Existe uma pasta dentro da pasta "Minhas músicas" chamada de "caseiros". Nela estão todas as canções que gravei no meu computador desde 2004.
Como fiquei longe do meu violão praticamente um ano porque simplesmente não podia gastar 20 pesos em cordas novas, também fiquei um tempo sem tentar "criar" alguma coisa.
Longe de mim qualquer pretensão artística "rentável" para isso. As canções que faço são, antes de tudo, para mim mesmo. Elas são as músicas que eu preciso ouvir e que ainda não foram feitas, uma espécie de terapia e uma busca de paz de espírito. Uma forma de guardar digitalmente alguma coisa que passou ou um sentimento que em tal momento foi tão intenso que acabou transbordando.
Ultimamente ando escutando algumas dessas canções para tentar entender porque nunca mais fiz nada para mim mesmo. Existem algumas engraçadinhas, outras trágicas, outras feitas com letras alheias e muitas versões cruas de músicas que foram gravadas com o Johnz . Há umas que fizeram parte de um cd que gravei uma vez para uma ex namorada. O grande mistério é entender como ela não terminou comigo depois de eu ter dado de presente umas gravações tão mal feitas.
Antes sentia uma certa vergonha delas, agora olho como um retrato de um tempo em que não existia nada para me confortar além delas mesmas.
Também ando pensando que seria legal gravar decentemente algumas delas num estúdio. Mas antes precisaria de alguma ajuda. Tudo bem que sempre preferi canções limpas com base no violão, mas uma bateria e um baixo certamente fariam falta em uma música ou outra.
Enfim, quem sabe seja o começo de alguma coisa. Quem sabe seja só um delírio.
quarta-feira, outubro 31, 2007
Elas... as caseiras.
terça-feira, outubro 30, 2007
Essas Coisas - Carlos Drummond de Andrade
"Você não está mais na idade de sofrer
por essas coisas".
Há então a idade de sofrer e a de não sofrer
mais por essas coisas?
As coisas só deviam acontecer para fazer
sofrer na idade própria de sofrer?
Ou não se devia sofrer pelas coisas
que causam sofrimento pois vieram
fora de hora, e a hora é calma?
E se não estou mais na idade de sofrer
é porque estou morto, e morto é a idade
de não sentir as coisas, essas coisas?
* No dia que o Orkut der dinheiro vou ser bem rico. Aquela comunidade de 200 mil membro do Drummond tem que me trazer algum lucro!
segunda-feira, outubro 29, 2007
Agora entendi...
Simplesmente nenhum argentino que conheço disse que votaria na Cristina. Pra todo mundo que perguntava, ninguém disse que votaria na atual primeira-dama.
Agora entendi.
Na cidade de Buenos Aires, Elisa Carrió ganhou com folga de Cristina. Foram 37% contra 23%.
O governo criticou os porteños por votarem como uma ilha ---> http://www.lanacion.com.ar/politica/nota.asp?nota_id=957531&pid=3420602&toi=5258
Criticar eleitores? Cada um que vote de acordo com o que pensa e pronto!
Sin afeitarse
Nada representa melhor o amadorismo da propaganda política argentina que esse cara da foto. Melconian era candidato a senador por Buenos Aires pelo PRO (mesmo partido de Macri, eleito prefeito esse ano).
Cartazes com a sua cara estavam espalhados por toda a cidade. Eu, que ando de metrô diariamente, não podia evitar de ver aquele cartaz amarelo com a foto desse cara sem barbear.
Sim, o cara pretende ser senador da nação e não faz a barba para tirar a bendita foto! Quanto amadorismo! Não sei quem é o pior. Se o próprio candidato ou o seu marqueteiro que não comprou um MACH3 pra ele. O cara não consegue nem aparecer na foto com a cara direita, imagina o que faria se fosse eleito!
Gilette nele!!!
domingo, outubro 28, 2007
Se um gênio...
Se um gênio chegasse para mim e me concedesse um desejo, eu pediria coragem.
