Lucho, amigo da Latin3 (meu trabalho anterior), tirou essa foto ontem da sacada do prédio da empresa. Bem na esquina da Avenida Santa Fé con Calle Humboldt um cara saiu de kaiak.
Surreal!
sexta-feira, fevereiro 29, 2008
Inundação em Buenos Aires.
quinta-feira, fevereiro 28, 2008
Dan in real life.
Você já encontrou alguém que, mesmo sem conhecer direito, parece ser a resposta para todos seus problemas?
Dan é um viúvo, pai de três filhas. Desde a morte de sua esposa, há três anos, ele nunca se envolveu com ninguém e evita isso, mesmo com a insistência dos familiares.
Até que um dia Marie entra em sua vida em uma livraria. Papo vai, papo vem, vão tomar uma café e o assunto parece nunca terminar. Dan fica de queixo caído pela mulher e, mesmo sabendo que ela está comprometida, pede seu telefone com muita lábia.
Acontece que logo depois, em uma reunião de família, Dan descobre que Marie é a nova namorada de seu irmão.
Odeio filmes de família. Em geral tem uma moral da história bem piegas e clichê. Talvez o único problema de "Dan in real life" seja o fim de semana extremamente feliz, onde avós, tios e primos promovem gincanas e brincadeiras que chegam a irritar.
Fora isso, é uma história envolvente. Um ótimo roteiro, do mesmo de "Um grande garoto", que te faz realmente acreditar que Dan deposita todas suas esperanças na mulher, que te deixa desconfortável quando ele descobre que ela é namorado do irmão e que faz você ter raiva da parentada que tira sarro da vida amorosa dele.
A dupla Steve Carrel e Juliette Binoche está perfeita nos papéis principais. O comediante, que já tinha mostrado seus talentos dramáticos em "Little Miss Sunshine", está ótimo no papel.
Taí um filme simples, despretensioso, com cenas de família dançando, que consegue não cair no clichê.
Para completar, a trilha sonora é toda feita pelo músico norueguês Sondre Lerche. Ele compôs, com toda sua cartilha indie, desde valsas e temas incidentais até a canções que combinam perfeitamente com os momentos do filme. O cara dá uma palhinha na cena final do filme! Massa!
* Dá vontade de bater em quem colocou o título do filme em português como "Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada"
quarta-feira, fevereiro 27, 2008
Cabelo de autor.
Já vi "comida de autor". Já ouvi falar até em "roupa de autor".
Mas voltando hoje do trabalho, que agora está em Palermo, deparei-me com um "pelo de autor". Ou seja, "cabelo de autor".
Sim, para os interessados nesse cabeleireiro que deve ser um total impressionista, seu "ateliê" fica na Calle Honduras, perto da Plaza Serrano.
É cada uma...
terça-feira, fevereiro 26, 2008
A culpa é do Fidel + Lars and the real girl
A culpa é do Fidel
Anna é uma menina de 9 anos da classe média alta francesa. A chegada de sua tia e primas espanholas à sua casa, fugidas da ditadura de Franco, começa a mudar tudo dentro do seu lar.
Seus pais acabam se tornando ativistas em prol da eleição de Allende no Chile. Trocam uma vida confortável em uma casa abastada por um apartamento humilde, além do mais eles demitem a babá cubana anti-comunista que sempre cuidou de Anna. A vida da menina aos poucos vai mudando. De uma hora para outra, ela deixa de ser prioridade para os pais, que estão mais preocupados com manifestos e passeatas do que com seus próprios filhos.
Não deixa de ser uma espécie de auto-crítica da esquerda. Obviamente muitas mudanças são apenas caprichos da menina, mas que diretamente afetam muito sua vida e a relação com suas amigas.
Realmente, deve ser um saco ser filho de pai comunistinha.
Lars and the real girl.
Lars é um rapaz solitário e um tanto quanto anti-social. Seu irmão e cunhada estão preocupados com ele, que parece padecer de algum problema psicológico.
