Mesmo sabendo que isso não é certo, nós vamos cantar e dançar a noite inteira.

Em 1989, Maluf era candidato à presidência, se não me engano pelo PDS. E não sei porque eu gostava do cara!

No meu bairro em Santos, a Vila Belmiro, havia sempre no dias das eleições uma espécie de votação infantil. Uma casa na vizinhança se transformava numa zona eleitoral para a molecada. Não elegíamos ninguém mas nos sentíamos importantes só pelo fato de marcar um Xis numa cédula. Justo não? Assim não sentíamos tão alheios dessa "festa da democracia".

Cada um escolhia o seu preferido e elegia como seu presidente pessoal. E eu votei no Maluf. O que valia era o carisma do candidato, nenhuma ia criança ia julgar plano de verdade. E com 7 anos de idade acho que aquela foi a eleição que eu mais assisti o horário político.

Maluf era eloquente e ainda é. Pena que as professoras da escola nãos nos davam algum tipo de orientação. "Esse é canalha, não votem nele" - podiam dizer. "Não votem no mais bonito, mas sim naqueles que vocês acreditam ter a melhor proposta" - também não ouvi nada disso.

Foi a única vez que votei no Maluf, mas foi o voto mais sincero e com mais vontade da minha vida, justo aquele voto que não valia nada. Desde então nunca mais votei com tanto afinco. Nenhum outro candidato me motivou mais a ponto de fazer campanha e defender seus ideais.

Collor conseguiu convencer a maioria do Brasil em 1989, mas não convenceu as crianças da Vila Belmiro. O fato é que Sílvio Santos venceu aquela eleição infantil.

segunda-feira, novembro 26, 2007

114º Campeonato Argentino de Polo - Buenos Aires

Jogador do Indios Chapeleufu

Ellerstina vs. La Aguada

Às vezes tento entender porque existem tantos esportes estranhos e que são populares na Argentina. Rugby, Hockey e também o Polo. Talvez seja a falta de praia, talvez a falta do que fazer... não consigo entender. Mas o fato de que uma partida de homens sentados em cima de cavalos tenha atraído cerca de 13 mil pessoas para os jogos do 114º Campeonato Argentino Polo em Palermo é realmente surpreendente.

Antes de qualquer coisa esse campeonato é um evento social. A nata da sociedade, o desfile das melhores roupas, gente fina, bonita e elegante, camarotes VIP de várias marcas e a reunião de boa parte do PIB do país. Só marca fina patrocina o evento e a área que divide os dois campos é praticamente uma passarela de promoters lindíssimas e gente elegante.

A primeira partida foi entre Santa Maria de Lobos e Indios Chapaleufu, que acabou em 14 a 12 para os Chapaleufu depois de 8 chukkers. Antes de qualquer coisa explico um pouco do que aprendi. O polo é dividido entre 6 tempos de 7 minutos chamados de Chukkers. Nesse caso, como o 6º e o 7º chukker acabaram empatados, o jogo foi seguindo.

Simpatizei com o time, a numeração deles é em numerais romanos! Totalmente aristocrático!

Pensei que só veria gente que só estaria lá para ver e ser vista, mas no primeiro jogo vi muitas famílias e muitas criancinhas com tacos e bolas de polo, além de camisetas autografadas dos Indios Chapaleufu, carinhosamente chamados de "Chapas".

A verdade é que a tribuna onde estava era uma verdadeira creche. Muitas crainças enchendo o saco, outras chorando, mães brigando com filhos, filhos fazendo zona. Um saco realmente! As crianças malas quase ofuscaram os gritos da tiazona torcedora doente que gritava a cada dois minutos "Vamos Chapas!!!". Essa mesma tiazona sabia o nome de cada um dos quatro jogadores e também gritava seus nomes: "Vamos Milo!".

Depois desse jogo, fui até ao campo principal onde jogaram Ellerstina e La Aguada. Uma arquibancada totalmente cheia para ver o embate que deu a vitória de 18 a 11 para o Ellerstina.