Coragem para falar tudo que penso sem pensar no que vão pensar sobre o que penso.
Coragem para enfrentar mais e ser menos permissivo.
E principalmente coragem para não ficar escondendo tudo o que sinto. Não ter medo de mostrar que eu gosto, que eu quero, que eu sinto.
Se esse mesmo gênio me concedesse um segundo desejo, pediria para ele me mostrar o exato momento em que me tornei esse ser estranho. Quem sabe assim eu entenderia tudo melhor.
sexta-feira, outubro 26, 2007
The second great depression
Gostei muito desse novo cd do Manic Street Preachers chamado "Send away the tigers".
Eles deixaram um pouco de lado as letras "politizadas", que nem sempre funcionavam, e começaram a falar de males, digamos mais pessoais.
Além do belíssimo dueto com a menina do Cardigans em "Your love alone is not enought", duas faixas me conquistaram de cara por causa de suas letras.
I'm just a patsy: I am just a patsy/ I sell vague conspiracy / I'm slow and I'm easy / And I'm waiting for delivery
The second great depression: I thought about it a million times / When you maintained nothing but smile / When forgiveness was the best / Just forget about the rest.
* pois é, sou um emo mesmo.
quarta-feira, outubro 24, 2007
Meme literário
Meme é tipo uma corrente bloguística. Recebi uma do pessoal do Cem Dólares
1.- Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2.- Abra-o na página 161;
3.- Procurar a 5ª frase, completa
6.- Repassar para outros 5 blogs.
Sus ojos pasaron por el rostro de Clara, deteniéndose un segundo en su boca, en su mentón, de adelante tiraban las miradas del guarda y las chiquilinas, de la señora de los gladiolos, hasta que el muchacho se dio vuelta para mirarlos como aflojando.Julio Cortazar / Cuentos Completos Volume 1
Mando a corrente para o Claudemir, Vinícius, Milana, Lielson e Nana
domingo, outubro 21, 2007
Mojo Book Só Baixar!
Taí, lançado o Mojo Book do The Killers!
É só baixar!
Release
Um homem bem disposto a se vingar das mulheres. Quando vê que a atriz mais famosa da novela vai aparecer na cidade, ele já decidiu por seu alvo!
Túlio Bragança pega o bom humor do disco do The Killers e transforma em prosa divertida e de trama rica.
Baixem lá e Comentem!
sábado, outubro 20, 2007
Buenos Aires vê a volta do Soda Stereo
Buenos Aires viu ontem, no estádio Monumental, no bairro de Nuñez, o primeiro show da volta do Soda Stereo, uma das maiores bandas de rock latino da história que fez carreira nos meados dos 80 e 90.
Particularmente acho uma bosta a banda. Sério mesmo... é muito ruim. Mas é impossível não admitir a importância deles para o rock em espanhol.
Realmente é de se admirar uma banda que consegue lotar 4 datas no estádio Monumental, que cabe 70 mil pessoas. Existe ainda uma quinta data com alguns ingressos disponíveis.
A "Sodamania" não é exclusividade argentina. Depois dos concertos em Nuñez em Buenos Aires, a banda inicia uma cansativa turnê por Chile, Equador, Venezuela, Colômbia, México, Panamá, Peru e Estados Unidos. Quase todas com ingressos já esgotados.
Aqui vai o vídeo da Personal, marca de celular que patrocina a turnê, onde várias bandas tocam "Música Ligera". Sim, a mesma que o Capital Inicial fez um cover "À sua maneira".
sexta-feira, outubro 19, 2007
Guia Rápido de Buenos Aires: 3. Puerto Madero
Kevin Johansen, músico argentino, tem uma música com o nome desse bairro em que diz:
And all the people that aren’t from here would like to come and stay.
And all the people that are from here just want to get away.