Um belo dia ele aparece animado dizendo que quer apresentar sua namorada a eles. Ela é filha de brasileiros e dinamarquesas e está numa cadeira de rodas. Até aí tudo bem, só que ela é uma boneca.
O irmão e a cunhada, preocupados, buscam ajuda e acabam sendo aconselhados a tratar a boneca como se realmente fosse uma pessoa de verdade. Aos poucos, boa parte dos amigos e colegas que convivem com Lars fazem o mesmo, tornando Bianca, a boneca, uma pessoa conhecida em toda a cidade.
Essa história bizarra, produzida com orçamento baixo, foi uma das indicadas para o Oscar de melhor roteiro original. Acabou perdendo merecidamente para Juno. A história chega a ser surrealmente tocante se você entrar no espírito da trama. É realmente pouco crível que em toda uma cidade não haveria uma só pessoa que chegaria para Lars e falasse que a boneca não anda, não come e é de plástico, trazendo-o para a realidade. O irmão bem que tenta no início, mas não insiste muito.
No papel principal está o ótimo Ryan Gosling, que fez "Stay" e ano passado foi indicado ao Oscar de melhor ator, Paul Schneider, que fez "Elizabethtown" e Emily Mortimer, de Match Point.
Só estou esperando a tradução do título "Lars and the real girl" para português. Quem sabe nossos criativos tradutores escolham "Eu me apaixonei por uma boneca" ou "Um casal muito louco"...
Fiquem aí com o trailer:
Eu sou meu pseudo-eu.
Foi pensando em escrever um texto sobre o The Envy Corps e o seu cd "Dwell" que cheguei a conclusão que todo publicitário, ou mais, todo comunicólogo é um ser frustrado, um pseudo-tudo.
Parece que não nos contentamos com nossa profissão e buscamos sempre outras coisas. Eu mesmo já tive minha fase de pseudo-músico, pseudo escritor, pseudo-ator, pseudo-jornalista de música e até pseudo-cineasta.
E olhando para meus amigos, percebo a mesma coisa. Não sei se é porque nos sentimos culpados ou se nosso lado artista frustrado grita mais alto que dos outros, mas o fato é que isso é um mal geral dos comunicólogos. Todo mundo tem um projetinho pessoal que claramente não vai a lugar nenhum, mas mesmo assim seguimos. Seria isso idiotice ou algum tipo de placebo? Um combustível para continuar?
E você, é um pseudo quê?
PS: Fica a dia do The Envy Corps. Que bela banda!
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
Once - Melhor canção original.
O prêmio que mais torci no Oscar 2008.
Ótimo filme, ótima trilha sonora.
Apaixonei-me por Once.
sábado, fevereiro 23, 2008
Quase 2 anos.
Essa semana completo dois anos de Argentina. Por mais clichê que pareça, preciso dizer que "até parece que foi ontem" que aterrisei em Ezeiza e não sabia dizer "H" (agá) em espanhol.
Por culpa dos 2 anos, dei entrada no meu visto permanente. Ou seja, depois dele nunca mais me preocuparei com vistos. Só pelo fato de evitar ir ao departamento de "Migraciones" já vale a pena.
Certamente é um tempo de mudanças. Estou rumando para meu quarto endereço em Buenos Aires, de volta para o Abasto, mas dessa vez num apartamento de 2 quartos em um conjuntaço mega familiar. Hoje, por exemplo, fui lá dar uma limpeza no ap novo e vi uma menina com um vestido roxo de fada caminhando pelo gramado.
Além disso o trabalho mudou de endereço. Saímos do centro caótico com piquetes e manifestações diárias para um bairro mais "cool" e com o nome besta de Palermo Hollywood. Chega de ouvir tambores e buzinas, chega de congestionamentos!
Enfim, nada como sentir que as coisas estão se encaminhando.
quinta-feira, fevereiro 21, 2008
Interview.
É possível um filme com ótimos atores, um bom argumento e uma direção honesta ser decepcionante? Sim, é.
