terça-feira, fevereiro 26, 2008

A culpa é do Fidel + Lars and the real girl

A culpa é do Fidel

Anna é uma menina de 9 anos da classe média alta francesa. A chegada de sua tia e primas espanholas à sua casa, fugidas da ditadura de Franco, começa a mudar tudo dentro do seu lar.

Seus pais acabam se tornando ativistas em prol da eleição de Allende no Chile. Trocam uma vida confortável em uma casa abastada por um apartamento humilde, além do mais eles demitem a babá cubana anti-comunista que sempre cuidou de Anna. A vida da menina aos poucos vai mudando. De uma hora para outra, ela deixa de ser prioridade para os pais, que estão mais preocupados com manifestos e passeatas do que com seus próprios filhos.

Não deixa de ser uma espécie de auto-crítica da esquerda. Obviamente muitas mudanças são apenas caprichos da menina, mas que diretamente afetam muito sua vida e a relação com suas amigas.

Realmente, deve ser um saco ser filho de pai comunistinha.

Lars and the real girl.

Lars é um rapaz solitário e um tanto quanto anti-social. Seu irmão e cunhada estão preocupados com ele, que parece padecer de algum problema psicológico.

Um belo dia ele aparece animado dizendo que quer apresentar sua namorada a eles. Ela é filha de brasileiros e dinamarquesas e está numa cadeira de rodas. Até aí tudo bem, só que ela é uma boneca.

O irmão e a cunhada, preocupados, buscam ajuda e acabam sendo aconselhados a tratar a boneca como se realmente fosse uma pessoa de verdade. Aos poucos, boa parte dos amigos e colegas que convivem com Lars fazem o mesmo, tornando Bianca, a boneca, uma pessoa conhecida em toda a cidade.

Essa história bizarra, produzida com orçamento baixo, foi uma das indicadas para o Oscar de melhor roteiro original. Acabou perdendo merecidamente para Juno. A história chega a ser surrealmente tocante se você entrar no espírito da trama. É realmente pouco crível que em toda uma cidade não haveria uma só pessoa que chegaria para Lars e falasse que a boneca não anda, não come e é de plástico, trazendo-o para a realidade. O irmão bem que tenta no início, mas não insiste muito.

No papel principal está o ótimo Ryan Gosling, que fez "Stay" e ano passado foi indicado ao Oscar de melhor ator, Paul Schneider, que fez "Elizabethtown" e Emily Mortimer, de Match Point.

Só estou esperando a tradução do título "Lars and the real girl" para português. Quem sabe nossos criativos tradutores escolham "Eu me apaixonei por uma boneca" ou "Um casal muito louco"...

Fiquem aí com o trailer:

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