sábado, maio 31, 2008

Sempre um clássico.

Interrompo o especial Suécia por uns dias. Ainda espero umas respostas e estou com uma baita preguiça de traduzir a entrevista do Detektivbyrån. Falando nisso, logo depois desse especial tem o da Argentina. Andei conversando com umas bandas e poderei falar um pouco melhor da cena porteña atual.


Ontem fui a um sempre clássico Viernes en Niceto. Sim, toda sexta-feira há um ciclo chamado Compass com o melhor da música alternativa. É o melhor ciclo do gênero em Buenos Aires. O Niceto, que é uma casa de shows de tamanho médio, é dividido em dois ambientes: Lado A e B. Nesses palcos tocam as bandas. Acaba uma e começa outra no outro ambiente.

Fazia muito tempo que não ia no Compass. Chuto uns 8 meses e olhe lá. Ando num baita desânimo, pensando muito na vida e com a vida social mais fria que a temperatura de Buenos Aires. Pois bem, mas mesmo nesse frio de -1 fui ontem presenciar minhas bandas preferidas aqui: Rubin e Hacia dos veranos, que também não tinha visto nenhum show nesse ano.

Pois bem, certas misturas não tem erro. São sempre um clássico.

* falando nisso Rubin e Hacia dos veranos foram entrevistados para o especial de música Argentina que postarei em breve.

quarta-feira, maio 28, 2008

Especial Música da Suécia: 3 - Entrevista com Eskobar

O poderoso trio do Eskobar já tem mais de 10 anos de vida e recentemente lançaram o seu quinto cd com o título de "Death in Athens".

São mega conhecidos na Europa e passeiam pela tênue linha que separa o pop do indie. Suas músicas, como toda banda sueca, possuem refrões marcantes.

Em 2002, com a música "Someone new" com participação de Heather Nova, la fama da banda ultrapassou a fronteira da comunidade européia. O coral Scala & Kolacny Brother, conhecido por suas versões de bandas como U2, The Cure e Nirvana, chegou a gravar "Someone new", confirmando o potencial pop do tema.

O guitarrista Frederick Zäll fala na entrevista sobre o último CD, a música de seu país, da fama que a banda e também comenta sua paixão pelo cinema.


Já ouviu falar do festival "Invasão sueca"?
Sim, nossos amigos do Hell on Wheels comentaram e seria uma grande honra tocar nele. Temos muito contato com os fãs brasileiros e seria muitoo legal tocar para eles.

Por que as bandas suecas são tão populares mundialmente? Você tem alguma teoria sociológica sobre isso?

Bom, existem muitas respostas para essa pergunta. Aqui algumas delas
- Suecos são muito fluentes no Inglês, o que significa que podemos escrever e cantar ótimas letras em inglês.
- Você pode aprender a tocar instrumentos na escola por um preço bem baixo e as salas de ensaio são muito baratas.
- A Suécia tem uma grande história musical graças a bandas como Abba e Roxette.

Existe um som que pode ser definido como sueco? As bandas que o mundo escuta são as mesmas escutadas na Suécia?


É mais fácil para os outros falar sobre o som da Suécia. Não sabemos definir bem porque estamos no meio de tudo. A maioria das bandas suecas conhecidas mundialmente também tem fama na Suécia, mas as mais conhecidas são as que cantam em sueco.

Como está o Eskobar agora?

Estamos muito bem. Vamos lançar nosso terceiro single "Flat Earth" na Escandinávia. Esperamos subir nas paradas com esse. Nosso disco "Death in Athens" acabou de ser lançado na Suiça e está indo muito bem. Também fechamos um ótimo acordo para Alemanha, Áustria, Holanda, Bélgica e Luxemburgo e o disco vai ser lançado por lá nesse outono.

Pode falar mais de "Death in Athens"? Qual a razão desse nome?

O título do álbum é uma história sobre nosso sucesso no passado. Vendemos muitos discos e como éramos muito jovens passamos tivemos uma fase difícil para superar essa fama. Tudo isso levou a uma megalomania e uma idéia de que éramos muito maior e influentes do que realmente éramos). Isso foi há 10 anos atrás, agora estamos muito melhores. Bom, falando em megalomania, começamos a buscar o significado histórico disso. Descobrimos que na Grécia Antiga, a megalomania era punida com a morte. Por isso batizamos o disco de "Death in Athens" (Morte em Atenas).

E as músicas "Halleluja New world", "Quiet world" e "Flat Earth"? O que significam?

Não quero explicar letras porque isso pode tirar o ponto de vista do ouvinte.

Halleluja New world é uma música sobre acordar e ver o mundo com olhos muito, muito diferentes. O verso é muito extranho e tropeçado e o refrão é exatamente o oposto. Uma canção que é diretamente um hit.

"Quiet world" é uma linda canção sobre nonsense e que sem ele é impossível viver. Conversar sobre o tempo está ok às vezes.

"Flat Earth" é o terceito single do disco. Foi composta no piano mas tocada como se fosse uma verdadeira canção punk. Fiquei martelando minhas mãos no piano nela. No disco ela foi produzida de uma maneira mais pop. Também achamos que seria divertido adicionar algumas influências óbvias (Queen - Scaramouche).