Steve Buscemi para mim é gênio. Tipo de ator que deixa qualquer filme interessante e transforma qualquer personagem numa coisa pouco convencional. Agora ele está atacando de diretor e roteirista. Interview é uma adaptação de um filme holandês de 2003.
Pierre é um renomado jornalista especializado em política que está em decadência e que precisa entrevistar Katya, uma fútil atriz cheia de sucesso.
A não ser pelo início da entrevista, que se passa num restaurante, o filme se desenvolve todo no apartamento da atriz e é exclusivamente levado pelas ótimas interpretações de uma Sienna Miller lindíssima e um Steve Buscemi menos excêntrico do que estamos acostumados.
Há diálogos interessantes e boas sacadas, mas o que fica difícil de acreditar é na relação dos dois. É tudo muito forçado. Há uma enxurrada de emoções em um pequeno intervalo de tempo entre duas pessoas sem a mínima intimidade. Como a história se passa quase que exclusivamente em uma locação, há uma certa teatralidade e não-naturalidade de atitudes.
Quando Peter não tem o que dizer, ele elogia a beleza de Katya. Quando ele não sabe mais o que fazer, ele ameaça ir embora. Eles se xingam, mas depois dançam juntos. Eles se batem, mas depois se seduzem e se provocam. Contam seus mais osbcuros segredos, mas não confiam um no outro.
No final, fica uma sensação de promessa não cumprida. As possibilidades da história e a química entre os atores eram enormes, porém o resultado é uma fração disso. Uma pena. Podia ser sensacional, no entanto é meia-boca.
quarta-feira, fevereiro 20, 2008
This Film Is Not Yet Rated.
Posso estar meio atrasado, já que esse documentário foi lançado em 2006, mas "This movie is not yeat rated" merecia umas linhas de comentário.
Os filmes, nos EUA, recebem uma classificação que ajudam os consumidores na hora de decidir se devem ou não deixar seus filhos assistirem.
G - sem restrições.
PG - um pai deve estar presente.
PG 13 - material inapropriado paar menores de 13 anos.
R - recomendada a presença de um adulto para menores de 17.
NC 17 - nenhum menor de 17 anos deve ver.
Essa classifcação, criada pela "Motion Picture Association of America" há mais de 40 anos, pode significar uma diferença no faturamento de dezenas de milhões de dólares para um filme.
"This filme is not yet rated" fala de como funciona essa classificação, mostra cineastas que foram forçados a cortar pedaços e cenas de seu filme para obterem uma melhor distrubuição e outros que lidaram com o prejuízo da temida classificação NC17.
O documentário questiona com dados, fatos e muita lógica todo um sistema conservador e incoerente que se preocupa muito mais com o sexo na tela do que com o teor da violência dos filmes.
Vários diretores dão o seu depoimento de relatam os casos mais absurdos que muitas vezes inviabilizaram todo um filme. Para mostrar a total falta de coerência, eles comparam filmes de diferentes época, cenas parecidas que receberam uma classificação distinta. Não existem padrões ou métodos. Simplesmente os filmes são exibidos e os "classificadores" discutem em qual faixa o título deveria estar.
O mais revoltante é o caráter totalmente CIA da associação que faz a classificação. Poucos de seus membros são conhecidos e, sob a desculpa que "eles devem trabalhar longe de influências", há um segredo total sobre isso. Paralelamente aos argumentos contra os métodos de rankeamento, que não deixa de ser um tipo de censaura, o documentarista contrata uma detetive particular que facilmente encontra os nomes dos responsáveis pelas classificações.
terça-feira, fevereiro 19, 2008
The Pervert's Guide to Cinema
Imagine colocar os filmes clássicos no divã? Hitchcock, Bergman, Chaplin, Lynch, The Matrix, Clube da Luta, o Exorcista, Tarkovsky e uma lista que não acaba.
