terça-feira, dezembro 25, 2007

Happy new year, you are my only vice.

Fim de ano, natal, viagem, família, amigos, férias, Santos e Curitiba.

Justo quando eu pensava em fazer um post sobre como eu nunca converso com ninguém em aeroportos, meu vôo pra Guarulhos atrasa e passo 6 horas de papo furado com duas alemãs semi-hippies que sentaram do meu lado no avião.

Às vezes tento me entender. Afinal por que nunca conseguia manter uma conversa com algum desconhecido? Que tipo de deficiência eu tenho (ou tinha)?

Basicamente odeio conversa do tipo "chover no molhado". Foi quando uma brasileira na fila do check-in vem e comenta "Tomara que não atrase, né?". Apenas sorri amarelo e concordei. Afinal é óbvio que ninguém quer que atrase, porra! Da próxima vez que alguém vir com algo desse tipo vou responder exatamente o contrário: "Ahh não. Adoro quando atrasa, é tão bom ficar sem fazer nada dentro de um aeroporto".

O vôo atrasa duas horas, entramos no avião. Dentro do avião o comandante diz que ainda esperaremos mais uma hora sentados porque os controladores de vôo do Uruguai estavam de greve. Que beleeeeeza!

Foi o tempo de conhecer todos os clichês alemães, pegar dicas de filmes e livros e ainda quebrar alguns mitos. Conto aqui dois deles:

Torta alemã: é uma das únicas sobremesas que eu sei fazer. Receita que aprendi de uma ex-namorada de família germânica. Pois bem, as alemãs do avião desconheciam tal torta. É lenda, não existe torta alemã na Alemanha.

Dr. Fritz: as gurias cairam de tanto rir quando perguntei se elas conheciam o Dr. Fritz. Afinal todo medium que resolve dizer que incorporou alguém para curar diz que incorpora o Dr. Fritz, que era um médico alemão morto na primeira guerra. Pensei que de repente o Dr. Fritz podia ser um médico famoso das antigas tipo Oswaldo Cruz ou Saturnino de Brito. Mito. Nunca ouviram falar em tal médico.

Enfim, foi surpreendente ficar tantas horas de papo com pessoas desconhecidas. O que está acontecendo comigo?

Acho que esse é o último post de 2007. Deixo aqui uma singela canção do Camara Obscura que traduz um dos meus pedidos para 2008: "Argentinas, parem de histeriquear!".
Até quando vou ter que apelar para outras nacionalidades?

Happy New Year
You are my only vice
Happy New Year
What if we compromised?
Happy New Year
I am open

sábado, dezembro 22, 2007

Últimas de Buenos Aires

Pois é, para quem não está muito por dentro do que acontece nessa cidade e nesse país, faço um resuminho.

1. Cristina Kirchner no poder.
A mulher assumiu faz duas semanas e meu deu um dia de folga de trabalho. Fora isso decidiu começar um horário de verão no dia 30 de dezembro

2. Simeone foi para o River.
Simeone, um dos jogadores de futebol mais desleais dos anos 90, saiu do Estudiantes de La Plata para ser técnico do River Plate.

3. Soda Stereo termina sua tour de regresso.
Uma das provas vivas da arrogância argentina, a banda que nunca devia ter existido mas mesmo assim existiu, terminou e resolveu voltar para fazer uma tour latino-americana fez seu último show com casa cheia.

4. Mais um cadáver na Villa Crespo.
Meu apático bairro, onde faz um mês encontraram um recém nacido morto dentro de uma sacola, amanheceu com mais um cadáver no chão.

5. Festinha de fim de ano da empresa é a "náite".
Festa de fim de ano é praga mundial, pelo menos aqui não existe amigo secreto. Cantei 3 músicas junto com outros amigos do trabalho e o resultado foi até que bom. Chefões elogiaram.

6. Os anos 90 estão de volta.
Isso é fato. Depois de sair várias vezes e escutar "don't wanna a short dick man", "how do you do" do Roxxete e "What's love, baby don't hurt me no more", chego a conclusão que os anos 90 voltaram com tudo em Buenos Aires.

* enfim, to indo pro Brasil amanhã.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

retrospectiva de objetivos 2007.

Em novembro de 2006 postei aqui alguns desejos para 2007. Vamos ver como me saí

3 objetos que quero adquirir:
- um computador melhor - serve mais HD? dei uma turbinada
- criado mudo - nada
- sofá - o apartamento onde moro já tinha um. serve?

3 atividades que quero fazer:
- squash - cheguei a ligar e ver o preço.
- curso de produçao de música - cheguei a mandar email e ver o preço.
- tocar em uma banda - toquei na festa de fim de ano da FOX e comecei um projeto musical com umas amigas.

3 coisas que quero conseguir:
- emagrecer - se emagreci não percebi.
- ganhar mais - em maio mudei de emprego, pelo menos isso!
- ter uma casa decente - sim, vivo num apartamento muito mais digno!

3 coisas que quero deixar/abandonar:
- reclamaçoes - impossível abandonar por completo.
- msn - idem
- o bairro do abasto - sim, saí do Abasto.

3 sonhos que gostaria de alcançar
- conhecer a europa - nada.
- ganhar alguma promoçao maluca - nada.
- pode descobrir o pensamento dos outros - nada

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Once.


Cá estou eu falando mais uma vez sobre outro filme. Fazer o que? Não há nada de muito emocionante acontecendo nessa cidade. Nada que tenha a ver comigo pelo menos.

Já tinha ouvido falar nesse filme chamado Once faz uns meses. Lembro porque na época achei que teria algo a ver com o bairro Once de Buenos Aires, mas não tem nada a ver o cú com as calças.

Once conta a história de um cantor que canta diariamente no mesmo lugar nas ruas de Dublin em troca de um dinheiro. O cara é talentoso pra caramba, suas músicas são ótimas, mas ele não percebe isso até que aparece uma garota do leste europeu na sua vida. Na verdade ela é Tcheca e pede pro cara ajudá-la a consertar seu aspirador de pó. Aos poucos eles vão se tornando mais íntimos e o cara grava uma demo, com a tcheca no piano (impossível não fazer um trocadilho).

O filme é bastante musical. Mostra a construção das músicas do cara (que não chega a ter um nome no filme), como elas acontecem toda a relação que vai crescendo com a garota tcheca. Fora aquele mundo totalmente "indie" de gravações caseiras e em estúdios até altas horas da madrugada. Seria uma mistura de algo de "lost in translation" com um algo de Damien Rice.

É para quem gosta de música. Acho que no total são 8 ou 9 inteiras. Nada de cortes ou só refrãozinhos. Os próprios protagonistas são músicos. O ator, Glen Hansard, já teve seus discos no top das paradas irlandesas e a atriz, Marketa Irglova, é pianista. Detalhe que o casal já se conhecia e acabou se tornando "pareja" de verdade no filme.

Alguns jornais americanos, forçando a amizade, falaram que o filme é um dos melhores filmes musicais da nossa geração. Talvez seja exagero. Mas afinal quais seriam os outros concorrentes nessa categoria? Um filme independente que não mostra o lado "ruim" da vida é coisa rara.

Extremamente recomendado, meus caros. De preferência para assistir com um bom vinho e uma bela garota ao seu lado.

E nem precisa dizer que já baixei as mp3 e ouvirei de maneira insana e ininterrupta por algumas semanas.

Deixo aqui o link do myspace do filme: Once
Recomendo todas, mas principalmente as músicas"Fallen from the sky" e "Lies".

E o trailer, percebam as críticas forçadas dos jornais e revistas americanos:


terça-feira, dezembro 18, 2007

Me and you and everyone we know



Aquele tipo de filme que salva o seu dia.
Cheio de cenas doces, belas e inspiradoras e com um humor pra lá de ingênuo.
Como já disse a Pumpkincita, se esse filme fosse uma banda, seria Câmera Obscura.
A diretora, roteirista e atriz é a mesma do vídeo do post abaixo.

domingo, dezembro 16, 2007

Are You the Favorite Person of Anybody?



Já parou para pensar nisso?
Interessante curta da Miranda July filmado com apenas 150 dólares e que, além dela, conta com John C Reilly, Mike White (escritor de Nacho Libre e School of Rock).

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Guia Rápido de Buenos Aires: 5. Palermo

Palermo é um bairro multifacetado. São tantas caras que os argentinos decidiram nomear as partes do bairro com nomes cafonas e ridículos (como a maioria dos cortes de cabelo aqui) com por exemplo Palermo Soho e Palermo Hollywood. Convenhamos, ridículo.

Podemos dividir o bairro em:

Parques
A parte da Avenida Santa Fé e Libertador. ZOológico, campo de pólo, hipódromo e Uma infinidade de parques, num deles está o bonito planetário. Se o dia está quente vale a pena ver como o pessoal local se esbalda na grama e toma um sol sem nenhuma preocupação. O hipódromo é outro passeio que recomendo, só é preciso ver que dia que existem páreos. Senhores de chapéu apostando seus valiosos pesos formam a fauna do local.


Compras
Bem no meio de Palermo, perto das praças Armenia e Cortázar (onde há uma feirinha bem famosa nos domingos), estão várias lojas modernosas e "de autor". Criações originais e ousadas, lojas moderninhas, roupas de marca e a loja Adidas Originals. Recomendadíssimo. Andando algumas quadras se chega na Avenida Córdoba, onde estão os outlets. Ou seja, roupas boas com preços acessíveis. Geralmente produtos de coleções passadas muito mais baratos. Nos fins de semana há congestionamento de gente nas calçadas. Consumidores sedentos pelas roupas descoladas do local.