Conto mais coisas que aprendi numa tarde dedicada ao Polo. A cada gol, os times mudam de lado. Isso causou uma pequena confusão no começo já que não entendia porque o mesmo time tinha feito gol em dois lados diferentes. Os jogadores estão constantemente mudando de cavalos e pelo que vi não existe limite. O jogo é longo e imagino que os pobres cavalos devem ficar bastante cansados. Existe um tiozinho com uma bandeira vermelha atrás de cada gol para sinalizar se a bola entrou ou não. Sem ele seria muito difícil perceber isso da arquibancada.

Resumindo, é um espetáculo lindíssimo e muito elegante. Tirando a creche, a tiazona gritando e a feira de ambulantes vendendo água, doces, panchos e o escambau, é um ambiente muito agradável.

sábado, novembro 24, 2007

A "palermização" de Buenos Aires.

A palermização de Buenos Aires não tem nada a ver com o atacante Martin Palermo aqui da foto (aquele que ficou internacionalmente famoso por ter perdido 3 pênaltis em um jogo da Argentina).

A palermização em questão tem a ver com o bairro de Palermo. É um bairro bem grande, que começa perto da Recoleta e vai até Belgrano. De uns tempos pra cá essa área foi dividida pelo mercado imobiliário em zonas com nomes patéticos.

Existem nomes aceitáveis, que já são bem antigos como Palermo Chico e Palermo Viejo. Um para designar a região onde está o Malba e arredores e o Viejo na parte mais próxima da Av. Córdoba.

O mais idiota de todos os nomes é o Palermo Hollywood, onde ficava a empresa onde trabalhei quando cheguei aqui. Basicamente é um conglomerado de quarteirões onde existe muitas produtoras, finalizadoras e alguns canais de TV. Ou seja, seria a região onde as estrelas transitam, logo Palermo Hollywood. Tudo bem que já encontrei o Gaston Pauls, um dos atores do filme 9 Rainhas, duas vezes no restaurante Trapiche, mas isso é outra história.

Outro nome imbecil é o Palermo Soho, basicamente chamado assim porque existem muitas lojas de roupa de marca e ateliers de artistas. É aí que está a Plaza Serrano onde existe a tradicional feira dos sábados e domingos.

Para o mercado imobiliário, quanto maior Palermo for, mais fácil é vender. De alguma maneira, o nome Palermo dá mais valor a área. Recentemente algumas imobiliárias foram multadas porque estavam vendendo alguns imóveis da Villa Crespo, o meu bairro, como sendo de Palermo Queens. Sinceramente, ridículo!

Quem sabe um dia Buenos Aires seja uma imensa Palermo. Muitas sugestões já estão sendo dadas para novos Palermos como "Palermo Little Horse" (Caballito), "Palermo All Thin" (Almagro), "Palermo Mouth" (Boca), "Palermo Washington" (Congreso) e "Palermo Flowers" (Flores).

Coincidentemente nesse mesmo Palermo Queens, a duas quadras da minha casa, acharam um recém-nascido morto dentro de um saco de lixo bem numa esquina. Quanto glamour!

quinta-feira, novembro 22, 2007

Breaking the magic

Um dos problemas de ser um capricorniano sentimentalóide como eu é a tal da idealização. Pior ainda é ter plena consciência disso. Ou seja, ser consciente de que eu mesmo não tenho lógica. Estranho isso, saber que suas atitudes e espectativas não são 100% racionais.

E o problema principal daqueles que idealizam demais é a "quebra da magia". Sim, você vê um pedaço de uma fotografia e logo imagina como dever ser lindo o resto do quadro, a moldura, a paisagem. Mas depois em certo momento te mostram a fotografia inteira e você vê que ela era só bonita mesmo na sua imaginação. Ou seja, acaba a magia.

Isso acontece comigo frequentemente, mas pareço não querer mudar. Recentemente mesmo estava bem interessado em uma menina, mas ao me aproximar e conhecer melhor BUM! A"magia" meio que foi quebrada. Não, não é nada demais. Não é que ela tinha um passado de prostituição em algum país do sudeste asiático e nem é uma assassina serial. Apenas "Se rompió la magia".