É disso que se trata "The Pervert's guide to Cinema". Um documentário de mais de duas horas em que Slavoj Zizek, filósofo, sociólogo e psicanalista esloveno, passeia verborrágicamente por inúmeros filmes e seus significados, seus personagens, suas cenas, seus enredos, seus enquadres e todos os interditos.
Além de tirar o espectador de uma relação passiva com o cinema, Zizek acaba trazendo a psicanálise para um patamar mais acessível e exemplificado. A relação dele com o cinema é de amor e ódio. Ao mesmo tempo em que ele o critica, dizendo nas linhas iniciais do filme que "O cinema não dá o que você deseja. Ele diz como você deve desejar", o filósofo também o classifica como a arte que melhor exemplifica a psicologia. Para ele, além de ser uma mistura perfeita entre imagem, linguagem e som, o cinema é popular e acessível.
No documentário Zizek aborda temas como a realidade, o desejo, a mortalidade, fantasia, ansiedade, entre outros. Seus diretores preferidos, pelo menos se contando o número de citações, são Hitchcock e Lynch.
Os três andares da casa de Norman Bates em Psicose (porão, térreo e primeiro andar) são comparados com o Ego, Id e Superego e relacionados aos momentos em que o personagem carrega sua mãe para cada piso. Diz que "Os pássaros" se trata de uma relação incestuosa já que o ataque das aves nada mais é que a manifestação do ciúme da mãe para com o relacionamento amoroso de seu filho.
Chaplin é mostrado de uma maneira muito mais complexa da que estamos acostumados, assim como filmes mais recentes e considerados menos "arte" como Alien e Matrix. Mostra também toda a relação entre os quartos e ambientes de David Lynch, assim como as figuras paternas e o uso da luz. Considera um diálo de "Persona" a melhor cena de sexo do cinema e a mais deprimente uma do filme "A professora de Piano".
São muitas as relações e uma verdadeira teia de aranha entre filmes. Algumas declarações chegam a ser cômicas de tão absurdas, mas Zizek sempre tem seu ponto. Alguns insights são realmente ótimos, principalmente quando ele fala sobre a ficção que tanto precisamos para viver nossa realidade.
Mas não só teorias e elucubrações de um esloveno de sotaque forte. A produção do filme teve o cuidado de visitar e reconstrir locações de filmes, como o lago de "Os pássaros", a privada de "A Conversação", uma sala de "O Corpo que cai", um palco de "Cidade dos Sonhos" e outros. É como se o psicanalista dialogasse com a própria cena e, claro, traz até uma certa comecidade para tudo.
"The pervert's guide to cinema" tem direção de Sophie Fiennes, irmão dos atores Ralph e Joseph, mas a estrela é Slavoj Zizek, um cara apaixonado pela psicanalise e com ótimo bom humor.
Para aqueles que se sentem meio burros quando assistem a um filme, quer saber mais de psicologia lacaniana ou simplesmente querem ouvir teorias sobre o cinema, o filme é mais que recomendado.
Olhem só como exemplifica o Ego, superego e Id com Psicose e também com os irmãos Marx. Tudo isso direto do porão de Norman Bates!
domingo, fevereiro 17, 2008
Brasil, Brasil.
Brasil, Brasil é um documentário da BBC que fala sobre a música brasileira. Dividido em 3 partes, mostra a história e o desenvolvimento dos ritmos através dos tempos. Começam com a chegada dos escravos no país e chegam até a Ivete Sangalo nos tempos de hoje.
1. Samba to Bossa
A primeira parte mostra o desenolvimento do samba desde a chegada dos escravos, o uso do ritmo por Getúlio Vargas como meio de intergração nacional e até a chegada da Bossa Nova, uma coisa mais classuda da burguesia. Carmem Miranda, João Gilberto e o povo dessa época.