Bares e Restaurantes

Localizados mais da Plaza Cortazar pra lá, são bares e restaurantes que prezam pela decoração e pelo belíssimo ambiente. Lindos e caros. Comidas gostosas, mas com preços salgados, mas talvez não para turistas beneficiados pelo baixo valor do peso argentino. As ruas Humboldt, Gorriti, Fitz Roy, Honduras e imediações formam uma região com bares e restaurantes em praticamente todas as esquinas. Desde comida japonesa, vietnamita, bares irlandeses e tradicionais a lugares para comer carne. Meus favoritos são o Dubliners (estilo pub) e o Green Bamboo (comida vietnamita), alem do sushi do Saporo

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Flight of the Conchords: A comédia indie musical.

Essa série é uma das preferidas do momento. "Flight of the conchords" é sobre uma dupla de músicas da Nova Zelândia que moram em Nova York e lá tentam engrenar sua carreira musical.

É uma comédia-indie-musical. Já que a dupla passa por situações muito estranhas e os personagens são muito estranhos. Como o empresário deles e a única fã da dupla.

Sempre odiei musicais do fundo do meu coração. Se gostei dessa série é porque ela realmente encara esse gênero de outra forma...

As letras das músicas são ótimas e muito engraçadas. São cômicas não porque são absurdas mas sim porque são totalmente reais, pelo menos estes exemplo aqui.

The Most beautiful girl in the room
Ele conhece uma garota numa festa e relata todos os seus passos para conquistá-la.



I'm not crying
A mesma garota o deixa e ele obviamente não vai admitir que está chorando.



Business Time
Burocracia romântica. Existem dias fixos na vida do casal e ele sabe muito bem quando é "Business time". Escovar o dentes é sinal de preliminares!

Mandrakes e festas e pensamentos muito pequenos para terem um post exclusivo.

Seria o excesso de posts sobre séries o excesso da falta de vida própria?

Enfim, baixei um capítulo dessa série Mandrake. Bem mais ou menos. Engraçado o Alexandre Frota no papel de locutor de puteiro! E o Miele como advogado! Saudoso Miele!

****
Esse fim de semana rolou uma festa onde fui chamado pra discotecar. Altos planejamentos, gravação de cd e chegando na hora a galera queria mais é ouvir cumbia e salsa. Nessa mesma festa vendiam uma jarra de 1L de Speed com Vodka. Speed é o Redbull argentino.

*****

Engraçado como é mais fácil se apaixonar quando a gente é mais novo, né? Por que será?

*****
Uma dúvida lexical: como se chama o sentimento quando você faz uma coisa mas depois não tem nenhuma vontade de repetir? Não é arrependimento. É diferente, é outra coisa.

****
Apenas não posso parar de ouvir Flight of the Conchords. Apenas não posso.

domingo, dezembro 09, 2007

Listas.

Faz tempo que não faço um post sobre listas. Aqui vão duas sobre o que estou comendo, vendo e ouvindo ultimamente.

Séries.
1. Californication.
2. Pushing Daisies.
3. Flight of the Conchords.
4. Band of Brothers.
5. Dr. House

Música.
1. Patrick Park
2. Flight of the Conchords
3. Lacrosse
4. The National
5. Rooney

* Fora que logo logo terei a segunda temporada de Huff e a primeira (e única) de Cupid aqui no computador, duas das minhas séries preferidas.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Espectativas

Engraçado, essa semana rolou uma auto-avaliação no meu trabalho. Basicamente eu tinha que classificar o que eu produzi e dizer se foi abaixo, cumpriu ou superou as expectativas. E é claro, traçar objetivos para o próximo ano.

Por mais que seja uma coisa super corporativa, acho que é uma ótima oportunidade, mesmo que forçada, da gente parar para pensar no que fez, ver o que foi bom e aprender com o que foi ruim.

Impossível não deixar de fazer uma auto-avaliação de outros aspectos da vida. Sabe como é, aquela coisa de final de ano...

E esse seu 2007? Ficou abaixo ou acima das expectativas?

Deixo aqui um vídeo tudo a ver com esse clima de Natal.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Cachorro magro não tem fome. Tem necessidade.

Sinto uma saudade danada de Curitiba. É um sentimento meio de gente velha isso. Sinto falta dos melhores anos da minha vida. Talvez seja uma supervalorização do que não tenho, mas não tem jeito. É isso que sinto.

Saudade de tomar uma Malzbier e comer um pão com bolinho no Pudim. Saudade de ir nos shows dos amigos, tocar com a minha banda, comer um cachorro-quente prensado do Fonseca, ovomaltine do Bob's do Novo Batel. Ou de simplesmente encontrar gente conhecida do nada na rua.

Claro que sei que dificilmente voltarei para lá e se voltar, não viverei isso tudo que sinto falta. Afinal a maturidade chegou pra ficar.

Às vezes me pego escutando músicas de lá como Cachorro Magro, do Iris. Pra mim é uma das 5 melhores canções já gravadas por alguma banda de Curitiba. (Deixo para outro dia para citar as outras desse top 5, mas seria uma briga ferrenha entre Poléxia, Oaeoz, Poli, Sofia e Charme Chulo).

Quando eu ainda frequentava o famigerado James, conheci o Igor Ribeiro, compositor, guitarrista e vocalista da banda e elogiei um monte essa música. Lembro que ele estranhou tanta efusividade da minha parte. Aquele clima low-fi, somado a uma voz no fundo desesperançosa com letra despretensiosa realmente me conquistou. Na época ainda existia o Johnz e até pedi pra ele uma espécie de permissão para fazer um cover.

Recentemente descobri que outra banda curitibana regravou Cachorro Magro. Os caras do Terminal Guadalupe fizeram uma "releitura" desse clássico curitiboca e o incluíram no cd "A Marcha dos Invisíveis".

Sábia decisão, rapazes!

Cachorro magro quer comer
roer o osso até doer os dentes de trás
não importa o gesto, só o movimento
aquele que você não faz

Todo dia tem vaivém por toda parte
e ninguém olha, ninguém te acolhe
e as ruas sem fim
as ruas sem fim

Outro dia tinha a quem chamar
Agora, o que resta?
a voz pra berrar?
Bem alto, no asfalto

E descansar em qualquer parte
e largar todo o peso da tirania
entre seus dedos
em suas mãos

E descansar em qualquer parte
e largar todo o peso da tirania
entre seus dedos
em suas mãos

Cachorro magro sem nome
andando por aí, pela cidade
cachorro magro não tem fome
tem necessidade

E descansar em qualquer parte
e largar todo o peso da tirania
entre seus dedos
em suas mãos

Cachorro magro sem nome
andando por aí, pela cidade
cachorro magro não tem fome
tem necessidade


Deixo aqui os links das bandas para quem quiser conferir as versões:

Iris
Terminal Guadalupe

terça-feira, dezembro 04, 2007

Como desaparecer do planeta (ou não)

1. Liguei na Nasa, atendeu uma operadora do Serviço de Atendimento ao Cliente. Falei que queria sair do planeta e perguntei se eles podiam me ajudar afinal eles já levaram uns camaradas pra lua. O que custa, né?. Ela disse que não podiam fazer nada e me pos "on hold". Esperei e esperei, mas como a ligação era internacional e ia ficar muito caro, desisti. Depois de três dias chegou um cara de terno na minha casa pedindo explicações.

2. Também liguei também pro serviço espacial russo. Lá eu seria cosmonauta e não astronauta. A ligação estava muito ruim, mas pior ainda era o inglês da operadora. Era tudo muito burocrático. Não entendi nada e a chamada caiu.

3. Fui então para a Antártica. O plano era simples. Já que esse é o lugar que fica embaixo do mundo, bastaria eu dar um pulo e já estaria no espaço. Dizem que tem um buraco da camada de ozônio por lá. Ou seja, meio caminho andado. Fui advertido pelo pinguins que nada adiantaria e realmenta não adiantou.

4. Pensei então que seria mais lógico cavar um buraco até atingir o lado oposto e cair em órbita terrestre. Não deu certo. Destruí a tubulação do bairro inteira, sujei todas as minhas unhas e ainda peguei um berne. Ainda sigo nesse planeta.

Everyone will forget soon
the fourth man on the moon.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Californication.

Gosto das coisas quando me identifico com elas. Quando de alguma maneira aquilo que é dito resume uma verdade óbvia, mas vista de sob outra perspectiva.

Talvez seja por causa disso que passei quase que meu fim de semana inteiro assistindo a primeira temporada de Californication.

Não, eu não tenho nada a ver com Hank Moody, personagem interpretado por David Duchovny. Se bem que iria adorar ter o carisma que ele tem com as mulheres.

O que me faz identificar com ele é o senso prático. O cara é "pá-pum", cru, sem meio termos. Se não é assim, é assado... e pronto. Sem rodeios.

Entre algumas frases ótimas da série:

As pessoas dizem que encontraram um amor, mas nem sempre é verdade. É que todos querem acreditar que o final feliz é possível. Cada um é uma pequena estrela de sua própia comédia romântica.

Você não me ama, Hank. Você ama a idéia do amor.
Para ler mais:
Minha nova coluna no Bonde sobre a série.

sexta-feira, novembro 30, 2007

Guia Rápido de Buenos Aires: 4. Recoleta / Barrio Norte

Recoleta, numa comparação tosca, a Copacabana de Buenos Aires. Um bairro charmoso da elite clássica da cidade. Seu principal ponto turístico é o Cemitério da Recoleta, localizado na Plaza Francia, onde sábado e domingo há uma feirinha de bugigangas.

Pessoalmente o Cemitério da Recoleta é um lugar onde não aguento ir mais. Já acompanhei tanta gente lá que já perdi o pique. Mas confesso que fiquei encantado na primeira vez que visitei. Não é o túmulo da Evita, bem decepcionante por sinal, o que mais chama a atenção no lugar, mas sim a tamanha ostentação dos túmulos. Gigantes, modernosos e hitech, algumas lápides parecem mais um caixa 24 horas do que um lugar mórbido.

Mórbido no lugar é perceber muitos caixões à mostra. Sim, o endereço é tão requisitado pelos difuntos que muitas vezes não há espaço suficiente e muitos caixões acabam ficando à mostra dentro das tumbas.