Puerto Madero é uma Argentina de mentira. Um bairro lindíssimo e extremamente glamouroso. Clubes noturnos caros, restaurantes caros, hotéis chiques e um dos metros quadrados mais caros da América do Sul. Mas como o turista está aqui para aproveitar e não fazer crítica social, isso é ótimo. Vamos aos fatos:
- Não existe lugar mais bonito que Puerto Madero à noite nessa cidade.
- Não existe lugar para comer melhor na cidade.
Nos fins de semana esse lugar se enche de estrangeiros e suas máquinas fotográficas. Se você tiver sorte pode ver alguma das "pontes" de concreto se mover para a passagem de algum barco da pequena marina que existe no bairro.
Puerto Madero era uma região totalmente podre da cidade até início dos anos 90, quando o Menem resolveu dar uma reformulada total no bairro com investimentos bilionários. Pois é, deu certo.
Recentemente foi inaugurado em Puerto Madero o "Transvia", um trem modernoso que liga todos os diques da região. A passagem é baratíssima, 1 peso, e é bem útil quando você quer evitar caminhar por todo o bairro, o que é meio cansativo.
No bairro também está El puente de la Mujer (foto), ponto que é estonteante à noite, e a Fragata Presidente Sarmiento, espécie de museu flotante.
quinta-feira, outubro 18, 2007
O fim do Ira!?
Muito triste essa história da saída do Nasi do Ira!. Mesmo com o Scandurra assumindo os vocais, a banda perde muito da personalidade cafajeste do vocalista.
Acho que das bandas dos anos 80 brasileiro é a única que ainda escuto com certa frequência e tenho vários Cd's. Lembro do show no extinto Moinho em Curitiba que quase fiquei surdo com a guitarra do Scandurra e outro em um Teatro Guaíra lotado, na abertura da turnê do cd acústico.
Tudo bem que do ano 2000 para cá eles lançaram um cd de covers, um ao vivo MTV e um Acústico MTV. De inéditas só o "Entre seus rins" e o "Invisível Dj", este lançado esse ano. Ambos discos com pouquíssimos hits e de qualidade muito inferior ao que a banda podia render.
Talvez seja normal isso. Afinal ninguém é rebelde para sempre e esse comportamento se traduz nas músicas da banda.
Aqui 2 últimos clips da banda: "Mariana foi para o mar" e "Eu vou tentar".
"Mariana foi pro mar" é totalmente folk, uma letrinha engraçada e o clip é ótimo.
Já "Eu vou tentar" é deprimente e dá quase vergonha alheia. O clip, dirigido pelo Selton Mello, até que passa mas a letra beira o ridículo. "Eu vou tentar fazer você feliz, nem que seja pela última vez" canta Nasi, depois descobri que quem compôs a letra da música foi um cidadão chamado Koala da banda CPM22.
quarta-feira, outubro 17, 2007
Mojo Book - The Killers
Já tinha comentado aqui sobre meu livro que será lançado pela coleção Mojo Books.
São vários livros digitais que você pode baixar gratuitamente no site, cada um sobre um disco diferente. São em PDF e você pode imprimir que eles tem um formato de CD.
O meu é sobre o disco Hot Fuss do The Killers e será lançado esse domingo dia 21 junto com outros 3 livro num pacote especial do Tim Festival. Não sou escritor mas achei a iniciativa de ter um editor corrigindo e dando pitaco ótima. Além do mais é uma ótima vitrine.
No blog do projeto há uma pequena entrevista e um perfil sobre os autores: Mojo Blog
Postei aqui simpática capa do "meu" livro. Baixem lá no site a partir de domingo e depois me contem as opiniões. Críticas são sempre bemvindas!
No próximo post falo mais sobre a história!
And so it is...
Ando revendo filmes. Revi "Science of Sleep", "Brilho eterno" e outro dia peguei por sorte na tv a cabo a exibição de "Closer".
Engraçado como a segunda "mirada" sobre um filme pode ser tão diferente da primeira. Na segunda vez, como você já conhece o enredo, dá para prestar atenção em outros detalhes.