O clip vai ser lançado em algumas semanas e foi outra vez dirigido por mim. É uma sessão de fotos de um dia inteiro na minha vida numa charada

Seus últimos clips foram muito caprichados, com ótima direção e um belo visual. A banda gosta de filmar? É fã de cinema?

Muito obrigado. Faço direção de vídeos para a minha produtora Videoproduction Co Gifprod. Dirigi, produzi e editei nossos últimos 8 clips, incluindo Hallelujah New World. Gosto de filmá-los de maneiras menos tradicionais. Fazendo animações caseiras e fotos ao invés de simplesmente filmar em um palco. Tivemos um triste momento na história cinematográfica sueca quando Ingmar Bergman faleceu ano passado. Seus filmes são fenomenais.

O que você sabe do Brazil? Gosta de algum artista brasileiro? Seja sincero.
Sei que Brasília é a capital e que o Brasil é o país do samba, além de ser o maior país da América do Sul. Pessoalmente amo Sepultura, mas não tanto quanto Astrud Gilberto. Uma escolha frequente no ônibus de turnê.

Fiquem aí com o clip do último single lançado pelo Eskobar, Halleluja New world:

terça-feira, maio 27, 2008

Especial Música da Suécia: 2 - Entrevista com I'm from Barcelona

Eles formam uma das maiores bandas do indie rock atual, nada menos que 29 integrantes. Já foram tema de outros posts aqui no Aires Buenos.


Suas músicas são extremamente grudentas e seus refrões poderosíssimos contagiam qualquer um que ouse escutá-los. É praticamente impossível ficar inerte a essa música feliz cantada pelos sorridentes suecos do I'm from Barcelona.

No final de 2007 eles lançaram o primeiro cd da carreira "Let me introduce my friends" e começaram a dominação mundial. Viciei de uma maneira insana com suas músicas.

O simpático e bigodudo Emanuel Lundgren, vocalista, compositor e idealizador da banda, topou responder algumas perguntas sobre sua banda e a música de seu país. Ele fala dos problemas que uma banda de 29 pessoas pode ter e também conta uma piada sobre os noruegueses, seus vizinhos rivais.

1. Qual é a dos suecos? Por que vocês são tão bons em fazer músicas pop com refrões poderosos?

Acho que estamos entediados. Existe um monte de cidadezinhas aqui. Eu comecei a tocar violão e fazer músicas quando vivia numa cidadezinha de 800 habitantes.


2. Já ouviu falar no festival de bandas brasileiro chamado “Invasão Sueca”?

Não, nunca ouvi falar, mas realmente adoraria ir para o Brasil algum dia.


3.Quais são os planos da banda agora? Algum novo cd? Algo muda no tipo de música?

Estamos mixando o novo album agora e estou muito animado com isso. É o disco que queria ter feito inicialmente, mas não tinha tempo para isso. Dessa vez não será só verão, há muitas outras cores no novo álbum. 


4. O que você está ouvindo ultimamente?

Estou passando por uma fase agora que acho que é muito mais interessante ler sobre música do que ouvir. Recomendo muito o livro sobre o Neil Young chamado Shakey, e também a autobiografia de Tony Visconti.


5. Conhece alguna banda brasileira?

Gosto muito de Sepultura!


6. A música de vocês é terapêutica, traz uma alegria para quem escuta. O que você acha disso? Qual é mais difícil de compor: música alegre ou triste?

Não percebia na época que escrevi as músicas que alguém poderia ficar contente ao escutá-las. Apenas escrevi o que eu sentia. Talvez seja difícil compor uma canção feliz se você está triste ou vice-versa. Não sei mesmo.


7. Quais são os problemas de logística de uma banda com 29 membros?

Existe todo tipo de logística imaginável, mas no final vale a pena porque nos divertimos muito em nossas turnês. Mas difícilmente temos a mesma formação ao vivo porque todo mundo também tem um trabalho diário. É um verdadeiro quebra-cabeça preparar nossas turnês, pode ter certeza disso!


8. Quais são as chances da Suécia na Euro 2008?

Se você me perguntase isso quando eu tivesse 10 anos eu provavelmente poderia te responder.


9. Como os suecos vão para o supermercado? Com escadas porque lá os presos são muito altos.

Ouvi essa piada sem graça de uma norueguesa. Já escutou? Tem alguna piada sobre noruegueses.

É uma velha tradição. Noruegueses e suecos contam as mesmas piadas horríveis uns dos outros. Conheço uma: Como manter um norueguês ocupado o dia todo? Basta dar para ele um papel escrito “vire”e nos dois lados.


Fiquem aqui com o vídeo de Collection of Stamps do I'm from Barcelona:


segunda-feira, maio 26, 2008

Especial Música da Suécia: 1 - Intro

Desde pequeno sempre tive muita simpatia pela Suécia. É um país diferentemente igual ao Brasil.


A bandeira tem as mesmas cores, mas é diferente. Os times de futebol tem uniforme quase igual. Ambos países tem fama de ser terra de mulheres bonitas, mas elas são bem diferentes. E claro, Brasil e Suécia são conhecidos por sua música, que, quando colocadas lado a lado, são bem diferentes uma da outra.