Ao lado do Cemitério está o Museu Nacional. Muito melhor que o MALBA e além disso é grátis. Tem um acervo de quadros muito antigos e clássicos: rembrandt, rodin e coisas do tipo.

Do lado oposto está o Village, espécie de centro comercial com livrarias, restaurantes, cinemas e bares. O destaque é o bar temático de futebol "Locos por futbol", com mais de 50 tevês e muitos telões.

Saindo da Recoleta e chegando ao Barrio Norte, esquina das avenidas Callao e Santa Fé, está a livraria Ateneo. Um antigo cinema foi transformado em livraria e agora é praticamente um ponto turístico. Gigante, bonito e com muita ostentação, como quase tudo nessa cidade. Vários andares e galerias foram transformados em alas da livraria, e o antigo palco hoje dá lugar a um simpático café. Imperdível! Mexa nos livros, folheie, sente e leia algum. Posso garantir que nenhum vendedor vai te importunar. Muito pelo contrário, se você estiver buscando um título em especial é que vai ser difícil contar com a ajuda deles.

Vamos firmes, ainda faltam 6 capítulos do guia:

5. Palermo (Parques e compras)
6. San Telmo / Boca
7. Tigre / San Isidro
8. Futebol
9. Noite e Náite
10. O que os guias não dizem

Maluf!

Nós vamos rir no dia que Maluf morrer. Mesmo sabendo que isso não é certo, nós vamos cantar e dançar a noite inteira.

Em 1989, Maluf era candidato à presidência, se não me engano pelo PDS. E não sei porque eu gostava do cara!

No meu bairro em Santos, a Vila Belmiro, havia sempre no dias das eleições uma espécie de votação infantil. Uma casa na vizinhança se transformava numa zona eleitoral para a molecada. Não elegíamos ninguém mas nos sentíamos importantes só pelo fato de marcar um Xis numa cédula. Justo não? Assim não sentíamos tão alheios dessa "festa da democracia".

Cada um escolhia o seu preferido e elegia como seu presidente pessoal. E eu votei no Maluf. O que valia era o carisma do candidato, nenhuma ia criança ia julgar plano de verdade. E com 7 anos de idade acho que aquela foi a eleição que eu mais assisti o horário político.

Maluf era eloquente e ainda é. Pena que as professoras da escola nãos nos davam algum tipo de orientação. "Esse é canalha, não votem nele" - podiam dizer. "Não votem no mais bonito, mas sim naqueles que vocês acreditam ter a melhor proposta" - também não ouvi nada disso.

Foi a única vez que votei no Maluf, mas foi o voto mais sincero e com mais vontade da minha vida, justo aquele voto que não valia nada. Desde então nunca mais votei com tanto afinco. Nenhum outro candidato me motivou mais a ponto de fazer campanha e defender seus ideais.

Collor conseguiu convencer a maioria do Brasil em 1989, mas não convenceu as crianças da Vila Belmiro. O fato é que Sílvio Santos venceu aquela eleição infantil.

segunda-feira, novembro 26, 2007

114º Campeonato Argentino de Polo - Buenos Aires

Jogador do Indios Chapeleufu

Ellerstina vs. La Aguada

Às vezes tento entender porque existem tantos esportes estranhos e que são populares na Argentina. Rugby, Hockey e também o Polo. Talvez seja a falta de praia, talvez a falta do que fazer... não consigo entender. Mas o fato de que uma partida de homens sentados em cima de cavalos tenha atraído cerca de 13 mil pessoas para os jogos do 114º Campeonato Argentino Polo em Palermo é realmente surpreendente.

Antes de qualquer coisa esse campeonato é um evento social. A nata da sociedade, o desfile das melhores roupas, gente fina, bonita e elegante, camarotes VIP de várias marcas e a reunião de boa parte do PIB do país. Só marca fina patrocina o evento e a área que divide os dois campos é praticamente uma passarela de promoters lindíssimas e gente elegante.

A primeira partida foi entre Santa Maria de Lobos e Indios Chapaleufu, que acabou em 14 a 12 para os Chapaleufu depois de 8 chukkers. Antes de qualquer coisa explico um pouco do que aprendi. O polo é dividido entre 6 tempos de 7 minutos chamados de Chukkers. Nesse caso, como o 6º e o 7º chukker acabaram empatados, o jogo foi seguindo.

Simpatizei com o time, a numeração deles é em numerais romanos! Totalmente aristocrático!

Pensei que só veria gente que só estaria lá para ver e ser vista, mas no primeiro jogo vi muitas famílias e muitas criancinhas com tacos e bolas de polo, além de camisetas autografadas dos Indios Chapaleufu, carinhosamente chamados de "Chapas".

A verdade é que a tribuna onde estava era uma verdadeira creche. Muitas crainças enchendo o saco, outras chorando, mães brigando com filhos, filhos fazendo zona. Um saco realmente! As crianças malas quase ofuscaram os gritos da tiazona torcedora doente que gritava a cada dois minutos "Vamos Chapas!!!". Essa mesma tiazona sabia o nome de cada um dos quatro jogadores e também gritava seus nomes: "Vamos Milo!".

Depois desse jogo, fui até ao campo principal onde jogaram Ellerstina e La Aguada. Uma arquibancada totalmente cheia para ver o embate que deu a vitória de 18 a 11 para o Ellerstina.

Conto mais coisas que aprendi numa tarde dedicada ao Polo. A cada gol, os times mudam de lado. Isso causou uma pequena confusão no começo já que não entendia porque o mesmo time tinha feito gol em dois lados diferentes. Os jogadores estão constantemente mudando de cavalos e pelo que vi não existe limite. O jogo é longo e imagino que os pobres cavalos devem ficar bastante cansados. Existe um tiozinho com uma bandeira vermelha atrás de cada gol para sinalizar se a bola entrou ou não. Sem ele seria muito difícil perceber isso da arquibancada.

Resumindo, é um espetáculo lindíssimo e muito elegante. Tirando a creche, a tiazona gritando e a feira de ambulantes vendendo água, doces, panchos e o escambau, é um ambiente muito agradável.

sábado, novembro 24, 2007

A "palermização" de Buenos Aires.

A palermização de Buenos Aires não tem nada a ver com o atacante Martin Palermo aqui da foto (aquele que ficou internacionalmente famoso por ter perdido 3 pênaltis em um jogo da Argentina).

A palermização em questão tem a ver com o bairro de Palermo. É um bairro bem grande, que começa perto da Recoleta e vai até Belgrano. De uns tempos pra cá essa área foi dividida pelo mercado imobiliário em zonas com nomes patéticos.

Existem nomes aceitáveis, que já são bem antigos como Palermo Chico e Palermo Viejo. Um para designar a região onde está o Malba e arredores e o Viejo na parte mais próxima da Av. Córdoba.

O mais idiota de todos os nomes é o Palermo Hollywood, onde ficava a empresa onde trabalhei quando cheguei aqui. Basicamente é um conglomerado de quarteirões onde existe muitas produtoras, finalizadoras e alguns canais de TV. Ou seja, seria a região onde as estrelas transitam, logo Palermo Hollywood. Tudo bem que já encontrei o Gaston Pauls, um dos atores do filme 9 Rainhas, duas vezes no restaurante Trapiche, mas isso é outra história.

Outro nome imbecil é o Palermo Soho, basicamente chamado assim porque existem muitas lojas de roupa de marca e ateliers de artistas. É aí que está a Plaza Serrano onde existe a tradicional feira dos sábados e domingos.

Para o mercado imobiliário, quanto maior Palermo for, mais fácil é vender. De alguma maneira, o nome Palermo dá mais valor a área. Recentemente algumas imobiliárias foram multadas porque estavam vendendo alguns imóveis da Villa Crespo, o meu bairro, como sendo de Palermo Queens. Sinceramente, ridículo!

Quem sabe um dia Buenos Aires seja uma imensa Palermo. Muitas sugestões já estão sendo dadas para novos Palermos como "Palermo Little Horse" (Caballito), "Palermo All Thin" (Almagro), "Palermo Mouth" (Boca), "Palermo Washington" (Congreso) e "Palermo Flowers" (Flores).

Coincidentemente nesse mesmo Palermo Queens, a duas quadras da minha casa, acharam um recém-nascido morto dentro de um saco de lixo bem numa esquina. Quanto glamour!

quinta-feira, novembro 22, 2007

Breaking the magic

Um dos problemas de ser um capricorniano sentimentalóide como eu é a tal da idealização. Pior ainda é ter plena consciência disso. Ou seja, ser consciente de que eu mesmo não tenho lógica. Estranho isso, saber que suas atitudes e espectativas não são 100% racionais.

E o problema principal daqueles que idealizam demais é a "quebra da magia". Sim, você vê um pedaço de uma fotografia e logo imagina como dever ser lindo o resto do quadro, a moldura, a paisagem. Mas depois em certo momento te mostram a fotografia inteira e você vê que ela era só bonita mesmo na sua imaginação. Ou seja, acaba a magia.

Isso acontece comigo frequentemente, mas pareço não querer mudar. Recentemente mesmo estava bem interessado em uma menina, mas ao me aproximar e conhecer melhor BUM! A"magia" meio que foi quebrada. Não, não é nada demais. Não é que ela tinha um passado de prostituição em algum país do sudeste asiático e nem é uma assassina serial. Apenas "Se rompió la magia".

Enfim, amigos... Sou louco, é oficial. Preciso de internação.

terça-feira, novembro 20, 2007

Quilmes - El encuentro



Às vezes enche o saco a publicidade argentina. São piadinhas demais e realmente questiono a efetividade disso. Afinal é pra vender um produto ou é para ser engraçadão?

Pois bem, esse anúncio da Quilmes, que já vem sendo veinculado a um tempo, não tem nada a ver com isso. É uma verdadeira aula para os brasileiros que só sabem vender cerveja com praia, bunda e mulher pelada. O texto é ótimo, a parte que diz "um feio encontra a moda e nasce uma beleza exótica" é muito engraçada e tem tudo a ver com o produto.