2. Tropicalia Revolution
Da Bossa a Tropicália de Caetano e Gil. A música como manifesto contra a opressão e a criatividade para escapar da censura da ditadura. Jorge Ben, Milton Nascimento, Eduardo Lobo, Elis Regina, Os Mutantes e toda a patota
3. A tale of four cities
Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. As cidades responsáveis pelos últimos movimentos musicais dos anos 90 como Mangue Beat, Funk, Axé e o Hip Hop/Rap. Mano Brown, Olodum, Chico Science, Nação Zumbi e a galerinha do Olodum. A música mais como uma voz das periferias.
Se você gosta de música, história ou é brasileiro, recomendo muito o documentário. Cheio de entrevistas com músicos, jornalistas, historiadores e pessoas do "ramo", o documentário consegue ser bem abrangente. Interessante ver uma abordagem estrangeira de algo tão "nosso" como a música.
Estou longe de ser um especialista em música brasileira, mas o documentário da BBC é extremamente correto e uma verdadeira aula de história contemporânea brasileira, explicando muito bem que coisa levou a tal coisa e delimitando bem o tipo de ritmo brasileiro que é sucesso dentro do país e o que é sucesso no exterior.
sábado, fevereiro 16, 2008
This Is England.
Fiquei de cara com esse filme e a interpretação do piazinho Thomas Turgoose no papel de Shaun. Põe qualquer Dakota Fanning no chinelo. É incrível mesmo.
Shaun é de uma família classe média baixa do início dos anos 80 e leva uma vida de bosta na escola, onde é sempre zuado. Pra completar, seu pai morre na Guerra das Malvinas.
Ele acaba sendo adptado como um mascote de uma turma de skinheads e se envolve com o neo-nazismo, quando chega na gangue Combo, um ex-presidiário interpretado por Stephen Graham (que já fez Snatch e Gangues de Nova Iorque).
Nem preciso dizer que "This is England" é cru e direto. Mostra todo lado histórico e político da época sem ser uma película panfletária. É impossível não se deixar levar pelos personagens, principalmente Shaun e Combo, e entender perfeitamente suas atitudes e a inconsistência de suas crenças quando elas batem de frente com a realidade.
Destaque também para todo o figurino. A década de 80 realmente tem roupas e cabelos únicos!
Fiquem aqui com o trailer:
quarta-feira, fevereiro 13, 2008
Hablemos de Fútbol - As rivalidades argentinas.
Convenhamos que brasileiro não entende nada de futebol argentino e versa-vice.
Vou tentar explicar rapidamente as rivalidades.
Boca Juniors e River Plate se odeiam e esse ódio é o maior do país. O confronto entre os dois, chamado de Superclássico, para a Argentina.
Racing e Independiente se odeiam e esse ódio é o maior de Avellaneda e o segundo maior do país.
As sedes das duas equipe estão na Grande Buenos Aires separados poucos metros de distância.
O San Lorenzo odeia mortalmente o Huracán.
Essa rivalidade vem dos anos 40, 50, quando "Cuervos" e o "Globo"tinham o mesmo núivel. O Huracán parece estar se recuperando aos poucos. Subiram ano passado para primeira divisão e tem um time médio.
Rosário Central odeia o Newell's Old Boys. O maior ódio da cidade de Rosário e uma relação bem peculiar.
No começo do século passado as duas equipes foram convidadas para uma partida em prol de um Hospital de Leprosos. Marcaram o jogo e o Rosário Central não apareceu. Desde então os torcedores deles são conhecidos como "Canallas", ou canalhas, e os dos Newell's de "leprosos".
Estudiantes de La Plata odeiam o Gymnasia Esgrima La Plata.
Ambos estão na capital da província de Buenos Aires. O Gymnasia é uma equipe com pouca tradição mas que recentemente mostrou bons resultados, chegando até a Libertadores. Os "Pinchas", estudiantes", fazem um belo clássico contra os "Lobos no belíssimo e novo estádio municipal de La Plata.
Banfield odeia o Lanús. Não chega a ser um clássico, mas eles se odeiam. São duas equipes que levam o nome de cidades do lado sul da grande Buenos Aires. Algo como se o "Colombo" odiasse o "Almirante Tamandaré" na Grande Curitiba.