Desde o ABBA em 1970, que os suecos são conhecidos como grandes exportadores de música. Nos anos 90 foi época do sucesso mundial do Roxette, além dos clássicos da dance music Ace of Base e Rednex.

De uns tempos pra cá uma nova geração de bandas suecas vem dominado o mundo da música independente. Jens Lekman, I'm from Barcelona, Lacrosse, Eskobar, The Hiver, Peter Bjorn and John, Kent, The Knife, Perro del Mar, Jose Gonzales, The Sounds: são bandas de vários gêneros distintos que mantém uma coisa em comum: uma pitadinha pop.

Conversei com algumas dessas bandas suecas para tentar entender o que de especial existe no gene desse povo e que esses grupos andam fazendo de novo. 

Confira aqui no blog a partir de amanhã entrevistas com o Eskobar, I'm from Barcelona, Lacrosse e Detektivbyrån.

Fiquem aqui com um vídeo do Detektivbyrån (Bureau de Detetives), a única das quatro bandas que não conhecia anteriormente. O som deles é uma espécie de Yan Tiersenn drogado numa viagem pelo sul do País de Gales. Vale a pena escutar!


domingo, maio 25, 2008

O Brasil não faz parte da América Latina.

O Brasil faz parte da América do Sul, mas não da América Latina.


A primeira é uma divisão geográfica inegável, a outra é uma divisão cultural bem discutível. Afinal o que é a América Latina?

Desde que me mudei para a Argentina comecei a perceber isso. Aqui existe uma preocupação com o que acontece nos países limítrofes e seus respectivos rumos políticos. Lembro que quando Bachelet assumiu a presidência do Chile, toda a cerimônia foi transmitida ao vivo por canais de notícia como TN (a Globonews daqui).

Óbvio, isso seria impossível no Brasil, já que em primeiro lugar não falamos a mesma língua, mas de qualquer maneira ninguém está tão interessado a ponto de ver um evento como esse tão detalhadamente.

Muitas televisões a cabo, como Fox Sports e as ESPN's tem um sinal para todo o continente quase que todo o tempo, modificando alguns programas somente. Ou seja, você fica antenado de tudo que acontece no campeonato peruano e boliviano, mas raras vezes vê um gol do campeonato brasileiro. O desconhecimento com o que acontece no Brasil é mútuo e isso vai muito além do futebol.

Desde o Tratado de Tordesilhas não sabemos nada que passa do lado de lá. Não temos a mínima idéia, a não ser os professores de História, de como se formaram todos esses países da América do Sul, como foi a independência deles. O que é o 25 de mayo argentino? E 9 de Julio? O que isso significa?

Não nos interessa. Sabemos muito mais sobre a história americana das 13 colônias e o 4 de julho do que se somarmos nossos conhecimentos os países que fazem fronteira com a gente.

No meu trabalho antigo e no atual o trabalho é para toda a América Latina. Mas existem as coisas feitas para LAT e as coisas para BRA. E as diferenças vão muito mais do que simplesmente a língua. É a maneira de pensar, os costumes, atitudes, relação com a tecnologia e uma gama de coisas que fica difícil tentar colocar tudo aqui. 

Estava vendo aqui na ESPN um especial sobre as 500 milhas de Indianápolis e mostraram uma lista das melhores colocações dos pilotos latinos. Segundo eles somente Juan Pablo Montoya ganhou, isso em 200. Ou seja, esqueceram de citar as vitórias brasileiras em 2001, 2002 e 2003? Ou simplesmente admitiram que o Brasil não faz parte da América Latina?

Pelo que vejo, o latino padrão é o latino que vive nos Estados Unidos. Talvez da Colômbia e Venezuela pra cima haja uma identificação com esses latinos.  Pelos lados do rio de la Plata nunca vi menina de bunda grande bailando sensualmente uma rumba pelo menos. E quase ninguém tem parente em Miami.

E quando há a premiação do Grammy Latino? Algum artista popular do Brasil ganha? Ou é sempre naquelas categorias "melhor banda brasileira"? Se somos latinos não precisaríamos dessas categorias especiais.

El Cuarteto de Nos, banda uruguaia que já cansei de citar aqui no blog, tem uma música chamada "No somos latinos" que fala bem disso

Pensarán que soy medio latino
o que vivo borracho de vino
quieren hacerme creer estos cretinos
que los uruguayos somos latinos.

Hace un tiempo parecía joda
que ser chicano esté de moda
si me viera mi abuelito Arsenio
cantando con acento caribeño.

Yo no digo "ia está listo el poio",
Ni "frijoles" ni "arroio"
"ierba", "iuio" ni "io io"

No me jodan más no somos latinos
Yo me crié en la suiza del sur.

Yo no se bailar ni cumbia ni salsa
ni me escapé de Cuba en una balsa.
Me parió en Montevideo mi mami
yo no quiero ir a vivir a Miami.

Hace rato en la radio, en la tele
me pudrieron a son y a merengue
No me hagan poner arisco
y no quiero ir al show de Don Francisco

Y piensan
los yanquis y los europeos
somos un país bananero
con palmeritas y calor.

No me jodan más no somos latinos
Yo me crié en la suiza del sur.

En Colombia me decían gringo,
o alemán en Santo Domingo
Ni en Honduras, Panamá y Venezuela
el Uruguay ni saben donde queda.