Quilmes, como sempre, não decepciona.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Cansei de Ser Sexy + Les Luthiers

Lovefoxx com a mesma roupa usada em Buenos Aires.

Les Luthiers arrepiando um choripan.


Fazia tempo que eu não tinha um fim de semana com tantos shows aqui nessa cidade. E o melhor, tudo de graça.

Sexta foi dia de ver o Cansei de Ser Sexy no festival eletrônico Marlboro Mxtronica. Muita gente, muito público de música eletrônica, muita gente dançando bizarramente, muita gente de óculos escuros e viseira, muita gente idiota. O show do CSS foi honesto, mas prejudicado pelo péssimo ajuste do som e pelo público sem noção. Muitas músicas ao vivo ficaram irreconhecíveis como "Alala" e as novas não pareceram tão empolgantes. De qualquer jeito foi ótimo poder ver a banda hype brasileira.

Domingo, meio que por força do acaso, acabei no show de aniversário de 40 anos do Les Luthiers. Cerca de 60 mil pessoas estavam presentes para ver esse grupo lendário. Música erudita junto com o humor. Os 5 integrantes seriam um tipo de Juca Chaves de bom gosto e mais clássico. Histórias com um humor inocente, coisa rara de se ver hoje, e cinco músicos que tocaram todo e qualquer instrumento magnificamente, além de cantarem excepcionalmente bem. Uma perfeita noite em Belgrano cortada pelos aviões do Aeroparque.

sábado, novembro 17, 2007

The Big Bang Theory - A série

O conceito de Sitcom diz que é uma "comédia de situações". Mas não é só isso. O que caracteriza uma "sitcom" são os poucos cenários e que os personagens não mudam muito de situações. Sempre é um ambiente de trabalho, uma família ou um grupo de amigos. Também caracteriza a sitcom o fato de ser gravada com uma platéia ao vivo, ou seja... existem aquelas risadas gravadas que são um saco. Exemplo clássico disso são Seinfeld e Friends. Já The Office se encontra numa linha divisória de uma sitcom, já que seus personagens variam muito de cenários e não existe essas risadas gravadas. My names is Earl por definição não é uma sitcom, basicamente por não ter um cenário fixo.

Essa toda introdução pseudo-teórica minha foi só para falar da minha série sitcom favorita do momento: The Big Bang Theory. Em menos de três dias baixei quase a temporada completa da série que até agora tem 8 capítulos exibidos. Recentemente foram encomendados uma temporada inteira de 22 capítulos da série. O criador da série, que é o mesmo de "Two and a half man" deve estar cheio da grana.

Pois bem, na série Leonard e Sheldon são dois nerds que trabalham num departamento de Física de uma Universidade e tem como vizinha Penny, uma garçonete gostosona. Leonard desde o primeiro momento se mostra muito interessado por Penny, mas seu alto QI não significa exatamente saber como conquistar uma garota.

A série tem diálogos fantásticos e faz referência a todo universo nerd-geek. Ou seja, aparatos tecnológicos, leis da física, internet e etc.. Num episódio, Sheldon se veste de "Efeito Doppler" para o Haloween e tenta explicar sua fantasia "física" para todos. Em outro episódio, Leonard estranha que vários amigos estão no seu apartamento e pergunta o que aconteceu: - Não temos internet faz meia hora - respodem.

Já em outro episódio, Leonard ouve barulhos durante a noite e sai na escuridão de seu apartamento com um sabre estilo Star wars como lanterna!

Felizmente a CBS, tv que transmite o show nos EUA, tem uma página especial no youtube cheio de vídeos com os melhores momentos da série. Deixo aqui um de quando o grupo nerd decide ver uma maratona de filmes do super homem.

* Vamos ver o que acontecerá agora com essa greve dos roteiristas.


quarta-feira, novembro 14, 2007

El pasado - de Hector Babenco

"Todas las mujeres son locas y Gael tiene eyaculación precoz" - Essa foi a sábia conclusão que o meu colega teve depois de ter assistido esse filme.

"Filme do Hector Babenco eu não vejo" - Essa foi a sábia sentença que escutei do André antes de sair para o cinema.

"El pasado" começa muito bem. Gael está se separando de sua mulher e começa a viver outras paixões. Enquanto isso sua ex tem sérias dificuldades para superar a ruptura. A atriz que interpreta essa mulher é uma das melhores coisas do filme. Uma moça lunática, obcecada e sem nenhuma noção. Um personagem que realmente mete medo. Diálogos interessantes e tudo mais sobre o amor, o passado e pra onde tudo vai depois que tudo termina.

Mas aí a coisa realmente começa a desandar. Muito acontece e com muita intensidade. No intervalo de 111 minutos, Gael se envolve com 4 mulheres diferentes, vai à bancarrota, tem um filho, perde a memória, vira professor de academia e transa com qualquer mulher que apareça na sua frente. É um enredo forçado, praticamente surreal. Muita coisa acontece sem razão, o filme "perde" tempo em coisas inúteis. Uma viagem para o Brasil, uma transa com uma outra qualquer, uma personagem que morre mas que não muda muito na trama. Na parte que ele está falido com sua barba de náufrago junto com o apartamento pateticamente sujo com milhares de garrafas de cervejas vazias eu quis rir.

Fora que o final com uma pequena reunião das mulheres bizarras do grupo de auto-ajuda da sua ex é algo digno de risadas. Não entendi qual é a do diretor Hector Babenco, juro que me esforcei. Vi "Carandiru" e confesso que esperava muito mais. Interpretações péssimas, atores mal escolhidos e um final totalmente panaca não me deixaram gostar do filme. Agora com "El pasado" é a mesma coisa. O diretor "caga" tudo.

Duas amigas leram o livro do Alan Pauls que originou o filme. Uma achou uma bosta fedida. Outra, que viu também o filme, diz que o livro já não é dos melhores, mas que o filme é desastroso.

Não adiantou nem a diversão de conseguir localizar todas as locações de Buenos Aires, as linhas de ônibus que aparecem, os bares, as lojas...

Enfim, digo aqui o que nenhuma crítica de cinema não disse: é um lixo.

Fazia tempo que não via um filme tão ruim e devo realmente ter perdido muito a "proposta" dele.

sábado, novembro 10, 2007

Raça Negra Revival?


Baixei um CD ao vivo do Raça Negra só pra relembrar a época que eu realmente gostava dessa banda. Creio que foi nos idos de 1992.

Não se faça de "boludo" e admita que você também sabe cantar "Cigana" e "Cheia de Manias".

Se já houve o Revival dos anos 80 e aos poucos sinto um revival do dance music dos 90.... a pergunta é: Quando teremos o revival do pagode?

Vamó lá! No suingue!

Cheia de manias
Toda dengosa
Menina bonita
Sabe que é gostosa
Com esse seu jeito faz o que quer de mim
Domina o meu coração
Eu fico sem saber o que fazer

Didididiê
Didididiê ê ê
Didididiê

sexta-feira, novembro 09, 2007

En la boquita de la botella



Baja más, baja más un poquito
Baja más, baja más despacito

terça-feira, novembro 06, 2007

Travis - Flowers in the window (Buenos Aires)



Momento mais bonito do show de sexta, um dos melhores que fui, no estádio do Velez Sarsfield.

So just stand up, up in the crowd
You are one in a million
And I love you so


Reparem nas camisetas e no "Ole ole ole ole Trávis, Trávis".

segunda-feira, novembro 05, 2007

Restaurant Manolo - San Telmo / Buenos Aires

Enquanto eu mastigava minha supremita com um molho meio branco com azeitonas, champignones e presunto, pensava comigo mesmo "Esse lugar merece um post".

Servir de "guia" para alguém que está visitando a cidade é uma coisa legal, mas depois de mais de um ano e meio nessa cidade a coisa meio que já enche o saco. Sempre os mesmos lugares...

Mas felizmente às vezes você acaba fazendo pequenas e valiosas descobertas como o Restaurant Manolo, localizado em San Telmo, mas exatamente na esquina das ruas Bolivar e Cochabamba.

O lugar é um cantinão clássico, com flâmulas, quadros, recortes de jornal e camisetas de futebol como decoração das paredes. Um ambiente bem simples, mas nada descuidado. Um atendimento ótimo (o que é raro nessa cidade), porções muito generosas e um preço justíssimo.

Além da suprema, comemos um bife de chorizzo de proporções épicas com um molho de whisky. Carne no ponto, molho delicioso e pança cheia. Houve um silêncio muito grande entre os integrantes da mesa, ou seja, sinal de que todos estavam tão ocupados apreciando a comida que nada sobrou para ser discutido.

Para quem manja e conhece de futebol, a decoração é bem interessante. Geralmente lugares assim, com temática futeboleira, m acabam sendo meio toscos e feios, mas no Manolo a coisa não é dessa maneira. Existem flâmulas de praticamente todos os clubes porteños, desde os grandes até os mais mocados como o Club Atlético Colegiales. Fora as camisetas penduradas de time do mundo todo. Detalhe para uma do Atlético Mineiro muito pirata que está lá.

Enfim, fazia tempo que eu não me entusiasmava tanto com um lugar como o Manolo. Turistas brasileiros por Buenos Aires, visitem!

Guia Oleo

Site Oficial

sábado, novembro 03, 2007

Starsailor, Travis e The Killers em Buenos Aires

O Yeah Festival prometia uma noite de belíssimo indie rock com Starsailor, Travis e The Killers. No ingresso havia o aviso que o primeiro show começaria as 20h, o que desconfiei realmente que acontecesse.

De qualque maneira me planejei para chegar cedo no lugar. Saí do trabalho às 18h, uma hora antes do normal, e depois de pegar o metrô, pegamos o 166 com destino ao bairro de Liniers, onde se encontra o estádio do Velez, um lugar muito longe da cidade.