Jude Law, Julia Roberts, Natalie Portman e Clive Owen. Ironicamente os melhores personagens do filme são exatamente dos atores menos famosos. Muito se fala de Natalie Portman, por isso nem escreverei nada sobre. Falemos de Clive Owen.
O cara tem uma cara de rude e um personagem que cai perfeitamente nessa carapaça. Tudo bem que é um personagem de atitudes extremas, mas não podemos dizer que ele é um cara reprimido.
Ele faz tudo o que passa na sua cabeça e diz tudo o que pensa. Alguém sem super go nenhum. No momento do filme em que a Julia Roberts lhe confessa a traição, ele faz uma série de perguntas que são a curiosidade mórbida de todo homem quando é trocado. Onde? Quando? Quantas vezes? Foi melhor?
Cru, cruel e verdadeiro.
segunda-feira, outubro 15, 2007
Crônica de um feriado falido
Nunca viajei para o interior desse país. Quando aparece um feriadão e tento viajar, me animo e faço planos, não consigo. Não existiam passagens. O plano era conhecer a cidade de Córdoba, mas isso fica para a próxima. Não há passagens para o feriadão.
No sábado a noite fico sabendo de um show do Hacia dos Veranos, junto com outras duas bandas: Doris e Norma. Talvez o Hacia dos Veranos seja a banda que mais vi aqui em Buenos Aires. Não sou dos entusiastas da música instrumental, mas para eles tiro meu chapéu.
O lugar é um espaço novo em San Telmo. O salão parece mais adequado para um baile de formatura de um colegial americano, mas cumpre bem o seu papel.
A bonita moça do caixa, que é uma personagem frequente de outros showzinhos da cidade, depois de reclamar do meu "billete de cien" avisa que no momento está tocando a banda Doris. Subo umas escadas e um grupo de três músicos toca no meio do salão, rodeado pelo público.
Resumindo muito bem: o que eles tocam é uma bosta. Um contra-baixo acústico, um sujeito batucando uma caixa de feira e outro tocando um violão e cantando como uma gralha uma música em um portunhol nojento. Não sei se ele diz "Vamos a soñar poquiun" ou "Vamos assanhar um pouquinho". É deprimente de ruim. Vou ao balcão e pago 10 pesos num litro de Quilmes.
A banda acaba a apresentação e um louco pede "mais um". Só pode ser um amigo muito, mas muito próximo deles mesmo, para pedir bis, penso comigo. Enquanto a banda tortura a audiência com uma última música que fala do príncipe Lancelot, reparo no louco sem noção que pediu o bis. Ele é ridículo de feio, parece o amigo do Hugh Grant em "Notthing Hill", mas tem uma menina linda sentada do seu lado. Ela é branquela, meio loira e tem olhos claros. Está exatamente no meio termo entre uma pessoa que não liga nada para a moda e uma pessoa "estilosa". Pela cara dela posso concluir que ela não gostou da idéia de vir a esse show. Se for namorada desse loiro bizarro, o mundo é muito injusto mesmo.
Lembro do filme "Minha vida sem mim". Nele a personagem conta como conheceu seu marido: foi num show do Nirvana. Ela se emocionou tanto com uma música que chorou e o cara ofereceu a própria camisa para ela enxugar as lágrimas. Sempre vou a shows e nunca conheço ninguém. Posso então classificar "minha vida sem mim" como ficção científica. As garotas que mais me interessam ou tem namorado ou moram longe. Ou se não é nenhuma das duas opções, certamente elas não terão nenhum interesse em mim. Na verdade não lembro de nenhum casal que eu conheça que se conheceu em um show. Minto, eu mesmo conheci uma menina, mas isso não quer dizer que nos tornamos um casal.