Prefiero hablar con un filósofo sueco
Que con un indio guatemalteco,
y tengo más en común con un rumano
que con un cholo boliviano.

Cuando leí "las venas abiertas"
que era un bodrio me di cuenta
y a la cuarta hoja me dormí.

No me jodan más no somos latinos
Yo me crié en la suiza del sur.

Uruguaios a gozal!

quinta-feira, maio 22, 2008

Hay que poner huevo, hay que poner huevo!

O argentino é um ser chulo por excelência. As pessoas se xingam a todo momento e de tanto falar palavrão, os xingamentos acabam perdendo a força.


Culo, orto, hijo de puta, huevo, concha de tu madre são expressões muito presentes no vocabulário das pessoas. Confesso que ainda não me acostumei 100%. Ainda fico um pouco chocado quando uma menina por fala uma coisas dessas.

Mas talvez o pior xingamento de todos, pelo menos nos meio futbolístico, seja o "pecho frío", traduzido como peito frio. O pecho frio é alguem que não tem coração, não tem raça, não luta pelo que quer.

Ronaldinho Gaúcho é um clássico pecho frio, assim como o nosso querido Kaká. A notícia de que eles pediram dispensa da Copa América no ano passado foi recebida com um certo tom de surrealidade aqui. Como um jogador pede para não jogar para seu próprio país? Difícil entender isso. 

É mais ou menos o sentimento que tenho ao ver gente comendo arroz frio. e na salada aqui. Como isso é possível? Hã? Muito surreal.

É interessante notar como o futebol é muito mais movido por paixões aqui. Pouquíssimos são os casos de jogadores que rodam vários times ou até mesmo rivais. Por exemplo um Romário da vida que jogou no Vasco, Fluminense e Flamengo. Aqui, o caso mais famoso foi o Batistuta, que jogou no River e também no Boca.

De resto, os jogadores são muito apaixonados por seus clubes de origem. Martin Palermo, por exemplo, que jogou muitos anos no Estudiantes de La Plata, raramente comemora os gols que faz pelo Boca contra sua ex-equipe. Ok, talvez isso seja um exagero, mas mostra muito bem como os jogadores realmente amam seus times.

Kaká agora não vai jogar as Olímpiadas. Dizem as más línguas que ele nem insistiu nem nada. Li no blog de um jornalista de futebol um texto que falava que Kaká estava certo. Eele tem que respeitar o patrão que lhe paga um milhão de euros por ano.

Discordo totalmente. O futebol é um negócio, mas antes de tudo é paixão. Um ídolo nacional não pode guiar suas atitudes de acordo com o dinheiro. Ultimamente está difícil um jogador de seleção brasileira entender isso e ter uma noção que existe torcedor, além do dinheiro e mulheres loiras oxigenaas.

Quer ver um exemplo de um cara que se guiou pelo dinheiro? Rubens Barrichelo. 

Aquele dia das mães fatídico onde ele ia ganhar a corrida e faltando poucos metros deixou Schumacher passar foi marcante para mim. O cara perdeu toda a simpatia que nutria por ele. Para quê torcer para um cara que não quer vencer, mas sim ganhar dinheiro? Quero torcer para um atleta que queira ganhar e represente meu país. Não vou torcer para um empresário. Se for assim eu escolho um cara mais genial! Sou Steve Jobs na cabeça!

terça-feira, maio 20, 2008

Muda o disco, por favor!

- Cansei de ver o Maradona com a bola na cabeça como uma foca.

Assim disse Giselle, minha amiga do trabalho, quando viu essas fotos do Maradona em Cannes.
Eu também estou cansado de muitas coisas. Ler essas metáforas do Lula sobre futebol e a situação político-econômica do Brasil é uma delas. 

Trailer do documentário do Maradona.



Maradona é um personagem controverso. Teve, e ainda tem, uma vida de fortes emoções. Um dia joga "showbol" e no dia seguinte está internado. É um gordo obeso e depois um magrelo.

No trailer do documentário, que será apresentado em Cannes, há uma frase que ele fala: "Você imagina o jogador que eu teria sido se não fosse pela cocaína".

Para mim ele foi um ótimo jogador, genial mesmo, mas não o melhor. A vida dele está cheia de "se's". O que precisamos são fatos, é disso que a história vive.

As principais desculpas dos argentinos para dizer que Pelé não foi melhor abordam o fato de que Pelé jogava num ótimo time, cheio de estrelas. Já Maradona levou o time de 86 nas costas. Concordo nesse ponto, mas isso não diminui o talento de Pelé.

Vejo muito escapismo e uma certa "teoria da conspiração" entre os argentinos. É fato indiscutível para eles que o pênalti da final da copa de 90 foi roubado e que o antidoping que tirou Maradona da Copa de 94 foi uma armação da FIFA. Ou seja, totalmente condizente com o "Manual do perfeito idiota latinoamericano" que fala que da mania dos latinoamericanos em dizer que o culpado pelo nosso fracasso é o sucesso dos outros.

domingo, maio 18, 2008

Latinidade.

Sábado rolou um mega-show beneficente com vários artistas latinos na Costanera Sur.