Chegando lá uma fila enorme para entrar. Fico cerca de 40 minutos nessa bosta de fila, sou avisado pelos meus correspondentes que já estão dentro que o show do Starsailor começa. Resultado: quando entro eles tocam a última da noite "four to the floor".

Travis vem em seguida. Entram ao som de uma música do Rocky, todos vestidos com roupão de boxe. Eles tiram o roupão e TCHARAM! Estão todos com a camisa da seleção argentina. Realmente fizeram de tudo para agradar o público.

O show é ótimo, tocam todas as músicas que deviam tocar, principalmente minhas preferidas "Driftwood" e "Turn". Interagem muito com o público, inclusive pedindo para que gritem bem alto o nome do tímido tecladista que acompanha a banda. A banda sai e depois volta para o melhor momento do show. Fran Healey toca o violão e todos juntos, com a camisa da argentina colocada de novo, cantam Flowers in the window. Belíssimo.

Depois vem o Killers e acho que é exatamente como os shows que eles fizeram no Brasil. Guitarrista com a cara do Brian May, Brandon Flower a la Freddy Mercury e baterista com cara de My name is Earl agitando muito. Só achei a versão da música que mais gosto deles. Mr Brighside, um pouco lenta.

Na saída, depois de quase 1h buscando uma pizzaria aberta às 2h da manhã, finalmente achamos uma bem perto de casa para matar a fome de todo um dia. É outra coisa estar com amigos que tem carro.

quarta-feira, outubro 31, 2007

Elas... as caseiras.

Existe uma pasta dentro da pasta "Minhas músicas" chamada de "caseiros". Nela estão todas as canções que gravei no meu computador desde 2004.

Como fiquei longe do meu violão praticamente um ano porque simplesmente não podia gastar 20 pesos em cordas novas, também fiquei um tempo sem tentar "criar" alguma coisa.

Longe de mim qualquer pretensão artística "rentável" para isso. As canções que faço são, antes de tudo, para mim mesmo. Elas são as músicas que eu preciso ouvir e que ainda não foram feitas, uma espécie de terapia e uma busca de paz de espírito. Uma forma de guardar digitalmente alguma coisa que passou ou um sentimento que em tal momento foi tão intenso que acabou transbordando.

Ultimamente ando escutando algumas dessas canções para tentar entender porque nunca mais fiz nada para mim mesmo. Existem algumas engraçadinhas, outras trágicas, outras feitas com letras alheias e muitas versões cruas de músicas que foram gravadas com o Johnz . Há umas que fizeram parte de um cd que gravei uma vez para uma ex namorada. O grande mistério é entender como ela não terminou comigo depois de eu ter dado de presente umas gravações tão mal feitas.

Antes sentia uma certa vergonha delas, agora olho como um retrato de um tempo em que não existia nada para me confortar além delas mesmas.

Também ando pensando que seria legal gravar decentemente algumas delas num estúdio. Mas antes precisaria de alguma ajuda. Tudo bem que sempre preferi canções limpas com base no violão, mas uma bateria e um baixo certamente fariam falta em uma música ou outra.

Enfim, quem sabe seja o começo de alguma coisa. Quem sabe seja só um delírio.

terça-feira, outubro 30, 2007

Essas Coisas - Carlos Drummond de Andrade



"Você não está mais na idade de sofrer
por essas coisas".

Há então a idade de sofrer e a de não sofrer
mais por essas coisas?

As coisas só deviam acontecer para fazer
sofrer na idade própria de sofrer?

Ou não se devia sofrer pelas coisas
que causam sofrimento pois vieram
fora de hora, e a hora é calma?

E se não estou mais na idade de sofrer
é porque estou morto, e morto é a idade
de não sentir as coisas, essas coisas?

* No dia que o Orkut der dinheiro vou ser bem rico. Aquela comunidade de 200 mil membro do Drummond tem que me trazer algum lucro!

segunda-feira, outubro 29, 2007

Agora entendi...

Simplesmente nenhum argentino que conheço disse que votaria na Cristina. Pra todo mundo que perguntava, ninguém disse que votaria na atual primeira-dama.

Agora entendi.

Na cidade de Buenos Aires, Elisa Carrió ganhou com folga de Cristina. Foram 37% contra 23%.

O governo criticou os porteños por votarem como uma ilha ---> http://www.lanacion.com.ar/politica/nota.asp?nota_id=957531&pid=3420602&toi=5258

Criticar eleitores? Cada um que vote de acordo com o que pensa e pronto!

Sin afeitarse

Nada representa melhor o amadorismo da propaganda política argentina que esse cara da foto. Melconian era candidato a senador por Buenos Aires pelo PRO (mesmo partido de Macri, eleito prefeito esse ano).

Cartazes com a sua cara estavam espalhados por toda a cidade. Eu, que ando de metrô diariamente, não podia evitar de ver aquele cartaz amarelo com a foto desse cara sem barbear.

Sim, o cara pretende ser senador da nação e não faz a barba para tirar a bendita foto! Quanto amadorismo! Não sei quem é o pior. Se o próprio candidato ou o seu marqueteiro que não comprou um MACH3 pra ele. O cara não consegue nem aparecer na foto com a cara direita, imagina o que faria se fosse eleito!

Gilette nele!!!

domingo, outubro 28, 2007

Se um gênio...

Se um gênio chegasse para mim e me concedesse um desejo, eu pediria coragem.

Coragem para falar tudo que penso sem pensar no que vão pensar sobre o que penso.
Coragem para enfrentar mais e ser menos permissivo.
E principalmente coragem para não ficar escondendo tudo o que sinto. Não ter medo de mostrar que eu gosto, que eu quero, que eu sinto.

Se esse mesmo gênio me concedesse um segundo desejo, pediria para ele me mostrar o exato momento em que me tornei esse ser estranho. Quem sabe assim eu entenderia tudo melhor.

sexta-feira, outubro 26, 2007

The second great depression

Gostei muito desse novo cd do Manic Street Preachers chamado "Send away the tigers".

Eles deixaram um pouco de lado as letras "politizadas", que nem sempre funcionavam, e começaram a falar de males, digamos mais pessoais.

Além do belíssimo dueto com a menina do Cardigans em "Your love alone is not enought", duas faixas me conquistaram de cara por causa de suas letras.

I'm just a patsy: I am just a patsy/ I sell vague conspiracy / I'm slow and I'm easy / And I'm waiting for delivery

The second great depression: I thought about it a million times / When you maintained nothing but smile / When forgiveness was the best / Just forget about the rest.

* pois é, sou um emo mesmo.

quarta-feira, outubro 24, 2007

Meme literário


Meme é tipo uma corrente bloguística. Recebi uma do pessoal do Cem Dólares

1.- Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2.- Abra-o na página 161;
3.- Procurar a 5ª frase, completa

4.- Postar essa frase em seu blog;
5.- Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6.- Repassar para outros 5 blogs.
Sus ojos pasaron por el rostro de Clara, deteniéndose un segundo en su boca, en su mentón, de adelante tiraban las miradas del guarda y las chiquilinas, de la señora de los gladiolos, hasta que el muchacho se dio vuelta para mirarlos como aflojando.
Julio Cortazar / Cuentos Completos Volume 1

Mando a corrente para o Claudemir, Vinícius, Milana, Lielson e Nana

domingo, outubro 21, 2007

Mojo Book Só Baixar!


Taí, lançado o Mojo Book do The Killers!
É só baixar!

Release

Um homem bem disposto a se vingar das mulheres. Quando vê que a atriz mais famosa da novela vai aparecer na cidade, ele já decidiu por seu alvo!
Túlio Bragança pega o bom humor do disco do The Killers e transforma em prosa divertida e de trama rica.

http://www.mojobooks.com.br/livro.php?livro=1003

Baixem lá e Comentem!

sábado, outubro 20, 2007

Buenos Aires vê a volta do Soda Stereo

Buenos Aires viu ontem, no estádio Monumental, no bairro de Nuñez, o primeiro show da volta do Soda Stereo, uma das maiores bandas de rock latino da história que fez carreira nos meados dos 80 e 90.

Particularmente acho uma bosta a banda. Sério mesmo... é muito ruim. Mas é impossível não admitir a importância deles para o rock em espanhol.

Realmente é de se admirar uma banda que consegue lotar 4 datas no estádio Monumental, que cabe 70 mil pessoas. Existe ainda uma quinta data com alguns ingressos disponíveis.

A "Sodamania" não é exclusividade argentina. Depois dos concertos em Nuñez em Buenos Aires, a banda inicia uma cansativa turnê por Chile, Equador, Venezuela, Colômbia, México, Panamá, Peru e Estados Unidos. Quase todas com ingressos já esgotados.

Aqui vai o vídeo da Personal, marca de celular que patrocina a turnê, onde várias bandas tocam "Música Ligera". Sim, a mesma que o Capital Inicial fez um cover "À sua maneira".

sexta-feira, outubro 19, 2007

Guia Rápido de Buenos Aires: 3. Puerto Madero

Kevin Johansen, músico argentino, tem uma música com o nome desse bairro em que diz:

And all the people that aren’t from here would like to come and stay.
And all the people that are from here just want to get away.

Puerto Madero é uma Argentina de mentira. Um bairro lindíssimo e extremamente glamouroso. Clubes noturnos caros, restaurantes caros, hotéis chiques e um dos metros quadrados mais caros da América do Sul. Mas como o turista está aqui para aproveitar e não fazer crítica social, isso é ótimo. Vamos aos fatos:

- Não existe lugar mais bonito que Puerto Madero à noite nessa cidade.
- Não existe lugar para comer melhor na cidade.

Nos fins de semana esse lugar se enche de estrangeiros e suas máquinas fotográficas. Se você tiver sorte pode ver alguma das "pontes" de concreto se mover para a passagem de algum barco da pequena marina que existe no bairro.

Puerto Madero era uma região totalmente podre da cidade até início dos anos 90, quando o Menem resolveu dar uma reformulada total no bairro com investimentos bilionários. Pois é, deu certo.