Fim da tortura. Sobe um cara com um violão no palco e o clima intimista da banda anterior acaba felizmente. Tenho medo de caras sozinhos com violão. Convenhamos que Bob Dylan é só um. São sempre letras pseudo intelectualóides com uma música ritmada de um jeito bizarro e tudo que eu mais quero é melodia. O cara sozinho com um violão diz em uma música "maté a un polícia, se lo merecía". Rima horrível que me dá enjôo. Vou no balcão e peço otra quilmes. No final do show dele, outro idiota pede um bis. Tenho vontade de socar o indivíduo mas não consigo localizar de qual lugar do salão vem o pedido.
Finalmente toca o Hacia Dos Veranos e os 10 pesos gastos na entrada valem a pena.
Prefiro nem citar nada da última banda, Norma, para que esse texto acabe de um jeito positivo. Mais um sábado em Buenos Fucking Aires e ainda faltam dois dias para acabar o feriado, penso comigo. Até quando? Até quando?
sábado, outubro 13, 2007
sexta-feira, outubro 12, 2007
Romeo and Juliet
Em 1997, quando eu tinha 15 anos, passei uns dias das minhas férias de verão na casa do meu tio Hércules em Timóteo/MG, minha cidade natal.
Como em janeiro é meu aniversário, meu tio me deu de presente o direito de eu escolher 2 Cd's na loja de música da cidade. Escolhi um do Legião Urbana e um do Dire Straits, que tinha essa música chamada Romeo and Juliet. Lembro que escutei esse cd sem parar por meses,
Nem sei porque estou dizendo isso aqui, mas foi disso que lembrei quando vi esse vídeo da versão do Killers dessa música que sempre adorei.
I can't do the talks, like they talk on the TV
And I can't do a love song, like the way it's meant to be
I can't do everything, but I'll do anything for you
I can't do anything 'cept be in love with you
* detalhe para o baterista que parece o Jason Lee da série My Name is Earl.
quinta-feira, outubro 11, 2007
Elas, as bem resolvidas.
Ok, eu vou confessar. Odeio mulheres bem-resolvidas. Duvido muito, mas muito mesmo de quem tem tanta certeza de tudo.
Odeio aquele tipo de mulher profissional bem sucedida, que se acha competentíssima (na maioria das vezes realmente é) e que sabe muito bem o que quer da vida. Ela é segura de tudo e nunca tem nenhuma dúvida, nunca titubeia. Esse tipo de mulher é um saco.
Não sei se é algo genérico, sociológico ou histórico, mas como já diz o Vinicius de Moraes:
Senão é como amar uma mulher só linda; e daí?Não digo que a mulher tem que ser infeliz, nada a ver. Mas de alguma maneira ela precisa "precisar" de você, que tenha alguma carência que você possa suprir. Ela tem que te fazer sentir útil.
Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza
Qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Querendo ou não, é inegável a natureza provedora do homem. Antes saíamos pra caçar e trazíamos a janta pra mulher cabeluda das cavernas, hoje dividimos a conta do restaurante. Justo e assino embaixo! Só que cuidado, auto-suficiência causa é isolamento. Determinação não deve ser confundida com o esquecimento da opinião alheia.
Não é nada a ver com machismo e muito menos com extremismo. Ótimo que a mulher hoje ocupe o mesmo lugar que o homem na sociedade (ou pelo menos esteja quase lá). Mas pera lá! Ocupar o mesmo lugar é uma coisa, tentar ser um homem é outra. E de homens egoístas e auto-suficientes o mundo já está cheio.
* Legenda da foto: "Ei menino, consegue abrir essa compota pra mim?"
terça-feira, outubro 09, 2007
Guia Rápido de Buenos Aires: 2. 9 de Julio e Corrientes
As avenidas 9 de Julio e Corrientes formam a esquina mais famosa da cidade. É exatamente aí que está o Obelisco, marco do lugar onde pela primeira vez foi asteada a bandeira argentina.
A 9 de julio é imensa, não sei se realmente é a maior do mundo mas vale a pena uma caminhada pois nessa avenida estão belíssimas construções como o Teatro Colón e a embaixada Brasileira.