Rolaram encontros inéditos como Gustavo Cerati cantando com Fito Paez, alem de Shakira com Mercedes Sosa. Fora Alejandro Sanz e Jorge Drexler, tudo isso no mesmo dia. Coisa que não acontece sempre. A mesma instituição promoveu um show com outros latinos igualmente famosos na Cidade do México.

Essa latinidade chega muito pouco ao Brasil, quase nada mesmo. Conhecemos pouquíssimo desses nomes e artistas como Ricardo Arjona, Paulina Rubio, Diego Torres e Miguel Bosé, por exemplo, são praticamente anônimos em terras tupiniquiens.

E convenhamos que eles, entre outros, não fazem muita falta. Já temos tantos artistas ruins que não precisaríamos de outros.

Taí uma coisa de que, nós brasileiros, podemos nos orgulhar: fabricamos e idolatramos nosso próprio lixo.

Torres del Abasto.

There's no friends upstairs.


Tédio, um conjunto de prédios e uma câmera fotográfica.

Mais em:

quinta-feira, maio 15, 2008

A violência é tão fascinante mas nossas vidas são tão normais.

Sempre subestimei a violência de Buenos Aires. Sempre achei a cidade tranquila demais e achava um exagero quando meus amigos porteños reclamavam do estado caótico da cidade.


Mas não é que hoje fui roubado a apenas 3 quadras de onde trabalho. Em pleno Palermo JACU DE TOCA Hollywood. No final, o cara só conseguiu levar minha jaqueta jeans, que já tinha uns 10 anos de idade.

As duas vezes que fui abordado por marginais foi pura cabacice. Na primeira não me levaram nada, mas saí com um nariz sangrando. Bruno, Claudemir, Leonardo e eu estávamos esperando um ônibus na avenida 9 de julio às 3h30 da manhã, depois de uma naite meio falida. O ponto de ônibus era em frente ao Banco Ciudad, onde há uma marquise que serve de abrigo para uma verdadeira cidade de indigentes. Ou seja, dava pra ter evitado. Felizmente os ladrõezinhos, na sua maioria uns guris de bosta, não conseguiram levar nada.

Dessa vez foi mais ou menos a mesma idiotice. Caminhava eu pela Av. Juan B. Justo, justo no lado escuro do lado da linha do trem. Vejo de longe num ponto de ônibus uma figura suspeita mas sigo a caminhada. O animal em questão vem em minha direção e apenas diz "Quedáte tranquilo" (fica calminho) e segura minha gola. Opto por não esperar para ver o que o cara tinha para falar comigo, dou uma violãozada nele (estava a caminho de um ensaio), e saio correndo. Mesmo assim o cara força e fica com minha jaqueta querida. Não valia nada, foi comprada na época que eu fazia cursinho, mas sempre gostei dela. Uma pena.

Pois é, amigos. Buenos Aires não é tão calminha assim. Olhe bem para os dois lados e não faça como eu.

Crime!!!

terça-feira, maio 13, 2008

Google me - The movie.

Quem nunca procurou seu nome no Google?


Jim Killeen fez isso e descobriu vários homônimos seus ao redor do mundo.  Acabou indo atrás de alguns deles e fez um documentário sobre conhecer essas pessoas e tudo que isso envolve.

O Jim Killeen documentarista que vive em Los Angeles conhece um Jim Killeen padre na Irlanda, outro Jim que frequenta clube de swing, outro que possui 8 filhos, um outro na Austrália e por aí vai.

Uma idéia simples que se transforma numa história muito bem contada, mesmo que derrapando para o sentimentalismo algumas vezes. O Jim Killeen viaja o mundo escutando as várias histórias de vida desses homens e suas distintas vidas. No final todos acabam se encontrando na cidade texana de Killeen, onde é revelado num exame de DNA que dois dos Jims são parentes.

O documentário completo está disponível temporariamente no youtube até atingir 100 mil visualizações. A última vez que vi estava com 39 mil:

9mm: São Paulo.

Quem sintonizou a FOX no Brasil nesses últimos dias já deve ter visto alguma das muitas chamadas que anunciam 9mm: São Paulo.

A mini-série de 4 capítulos, que estréia dia 10 de junho, mostra o trabalho de policiais do departamento de homicídio de São Paulo. Sou suspeito para falar, mas posso dizer que a produção está bem caprichada e é um produto bem diferente para quem assiste TV paga no Brasil. Uma série, aos moldes de The Shield e CSI, tendo São Paulo como pano de fundo. Vi o primeiro episódio e gostei bastante.

Aqui vai o teaser e um dos trailers de 9mm.






Mais em www.mundofox.com.br/br/series/9mm/

segunda-feira, maio 12, 2008

Festival de Cine Brasileño.

Fiquei sabendo que estava rolando um festival de cinema brasileiro na Recoleta e fui conferir. Noto no povo alien que vive longe de sua casa essa vontade de escutar seu idioma natal. Eu mesmo muitas vezes vejo nuns documentários nada a ver no canal Encuentro (espécie de Futura argento) só pelo fato de ser em português.


