quinta-feira, abril 12, 2007

Distraindo a verdade, enganando o coração

O fato é que minha lua de mel com a Argentina acabou faz tempo. Melhor seria, é claro, se eu tivesse tido uma lua de mel com a "argentina", assim com letra minúscula, mas não.

Enfim, mas não é isso que quero dizer. Quero dizer que viver o "everydayness" com certas normas e regras sociais que você ainda não se adaptou cansa um pouco. Cansa aceitar tudo apenas pelo fato de que, bom, sempre foi assim nesse lugar e você que é o peixe fora d'água, não adianta fazer nada, apenas aceite. Cansei de admirar as belezes e vantagens desse lugar e ando começando a exponenciar os defeitos. A burocracia, a cara amarrada, o não se importar, a falta de boa vontade, o sistema bancário, os garçons, as garotas, o metrô lotado, a falta de identificação. Parece não que se vive mas sim que se espera viver.

Às vezes dá vontade de dar um grito, de xingar tudo em belo e entendível português e mandar tudo pra PQP. Aquela música do Pato Fu tem nada a ver nessas horas.

Olha, não sou daqui
me diga onde estou
Não há tempo não há nada
Que me faça ser quem sou
Mas sem parar pra pensar
Sigo estradas,sigo pistas pra me achar

Nunca sei o que se passa
Com as manias do lugar
Porque sempre parto antes que comece a gostar
De ser igual, qualquer um
Me sentir mais uma peça no final
Cometendo um erro bobo, decimal

Na verdade continuo sob a mesma condição
Distraindo a verdade, enganando o coração

Pelas minhas trilhas você perde a direção
Não há placa nem pessoas informando aonde vão
Penso outra vez estou sem meus amigos
E retomo a porta aberta dos perigos

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