Recentemente foi inaugurado em Puerto Madero o "Transvia", um trem modernoso que liga todos os diques da região. A passagem é baratíssima, 1 peso, e é bem útil quando você quer evitar caminhar por todo o bairro, o que é meio cansativo.

No bairro também está El puente de la Mujer (foto), ponto que é estonteante à noite, e a Fragata Presidente Sarmiento, espécie de museu flotante.

quinta-feira, outubro 18, 2007

O fim do Ira!?

Muito triste essa história da saída do Nasi do Ira!. Mesmo com o Scandurra assumindo os vocais, a banda perde muito da personalidade cafajeste do vocalista.

Acho que das bandas dos anos 80 brasileiro é a única que ainda escuto com certa frequência e tenho vários Cd's. Lembro do show no extinto Moinho em Curitiba que quase fiquei surdo com a guitarra do Scandurra e outro em um Teatro Guaíra lotado, na abertura da turnê do cd acústico.

Tudo bem que do ano 2000 para cá eles lançaram um cd de covers, um ao vivo MTV e um Acústico MTV. De inéditas só o "Entre seus rins" e o "Invisível Dj", este lançado esse ano. Ambos discos com pouquíssimos hits e de qualidade muito inferior ao que a banda podia render.

Talvez seja normal isso. Afinal ninguém é rebelde para sempre e esse comportamento se traduz nas músicas da banda.

Aqui 2 últimos clips da banda: "Mariana foi para o mar" e "Eu vou tentar".

"Mariana foi pro mar" é totalmente folk, uma letrinha engraçada e o clip é ótimo.



Já "Eu vou tentar" é deprimente e dá quase vergonha alheia. O clip, dirigido pelo Selton Mello, até que passa mas a letra beira o ridículo. "Eu vou tentar fazer você feliz, nem que seja pela última vez" canta Nasi, depois descobri que quem compôs a letra da música foi um cidadão chamado Koala da banda CPM22.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Mojo Book - The Killers

Já tinha comentado aqui sobre meu livro que será lançado pela coleção Mojo Books.

São vários livros digitais que você pode baixar gratuitamente no site, cada um sobre um disco diferente. São em PDF e você pode imprimir que eles tem um formato de CD.

O meu é sobre o disco Hot Fuss do The Killers e será lançado esse domingo dia 21 junto com outros 3 livro num pacote especial do Tim Festival. Não sou escritor mas achei a iniciativa de ter um editor corrigindo e dando pitaco ótima. Além do mais é uma ótima vitrine.

No blog do projeto há uma pequena entrevista e um perfil sobre os autores: Mojo Blog

Postei aqui simpática capa do "meu" livro. Baixem lá no site a partir de domingo e depois me contem as opiniões. Críticas são sempre bemvindas!

No próximo post falo mais sobre a história!

And so it is...

Ando revendo filmes. Revi "Science of Sleep", "Brilho eterno" e outro dia peguei por sorte na tv a cabo a exibição de "Closer".

Engraçado como a segunda "mirada" sobre um filme pode ser tão diferente da primeira. Na segunda vez, como você já conhece o enredo, dá para prestar atenção em outros detalhes.

Jude Law, Julia Roberts, Natalie Portman e Clive Owen. Ironicamente os melhores personagens do filme são exatamente dos atores menos famosos. Muito se fala de Natalie Portman, por isso nem escreverei nada sobre. Falemos de Clive Owen.

O cara tem uma cara de rude e um personagem que cai perfeitamente nessa carapaça. Tudo bem que é um personagem de atitudes extremas, mas não podemos dizer que ele é um cara reprimido.

Ele faz tudo o que passa na sua cabeça e diz tudo o que pensa. Alguém sem super go nenhum. No momento do filme em que a Julia Roberts lhe confessa a traição, ele faz uma série de perguntas que são a curiosidade mórbida de todo homem quando é trocado. Onde? Quando? Quantas vezes? Foi melhor?

Cru, cruel e verdadeiro.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Crônica de um feriado falido

Nunca viajei para o interior desse país. Quando aparece um feriadão e tento viajar, me animo e faço planos, não consigo. Não existiam passagens. O plano era conhecer a cidade de Córdoba, mas isso fica para a próxima. Não há passagens para o feriadão.

No sábado a noite fico sabendo de um show do Hacia dos Veranos, junto com outras duas bandas: Doris e Norma. Talvez o Hacia dos Veranos seja a banda que mais vi aqui em Buenos Aires. Não sou dos entusiastas da música instrumental, mas para eles tiro meu chapéu.

O lugar é um espaço novo em San Telmo. O salão parece mais adequado para um baile de formatura de um colegial americano, mas cumpre bem o seu papel.

A bonita moça do caixa, que é uma personagem frequente de outros showzinhos da cidade, depois de reclamar do meu "billete de cien" avisa que no momento está tocando a banda Doris. Subo umas escadas e um grupo de três músicos toca no meio do salão, rodeado pelo público.

Resumindo muito bem: o que eles tocam é uma bosta. Um contra-baixo acústico, um sujeito batucando uma caixa de feira e outro tocando um violão e cantando como uma gralha uma música em um portunhol nojento. Não sei se ele diz "Vamos a soñar poquiun" ou "Vamos assanhar um pouquinho". É deprimente de ruim. Vou ao balcão e pago 10 pesos num litro de Quilmes.

A banda acaba a apresentação e um louco pede "mais um". Só pode ser um amigo muito, mas muito próximo deles mesmo, para pedir bis, penso comigo. Enquanto a banda tortura a audiência com uma última música que fala do príncipe Lancelot, reparo no louco sem noção que pediu o bis. Ele é ridículo de feio, parece o amigo do Hugh Grant em "Notthing Hill", mas tem uma menina linda sentada do seu lado. Ela é branquela, meio loira e tem olhos claros. Está exatamente no meio termo entre uma pessoa que não liga nada para a moda e uma pessoa "estilosa". Pela cara dela posso concluir que ela não gostou da idéia de vir a esse show. Se for namorada desse loiro bizarro, o mundo é muito injusto mesmo.

Lembro do filme "Minha vida sem mim". Nele a personagem conta como conheceu seu marido: foi num show do Nirvana. Ela se emocionou tanto com uma música que chorou e o cara ofereceu a própria camisa para ela enxugar as lágrimas. Sempre vou a shows e nunca conheço ninguém. Posso então classificar "minha vida sem mim" como ficção científica. As garotas que mais me interessam ou tem namorado ou moram longe. Ou se não é nenhuma das duas opções, certamente elas não terão nenhum interesse em mim. Na verdade não lembro de nenhum casal que eu conheça que se conheceu em um show. Minto, eu mesmo conheci uma menina, mas isso não quer dizer que nos tornamos um casal.

Fim da tortura. Sobe um cara com um violão no palco e o clima intimista da banda anterior acaba felizmente. Tenho medo de caras sozinhos com violão. Convenhamos que Bob Dylan é só um. São sempre letras pseudo intelectualóides com uma música ritmada de um jeito bizarro e tudo que eu mais quero é melodia. O cara sozinho com um violão diz em uma música "maté a un polícia, se lo merecía". Rima horrível que me dá enjôo. Vou no balcão e peço otra quilmes. No final do show dele, outro idiota pede um bis. Tenho vontade de socar o indivíduo mas não consigo localizar de qual lugar do salão vem o pedido.

Finalmente toca o Hacia Dos Veranos e os 10 pesos gastos na entrada valem a pena.

Prefiro nem citar nada da última banda, Norma, para que esse texto acabe de um jeito positivo. Mais um sábado em Buenos Fucking Aires e ainda faltam dois dias para acabar o feriado, penso comigo. Até quando? Até quando?

sábado, outubro 13, 2007

Workaholic Dreams

Sonhei que pedi ajuda pro Sílvio Santos para fazer uma promo.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Romeo and Juliet



Em 1997, quando eu tinha 15 anos, passei uns dias das minhas férias de verão na casa do meu tio Hércules em Timóteo/MG, minha cidade natal.

Como em janeiro é meu aniversário, meu tio me deu de presente o direito de eu escolher 2 Cd's na loja de música da cidade. Escolhi um do Legião Urbana e um do Dire Straits, que tinha essa música chamada Romeo and Juliet. Lembro que escutei esse cd sem parar por meses,

Nem sei porque estou dizendo isso aqui, mas foi disso que lembrei quando vi esse vídeo da versão do Killers dessa música que sempre adorei.

I can't do the talks, like they talk on the TV
And I can't do a love song, like the way it's meant to be
I can't do everything, but I'll do anything for you
I can't do anything 'cept be in love with you

* detalhe para o baterista que parece o Jason Lee da série My Name is Earl.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Elas, as bem resolvidas.

Ok, eu vou confessar. Odeio mulheres bem-resolvidas. Duvido muito, mas muito mesmo de quem tem tanta certeza de tudo.

Odeio aquele tipo de mulher profissional bem sucedida, que se acha competentíssima (na maioria das vezes realmente é) e que sabe muito bem o que quer da vida. Ela é segura de tudo e nunca tem nenhuma dúvida, nunca titubeia. Esse tipo de mulher é um saco.

Não sei se é algo genérico, sociológico ou histórico, mas como já diz o Vinicius de Moraes:

Senão é como amar uma mulher só linda; e daí?
Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza
Qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Não digo que a mulher tem que ser infeliz, nada a ver. Mas de alguma maneira ela precisa "precisar" de você, que tenha alguma carência que você possa suprir. Ela tem que te fazer sentir útil.

Querendo ou não, é inegável a natureza provedora do homem. Antes saíamos pra caçar e trazíamos a janta pra mulher cabeluda das cavernas, hoje dividimos a conta do restaurante. Justo e assino embaixo! Só que cuidado, auto-suficiência causa é isolamento. Determinação não deve ser confundida com o esquecimento da opinião alheia.