Raramente frequento esses eventos que tem o Brasil como tema principal. Geralmente o público presente é esse povo bem étnico e esses argentinos que acham que Os Tribalistas é a síntese do Brasil. A última vez que fui num evento de brasilidade foi na festa junina de Palermo no ano passado. Só pra se ter uma idéia, colocaram umas mulatas sambando em pleno mês de Julho em que havia nevado. Claro, fora a total descontextualização de colocar sambão numa festa junina. Só queria era ouvir "pula fogueira iá-iá" e comer pinhão!

Enfim, falemos dos filmes. Peguei uma sessão dupla: "Nossa vida não cabe num Opala" e "A via láctea".

"Nossa vida..." mostra uma família de classe média baixa paulista e sua crise depois da morte do patriarca. Possui uma belíssima trilha sonora, com direito aos curitibanos do Oaeoz, ótimas interpretações com diálogos bem inteligentes (um ou outro talvez desnecessários). O Milhen Cortaz, Capitão Fábio em Tropa de Elite e um preso que se converte em Carandirua, está sensacional no seu papel. Fora isso, em uma cena, tem a Dercy Gonçalvez fazendo o que sabe fazer melhor: falar palavrão.

Talvez o maior pecado do filme seja não explicar exatamente as motivações dos personagens. As coisas acontecem e demora para se entender o porquê de cada coisa. O espectador fica meio descontextualizado e perdido. Mas mesmo assim o resultado final é mais que satisfatório.

Já "A via láctea" foi um exercício de paciência. Fazia tempo que não assistia um filme tão ruim! Não sou de sair no meio do filme mas cheguei a cogitar seriamente isso durante a sessão.

O filme tenta ser poético mas exagera na dose, talvez o problema seja exatamente em como passar essa poesia pelas imagens. A trilha sonora clássica em momentos quaisquer chega a irritar. Depois que vi uma cena de uns 10 segundos com ovelhas correndo num pasto nada a ver realmente me perguntei "o que estou fazendo aqui?". Nem Alice Braga nem Marco Ricca salvam. Um verdadeiro porre. Um filme lento. Nem sei quanto tempo dura mas saí com a sensação que passei umas 12 horas lá dentro... 

domingo, maio 11, 2008

Guia Rápido de Buenos Aires: 7. Tigre e San Isidro.

Uma coisa posso garantir para quem visita Buenos Aires: de todos os passeios batidos, clichês, comuns, normais e conhecidos, o passeio pelo Tren de la Costa + Tigre é um dos que mais valem a pena. Reserve um dia inteiro para eles.


O Tren de la Costa é um trem turístico que sai de Olivos, a apenas uma quadra da residência oficial da presidência da nação, e vai passando por um bucólico cenário beirando o Rio de la Plata.

O melhor a fazer é pagar a passagem que dá direito a subir e descer em qualquer estação. Assim você aproveita para ver o que cada parada tem de mais interessante sem maior stress.

As estações que mais valem a pena conhecer melhor são a de San Isidro e a de Barrancas. A de Barrancas possui uma feira de antiguidades nos finais de semana. Fica bem lotada de gente comprando e vendendo quinquilharia. Para quem gosta disso é um achado. 

Já a de San Isidro é interessante porque não se trata apenas de uma parada do trem no meio do nada. Lá existe um shoppingzinho charmoso e, esticando um pouco a caminhada, é possível conhecer as simpáticas ruas da cidade. Interessante notar a diferença da vida de San Isidro com a vida da capital Buenos Aires. Sempre que passeio por ali penso que deveria me mudar pra esse lugar. É lá que está a Catedral de San Isidro. Construção gigantesca onde foi filmada o casamento que acontece no filme "O filho da noiva". Além disso há uma praça com uma feirinha 
de coisas típicas e umas hiponguices.

Voltando para o Tren de la Costa: Quando você chega 
na parada final de Tigre as opções são muitas: Cassino, parque de diversão estilo Playcenter, caminhada pela borda do rio Tigre ou passeio de barco.

É comum nos fins de semana uma verdadeira farofada nas margens do rio. Famílias chegam em peso e se esbaldam na grama com seu mate (chimarrão) e um aparato profissional de pic-nic.

O passeio de barco é interessante porque nessa parte do rio, chamada de Delta, os braços do rio são praticamente ruas. Quando o barco se afasta um pouco é possível ver belos casarões na beira do rio. O trafégo de barcos em alguns momentos chega a ser intenso e ocorrem alguns congestionamentos aquáticos.

Um passeio honesto dura cerca de 1 hora. Existem outros mais longos que incluem almoço em restaurantes na beira do rio. Não seja mão-de-vaca e evite os passeios extremamente baratos, como 10 pesos. Você pode correr o risco de pegar uma espécie de lotação aquática que faz u
m pinga-pinga parando em todos os pontos. No passeio de barco normal, que custa mais caro, isso não acontece.

Como chegar:
A parada inicial  do Tren de la Costa está em Olivos, na estação chamada Mitre. Existem trens saindo de Buenos Aires, da estação Retiro para lá (final da linha de metrô C). A passagem custa menos de 1 peso.

É possível chegar em Tigre sem passar pelo Tren de la Costa. Saindo da estação do Retiro existe a linha convencional, muito menos bonita e turística.

Para terminar o Guia Rápido de Buenos Aires agora só faltam 3 capítulos:

8. Futebol.
9. Noite e náite.
10. O que os guias não dizem.

sábado, maio 10, 2008

Inflação maquiada.