Enfim, amigos... Sou louco, é oficial. Preciso de internação.

terça-feira, novembro 20, 2007

Quilmes - El encuentro



Às vezes enche o saco a publicidade argentina. São piadinhas demais e realmente questiono a efetividade disso. Afinal é pra vender um produto ou é para ser engraçadão?

Pois bem, esse anúncio da Quilmes, que já vem sendo veinculado a um tempo, não tem nada a ver com isso. É uma verdadeira aula para os brasileiros que só sabem vender cerveja com praia, bunda e mulher pelada. O texto é ótimo, a parte que diz "um feio encontra a moda e nasce uma beleza exótica" é muito engraçada e tem tudo a ver com o produto.

Quilmes, como sempre, não decepciona.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Cansei de Ser Sexy + Les Luthiers

Lovefoxx com a mesma roupa usada em Buenos Aires.

Les Luthiers arrepiando um choripan.


Fazia tempo que eu não tinha um fim de semana com tantos shows aqui nessa cidade. E o melhor, tudo de graça.

Sexta foi dia de ver o Cansei de Ser Sexy no festival eletrônico Marlboro Mxtronica. Muita gente, muito público de música eletrônica, muita gente dançando bizarramente, muita gente de óculos escuros e viseira, muita gente idiota. O show do CSS foi honesto, mas prejudicado pelo péssimo ajuste do som e pelo público sem noção. Muitas músicas ao vivo ficaram irreconhecíveis como "Alala" e as novas não pareceram tão empolgantes. De qualquer jeito foi ótimo poder ver a banda hype brasileira.

Domingo, meio que por força do acaso, acabei no show de aniversário de 40 anos do Les Luthiers. Cerca de 60 mil pessoas estavam presentes para ver esse grupo lendário. Música erudita junto com o humor. Os 5 integrantes seriam um tipo de Juca Chaves de bom gosto e mais clássico. Histórias com um humor inocente, coisa rara de se ver hoje, e cinco músicos que tocaram todo e qualquer instrumento magnificamente, além de cantarem excepcionalmente bem. Uma perfeita noite em Belgrano cortada pelos aviões do Aeroparque.

sábado, novembro 17, 2007

The Big Bang Theory - A série

O conceito de Sitcom diz que é uma "comédia de situações". Mas não é só isso. O que caracteriza uma "sitcom" são os poucos cenários e que os personagens não mudam muito de situações. Sempre é um ambiente de trabalho, uma família ou um grupo de amigos. Também caracteriza a sitcom o fato de ser gravada com uma platéia ao vivo, ou seja... existem aquelas risadas gravadas que são um saco. Exemplo clássico disso são Seinfeld e Friends. Já The Office se encontra numa linha divisória de uma sitcom, já que seus personagens variam muito de cenários e não existe essas risadas gravadas. My names is Earl por definição não é uma sitcom, basicamente por não ter um cenário fixo.

Essa toda introdução pseudo-teórica minha foi só para falar da minha série sitcom favorita do momento: The Big Bang Theory. Em menos de três dias baixei quase a temporada completa da série que até agora tem 8 capítulos exibidos. Recentemente foram encomendados uma temporada inteira de 22 capítulos da série. O criador da série, que é o mesmo de "Two and a half man" deve estar cheio da grana.

Pois bem, na série Leonard e Sheldon são dois nerds que trabalham num departamento de Física de uma Universidade e tem como vizinha Penny, uma garçonete gostosona. Leonard desde o primeiro momento se mostra muito interessado por Penny, mas seu alto QI não significa exatamente saber como conquistar uma garota.

A série tem diálogos fantásticos e faz referência a todo universo nerd-geek. Ou seja, aparatos tecnológicos, leis da física, internet e etc.. Num episódio, Sheldon se veste de "Efeito Doppler" para o Haloween e tenta explicar sua fantasia "física" para todos. Em outro episódio, Leonard estranha que vários amigos estão no seu apartamento e pergunta o que aconteceu: - Não temos internet faz meia hora - respodem.