Não é nada a ver com machismo e muito menos com extremismo. Ótimo que a mulher hoje ocupe o mesmo lugar que o homem na sociedade (ou pelo menos esteja quase lá). Mas pera lá! Ocupar o mesmo lugar é uma coisa, tentar ser um homem é outra. E de homens egoístas e auto-suficientes o mundo já está cheio.

* Legenda da foto: "Ei menino, consegue abrir essa compota pra mim?"

terça-feira, outubro 09, 2007

Guia Rápido de Buenos Aires: 2. 9 de Julio e Corrientes

As avenidas 9 de Julio e Corrientes formam a esquina mais famosa da cidade. É exatamente aí que está o Obelisco, marco do lugar onde pela primeira vez foi asteada a bandeira argentina.

A 9 de julio é imensa, não sei se realmente é a maior do mundo mas vale a pena uma caminhada pois nessa avenida estão belíssimas construções como o Teatro Colón e a embaixada Brasileira.

Já a região da Corrientes é a "broadway argentina". As quadras que estão perto da 9 de Julio são uma sequência de teatros que estão sempre cheio em quase todas as noites da cidade (principalmente de quinta a domingo). Existem outros teatros gigantescos como o Gran Rex, onde tocaram Coldplay e Caetano Veloso por exemplo.

O começo da Corrientes é exatamente em Puerto Madero, onde há o gigantesco prédio dos correios e, ao seu lado, o Luna Park (onde acontecem vários show de médio porte como Franz Ferdinand e Artic Monkeys).

domingo, outubro 07, 2007

Paixões 2.

Ok, menos de 1 mes e dois posts falando de paixão.
Antes de mais nada, explico que esse aqui não é exatamente sobre sentimentos entre pessoas.

Quando passo um fim de semana sem mais nada para fazer. Quando está um baita sol lá fora e tudo que eu quero é só dormir e ficar dentro da minha casa é que percebo que preciso de novas paixões.

Invejo um pouco essas pessoas que acordam cedo para fazer algo que gostam, que viajam quilômetros por um hobbie, gastam horas e horas do seu tempo em algo que, teoricamente, é ínutil mas que no fundo todos sabemos muito bem que não é.

Para que gastar milhares de dinheiros, por exemplo, para viajar até Fiji ou o raio que o parta só para surfar? Para mim é rídiculo, mas garanto que os que fazem isso devem se sentir ótimos e achariam rídiculo o fato de eu ter passado um sábado vendo 7 episódios de uma série já cancelada chamada Huff, que tem o Hank Azaria como protagonista (muito boa por sinal, recomendo).

Bom, o fato é que estou precisando de um hobbie e aceito sugestões. Já pensei em vinhos, queijo, quem sabe aeromodelismo, colecionar selos, latas de cervea do mundo todo, colecionar escaletas ou sei lá o quê, havaianas diferentes, curtir fotografia ou até mesmo culinária, moedas ou qualquer coisa bizarra que seja considerado um absurdo gastar dinheiro nisso.

Também pensei em virar fanático de verdade de uma banda. Quando o The Verve anunciou a sua volta passei dois dias pensando se era viável viajar para ver o show do retorno deles na Inglaterra. No fim era possível, mas achei uma "extravagância". Não me permiti. Era uma alegria muito cara.

sábado, outubro 06, 2007

Dica do dia.

Nunca subestimem o poder de um Fernet.

Reflitam nisso!

sexta-feira, outubro 05, 2007

É um pouquinho de Brasil iá iá

Nada como assistir uma reportagem da RPC (a Globo de Curitiba) sobre a máfia dos flanelinhas para que eu me lembre das coisas que eu odiava no Brasil.

Por um curto período da minha vida tive um carro em Curitiba. Em 2002, me lembro que quebraram o vidro do saudoso Palio duas vezes num intervalo de 20 dias. Fora os dois sons roubados em apenas um ano.

Nunca fui de colaborar com flanelinha, sempre achei um absurdo. Nunca, mas nunca paguei adiantado. No máximo dava uns 50 centavos.

O grande problema do ser humano é que ele é um animal de fácil adaptação. Nos acostumamos a tudo. Uma coisa estranha, depois de alguns meses estabelecida já pode virar algo extremamente normal.

Os Flanelinhas são mais ou menos assim. Os caras cobram um pedágio pelo uso de um espaço público e todo mundo acha isso normal. A polícia não faz nada, os motoristas menos ainda. É ridículo.

Felizmente ainda não vi em Buenos Aires algo similar ao "flanelinha". Espero que essa mão-de-obra não seja importada.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Guia Rápido de Buenos Aires: 1. Centro e Retiro

Estou novamente com visitas no meu apartamento e isso de nenhuma maneira me incomoda.

Com mais de 18 meses de Buenos Aires já fiz vários "tours" pela cidade, podendo fazer até quase um guia sobre isso. A maioria dos guias que li são muito bons, mas sempre acabam esquecendo um ou outro lugar ou supervalorizando outros.

Aqui vai um resumo do tour geral que faço com meus visitantes, dividi em 10 capítulos que aos poucos vou postar nesse humilde blog.

1. Centro / Retiro
2. 9 de Julio / Corrientes
3. Puerto Madero
4. Recoleta / Barrio Norte
5. Palermo (Parques e compras)
6. San Telmo / Boca
7. Tigre / San Isidro
8. Futebol
9. Noite e Náite
10. O que os guias não dizem


1. Centro e Retiro
É possível gastar um dia inteiro, ou mais, no centro da cidade. São vários tipos de turismo no mesmo quilômetro quadrado: turismo histórico, de compras e de "poder".

Na Plaza de Mayo se encontra a Casa Rosada, um edifício do Bando de La Nación (onde vale a pena tirar uma foto em uma de suas gigantescas portas) e também a Catedral da Cidade onde estão os restos de San Martin. Nessa praça nasce a avenida de Mayo que liga o centro do poder executivo (Casa Rosada) ao poder legislativo (Congresso).

É uma das avenidas mais lindas da cidade porque conserva quase tudo de seu ar clássico de quando foi criado. Por baixo dela corre a linha A do Subte (Metro), que é a linha de metrô mais antiga da cidade. Trens com cara de anos 20, todos de madeira e que ainda funcionam normalmente ligando o centro da cidade ao bairro de Caballito. Vale a pena andar um pouco nesse "subte" e dar uma olhada na estação Peru, onde na parede existem cartazes muito antigos com propagandas de produtos mais velhos ainda. Ainda na Avenida de Mayo está o Café Tortoni, que é imperdível. Um Café antiguíssimo e cheio de história que deve ser visitado. Nessa mesma onda do Tortoni está a Confeitaria Ideal, na Calle Suipacha, bem perto da Corrientes.

É lá no centro também onde está a famosa calle Florida, onde nos fins de semana se fala mais português do que espanhol. É um turismos sem nenhum charme. Apenas uma galera de brasileiros falando alto e fazendo suas compras. Minha recomendação são as lojas da Falabella: uma de decoração e a outra de roupas e eletrônicos. Seria algo como a Renner brasileira. É possível achar lá jaquetas e tênis da Adidas com preços mais em conta que nas próprias lojas da marca.

Caminhando pela Calle Florida você chega ao seu final na Plaza San Martin. Geograficamente aí já é o bairro do Retiro, onde se encontra um prédio do Mercosul, a gigantes e ostentosa estação de trem de Retiro e a não tão glamourosa rodoviária. A estação de trem é um espetáculo à parte no estilo da Central do Brasil do Rio. Além de ligar Buenos Aires à zona norte da região, a estação também é ponto final da linha C de metrô. Entre a Plaza San Martin e a estação está o começo da Avenida Libertador, espécie de via rápida da cidade. Uma avenida com inúmeras pistas e que em nessa parte da cidade estão prédios residenciais muito chiques e gigantes. Vale a pena dar uma caminhada aí só para conhecer um pouco da "nata" porteña.

terça-feira, outubro 02, 2007

The National - Apartment Story



The National, meus caros. Música para gente grande.

Tired and wired we ruin too easy
sleep in our clothes and wait for winter to leave
but I’ll be with you behind the couch when they come
on a different day just like this one

* ótimos planos fechados do clip. interessante notar que a batida da bateria pode ser percebida visualmente em todo o clip. seja pelas mãos mostradas, pelos pés e pela dança.

segunda-feira, outubro 01, 2007

De volta.

Depois de mais de dois anos, comprei corda nova para o meu violão que estava mais abandonado que muleta em dia de culto da universal.

A Calle Talcahuano, nas imediações da Avenida Corrientes, concentra a maioria de lojas de instrumentos de música dessa cidade. Fiquei tentado a comprar uma escaleta. Mas onde afinal eu iria colocar a escaleta aqui no meu apartamento? (Por favor, não respondam).

Ok, já tenho as cordas de violão... agora só falta a inspiração.

quarta-feira, setembro 26, 2007

O jogador reserva

Não há nada que eu mais me identifique no futebol do que com o jogador reserva.

Jogador reserva apenas assiste o jogo, não participa. Está doido para entrar no jogo e tentar mudar o resultado, mas não pode, não deixam.

Ele vive a derrota sem poder fazer nada para transformá-la em vitória. Sentado no banco, ele pode se consagrar campeão sem um pingo de suor (sabiam que ronaldão foi tetra em 94 sem pisar na grama?). Ganhar sem jogar é algo como uma comida de hospital: alimenta, mas não é saboroso. Enche a barriga, mas não te dá prazer.

Jogador reserva quando joga, joga amistoso. Exatamente aquela partida que não vale nada. Ganhar um amistoso não faz dele um vencedor.

Campeonato de verdade, as copas e ligas internacionais ele não joga. E quando joga é apenas porque o titular, aquele que é melhor que ele, não pode participar. O reserva é um substituto, o plano b, a segunda opção, um tapa buraco.

O jogador reserva pode até ser talentoso e ter flashes de genialidade, mas se ele não se encaixar no esquema tático da equipe não serve para nada, é um inútil.

