segunda-feira, agosto 25, 2008

Especial Rock Argentino: 2 - El mató a un policia motorizado.

El mató a un policia motorizado é uma banda única na Argentina. Mesmo estando no underground e lançando discos de forma independente, esse quarteto de La Plata possui uma legião de fãs apaixonados que transformam seus shows em um total frenesi.

Poucas vezes vi, em Buenos Aires ou em Curitiba, uma banda causar tanta catarse em suas apresentações. O estranho é que eles tinham tudo para não ser uma banda tão amada. Não são "cool", não são amigos de bandas grandes e ainda moram em La Plata, a 70 km de Buenos Aires.

Em uma entrevista para o blog feita em junho, o vocalista Santiago fala dos planos da banda e se mostra muito apaixonado pelo que faz.

Existe uma característica comum entre essas bandas? Como Cromagnón mudou o rock independente argentino?

O rock independente da atualidade é muito variado. Talvez na hora de fazer matérias nos meios daqui acabam agrupando as bandas não pelo tipo de som que fazem mas pela maneira que fazem as coisas, como encaram a música e a arte. A Internet abriu uma discoteca infinita e universal e isso acabou um pouco com as tendências que vinham marcando década após década. Talvez atualmente os sons e a música em geral não respondam a um som particular imperante e isso passa também no rock independente argentino. Cromagnón obrigou as bandas a fazer as coisas com mais esforço, como uma resposta de fazer música com mais vontade nos momentos mais difíceis.

O público argentino é conhecido por participar de um show de uma maneira muito ativa. "El mató" é uma das poucas bandas underground que tem um público que se comporta dessa maneira. Por que isso acontece? Existem prós e contras?

De alguma maneira a música do El mató é um convite a cantar e dançar. Em parte, as pessoas que vão aos shows também fazem um tipo de jogo. Sabendo que antes isso não era tão comum, deixam-se levar e até certo ponto exageram para ver até onde podemos cegar. É muito divertido para a banda porque também gostamos de interagir no palco. A desvantagem é que certos donos de lugares onde tocamos tem medo. Não entendem que tudo é no clima de amizade e buena onda.

Que diferençaas sonoras você vê entre uma banda argentina massiva e o underground?

As óbvias são os orçamentos na hora de gravar ou fazer um show. Depois acho que as bandas massivas, em certo ponto, começam a ter medo de tudo que conseguiram. É compreensível mas é horrível para a sua arte, que começa a se fechar e se limitar. Já as bandas independentes possuem um frescor que pode ser eterno.

Esse mesmo público cativo da banda consome suas músicas a ponto de vocês viverem disso?

Não vivemos atualmente da música, não economicamente, mas não poderíamos viver sem fazer música o arte de algum tipo. A arte, como fonte de ingressos econômicos, é irregular. Pode baixar, subir e acabar. Nada é estável nesse mundo, não para artistas independentes pelo menos. E nem é recomendável que seja. Se suas necessidades econômicas dependerme do consumo ou não de sua obra, sua arte pode ficar condicionada a isso.

Como foi a experiência de tocar no Brasil?

Tocamos em São Paulo no ano passado e foi genial. Não podíamos entender que mesmo estando tão longe, tanta gente cantava e dançava nossas músicas. Foi algo que nos surpreendeu.

As suas letras são um pouco diferentes, para não dizer extrañas. De onde vem isso? Quem é "la chica rutera"?

As letras partem de imagens, são descritivas de uma idéia ou uma cena. Quando escrevo não penso muito, elas simplesmente saem. São curtas porque entendo que não precisam de acréscimos. "La chica rutera" é uma menina que saiu de viagem e que alguém, talvez triste, espera que ela volte.

Planos para o futuro?

Terminas a trilogia dos discos que começou com "Navidad de reserva" e continuou com "Un millón de euros". Depois apresentar o disco, viajar, contecer gente nova e todas essas coisas divertdas da vida e de te ruma banda de rock.

Site oficial da banda: http://www.elmato.com.ar/

Myspace: http://www.myspace.com/elmatoaunpoliciamotorizado

2 comments:

Anônimo disse...

Boa banda de verdade entre uma porrada de bandas de "barrio" péssimas que tme na Argentina.

Túlio disse...

um clássico.

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