O INDEC, responsável pela medição do índice oficial da inflação argentina, anunciou que em abril os preços subiram 0,8% em abril. O total do ano até o momento é de 3,3%.


Para quem vive o dia-a-dia da classe média, isso é extremamente patético. Com toda a recente crise do campo, o preço de vegetais e carne aumentou absurdamente.

Agora os taxistas também aumentaram suas tarifas em mais de 20%. É um fato inegável, a inflação come solta. Só para ter uma idéia, no meu contrato de aluguel existe uma cláusula que reajusta os preços em 15% a cada 8 meses. E não há muito o que fazer, visto as dificuldades para alugar um apartamento nessa cidade.

Já tenho mais de 2 anos de Buenos Aires, faço uma lista de alguns preços de2005, 2006 e agora 2008.

Pizza Ugi's
2006: $4,80
2008: $ 10,00

Bandeirada do táxi
2006: $1,60
2008: $ 3,80

Alfajor Jorgito
2006: $ 0,50
2008: $ 2,25

Almoço livre no restaurante chinês vegetariano do Abasto
2006: $10
2008: $ 20

Arroz com frango no Wok-inn (espécie de China in Box)
2006: $10
2008: $15,50

Entrada no Niceto na sexta (baladinha discotecagem e bandas indies em Palermo)
2006: $ 10
2008: $ 15

Siga la Vaca (churrascaria)
final de 2005: $23
2008: $ 55

Entrada de cinema no Abasto
2006: $ 12
2008: $ 18

Ahh, tudo isso sem contar que em 2006 a cotacao do real tava por volta de 1,2o pesos. Agora tá por volta de 1,80. Ou seja, viajar pro Brasil praticamente dobrou de preço.

Diferença que se sente no bolso e que o governo da Cristina prefere abafar.

sexta-feira, maio 09, 2008

Lo mismo.

Simplesmente parei de assistir o noticiário da tv aberta argentina. É todo dia a mesma coisa:


- índice ridículo da inflação do governo.
- Cristina Kirchner falando bosta.
- A greve dos agricultores que fecha estradas e provoca desabastecimento nas cidades.
- A fumaça da cidade, seja pelas queimadas ou pelo vulcão.
- Boca elimina mais um time brasileiro.
- Passageiros revoltados com o estado do metrô e das linhas de trens.
- Piqueteros em mais uma manifestação atrapalham o trânsito do centro.

Pra quê notícia? Vou ver E!



quinta-feira, maio 08, 2008

Quero um mundo só com curitibanos.

Os brasileiros supervalorizam simpatia. Existe uma certa banalização dela! Existe um grande preconceito contra os antipáticos.

Aqueles que não dão "bom-dia" para as pessoas no elevador ou calçada são considerados párias, escória social. Nós, os antipáticos, recebemos olhares de reprovação, somos julgados dos pés à cabeça e marginalizados pela sociedade. Parece até que somos menos brasileiros. Somos taxados de azedos, rabugentos, mas quando na verdade só estamos sendo seletivos.

Eu, que sempre desconfio de quem sempre está sorrindo porque para mim essa pessoa esconde algo, sinto na pele essa discriminação.

Deixemos bem claro que isso não é uma apologia à antipatia ou a cara amarrada. Mas sim uma batalha contra a simpatia desnecessária, insistente e inconveniente. Não quero que as pessoas não conversem, mas sim que o façam com algum objetivo. Sejam felizes e sorridentes, mas sem histerismo.

Se as duas únicas opções forem ficar calado ou comentar sobre o tempo, eu escolho ficar de boca fechada. Simpatia, efusividade e intimidade demais com quem mal conhece é pura inconveniência.

Acho que isso seja uma das principais razões pelas quais gosto de Curitiba: a capital anti-carnaval, da negação da brasilidade, do frio, da falta da obrigação social de ser simpático, do não dizer oi no elevador. Nada de ginga, zero malemolência e sambá no pé. O curitibano, em sua maioria, parece conhecer e respeitar muito bem as fronteiras da bolha social. Sua simpatia aparece naturalmente e não com qualquer nega da esquina.

Quero um mundo só com curitibanos!

quarta-feira, maio 07, 2008

Exagero na dose ou excesso de cuidado?

No início do ano fizemos para toda América Latina um comercial do bloco de animação Não Perturbe vendendo a série Uma Família da Pesada.

A série, assim como bloco, são bem ácidos e irônicos. Nada mais comum que a promo siga essa linha.

Na promo em questão, Peter Griffin, o pai da família, mata o Zé Colméia e a piada do texto foi feita em cima disso.

Alguns telespectadores reclamaram e acabou que a promo saiu do ar. Um cara indignado chegou a subir o vídeo no youtube, reclamando que aquilo era um absurdo, já que passava em qualquer horário e podia ser uma má influência para as crianças.

Particularmente acho que muitas pessoas tendem a supervalorizar a influência que as crianças recebem. Seja de desenhos, filmes... o que seja. Eu cresci vendo o Pica-pau sendo explodido por bombas e o Chaves enchendo de porrada o Kiko e não me tornei uma pessoa violenta.

Assista o vídeo que ele subiu e diga o que achou.