Já a região da Corrientes é a "broadway argentina". As quadras que estão perto da 9 de Julio são uma sequência de teatros que estão sempre cheio em quase todas as noites da cidade (principalmente de quinta a domingo). Existem outros teatros gigantescos como o Gran Rex, onde tocaram Coldplay e Caetano Veloso por exemplo.
O começo da Corrientes é exatamente em Puerto Madero, onde há o gigantesco prédio dos correios e, ao seu lado, o Luna Park (onde acontecem vários show de médio porte como Franz Ferdinand e Artic Monkeys).
domingo, outubro 07, 2007
Paixões 2.
Ok, menos de 1 mes e dois posts falando de paixão.
Antes de mais nada, explico que esse aqui não é exatamente sobre sentimentos entre pessoas.
Quando passo um fim de semana sem mais nada para fazer. Quando está um baita sol lá fora e tudo que eu quero é só dormir e ficar dentro da minha casa é que percebo que preciso de novas paixões.
Invejo um pouco essas pessoas que acordam cedo para fazer algo que gostam, que viajam quilômetros por um hobbie, gastam horas e horas do seu tempo em algo que, teoricamente, é ínutil mas que no fundo todos sabemos muito bem que não é.
Para que gastar milhares de dinheiros, por exemplo, para viajar até Fiji ou o raio que o parta só para surfar? Para mim é rídiculo, mas garanto que os que fazem isso devem se sentir ótimos e achariam rídiculo o fato de eu ter passado um sábado vendo 7 episódios de uma série já cancelada chamada Huff, que tem o Hank Azaria como protagonista (muito boa por sinal, recomendo).
Bom, o fato é que estou precisando de um hobbie e aceito sugestões. Já pensei em vinhos, queijo, quem sabe aeromodelismo, colecionar selos, latas de cervea do mundo todo, colecionar escaletas ou sei lá o quê, havaianas diferentes, curtir fotografia ou até mesmo culinária, moedas ou qualquer coisa bizarra que seja considerado um absurdo gastar dinheiro nisso.
Também pensei em virar fanático de verdade de uma banda. Quando o The Verve anunciou a sua volta passei dois dias pensando se era viável viajar para ver o show do retorno deles na Inglaterra. No fim era possível, mas achei uma "extravagância". Não me permiti. Era uma alegria muito cara.
sábado, outubro 06, 2007
sexta-feira, outubro 05, 2007
É um pouquinho de Brasil iá iá
Nada como assistir uma reportagem da RPC (a Globo de Curitiba) sobre a máfia dos flanelinhas para que eu me lembre das coisas que eu odiava no Brasil.
Por um curto período da minha vida tive um carro em Curitiba. Em 2002, me lembro que quebraram o vidro do saudoso Palio duas vezes num intervalo de 20 dias. Fora os dois sons roubados em apenas um ano.
Nunca fui de colaborar com flanelinha, sempre achei um absurdo. Nunca, mas nunca paguei adiantado. No máximo dava uns 50 centavos.
O grande problema do ser humano é que ele é um animal de fácil adaptação. Nos acostumamos a tudo. Uma coisa estranha, depois de alguns meses estabelecida já pode virar algo extremamente normal.
Os Flanelinhas são mais ou menos assim. Os caras cobram um pedágio pelo uso de um espaço público e todo mundo acha isso normal. A polícia não faz nada, os motoristas menos ainda. É ridículo.
Felizmente ainda não vi em Buenos Aires algo similar ao "flanelinha". Espero que essa mão-de-obra não seja importada.
quinta-feira, outubro 04, 2007
Guia Rápido de Buenos Aires: 1. Centro e Retiro
Estou novamente com visitas no meu apartamento e isso de nenhuma maneira me incomoda.
Com mais de 18 meses de Buenos Aires já fiz vários "tours" pela cidade, podendo fazer até quase um guia sobre isso. A maioria dos guias que li são muito bons, mas sempre acabam esquecendo um ou outro lugar ou supervalorizando outros.