Temos também em Córdoba o ódio entre Belgrano e Talleres, mas esse último anda tão ruim, na segunda divisão, que nem vamos comentar.
O Vélez Sarsfield não tem clássico. É um time muito novo e com torcida nova. Dizem que achar um torcedor do Velez é muito difícil. Eu mesmo, só conheci um. O time do bairro de Liniers é comparável ao São Caetano em sua boa fase, que quase que ganha a Libertadores. Um time que não fede nem cheira que nem odiado consegue ser.
Feist - I feel it all
Quando é que vou ver essa puta ao vivo???
Esse aqui é o último clip dela "I feel it all", de um cd que é uma avalanche nonstop de música boa. Procure pelos outros clips "1, 2, 3, 4" e "My moon, my man". ¡Muy buenos!
segunda-feira, fevereiro 11, 2008
Sicko.
O Fabiano tinha dado a dica e resolvi conferir Sicko do Michael Moore. Ótimo documentário sobre o sistema de saúde americano, que é vergonhoso.
É engraçado e dramático ao mesmo tempo. Mostra por exemplo um cidadão que perdeu dois dedos da mão, não tinha grana para consertar todos e teve que escolher qual dedo colocaria de volta.
Claro que o Michael Moore viaja um pouco na maionese, mas não podemos negar que ele defende a causa a fundo. Seus filmes sempre foram ótimos para mostrar detalhes que sempre passam despercebidos pela grande mídia.
Depois, procurando pelo youtube, vi uma reportagem da CNN em que colocam em prova várias informações do documentário. O cineasta ao vivo eleva o tom da voz e constrange o jornalista pedindo para que eles mostrem a verdade e parem de dizer o que seus patrocinadores querem.
domingo, fevereiro 10, 2008
The Frames - The cost.
A Irlanda é muito mais que só U2 e Damien Rice, meus caros. The Frames é uma banda que também vem de Dublin e, segundo consta, é uma das mais tradicionais desse país.
Cheguei até o grupo porque o vocalista Glen Hansard é um dos atores do ótimo filme irlandês Once, que teve música Falling Slowly indicada para o Oscar desse ano. Já fiz um post sobre o filme aqui.
Acontece que algumas músicas de Once, na verdade são releituras de canções do The Frames. "Falling Slowly" e "When your mind's made up" não tem o mesmo clima no disco que no filme. Na telona, parece que tentaram deixar as músicas mais simples e limpas e um tanto quanto mais íntimas com a adição do vocal da atriz Marketa Irglova e o pouco uso das guitarras elétricas. Nem pior, nem melhor... apenas diferente e compreensível para uma história de amor.
Com o CD "The Cost" de 2006, os irlandeses mostram um folk misturado com violinos e um ritmo daquelas bandas tradicionais irlandesas, alternando momentos com distorção de guitarra e nunca esquecendo a tradicional melodia melancólica irish que acompanha temática das letras.
"Song for someone" e "Sad Songs" são do tipo de músicas com instrumental, melodia e letras encomendadas para chorar no escuro:
Too many sad words make for sad, sad songs
"The side you never get to see", "True", "People get ready" e a faixa que dá o nome ao cd "the Cost" são de uma grande desesperança e com um clima quase fúnebre. Um tanto quanto paradoxal achar belíssimas essas canções feitas sob uma dor tremenda. Talvez sejamos urubus da música ou algo assim.
Talvez esteja aí a diferença entre a música do The Frames e as músicas de Once: a esperança. No filme, o cara se apaixona pela garota e as músicas mostram uma aproximação, um apaixonamento e de certa forma um otimismo. Existem mais músicas bonitinhas e fofas como "Fallen from the sky" e "The Hil". Em algum momento elas podem até ser mais tristes, mas nunca desesperançosas como as do disco "The Cost".
Talvez seja porque o tal do Glen Hansard tenha começado a namorar a Marketa Irglova! Malandrão!