Tradução do texto:
- Por que Uma família da pesada é um sucesso?
- Porque é inteligente e tem crítica social?
- Não. É porque eliminamos a concorrência.

domingo, maio 04, 2008

The Savages.

Quer saber como eu sei que um filme vai ser sensacional mesmo antes de vê-lo?

Não conto uma, mas duas:

1. Talvez a melhor maneira é saber que esse filme foi indicado ao Oscar de melhor roteiro original. Raramente falha. Dos 5 indicados de 2007 já vi 3. "Juno", "Lars and the real girl" e agora "The savages". Só lembrando alguns filmes que ganharam esse Oscar na história: "Little miss sunshine", "Eternal sunshine of a spotless mind", "Lost in translation", "Almost famous", "American beauty", "Fargo"e por aí vai.

Apostar nessa categoria é (quase) certeza de um filme que foge do lugar-comum.

2. A segunda maneira é ver os atores. Ator bom faz filme bom, ator blockbuster faz filme blockbuster e por aí vai. Particularmente não gosto de super estrelas e suas superproduções, com raríssimas exceções. Filmes com Tom Cruise ou Will Smith, por exemplo, eu passo longe. Assim como Julia Roberts e Angelina Jolie. Claro que existem exceções como Julia Roberts em Closer, por exemplo, mas aí há uma equação diferente.

Em "The Savages" por exemplo temos Philip Seymour Hoffman e Laura Linney. Não tem erro. Dois ótimos atores que raramente se metem em furadas.

Laura esteve no clássico indie "The squid and the whale" e també, na pérola romântica do "Simplesmente amor", entre muitos outros. Já Phillip Seymour Hoffman, que divide com Paul Giamatti o posto de meu ator preferido, é um dos caras que melhor escolhe papéis no cinema. Até quando ele participa de uma comédia romântica besta ele tem um personagem sensacional como em "Quem vai ficar com Polly?". Quem olha a lista de filmes do cara só vê pérolas: "O grande Lebowski", "A última noite", "Magnólia", "Quase famosos", "Embriagado de amor" e "Capote", que lhe deu o merecido oscar de melhor ator. Fora isso, dois dos seus trabalhos que mais gosto estão entre os mais desconhecidos: "Love liza", onde ele é o protagonista que sofre pela suicídio da sua esposa e passa o filme todo para ter coragem de abrir o bilhete de suícidio da defunta e "Próxima parada: Wonderland", onde ele é um ativista que termina o namoro com a protagonista gravando uma fita com "10 razões porque estou terminando com você". Nesse filme seu papel é pequeno, mas desencadeia todo o filme e as ações da personagem interpretada por Hope Davis, outra atriz que escolhe muito bem seus papéis.

Pois bem, "The Savages" foi indicado ao oscar de roteiro original e contém ótimos atores numa trama um tanto quanto incomum. Phillip e Laura são irmãos, profissionais independentes e um tanto quanto fracassados. Um na vida sentimental e outro na profissional. O pai deles, que mora com sua mulher em outra cidade, acaba ficando "gagá" e depois da morte da sua esposa, cabe aos filhos cuidarem dele. É um drama bem humorado sobre voltar a viver em família depois de mais velho. Adorável e profundo. Uma história fora do comum com interpretações à altura.

sexta-feira, maio 02, 2008

Gancia New Rave!

Gancia é uma bebida bem presente nas "nàites" argentinas. Ela deve ser misturada ao suco de limão, açúcar e gelo. Servida gelada é bem boa.

Tomei faz muito tempo numa festa de aniversário e tinha até esquecido dela. Confesso que dá vontade de tomar toda vez que vejo esse comercial totalmente "New Rave". Aquelas roupinhas do povo parecem tiradas de um clip do Cansei de Ser Sexy.

quinta-feira, maio 01, 2008

O Homem-chavão.

Se existe uma coisa a qual eu tenho aversão total é o lugar-comum. Fujo disso como o belzebu foge da cruz.

Talvez essa própria aversão ao clichê seja um baita de um clichê, mas não importa. Tenho nojo de pieguice e de chover no molhado. Filmes, música, frases, atitudes... o que seja.

Se eu estiver envolvido numa coisa assim ou estou bêbado ou estou apaixonado.

O problema é que o clichê é mais poderoso que minha singela pessoa. Às vezes é impossível fugir do chavão. Não há escapatória.

O que dizer então da minha área de trabalho: a comunicação. Se você descobre a melhor maneira de atingir uma pessoa e passar uma mensagem de forma eficiente, por que mudar?

Se existem fórmulas, como por exemplo os comerciais de margarina que sempre mostram o café da manhã ou os de cerveja que sempre mostram homens meio losers se dando bem com umas baitas gostosas, para que fazer algo diferente?

A máxima futebolística já diz que time que está ganhando não muda. Discordo completamente. Se o time está ganhando, por que não golear? Por que não humilhar?

Enfim, a própria busca incessante pela criatividade é um lugar-comum.

Globo para exportación.

- Uga-uga.
- Terra nostra
- Laços de Família
- Presença de Anita
- Mulheres de família

Fora as já fora do ar Senhora do destino e O clone.

Tem mais novela da Globo no ar aqui na Argentina do que na própria Globo.

Blog Widget by LinkWithin