Pode ser brilhante e desejado por muitos, genial para outros, mas nada adianta se ele não agradar a pessoa mais importante do seu time: o técnico.

O ideal para esse jogador seria simplesmente ser negociado para outro time em um lugar bem longe onde o valorizem de verdade. Para que adianta ter algum talento se simplesmente não o deixam entrar em campo afinal? Quanto desperdício!

Não é só um contrato que liga esse jogador reserva a esse time. Seria fácil desistir e parar de tentar impressionar o técnico, já que nada adianta. Acontece que o jogador reserva é um idiota, um ridículo, um imbecil. Precisa e quer provar para ele mesmo que ele consegue jogar. É praticamente uma questão de honra.

Para o jogador reserva mudar é simples, mas no fundo parece não querer isso. Ele se esconde e se protege na sua própria mediocridade.

Você é o que você assiste

Ótimo texto da colunista de TV do New York Times que diz "You are what you watch".

Television used to be dismissed by elitists as the idiot box, a sea of mediocrity that drowns thought and intelligent debate. Now people who ignore its pools and eddies of excellence do so at their own peril. They are missing out on the main topic of conversation at their own table.

É incrível como os gostos definem as pessoas. Parece uma forma rápida, simples e geralmente eficiente de avaliarmos todo um caráter de uma pessoa, mas é perigoso isso. Muitas vezes taxamos de besta apenas porque alguém não gostou de tal filme, banda, música, série.

O fato é que tenho bons amigos que são fãs de Edson e Hudson, outros tantos que nunca perdem novela da globo, outros que são fanáticos de Exaltasamba (já fui um dia, há 10 anos atrás). Mas o que eu não suporto mesmo é quando dizem que não gostaram de "Lost in translation". Mas fazer o quê?

Com as paixões é a mesma coisa. É muito mais óbvio se interessar por uma garota que te convida para o show da Feist do que por uma que use brincos de filtro dos sonhos. Mas nem sempre é assim. Namorei por muito tempo uma menina que era muito fã do Zeca Baleiro, artista que eu achava uma bosta. Resumindo bem a história: o namoro acabou mas ela conseguiu me transformar em fã do Zeca.

Voltamos ao assunto de "você é o que você assiste", façamos um teste: quem é o cara da foto desse post?

segunda-feira, setembro 24, 2007

Diário de um operador de telemarketing.

Com o valor do peso argentino sendo muito mais baixo que do dólar, libra, euro e real, muitas companhias européias, principalmente da Espanha, usam os argentos como mão de obra barata para seus call-centers.

É um emprego muito popular para jovens, já que em geral não pedem muita experiência. Algo como trabalhar no McDonald's.

Um jornalista da Rolling Stone argentina trabalhou um mês num centro de atendimento e tem um blog sobre isso. O conteúdo é quase surreal. É bom rir mesmo, porque chega a ser absurdo o que acontece nos treinamentos e o que os chefes falam.

Diario de un telemarketer

sábado, setembro 22, 2007

Eu confesso...

Admito que sou uma pessoa com alguns pré-conceitos. Certas coisas não quero nem conhecer melhor, sei que não gosto.

Mas também quando caio do meu cavalo, dou o braço a torcer e sou obrigado a admitir..

Odeio reggae. Talvez odeie mais que qualquer outro ritmo. Apenas não gosto da música e não suporto toda "filosofia" de vida que isso propõe.

Também odeio essa música lounge pausterizada que é uma epidemia em Buenos Aires, toca em tudo quando é loja e bar.

Mas aí ouvi numa loja qualquer a versão pasteurizada de "Waiting in vain" do Bob Marley e é simplesmente perfeita. Aquela vozinha sussurando no meu ouvido algo que tem tudo a ver é de matar.

Pois é, Bob Marley, você me surpreendeu. Pois é, Buenos Aires, você também.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Drama Queen

* Galera elegante curtindo um tango maroto.

Dizem que o Brasil é uma nação sem memória. Concordo plenamentte.

Mas se o brasileiro não tem memória, o argentino é o contrário: ele tem e em excesso.

Ontem fui numa apresentação de tango numa escola de música aqui. Era uma orquestras composta por 4 bandoneões (uma variação do acordeão), dois violinos, um violoncelo, duas guitarras, um contrabaixo e alguns cantores (nas músicas cantadas).

A música é incontestavelmente linda e de uma enorme dramaticidade. Nunca que algo assim poderia ser feita no Brasil. Quem é triste não consegue esquecer as mágoas e nós somos um povo sem memória. O barraco da favela pega fogo e as pessoas estão sambando. O Brasil é eliminado da Copa, acaba o jogo e as pessoas começam a dançar axé e surge uma roda de capoeira (fato verídico que presenciei).

O brasileiro não tem memória e volta a eleger Collor e Maluf. O argentino tem memória demais, faz um reenterro do Perón e não para de falar da época do "uno a uno". Tudo bem que isso tudo é uma versão bem caricata das coisas, mas nada melhor do que dar uma "exageradinha" para que entendam bem o seu ponto de vista, certo?

Moderação, meus caros, é sempre a melhor saída.

quarta-feira, setembro 19, 2007

Simples e direto

Don’t you wanna come with me?
Don’t you wanna feel my bones on your bones?
It’s only natural

Mais sintética impossível essa letra!


* Entrada para o Yeah! Festival com Killers + Travis + Starsailor na mão!

terça-feira, setembro 18, 2007

Estou livre!

Faz umas semanas resolvi comprar a primeira temporada de Prison Break para ver qual era a dessa série.

Mal eu sabia que iria me viciar de uma maneira doente, chegar a assistir 6 ou 7 episódios seguidos e dormir altas horas da madrugada só para ver o desenrolar dos acontecimentos.

Ontem cheguei ao final da segunda temporada (que comprei assim que terminei a primeira) depois de mais uma maratona de capítulos seguidos. Por algumas semanas praticamente não interagi socialmente. Nada importava, apenas Prison Break. Se houvesse coca-zero e algum episódio da série para ver, eu estava contente. Com o fim dos dvd's, estou livre!

A primeira temporada, onde eles ainda estão dentro da cadeia, é simplesmente hipnotizante. Na segunda, quando eles escapam, o ritmo perde um pouco mas nem por isso deixa de ser ótima.

Uma das grandes qualidades da série é o cuidado com a construção dos personagens e os reais motivos que os levam a praticar suas atitudes. T-Bag, o vilão, é ótimo, um show à parte na série. Ele perde uma mão, reinplanta ela e depois a perde de novo. Surreal!

Fica claro que eles pensaram as série para ser apenas uma temporada e que foi feito depois foi meio esticado. O próprio desfecho da segunda temporada é genial, com altas reviravoltas, mas o fato de que vários personagens voltem para a cadeia de novo, só que dessa vez no Panamá, é broxante.

Ontem nos Estados Unidos estreou a terceira temporada, que ainda não vi nada. Sei que Michael, T-Bag, Bellick e Mahone estão todos na mesma cadeia. Uma terceira e desnecessária terceira temporada, que não vai contar com a Doutora Sara Tancredi... Triste, meus caros.

Enquanto escrevo a barrinha de download mostra que o primeiro episódio da terceira temporada está em 88%.

* para os argentinos de plantão: o canal FX exibe hoje o final da segunda temporada às 22h.

segunda-feira, setembro 17, 2007

La señal

Acabei de chegar do cinema. No menu mais um filme argentino, dessa vez La Señal com o Ricardo Darin e Diego Peretti.

Darin é a Fernanda Montenegro da Argentina: um ator muito bom e respeitado e que faz uma penca de filmes por ano. Já Peretti é um narigudo que sempre vi em filmes de comédia, como No sos vos, soy yo, entre outros.

La Señal se passa na Argentina de 1952, pré morte de evita. Darin interpreta um detetive particular que investiga um caso e acaba por descobrir uma conspiração maior por volta disso. O filme é totalmente noir, todos os ingredientes estão lá: altos contrates, sombras, história policial, uma mulher fatal, mortes, personagem com uma obsessão amorosa e uns ângulos de câmeras bizarros. Fotografia espetacularmente boa, assim como a produção e os cenários que transformaram a Buenos Aires atual em uma cidade de 50 anos atrás.

Mas nada disso adianta se o enredo não é bom. A trama do filme é fraquíssima, a história é lenta e não engrena. Dá sono! Mesmo com as ótimas interpretações, com a belíssima atriz protagonista (só faltou um oclinhos pra ela ficar perfeita), o filme não convence. Faltam pontos, falta explicar a própra motivação do personagem, o ritmo é devagar demais.

Fiquei tentando lembrar o último filme argentino de outro mundo que vi. Não consegui lembrar. Mesmo com uma indústria de dar inveja aos outros países do terceiro mundo como o Brasil, faz tempo que não vejo uma coisa que realmente saia do lugar comum. Vejo histórias normais, clichês clássicos, temas que se repetem e nada muito ousado. O que há de ousado acaba se perdendo naquele tipo de "cinema para cineastas", aquele tipo de narrativa denso, mas tão denso que é quase uma idolatria do próprio ego de quem faz o filme.

A única coisa mais diferente que vi ultimamente foi o filme XXY, que fala de um hermafrodita de uma maneira muito bonita e sem apelar para cenas "chocantes", mas mesmo assim o filme é lento.

O Brasil tem muito que aprender com o cinema daqui, mas também nem tudo são maravilhas. A mesmice para esse lado parece reinar. No último ano vi do Brasil "Cheiro do ralo", "O ano que meus pais sairam de férias" e "Tropa de Elite" que conseguiram sair um pouco da mesmice com enredos e tramas fora do comum. As pessoas que falo dizem que é culpa do órgão financiador do cinema argentino que sempre acaba aprovando projetos com temas parecidos. Afinal quantos filmes que mostram argentinos falidos e deprimidos pela crise de 2002 existem?

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