Já em outro episódio, Leonard ouve barulhos durante a noite e sai na escuridão de seu apartamento com um sabre estilo Star wars como lanterna!

Felizmente a CBS, tv que transmite o show nos EUA, tem uma página especial no youtube cheio de vídeos com os melhores momentos da série. Deixo aqui um de quando o grupo nerd decide ver uma maratona de filmes do super homem.

* Vamos ver o que acontecerá agora com essa greve dos roteiristas.


quarta-feira, novembro 14, 2007

El pasado - de Hector Babenco

"Todas las mujeres son locas y Gael tiene eyaculación precoz" - Essa foi a sábia conclusão que o meu colega teve depois de ter assistido esse filme.

"Filme do Hector Babenco eu não vejo" - Essa foi a sábia sentença que escutei do André antes de sair para o cinema.

"El pasado" começa muito bem. Gael está se separando de sua mulher e começa a viver outras paixões. Enquanto isso sua ex tem sérias dificuldades para superar a ruptura. A atriz que interpreta essa mulher é uma das melhores coisas do filme. Uma moça lunática, obcecada e sem nenhuma noção. Um personagem que realmente mete medo. Diálogos interessantes e tudo mais sobre o amor, o passado e pra onde tudo vai depois que tudo termina.

Mas aí a coisa realmente começa a desandar. Muito acontece e com muita intensidade. No intervalo de 111 minutos, Gael se envolve com 4 mulheres diferentes, vai à bancarrota, tem um filho, perde a memória, vira professor de academia e transa com qualquer mulher que apareça na sua frente. É um enredo forçado, praticamente surreal. Muita coisa acontece sem razão, o filme "perde" tempo em coisas inúteis. Uma viagem para o Brasil, uma transa com uma outra qualquer, uma personagem que morre mas que não muda muito na trama. Na parte que ele está falido com sua barba de náufrago junto com o apartamento pateticamente sujo com milhares de garrafas de cervejas vazias eu quis rir.

Fora que o final com uma pequena reunião das mulheres bizarras do grupo de auto-ajuda da sua ex é algo digno de risadas. Não entendi qual é a do diretor Hector Babenco, juro que me esforcei. Vi "Carandiru" e confesso que esperava muito mais. Interpretações péssimas, atores mal escolhidos e um final totalmente panaca não me deixaram gostar do filme. Agora com "El pasado" é a mesma coisa. O diretor "caga" tudo.

Duas amigas leram o livro do Alan Pauls que originou o filme. Uma achou uma bosta fedida. Outra, que viu também o filme, diz que o livro já não é dos melhores, mas que o filme é desastroso.

Não adiantou nem a diversão de conseguir localizar todas as locações de Buenos Aires, as linhas de ônibus que aparecem, os bares, as lojas...

Enfim, digo aqui o que nenhuma crítica de cinema não disse: é um lixo.

Fazia tempo que não via um filme tão ruim e devo realmente ter perdido muito a "proposta" dele.

sábado, novembro 10, 2007

Raça Negra Revival?


Baixei um CD ao vivo do Raça Negra só pra relembrar a época que eu realmente gostava dessa banda. Creio que foi nos idos de 1992.

Não se faça de "boludo" e admita que você também sabe cantar "Cigana" e "Cheia de Manias".

Se já houve o Revival dos anos 80 e aos poucos sinto um revival do dance music dos 90.... a pergunta é: Quando teremos o revival do pagode?

Vamó lá! No suingue!

Cheia de manias
Toda dengosa
Menina bonita
Sabe que é gostosa
Com esse seu jeito faz o que quer de mim
Domina o meu coração
Eu fico sem saber o que fazer

Didididiê
Didididiê ê ê
Didididiê

sexta-feira, novembro 09, 2007

En la boquita de la botella



Baja más, baja más un poquito
Baja más, baja más despacito

terça-feira, novembro 06, 2007

Travis - Flowers in the window (Buenos Aires)



Momento mais bonito do show de sexta, um dos melhores que fui, no estádio do Velez Sarsfield.