Resumindo bem. Ouça The Frames, assista Once.
Deixo aqui o ótimo clip de "People get ready". Casamento perfeito da história do homem estátua com a música.
sexta-feira, fevereiro 08, 2008
The Billionaires + Anika Moa
Não sei porque mas é raro que uma bandas americana me agrade. Vai saber! Ainda bem que esse não é o caso do The Billionaires e o seu cd "Really real for forever".
Powerpop, indiepop ou o que seja! São americanos mas parecem aquelas bandas suecas idiotamente felizes. Por que afinal ando escutando tanta banda assim? I'm from Barcelona, Lacrosse, Jens Lekman e por aí vai são os comparativos para The Billionaires.
Refrões poderosos e empolgantes, belas linhas vocálicas alternadas entre uma menina e uns caras com muita influência dos Beach Boys. Atenção especial para as quatro primeiras músicas: "The end of the summer song", "High School High", a um tanto quanto hippie: "I love you mother nature" e "Eights movies". Cuidado para não gritar forte dentro do ônibus se você estiver com headphones! É do tipo de banda terapêutica. Ouça e acredite numa vida feliz!
Alguém já ouviu alguma coisa da Nova Zelândia? De lá vem a banda Flight of the Conchords, estrela de uma série na HBO americana. E claro, a ótima seleção nacional de rugby e uma importante produção de Kiwi.
Mas então chegou até mim Anika Moa e seu CD "In swings the tide". É o básico arroz com feijão dessa nova geração de cantores folk/indie/pop. Mas o que faz do seu cd digno de um post no Aires Buenos?
Talvez a voz quase angelical, as sobreposições de vozes que constroem uma bela melodia, talvez as letras, uma salpicada country em algumas músicas e uma coisa meio jazz. Ou aquele pop gostoso de ouvir, o clima totalmente intimista das canções e a vontade que dá de abraçar a Anika quando ela canta sobre seus sonhos "Dreams in my head". Sabe como é, as obsessões e tristezas sempre são cantadas de uma forma mais bonita pelas mulheres. No clip ela até faz um "air drums". Simplesmente sensacional!
Além dessa, escutem "Miss Universe", "Blind woman" e a faixa título do cd"In Swings the tide".
Aqui é o site oficial dela: www.anikamoa.com e aqui o video de "Dreams in my head"
Cause I have all these dreams in my head
With you and I together waking in each other's arms
If only I could tell you how I feel
Then I wouldn't have to sit here and think about losing you
But it's just a dream
I have in my head
segunda-feira, fevereiro 04, 2008
Lacrosse - You can't say no forever
Pra ser feliz não precisamos só de samba.
Reforçando a idéia que a Suécia é a meca do indie.
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
Carnaval em Buenos Aires.
Essa semana recebi um email avisando que os escritórios brasileiros da empresa onde trabalho estarão fechados na segunda, terça e quarta pelo carnaval. Três dias de feriado. Três dias seguido. Enquanto isso aqui em Buenos Aires trabalharemos normalmente, nem é feriado no país.
Ok, vamos nos consolar na idéia de que não há nenhum indício de axé por aqui. Pelo menos isso!
Ser obrigado a sair daçando e fingir uma falsa alegria durante alguns dias nunca foi muito do meu feitio. Nunca gostei da festa do carnaval, mas sempre adorei o feriado do carnaval.
Mas vamos e convenhamos que carnaval é uma fuga e nada melhor que fugir para bem longe nessa época do ano. Com namoradas ou amigos, as fugas acabavam até sendo em direção ao Carnaval. Afinal sair de Curitiba nessa época significa encontrar muito mais ginga e malemolência por metro quadrado do que há na capital social.
Pois é, deu saudade de fugir, de esticar o feriado, de rir das pessoas ridículas que ouvem som alto de sunga com uma latinha de skol na mão e de esperar a quarta-feira para ver a apuração das escolas de samba. Quesito alegorias e adereços: nota nove e mêiiiiioooooooo.