Aqui vai um resumo do tour geral que faço com meus visitantes, dividi em 10 capítulos que aos poucos vou postar nesse humilde blog.
1. Centro / Retiro
2. 9 de Julio / Corrientes
3. Puerto Madero
4. Recoleta / Barrio Norte
5. Palermo (Parques e compras)
6. San Telmo / Boca
7. Tigre / San Isidro
8. Futebol
9. Noite e Náite
10. O que os guias não dizem
1. Centro e Retiro
É possível gastar um dia inteiro, ou mais, no centro da cidade. São vários tipos de turismo no mesmo quilômetro quadrado: turismo histórico, de compras e de "poder".
Na Plaza de Mayo se encontra a Casa Rosada, um edifício do Bando de La Nación (onde vale a pena tirar uma foto em uma de suas gigantescas portas) e também a Catedral da Cidade onde estão os restos de San Martin. Nessa praça nasce a avenida de Mayo que liga o centro do poder executivo (Casa Rosada) ao poder legislativo (Congresso).
É uma das avenidas mais lindas da cidade porque conserva quase tudo de seu ar clássico de quando foi criado. Por baixo dela corre a linha A do Subte (Metro), que é a linha de metrô mais antiga da cidade. Trens com cara de anos 20, todos de madeira e que ainda funcionam normalmente ligando o centro da cidade ao bairro de Caballito. Vale a pena andar um pouco nesse "subte" e dar uma olhada na estação Peru, onde na parede existem cartazes muito antigos com propagandas de produtos mais velhos ainda. Ainda na Avenida de Mayo está o Café Tortoni, que é imperdível. Um Café antiguíssimo e cheio de história que deve ser visitado. Nessa mesma onda do Tortoni está a Confeitaria Ideal, na Calle Suipacha, bem perto da Corrientes.
É lá no centro também onde está a famosa calle Florida, onde nos fins de semana se fala mais português do que espanhol. É um turismos sem nenhum charme. Apenas uma galera de brasileiros falando alto e fazendo suas compras. Minha recomendação são as lojas da Falabella: uma de decoração e a outra de roupas e eletrônicos. Seria algo como a Renner brasileira. É possível achar lá jaquetas e tênis da Adidas com preços mais em conta que nas próprias lojas da marca.
Caminhando pela Calle Florida você chega ao seu final na Plaza San Martin. Geograficamente aí já é o bairro do Retiro, onde se encontra um prédio do Mercosul, a gigantes e ostentosa estação de trem de Retiro e a não tão glamourosa rodoviária. A estação de trem é um espetáculo à parte no estilo da Central do Brasil do Rio. Além de ligar Buenos Aires à zona norte da região, a estação também é ponto final da linha C de metrô. Entre a Plaza San Martin e a estação está o começo da Avenida Libertador, espécie de via rápida da cidade. Uma avenida com inúmeras pistas e que em nessa parte da cidade estão prédios residenciais muito chiques e gigantes. Vale a pena dar uma caminhada aí só para conhecer um pouco da "nata" porteña.
terça-feira, outubro 02, 2007
The National - Apartment Story
The National, meus caros. Música para gente grande.
Tired and wired we ruin too easy
sleep in our clothes and wait for winter to leave
but I’ll be with you behind the couch when they come
on a different day just like this one
* ótimos planos fechados do clip. interessante notar que a batida da bateria pode ser percebida visualmente em todo o clip. seja pelas mãos mostradas, pelos pés e pela dança.
segunda-feira, outubro 01, 2007
De volta.
Depois de mais de dois anos, comprei corda nova para o meu violão que estava mais abandonado que muleta em dia de culto da universal.
A Calle Talcahuano, nas imediações da Avenida Corrientes, concentra a maioria de lojas de instrumentos de música dessa cidade. Fiquei tentado a comprar uma escaleta. Mas onde afinal eu iria colocar a escaleta aqui no meu apartamento? (Por favor, não respondam).
Ok, já tenho as cordas de violão... agora só falta a inspiração.