So just stand up, up in the crowd
You are one in a million
And I love you so


Reparem nas camisetas e no "Ole ole ole ole Trávis, Trávis".

segunda-feira, novembro 05, 2007

Restaurant Manolo - San Telmo / Buenos Aires

Enquanto eu mastigava minha supremita com um molho meio branco com azeitonas, champignones e presunto, pensava comigo mesmo "Esse lugar merece um post".

Servir de "guia" para alguém que está visitando a cidade é uma coisa legal, mas depois de mais de um ano e meio nessa cidade a coisa meio que já enche o saco. Sempre os mesmos lugares...

Mas felizmente às vezes você acaba fazendo pequenas e valiosas descobertas como o Restaurant Manolo, localizado em San Telmo, mas exatamente na esquina das ruas Bolivar e Cochabamba.

O lugar é um cantinão clássico, com flâmulas, quadros, recortes de jornal e camisetas de futebol como decoração das paredes. Um ambiente bem simples, mas nada descuidado. Um atendimento ótimo (o que é raro nessa cidade), porções muito generosas e um preço justíssimo.

Além da suprema, comemos um bife de chorizzo de proporções épicas com um molho de whisky. Carne no ponto, molho delicioso e pança cheia. Houve um silêncio muito grande entre os integrantes da mesa, ou seja, sinal de que todos estavam tão ocupados apreciando a comida que nada sobrou para ser discutido.

Para quem manja e conhece de futebol, a decoração é bem interessante. Geralmente lugares assim, com temática futeboleira, m acabam sendo meio toscos e feios, mas no Manolo a coisa não é dessa maneira. Existem flâmulas de praticamente todos os clubes porteños, desde os grandes até os mais mocados como o Club Atlético Colegiales. Fora as camisetas penduradas de time do mundo todo. Detalhe para uma do Atlético Mineiro muito pirata que está lá.

Enfim, fazia tempo que eu não me entusiasmava tanto com um lugar como o Manolo. Turistas brasileiros por Buenos Aires, visitem!

Guia Oleo

Site Oficial

sábado, novembro 03, 2007

Starsailor, Travis e The Killers em Buenos Aires

O Yeah Festival prometia uma noite de belíssimo indie rock com Starsailor, Travis e The Killers. No ingresso havia o aviso que o primeiro show começaria as 20h, o que desconfiei realmente que acontecesse.

De qualque maneira me planejei para chegar cedo no lugar. Saí do trabalho às 18h, uma hora antes do normal, e depois de pegar o metrô, pegamos o 166 com destino ao bairro de Liniers, onde se encontra o estádio do Velez, um lugar muito longe da cidade.

Chegando lá uma fila enorme para entrar. Fico cerca de 40 minutos nessa bosta de fila, sou avisado pelos meus correspondentes que já estão dentro que o show do Starsailor começa. Resultado: quando entro eles tocam a última da noite "four to the floor".

Travis vem em seguida. Entram ao som de uma música do Rocky, todos vestidos com roupão de boxe. Eles tiram o roupão e TCHARAM! Estão todos com a camisa da seleção argentina. Realmente fizeram de tudo para agradar o público.

O show é ótimo, tocam todas as músicas que deviam tocar, principalmente minhas preferidas "Driftwood" e "Turn". Interagem muito com o público, inclusive pedindo para que gritem bem alto o nome do tímido tecladista que acompanha a banda. A banda sai e depois volta para o melhor momento do show. Fran Healey toca o violão e todos juntos, com a camisa da argentina colocada de novo, cantam Flowers in the window. Belíssimo.

Depois vem o Killers e acho que é exatamente como os shows que eles fizeram no Brasil. Guitarrista com a cara do Brian May, Brandon Flower a la Freddy Mercury e baterista com cara de My name is Earl agitando muito. Só achei a versão da música que mais gosto deles. Mr Brighside, um pouco lenta.

Na saída, depois de quase 1h buscando uma pizzaria aberta às 2h da manhã, finalmente achamos uma bem perto de casa para matar a fome de todo um dia. É outra coisa estar com amigos que tem carro.

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